Cap.5



Os lobisomens voltaram a uivar e os dois conseguiram ouvir os centauros entrando na floresta. Uma enorme águia passou por eles, mas eles nem perceberam.
Merlim estava próximo e seguiu a águia, entrando na floresta e passando por entre as árvores. Ele conseguiu ver a espada na mão de Guinevere que apontava para Lancelot que estava de joelhos. A espada não estava perdida, ela conseguiu sobreviver.
- Eu sempre te amei, será que você nunca percebeu?- perguntou Lancelot.
- Jeito estranho o seu de amar.- disse Guinevere.
- Desde o dia em que eu a vi, aqueles dias que passamos enquanto eu te trazia para cá. Eu te amo Guin.- disse ele com lágrima nos olhos.
- Não me chame de Guin, meu nome é Guinevere.- disse ela cuspindo nele.
- Por que está me torturando, é muito simples é só me matar.- disse ele.
- Você vai pagar por tudo o que você fez, por cada lágrima que eu derramei, por cada noite de aflição que eu passei.
Ele já não agüentava mais aquela situação, ele queria morrer logo e acabar com tudo de uma vez. Se ele morresse naquele momento seu nome estaria marcado para sempre na história, como o mais fiel amigo e o melhor cavaleiro de Artur. Já Guinevere estava fadada a sempre ser lembrada como traidora.
** Lembrança de Lancelot:
Ele estava dormindo até a hora em que escutou alguns ruídos nos aposentos de Artur. Ele saiu correndo levando sua espada, mas quando entrou viu que Artur estava cheio de sangue e havia uma besta caída no chão. Ele sabia que aquele era um lobisomem, depois de ter passado toda sua vida com Merlim ele conseguia identificar as criaturas mágicas.
- Eu estou bem.- disse Artur olhando para ele.
- Tem certeza que não quer que eu fique?- perguntou Lancelot.
- Não, você precisa ir para Camerliade. Não vejo a hora de conhecer a minha noiva.
- E se ela for feia?
- Aí eu peço para Merlim para transforma-la em uma sapa.- disse Artur com um leve sorriso.
Ele ajudou os criados de Artur para tirar o lobisomem dali. Eles levaram o animal até uma fogueira e ali queimaram ele.
No dia seguinte Lancelot foi para Camerliade, onde passava ele tinha que contar a história da fera que quase matou o rei.
Quando chegou a Camerliade ele contou o que aconteceu para todos que estavam ali. Mas o que mais o impressionou foi uma garota ruiva de olhos verdes que se aproximou dele. Ela era tão linda quanto Morgana, parecia que cada traço dela havia sido feito para encantar, e Lancelot se encantou por ela.
Ele explicou para ela como era o monstro que havia atacado Artur, mas depois disso ela saiu correndo e ele não conseguiu vê-la.
Ele entrou no palácio e poucos minutos depois o rei entrou.
- Sir Lancelot?- perguntou o rei.
- Sim. Eu vim buscar a princesa Guinevere.
O rei foi falar com um de seus criados, mas antes que o criado pudesse sair para chama-la ela havia chegado.
Lancelot não acreditou, aquela não podia ser Guinevere, não a mulher que o encantou tão profundamente.
Os dois foram a cavalo para Camelot. Foram três dias de viagem e cada dia Lancelot parecia mais apaixonado. Ele falava sobre tudo com ela, como se quisesse impressiona-la, mas ela ficava quieta o tempo todo.
- A senhora não fala?- perguntou Lancelot já cansado de falar sozinho.
- Eu falo quando é preciso falar.- disse ela.
- Não devia. Tem uma bela voz.- disse ele.
- Obrigada. Acho melhor continuarmos, Sir Lancelot.
Os dois prosseguiram a viagem, mas dessa vez Lancelot não falou nada. Ele adorava admira-la dormindo ou fazendo qualquer outra coisa.
Quando eles chegaram em Camelot ele rezou para que Artur não gostasse de Guinevere, que cancelasse o casamento ou qualquer outra coisa assim.
Mas quando Artur encontrou Guinevere, Lancelot percebeu que ele havia gostado muito dela, e o pior, ela também gostou dele.


Os encontros de Lineth e Godric começaram a ser bem mais freqüentes. Os dois se encontravam mais a noite.
Godric estava se sentindo mais jovem do que nunca, aqueles encontros deram uma nova vida a ele. Ele não se importava com a grande diferença de idade entre os dois ou com o que as pessoas iriam falar. A única coisa que ele queria era Lineth ao lado dele.
- Como eu posso ter tanta sorte?- perguntou Godric acariciando o rosto dela.
- Quem faz essa pergunta sou eu.- disse ela sorrindo.
