Na Seleção
Ted estava sentado à mesa da Grifinória, conversando animadamente com alguns colegas de dormitório, quando Justin sentou-se ao seu lado.
“Acabei de encontrar com o seu primo, ele está aterrorizado, cara”, o negro esfregou as mãos uma contra a outra, “Mas eu entreguei duas bombas de bosta para ele, enquanto o professor Logbottom não estava vendo... só para o caso de ele cair na Sonserina”, acrescentou, casualmente.
Ted arregalou os olhos.
“Você não falou isso para ele, falou? Esse lance do ‘só para o caso de você cair na Sonserina’?”, perguntou, num sussurro indignado.
O outro encolheu os ombros.
“Justin, eu precisei de três horas para tirar a idéia da cabeça dele!”, Ted gemeu.
“E quem foi que te nomeou a fada madrinha do garoto?”, inquiriu o negro, espreguiçando-se, “Ele vai entrar na Grifinória, nem tem porque se preocupar”, então, os olhos escuros se pregaram em Victoire, um pouco afastada dos dois, que parecia emburrada, lançando olhares de poucos amigos na direção de Ted, “Então, como foi no compartimento da sua protegida?”
“Acho que eu não me divirto tanto desde que ganhei minha primeira vassoura”, Ted deu um sorriso maldoso, e acenou para Victoire, que fechou a cara e voltou a sua atenção para Verônica.
“Ah, sim, ela parece ter se divertido muito com você”, zombou Justin, “Aposto que agora vocês vão para Hogsmeade comprar aqueles colares ‘melhores amigos para sempre’...”
“Não se preocupe, eu trago um para você também”, retrucou Ted, voltando a atenção para o garoto, “Agora, cala a boca que os primeiro-anistas estão entrando”
“OK”, cedeu o outro, acompanhando as duas filas de garotos e garotas, “Mas quero todos os detalhes depois”
“Eu já falei que isso é um tédio?”-comentou Justin.
“Esse é nosso último ano.”-comentou Ted, enquanto aplaudia a menina que ia para a Lufa-Lufa.
“Uau, isso mostra que eu tenho que me concentrar na seleção?”-perguntou o garoto, carrancudo.-“Faltam cinco pirralhos para chegar a vez do Tiago.”
“Mas nós temos que mostrar que a seleção é algo importante.”
“Ah, lógico, para ele ver no ano seguinte que ao contrário do que ele pensava, as pessoas estão com fome, com sede e sem a mínima paciência de ficar olhando para um chapéu remendado que fala.”
“Você só está desse jeito porque está com fome.”-respondeu Ted.
“Eu estou falando a verdade. Qual é? É bem improvável que eu algum dia vá encontrar com Laura Finnley.”-falou Justin, cruzando os braços.
“É a vez do Tiago.”-Ted disse.-“Apenas torça que ele fique na Grifinória. Ou finja que você está feliz com esse fato.”
“Ele já sabe o que o espera se ele não entrar.”-disse Justin, mas Ted podia ver o sorriso diabólico estampado na cara do garoto.
“Tiago Potter!”-anunciou Minerva McGonagall.
O salão, no momento seguinte, ficou absurdamente quieto.
Ted podia ver as pessoas se curvando e cochichando, revirou os olhos e acenou para o garoto.
“Tiago Potter.”-disse o chapéu.-“Eu me lembro que há 25 anos atrás, a decisão foi um tanto dificultada. Ah, sim, você é corajoso, como o seu pai. E talvez, por isso, que eu decido que a sua casa é GRIFINÓRIA!”
Ted viu Tiago sibilar um ‘obrigado’ para o chapéu, enquanto o tirava. Assim, o menino se levantou do banquinho e andou em direção a mesa da Grifinória.
As pessoas aplaudiam o garoto, enquanto ele se sentava ao lado de Ted.
“Você não acredita!”-disse o garoto, animado, enquanto os pratos começavam a surgir magicamente na frentes deles.-“Hagrid me deixou ir na frente! E eu acho que eu vi a Lula Gigante.”
“Cara, isso é ótimo!”-disse Ted dando uns tapinhas nas costas do garoto, porém, ele foi interrompido por Victoire que saíra do seu lugar e viera correndo em direção ao primo.
“Parabéns Ti!!!”-berrou a garota, o abraçando.
A saia da garota subiu um pouquinho quando ela agarrou Tiago.
Ted revirou os olhos.
Todos os garotos de Hogwarts estavam olhando para uma certa parte do corpo de Victoire, mas Ted estava se lembrando da pequena discussão que os dois tiveram na cabine.
“E por que não deixar as coisas um pouco mais divertidas?”-foi o que pensou o garoto, se virando para Justin e perguntando:
“Você tem um pedaço de papel?”
