07/06/919 - O encantador



Logo que saímos da montanha dos duendes, por todos esses dias em que fiquei sem escrever, andamos por paisagens menos frias e mais exóticas. Chegamos a um consenso de que a escola deveria ser construída em determinado lugar aonde não pudessem chegar os trouxas e isso seria feito a partir de um feitiço muito raro ensinado a mim e a Helga pela Rainha Maeve, o mesmo feitiço que mantinha o lago aparentemente inexistente para quem não era bruxo. O local tinha de ser bastante agradável, de modo que no verão fosse o máximo do calor ( eu não concordava com essa idéia particularmente mas Helga e Godric fizeram questão ) e no inverno uma temperatura bastante baixa. Através de determinada ajuda dos duendes, pensamos em um lugar bastante bom, atrás de uma grande floresta. Estávamos caminhando para lá então. No caminho paramos em uma casa velha de um pequeno vilarejo que havia na estrada. Uma velha um pouco estranha nos atendeu.
- Boa noite meus queridos, acredito que estejam procurando abrigo não?
- Se a senhora disponibiliza alguns quartos - Godric pediu - Se não poderíamos acampar como estamos fazendo.
Ela nos olhou desconfiados:
- E o que fazem duas mulheres e um homem vagando por aí?
- Estamos ... erm... tentando chegar para depois da floresta minha senhora - Helga se prontificou a falar.
- Muito estranho. Muito estranho.Nessa floresta acontecem coisas muito estranhas se vocês querem saber, muito estranhas.
- Que tipo de coisas? - perguntei.
- A se começar que comentam de animais que ... ah vocês não acreditariam ...
- Acreditaríamos - disse eu à velha trouxa. - A senhora poderia nos contar?
- Bem ... acontece que fatos muito estranhos estão acontecendo desde alguns meses. Pessoas estão morrendo completamente secas.
- Algum tipo de animal? Estão morrendo porque estão sendo atacadas é isso?
- Exatamente. Minha querida jovem, eu se fosse vocês voltaria para onde vieram... essa floresta é conhecida como floresta das tarântulas.
- Oooora ... como se eu tivesse algum medo de aranhinhas. - Godric entrou na casa da mulher quase derrubando a velha na porta.
- Esse é o problema meu caro - A velha virou-se para ele olhando-o nos olhos. Não são tão pequenas como você imagina. Dizem...
- As pessoas dizem muita coisa - Ele retrucou
- Deixe-a falar - eu pedi
- Bem ... Sir Pascour ... morreu semana passada, porque tentou entrar na floresta... e ele é o décimo quarto só nesse mês.
- Que horror - Helga exclamou.
- Bobagem - Godric disse já sentado e tirando as malditas botas
- Calem a droga da boca e deixem a mulher falar - pedi eu educadamente.
- Pois bem ... meu filho ...Ghom foi buscar alguém de quem ouviu falar quando estava na Escócia. Foi a mais de três meses.
- Quem? - Helga se prontificou.
- Um nobre que não tem medo de nada.
- Prazer Godric Gryffindor - Godric riu.
- Como assim? - Nós três o ignoramos e Helga perguntou
- É muito conhecido do Oriente, de onde provém. Sabia-se que estava na Escócia esses tempos à procura de aventura. Alguns dizem que é um mago, outros um santo. Ninguém sabe ao certo - A velha olhou pela janela - Só sei que esse pode ser quem nos salvará.
- Eu serei quem salvará vocês - Godric se levantou - Amanhã cedo. Existe algum lugar aqui onde se possa comer?
- Eu prepararei alguma coisa para vocês e insisto mais uma vez senhor. É melhor não se meter a besta e entrar nessa floresta se não quiser encarar esse tipo de coisa monstruosa que eu disse que têm aí dentro... mas não vou falar mais - e foi para a cozinha
Godric parecia inconformado e nos olhou:
- Essa trouxa ...
- Xiiiiiiiiiiii... - Helga o fez abaixar o tom de voz.
- Essa trouxa - Godric dizia agora baixinho - Não faz a menor noção de com quem ela está falando não é?
- Vamos dormir - eu pedi para Helga.
Durante a noite esse dia, escutei uivos e barulhos que nunca tinha escutado. Não fiquei com medo, mas pensativa Não sabia realmente se era uma boa idéia tentarmos passar por aquela floresta sozinhos. Nós tínhamos vantagens por termos varínhas e tudo o mais mas acreditei que aquele som era um oponente à altura de um bruxo crescido já.
No outro dia de manhã, Godric acordou com toda a coragem auto destrutiva e a falta de pensar habitual:
- Não quero nem comer nada... vou enfrentar esse animal agora mesmo.
- Para começar que não sabemos se é um animal só ou se são muitos Godric, depois se você não tomar ao menos leite não aguentará cinco segundos de batalha. - eu disse entediada enquanto brincava com algumas uvas encima da mesa.
- Eu sou forte. - ele retrucava parecendo uma criança prestes à pular num rio, porém sem coragem o bastante.
- Pare de falar asneiras e coma logo alguma coisa - Helga dizia mais entediada ainda do que eu olhando para o bonito desenho que costurava.
Linx entrou voando dentro da casa.
- Socorro, um demônio. É o apocalipse. Um anjo do mal - A velha começou a gritar.
- Não minha senhora, nada de demônio, é só minha águia. - eu disse
- Como você pode ter uma águia senhorita?
- Muita gente têm aves de rapina ultimamente - eu contestei
- Sim... os falcoeiros. Não uma donzela tão bonita - Me virei para olhar para a mulher mas vi outra coisa. Um espelho grande. Me vi com a águia nos braços e percebi o quanto tinha eu crescido. Estava definitivamente mais encorpada e minha cintura menor e mais fina. Os cabelos nesse dia estavam presos só pelos lados e caiam até a metade de minhas coxas, ondulados nas pontas. Minhas unhas haviam crescido e meus dedos afinado, e eu não havia me dado conta ainda. Me senti bonita. ( continua )

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