Os dois se beijaram. A noite estava linda, havia várias estrelas no céu e uma enorme lua minguante. Os dois se encontravam perto da árvore em que eles deram o primeiro beijo.
- Lineth...- começou a dizer Godric, vendo se ela estava escutando.
- Sim.
- Você quer se casar comigo?
- Claro.- disse ela sorrindo ainda mais.
- Mas eu estou dizendo de se casar escondido, de fugir daqui, de começar uma nova vida em um lugar distante.
- Eu vou para onde você for.
Aquelas palavras de Lineth eram como mel. Godric sabia que aquela era a mulher com quem ele queria passar o resto dos seus dias.
- Então será amanhã.- disse ele sorrindo.
- Mas tão rápido?- perguntou ela assustada.
- Claro. Eu não posso esperar mais nenhum minuto.
No dia seguinte Godric estava se preparando para fugir, já havia arrumado suas coisas e agora pegava as últimas coisas. Quando olhou para a parede viu a espada ali, ele a segurou por um momento, ela trazia péssimas lembranças para ele. Se não fosse por aquela espada ele agora estaria junto de Blanchefleur e os dois já teriam construído uma família, teriam tido uma vida juntos.
Ele abriu uma porta que havia no chão de seu quarto e colocou a espada ali dentro. Ele andou pela escola como se fosse para se despedir dela, observou cada metro daquele lugar, um lugar que ele havia ajudado a construir com muito esforço.
Finalmente a noite havia chegado, ele foi correndo para o local de encontro. Não agüentava mais esperar. Quando chegou viu que Lineth não estava ali. Ele se entou debaixo da macieira e ficou esperando.
Poucos minutos depois ele viu uma sombra, mas com certeza não era Lineth. Era mulher baixinha e tinha o cabelo claro. Depois Godric conseguiu ver que ela se aproximava puxando uma outra pessoa, puxava Lineth pelo braço.
Godric conseguiu reconhecer a mulher quando ela chegou mais perto, era uma das irmãs de Blanchefleur.
- Emilie.- disse Godric.- Mas o que?
Emilie soltou Lineth e agora encarava Godric.
- Então era com ele com quem você se encontrava? Era com esse assassino?- perguntou Emilie.
- Não o chame de assassino.- disse Lineth.
- Assassino sim. Você não sabe quem ele é.- disse Emilie apontando para Godric.- Conte a ela.
- Eu não tenho nada para contar. Eu não tive culpa.- disse ele.
- A minha filha é uma idiota que nem a tia dela. Por isso era que ela espantava todos os pretendentes, agora já está uma velha para se casar.- disse Emilie.
- Já chega. Eu não estou velha e Godric não é um assassino. Ele me contou tudo e me contou o quanto a senhora era má com a minha tia.
- Contou tudo mesmo? Se eu fosse você não acreditaria.- disse Emilie.
- Blanchefleur era o único talento da sua família, era a única coisa boa naquela casa de gente estúpida.- disse Godric.- Você a torturavam por ela ser uma vidente.
- Ela nunca quis ajudar a família. Se achava importante só porque conhecia o futuro, ela sempre conseguiu a atenção de todos enquanto eu e minha irmã éramos deixadas de lado.
- Ela queria ir embora por causa de vocês.- disse Godric com lágrimas nos olhos.
- E você matou ela.- acusou Emilie.
Lineth não conseguiu entender nada. Ela estava atordoada com aquilo tudo.
- Cala a boca.- gritou Godric já tirando sua varinha e apontando para Emilie.
- Pára com isso mamãe.- pediu Lineth.
- Conte a ela. Diga que no dia em que você e Blanchefleur iam fugir você a matou. Diga que foi com aquela espada que você encontrou no mar e que Blanchefleur a concertou. Concertou para dar de presente a você.- gritou Emilie.
- Diz que isso é mentira.- disse Lineth quase chorando em estado de choque.
Godric ficou quieto e abaixou a varinha.
- Você mentiu para mim esse tempo todo. Você só se aproximou de mim para pode concertar um erro do passado?- perguntou Lineth o encarando enquanto as lágrimas desciam pelo seu rosto pálido.
- Não. Lineth eu te amo.
- Você é um mentiroso. Eu nunca mais quero te ver. Eu tenho nojo de você.- disse ela com escárnio.
- Lineth...- começou a dizer ele.
- Cala a boca.- gritou ela.
Emilie dava um sorriso vendo toda aquela situação.
- Vamos embora filha. Vamos deixar esse assassino sozinho.
Godric ficou ali parado não acreditando. Tudo havia acontecido tão rápido que estava difícil de acreditar.
Mais uma vez ele perdeu a mulher que amava.

- Vivien!- disse Vic abraçando a prima.