“Por que você quer?”-perguntou o garoto.
“Porque sim.”-respondeu Ted, impaciente.
“Ah, meu Deus, você está com aquele problema?”
“Eu não vou usar o papel daquele jeito.”-disse Ted, rolando os olhos.
“Ah, então, eu tenho.”-disse o garoto, tirando do bolso, um pedaço de papel.
“Você tem uma pena?”-perguntou Ted, mantendo um olho em Victoire que continuava apertando Tiago como se ele fosse um boneco.
“Garoto, você tem dezessete anos.”-falou Justin, levantando a sobrancelha.-“E nós sabemos alguns feitiços bem úteis, não acha? Como se você precisasse de uma pena para escrever alguma coisa.
“É, nós sabemos.”-disse o garoto, de modo maligno.
Ele pegou a varinha, apontou para o papel e fez o feitiço.
“O que você vai fazer com isso?”-perguntou Justin.
Ted fez um sinal para que ele se calasse e fez um outro feitiço.
“Assista e aprenda, amigo.”-e colocou o papel com cuidado na sua mão.
Virou-se para Victoire.
E com a mão que estava com o papel, ele bateu nas costas de Victoire.
Uma vez.
Duas vezes.
Na terceira, a garota se virou e disse:
“O que você pensa que está fazendo?”
"O que é que você PENSA que tá fazendo?"
“Ah, você não engasgou?”-perguntou o garoto, de modo bem inocente.
“Eu não estou comendo nem bebendo nada, Esquisito.”
“Ah, Monstrenga.”-disse Ted, ignorando Justin que, agora, gargalhava.-“Do jeito que você é, você poderia ter engasgado com a própria saliva.”
A garota apenas bufou, irritada.
“Tudo bem, tudo bem.”-disse Ted, levantando as duas mãos.-“Eu só quis te ajudar, se você não percebeu.”
Ela se virou, porém, Ted a segurou pelo braço e disse:
“Não vai dizer nada?”
“Você quase me derrubou com os seus tapas.”-observou a garota.-“Você acha que eu vou fazer o quê? Agradecer?”
“Ótima opção.”
“Eu não vou fazer isso.”-ela falou, indignada.
“Ingrata!”
“Eu não pedi, Esquisito.”
“Eu pensei que você ia morrer, Vicky.”-ele falou.
“Não acho que você é confiável.”
“OK. OK.”-falou Ted, se aproximando da garota, ela, por instinto, se afastou do garoto, ficando de costas para a mesa da Lufa-Lufa.-“Eu não estava passando bem na viagem, então, você me desculpa pelas coisas que eu fiz?”
“Eu não sei.”-disse a garota, achando estranho que as pessoas apontavam na sua direção.-“Esquisito, o que você está tramando?”
“Assim, você fere os meus sentimentos, Vicky!”-ele disse, colocando as duas mãos no peito, de modo bem dramático.-“Eu estou te pedindo desculpas e você acha que eu estou com segundas intenções?”
“Eu acho.”-ela falou, cruzando os braços.
“Ótimo, então, não fale mais comigo.”-ele falou.
Victoire viu que algumas meninas lançavam olhares de censura para ela, então, disse:
“Está bem, está bem. Eu desculpo.”
O garoto apenas sorriu, se levantou e disse:
“Fico feliz que você está sendo sensata, novamente, Vicky!”-e virando para Tiago e Justin, ele completou.-“O que vocês acham da gente jogar Snap Explosivo no Salão Comunal?”
Justin que tentava esconder o quanto estava rindo, apenas assentiu, assim, eles saíram do Salão Principal.
Victoire que não entendia o porquê das pessoas estarem rindo enquanto olhavam para ela,apenas voltou ao seu lugar.
"Amiga, tem alguma coisa nas suas costas"-disse Margo de maneira bem desconfortável.
Victoire fumegava enquanto subia as escadas, pisando com força contra os degraus de pedra. Ia matá-lo bem lentamente, começaria arrancando fio por fio daqueles cabelos cheios, depois, arrancaria as unhas... e depois...
“PÓ DE FADA”, berrou para a Mulher Gorda, que observou-a abismada, enquanto dava passagem para a grifinória.
Quando pisou no Salão Comunal, seus olhos encontraram instantaneamente os dois sétimo-anistas sentados com Tiago, rindo à iluminação da lareira, enquanto jogavam Snaps Explosivos.
“TEODORO LUPIN!”, rugiu ela, com tanta força que o garoto pulou na poltrona e voltou-se para ela, os olhos arregalados, mas ao ver quem o chamara tão furiosamente, deu um sorriso relaxado.
