As varinhas irmãs



11. AS VARINHAS IRMÃS

Quando Draco chegou à Ordem, já estava escuro. Caminhou lentamente até a sala de Dumbledore e lhe contou sobre o encontro com Gina, aparatando dali diretamente para a Toca. Harry e Rony estavam sentados no sofá, e o observavam desde sua chegada. Além dos três, a casa parecia estar vazia. Bem, Rony era o irmão de Gina, e Draco achou que ele iria querer saber sobre a irmã.

-Weasley, tenho notícias da Gina.

Rony pulou do sofá, e Harry foi puxado junto. Os dois foram até Draco, e ficaram quietos, esperando que ele começasse com seu relato.

-Ela está bem, se é o motivo de tão calorosa recepção.

-Você foi vê-la? – perguntou Harry, esperançoso.

-Sim, fui obrigado. Creio que meu pai foi preso, e...

-E o que seu pai tem a ver com a minha irmã? – perguntou Rony, que parecia extremamente confuso.

-Ela estava com meu pai, na Mansão Malfoy, mas...

-VOCÊ DEIXOU A MINHA IRMA CAÇULA SOZINHA COM O MANÍACO DO SEU PAI?! – perguntou Rony, incrédulo.

-Mas ela está bem, e conseguiu escapar, graças a mim – continuou Draco, ignorando o comentário do “cunhado”.

-É mesmo, ela está foragida...

-Você ainda mantém contato com seu pai? – perguntou Harry, meio desconfiado.

-Claro, Potter. Ele é meu pai, afinal de contas. É por causa dele e da sua influência com Voldemort que eu ainda estou aqui.

-Mas Malfoy, seu pai é um Comensal! – disse Harry, como que explicando para uma criança que doce é melhor.

-Mas ainda é meu pai!

-Mas Malfoy, por que ele te protegeria?

-PORQUE ELE É MEU PAI! – estourou Draco, acabando com o restante da paciência que ainda tinha.

-MAS ELE É UM COMENSAL DA MORTE! – gritou de volta Harry, dando um passo para mais perto de Draco.

-MAS AINDA É MEU PAI, POTTER! VOCÊ NÃO TER UM PAI NÃO QUER DIZER QUE EU TENHA QUE IGNORAR O MEU!

No momento em que falou isso, Draco soube que atingiu o ponto fraco do inimigo. Harry tinha uma expressão dura no rosto, e Rony segurava seu braço, não deixando que ele pulasse no pescoço de Draco. Mas os três sabiam que, se Harry fizesse o mínimo esforço, Rony o soltaria e talvez até o empurrasse na direção certa. Mas o moreno não pulou em Malfoy. Ao invés disso, ele colocou a mão no bolso da calça e empunhou sua varinha, observando Draco fazer o mesmo. Um apontava a sua respectiva varinha para o nariz do outro, e se encaravam friamente.

-EXPELIARMUS! - gritaram os dois juntos.

Rony largou imediatamente o braço do amigo e pulou para trás. Por incrível que pareça, os dois feitiços fizera o efeito desejado, jogando Draco e Harry pelos ares, rodopiando. Depois de um belo tombo por ambas as partes, Rony correu até o moreno, ajudando-o a se levantar, enquanto Draco se esforçava para parar em pé, sentindo uma pontada na cabeça, efeito colateral do feitiço. Logo que harry ficou em pé, o ruivo se jogou entre os dois, para que acabassem ali mesmo o duelo.

-Parem já com isso, os dois! Ou pensam que...

-SECTUMSEMPRA!

-ESTUPEFAÇA!

Novamente, os dois gritaram juntos, mas dessa vez nenhum dos feitiços surtiu o efeito desejado. Ao invés disso, criou-se uma fina linha vermelha que ligava as duas varinhas. Rony, que havia se jogado no chão para não ser atingido, levantou-se, olhando a cena mais que impressionado. Harry estava surpreso, e Draco estava confuso. Ambos ainda sustentavam as varinhas em pé, e Draco a estava baixando, quando Harry o impediu:

-Malfoy, não! Isso vai liberar os dois feitiços!

-Não podemos ficar assim pra sempre, Potter.

-Quando eu contar até três, você larga sua varinha e cai para o lado.

-Certo.

-Um...

O jato de luz que a linha emitia ficava cada vez mais forte. Draco, que já estava com dor de cabeça, sentiu seus olhos arderem. Fechou-os rapidamente.

-Dois...

Harry fechou os olhos também. A luz estava ficando mais e mais forte. Sua testa estava enrugada, esperando o momento certo.