Teddy a olhou e percebeu que ela e Vic eram parecidas. As duas ttinham os cabelos platinados, os olhos azuis e tinham o mesmo sorriso. Vivien era mais baixa que Vic, tinha a pele morena queimada de sol e tinham um corpo que fazia o estilo “mulherão”. Já Vic tinha a pele mais clara, sardas no rosto o que fazia seu rosto ser mais delicado; o corpo esguio com curvas mais bem feitas e as pernas compridas que faziam ela ficar quase da mesma altura que Teddy.
- Quanto tempo. E como andam as coisas na Califórnia?- perguntou Vic sorrindo.
- Andam ótimas, você iria adorar. Os trouxas se divertem muito por lá. Aprendi até um esporte novo, é uma coisa chamada surf.- disse ela sorrindo.
- Eu não sei se você se lembra do Teddy.- disse Vic apontando para o marido.
- Nossa Teddy, quanto tempo. Eu só me lembrava de você na época em que você namorava com a Vic.- disse ela apertando a mão de Teddy.- E como está a Seren? Soube que a pequena anda aprontando todas.
- Ela está ótima, está com o padrinho. Por falar nisso eu já ia levar uma carta para o corujal aqui perto.- respondeu Vic.
- Eu estou um pouco cansada.- disse Vivien fazendo careta.
- Entendo, bom, daqui a pouco eu volto.
Teddy se sentou na cadeira em frente a escrivaninha e começou a avaliar alguns livros que ele tinha pegado.
- Posso saber porque me chamaram?- perguntou Vivien olhando para Teddy.
- É uma história muito longa, acho que a Vic saberia te explicar melhor.
- Certo, entendo.- disse ela com uma voz entediada.- Então...
Teddy que estava tendo se concentrar no livro já estava começando a ficar um pouco irritado com Vivien.
- Vocês já estão casados há quanto tempo?- perguntou ela finalmente.
- Há dois anos.- disse ele ainda olhando para o livro.
- E... não enjoa... quero dizer, vocês dois ficaram namorando um tempão para depois se casarem.
- Não, não enjoa.- disse ele levantando a sobrancelha.
- Você... não tem vontade de conhecer novas mulheres?
Foi então que Teddy percebeu onde Vivien queria chegar e não acreditava que a prima da mulher dele estivesse lhe passando uma cantada.
- Sinceramente, acho que esta conversa está se tornando íntima demais.- respondeu ele friamente, mas educadamente.
- Desculpa, eu não queria ser indiscreta. É só.. bem, você e a Vic não tem nada em comum. Ela teve uma vida de princesa, a minha prima Fleur sempre mimou a Vic e você... eu sei como as coisas foram difíceis para você...
- Eu acho melhor parar com essa conversa.
Teddy estava fazendo o possível para não ser mal- educado com Vivien, mas ela definitivamente estava pedindo.
- Voltei.- disse Vic passando pela porta e tirando o casaco.- E então sobre o que estavam conversando?
- Nada de mais, só trocando figurinhas.- disse Vivien antes que Teddy pudesse abrir a boca.
Teddy só ficava observando as duas conversarem, lembrarem dos velhos tempos mas mesmo que ele tentasse não conseguia ser simpático com Vivien, ela era muito falsa para o gosto dele.
- Mas vocês não me disseram por que eu estou aqui.- disse ela interrompendo Vic.
Vic contou tudo o que podia para a prima, Vivien prestava atenção a cada detalhe da história e apesar de achar a história tão fantasiosa quanto perigosa concordou em ajuda-los.
- Bem, o Ministério da França é diferente deste.- disse Vivien depois que Vic contou a história.- Bom, eu não sei os horários, não conheço as salas, definitivamente, não sei como posso ajuda-los.
- Teddy trabalha no ministério, ele pode te ajudar. Nós só precisamos achar a profecia e pelo que eu saiba existem milhares delas. Achei que alguém que soubesse procura-las poderia nos ajudar.- explicou Vic.
- Você conhece todos os horários do ministério?- perguntou Vivien para Teddy.
Quando ela fez a pergunta pareceu que Teddy estava acordando de um sono muito profundo. Ele não conseguia acreditar na falsidade de Vivien e teve que se controlar muito para não ataca-la ali mesmo.
- Não, o ministério é um tanto grande.
- Precisamos conhecer o inimigo para poder ataca-lo.- disse Vivien depois de um tempo pensando.
- Como assim?- perguntou Vic confusa.
- Precisamos conhecer cada canto do ministério, saber de todos os horários, quem entra e quem sai do Departamento de Mistérios. Acredito que os inomináveis não vão gostar de ver estranhos dentro do departamento.
- É, você tem razão. Mas o que pretende?
- Nós vamos ficar de tocaia, até a hora de atacar.




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