O começo



Capítulo 2- O começo


Cinco anos atrás, estação Kings Kross. Lá estava eu com minha família, esperando para finalmente entrar no trem que me lavaria até Hogwarts, quando papai chamou minha atenção para algo que mudaria minha vida: aquele serzinho loiro, rosto fino, olhos azuis acinzentados, ar petulante, que estava acompanhado de uma mulher alta e esguia que possuía o mesmo olhar petulante do garoto e um homem de aparência arrogante. Não fazia a menor ideia de quem eram aquelas pessoas até que alguém mencionou o nome Malfoy. Naquele exato momento percebi que teríamos problemas.



Quando papai olhou dentro dos meus olhos e disse que eu o superasse em tudo, não tive dúvidas de que teríamos problemas. Não dei importância quando mamãe pediu que não desse ouvidos às besteiras do meu pai. Tudo o que conseguia pensar era que seria melhor que aquele Malfoy a qualquer custo. Fiquei ali, observando-o de longe e quando entramos no trem, meu olhar encontrou aquele par de incríveis olhos azuis acinzentados e a vergonha tomou conta de mim. E não havia nada que me irritasse mais do que me sentir envergonhada. Foi então que decidi fazer das palavras de meu pai o norte da minha vida, afinal ninguém me deixava envergonhada e saia ileso! A partir daquele momento tive certeza absoluta de que teríamos problemas.



Um enorme desejo de vencê-lo nasceu dentro de mim e a cada novo dia eu me tornava mais competitiva. No primeiro ano, nos encontrávamos durante as aulas e eu fazia questão de responder a todas as perguntas que eram feitas. Passava horas e horas estudando na biblioteca, fui aluna destaque entre as casas e sabia coisas que nenhum outro calouro de Hogwarts sabia. Era amiga dos elfos domésticos e visitava o professor de Trato com as Criaturas Mágicas todos os finais-de-semana. Julgava-me superior àquele garotinho medíocre da Sonserina.



No segundo ano, travamos uma guerra. Ele era um gênio e parecia estar disposto a ser o melhor. Eu não saia mais da biblioteca ou da sala comunal. Estava sempre com a cara enfiada nos livros, não me divertia, só andava pelo castelo para ir ao corujal enviar cartas à minha família. Meu desejo de superá-lo tornou-se uma obsessão maior do que eu podia imaginar. Nesse mesmo ano fomos considerados os melhores alunos de nossas respectivas casas. Ele não era mais tão medíocre e eu não era mais tão superior.
Mas foi no terceiro ano que ele provou não ser um idiota e resolvi levantar a bandeira branca e dar uma trégua. A guerra teria, finalmente, um intervalo.

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