-Três!

Tanto Draco quanto Harry se jogaram para o lado, enquanto a luz se dividia em duas partes: metade voltava para a varinha de Draco e a outra metade para a varinha de Harry. As varinhas vibravam nas mãos deles, e Rony ainda via a cena com a boca aberta. Com a velocidade e o impulso das varinhas, Harry e Draco caíram para trás, derrubando sua varinha no chão.

-O que foi isso Potter? – perguntou Draco, ainda estirado no chão da cozinha da Toca.

-Do que sua varinha é feita, Malfoy?

-E o que isso tem a ver com a situação?

-Do que ela é feita?

Relutantemente, Draco respondeu:

- Azevinho e pena de fênix. Vinte e oito centímetros.

-Harry... Essa não é...

-A mesma descrição da minha varinha. E a mesma da varinha de Voldemort.

-Ainda não entendo.

-Malfoy, nossas varinhas são irmãs. Elas têm a mesma textura, o mesmo tamanho, a mesma obra-prima.

-Foi por isso que se formou essa linha?

-Sim. Quando Voldemort ressurgiu, aconteceu a mesma coisa enquanto duelávamos. Mas, da luz, que era metade verde e metade vermelha, saíam as pessoas que Voldemort matou com aquela varinha, por ordem.

-Então... Você viu seus pais, Diggory e assim por diante?!

-Sim. E garanto que, se a sua varinha tivesse matado alguém, o espírito dessa pessoa sairia da luz que se formou.

-Incrível! – exclamava Rony, ouvindo o relato de Harry.

-Com toda a certeza – admitiu Draco.

-Se você tivesse soltado a varinha, Malfoy, você seria atingido pelo feitiço que você mesmo lançou.

-Se você soltou a varinha antes do Voldemort, como me contou, você não deveria ter estado estuporado? – perguntou Rony, procurando matar sua curiosidade.

-Não. Meus pais me ajudaram. Eles entraram novamente na varinha de Voldemort relutantemente, e isso demorou alguns segundos, até que eu pudesse pegar o Cedrico e convocar a chave de portal.

Os três ficaram em silêncio, pensando no que acabara de acontecer. Até que Draco subiu as escadas, correndo e deixando os outros dois de boca aberta. Gina precisava saber disso!

***

Gina ficou na cabana, esperando pacientemente o sono chegar. A cama de lá não era ruim, considerando que estava na floresta proibida. Assustou-se quando a coruja de Draco bateu em sua janela.

“Querida Gina,

Está gostando do lugar? Espero que sim. Mas eu não mandaria uma carta só para perguntar isso, você sabe. Acaba de acontecer uma coisa incrível aqui na sua casa.

Bem, não vou contar em detalhes, mas o Potter deve ter contado que a varinha dele tinha certa ligação com a do Voldemort. Pois então, as varinhas deles são irmãs, gêmeas, você deve saber disso também. Bem, creio que sejam trigêmeas, pois a minha acaba de estabelecer uma pequena ligação com a do Potter. Feitas do mesmo material. Eu não sabia, e isso é incrível. Não por meus irmãos de varinha serem Potter ou Voldemort, mas sim porque eu não imaginava uma coisa dessas.

Amanhã eu levo alguma coisa pra você, deve estar morrendo de fome. Tenho que te levar também outra coisa.

Draco”

Cansada, ela guardou a carta debaixo do travesseiro e pousou sua cabeça novamente nele. O que Draco levaria para ela no dia seguinte?

***

Draco passava o diário de Gina da uma mão para a outra. Não sabia exatamente o que fazer com ele, já que o havia lido mais de cem vezes. Decidindo não pensar mais sobre o assunto, jogou-o embaixo da cama e se deitou, cansado. Afinal, o dia havia sido bem cansativo.

Sua mente vagava para a floresta proibida. Não queria mais que Gina ficasse lá, o lugar era perigoso. Se bem se lembrava, muitas criaturas perigosas habitavam as florestas. Certa vez, enquanto arrumava o lugar com mágica, viu um trasgo passar pela sua janela. É claro que sabia que também havia unicórnios, centauros e etc. por lá, mas a história do trasgo sempre o atentara mais.

Decidido, pegou o caderninho nas mãos, uma pena e um tinteiro, e começou a escrever, calmamente.


N/A: calma, calma! Nao c desesperem! Esse cap. tem tudo a ver com a história! E nao briguem cmgo pelo cap. anterior, em q eu coloqi a Gina se agarrando com o Lúcio. Isso também vai fzr mto sentido, ok?!


Bjxx

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