“Monstrenga! Achei que fosse ficar se divertindo com seus amigos mais um tempinho”, disse, voltando a atenção para as cartas, numa expressão pensativa, “Aconteceu alguma coisa?”
“Ah, aconteceu!”, berrou ela, encurtando a distância entre eles, “Eu tenho um lunático demente tentando acabar com a minha vida!”
Ted fungou, indiferente, e continuou analisando as próprias cartas.
“Sério? E quem é?”, perguntou, inocente, enquanto jogava uma carta na mesa de centro.
A garota cerrou os punhos e rangeu os dentes, irada. Se tinha uma coisa a qual Victoire Weasley não estava acostumada era a ser ignorada.
“O lunático demente é você, Esquisito”, grunhiu, incrédula.
Justin tinha acabado de fazer sua jogada e Ted observou-a, com uma sobrancelha erguida.
“Sou, é?”, perguntou, claramente desinteressado, “Interessante”, e voltou os olhos para as próprias cartas, “Essa mão está mesmo interessante...”
“EU ESTOU FALANDO COM VOCÊ!”, berrou ela, com tanta força que Justin e Tiago ergueram os olhos e engoliram em seco, “Não me ignore!”
Ted encarou-a, inexpressivo. Com um suspiro cansado, depositou as cartas na mesa e espreguiçou-se.
“Sou todo ouvidos”, disse, suavemente, dando um sorriso cínico.
Os olhos castanhos de Victoire se acenderam, e ela os cerrou numa careta perigosa. Num gesto firme, ela agarrou a gola do uniforme do garoto e colocou-o de pé.
“Minhas costas não são peludas”, sibilou, os narizes quase se tocando, “E você vai tirar essa porcaria desse papel das minhas costas, ou eu...”
“Ou o quê, Monstrenga?”, retrucou ele, parecendo subitamente irritado, apesar da voz controlada, e seus olhos escureceram ainda mais, até ficarem de um verde profundo, semelhante à cor dos olhos do padrinho, quando esse se enfurecia.
“Não me subestime, Esquisito”, resmungou, afastando-se, e voltou as costas para o garoto, “Agora, tire esse papel daí”
“Até tem uma parte de mim que até quer te ajudar, sabe, Monstrenga? Mas a outra parte, a lunática demente insiste que o mundo tem que saber a verdade sobre você”, suspirou ele, “Então, eu ajudo você e sua reputação... ou faço um bem à humanidade?”, fez uma cara pensativa, “Desculpe, Monstrenguinha, mas minha avó me ensinou que primeiro vem a comunidade, depois o indivíduo”
“O que é? Eu tenho que provar que não tenho pêlos nas costas, é isso?”, perguntou, irritada.
“Só se você quiser”, Ted deu um sorriso preguiçoso, “Mas eu gostaria que você esperasse o Tiago deixar o recinto. Não queremos que o garoto tenha pesadelos pelo resto da vida, queremos?”
Victoire soltou um berrinho abafado.
“Qual é o seu problema?”, soltou, por fim, “Por que é que você está... será que a gente não pode voltar a se ignorar como fazíamos até hoje?”, perguntou, irritada.
“Eu gosto da sua companhia, Monstrenga”, disse ele, num tom carinhoso falso, “Acho você adorável, espirituosa, divertida. Acho que você é minha mais nova melhor amiga! Um abraço?”, irônico, abriu os braços.
“Sabe o que você pode fazer com esse abraço?”, ela perguntou, depois ergueu uma sobrancelha, “Eu vou para o meu quarto. Se o Esquisito aqui for encontrado morto por asfixia com um travesseiro amanhã, Justin, saiba que fui eu”, e saiu pisando duro, escada acima.
Ted voltou a se sentar, com um suspiro, enquanto revirava os olhos.
“Garotas”, resmungou.
Ergueu os olhos para Tiago e Justin que ainda o encaravam, em silêncio.
“O quê? Não querem mais jogar?”
“Cara, você percebeu que a Victoire estava disposta a tirar a blusa, não percebeu? E que você impediu que isso acontecesse”, acrescentou Justin, sentando-se na outra poltrona e pegando as cartas, “Nos privou do melhor show de boas vindas da década! Podia ser uma oportunidade única para o Pequeno Potter, aqui!”
Tiago ergueu os olhos castanhos profundos para o negro.
“Cara, ela é minha prima”, lembrou, enojado.
“Se a Victoire não te matar, pode deixar que eu faço o trabalho”, resmungou, ignorando o comentário do menino.
Um breve silêncio.
“Tiago, é sua vez”
E eles continuaram a jogar.
Esperamos que vocês gostem da idéia, OK?
Aguardamos por comentários!!
Até o próximo capítulo!!
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