Four
Capítulo 4
ou All Star Fantasiado
Acho que em toda a minha vida nunca encontrei alguém tão irritante quanto a Alisson. É incrível! Parece que o objetivo da vida dela é me humilhar, atazanar (?), encher o saco, sei lá como isso se chama.
É horrível. Ela ainda faz questão de fazer em meio a muitas pessoas, para me atingir mais. E o pior de tudo, é que ela também faz questão de se esfregar no Sirius quando estou por perto. Como se já não fosse ruim demais para mim, não ter nenhum cara legal e bonito gostando de mim, ainda tem um cara lindo com uma namorada que é um monstro, se esfregando nele todo santo dia na minha frente.
É, eu acho que a vida não é justa. E eu não cheguei à essa conclusão do nada. Cheguei à ela enquanto assistia Moulin Rouge com meu irmão na TV.
- Ai, como eu odeio filmes românticos. – eu resmunguei logo que os créditos do filme começaram a aparecer.
- Como assim? É o seu tipo de filme preferido.
- Era. Até eu chegar a seguinte conclusão: - meu irmão revirou os olhos e disse entediado “Lá vem.” – Romance, é algo falso, criado por Hollywood para ganharem dinheiro! Nunca, em nenhum lugar que eu vou achar um cara assim, fofo, inteligente, bonito, que faça algo romântico por mim. Só as garotas bonitas conseguem isso. A vida não é justa com as pessoas boas e normais.
Ele me abraçou pelos ombros;
- Marlene. Sabe como isso se chama? – incentivei ele a continuar com um aceno. Estava curiosa pra saber o que o ele tinha para me dizer de tão sábio. – Isso se chama carência! Você precisa de carinho de um namorado.
- Bom, não sei se você sabe, mas o único garoto que já se interessou por mim, foi aquele anãozinho da nossa antiga escola que tinha 10 anos. E além do mais, você não facilita muito as coisas para mim sendo um irmão mais velho super protetor.
- Okay. Primeiro: isso não é verdade. Tenho certeza que já tiveram muito caras que se interessaram por você, mas não tiveram coragem pra falar! Segundo: é minha obrigação como irmão mais velho, te proteger de caras idiotas. E terceiro: pare de dizer que você não é bonita, porque você é. Aliás você é linda. Afinal, você é minha irmã! – eu sabia que no meio de toda essa conversa meu irmão iria falar alguma besteira.
- Ryan! Você se acha demais, sabia? – ele se levantou do sofá indo em direção à cozinha rindo.
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Eu passei a semana inteira tentando falar com Sirius. Mas quem disse que eu conseguia? Parece que ela tinha grudado nele com Super Bonder! Todas as vezes que eu via Sirius no corredor ou na lanchonete, ela estava com ele! E quando eu via ele sozinho era só eu piscar os olhos que ela já estava lá do lado dele! Argh, que garota irritante!
Foi só na quinta-feira que eu consegui falar com Sirius. Aparentemente Alisson estava na casa de umas amigas resolvendo algo em relação à festa a fantasia. Ele estava no Luke’s com todo o pessoal (James, Remus, Dorcas, Lily e Emmy). Meu irmão já tinha ido embora porque iria ao cinema com a Jenny.
Eu estava trocando a música da jukebox por “Great Balls Of Fire” do Jerry Lee Lewis, quando Sirius apareceu ao meu lado:
- E aí, pronta pro show? – ele estava sorrindo, e parecia bem animado.
- Ai Sirius... eu tentei falar com você a semana inteira. Meus pais não me deixaram ir. Eu mencionei a festa primeiro, e eles me deixaram ir a ela, mas eles nunca me deixam ir sozinha a um show.
- Mas você não vai estar sozinha! – ele exclamou assustado. - Eu irei te proteger! – ele terminou com um sorriso de galã de novela das oito lindo de morrer.
- Haha, bela tentativa, Casanova. – eu respondi indo em direção ao balcão enquanto ele me seguia. - Mas isso não vai convencer meus pais a me deixarem ir.
Uau, acho que foi a primeira vez que Sirius não teve efeito sobre mim. Ok, talvez seu sorriso tivesse me afetado só um pouquinho.
Ele suspirou:
- Tudo bem. Eu vendo o ingresso na fila pra algum desesperado. – eu ri, e ele continuou de um jeito interessado. – Então... qual é a sua fantasia?
- Quem disse que eu vou na festa? – eu respondi arqueando a sobrancelhas.
- Hm, uns passarinhos me contaram. – ele disse com aquele sorriso maravilhoso.
- Se por “passarinhos”, você quer dizer as meninas – eu respondi, apontando pra elas que estava na mesa conversando – Então sim. Os passarinhos estavam certos.
- Então, qual é a sua fantasia? – ele arqueou uma sobrancelha.
- Sinto muito decepcioná-lo, mas você só saberá isso sábado. – Ele revirou os olhos enquanto resmungava “Mulheres!”.
Enquanto eu trabalhava no balcão, Sirius ficou lá comigo conversando sobre música, filmes e inclusive esportes, um assunto no qual eu fico completamente perdida. Até que de repente, Alisson apareceu.
- Si! – ela berrou disse enquanto entrava no Luke’s usando seus saltos Manolo Blahnik. – Onde você estava? Eu te procurei por toda parte!
- Lis? O que você está fazendo aqui? Achei que estava na casa da Stacy.
- Estava, mas nós terminamos nossa reunião mais cedo, e eu resolvi te encontrar, mas você não estava em casa... – ela parou de falar, e de repente olhou para mim. – Querida? Com licença que essa é uma conversar particular.
Assenti com a cabeça, e saí sem dizer nada. Fui até a cozinha para ver se Johnny já tinha outros pedidos prontos.
Estava longe deles, então não conseguia ouvir o que eles estavam falando, mas pela cara dela, coisa boa não era.
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No dia seguinte, Alisson não desgrudou de Sirius assim como no resto da semana. Por isso evitava ficar perto deles o máximo que podia, a presença dela me incomodava muito e eu sabia que ela se sentia do mesmo jeito quanto a mim. E a última coisa que eu queria era confusão. Ainda mais envolvendo o Sirius.
- Então Lene, você quer ir lá pra casa antes da festa? – Emmy perguntou. – Eu e as meninas vamos nos arrumar lá, e depois vamos direto para a festa.
- Ah não, se preocupem. Eu me arrumo em casa mesmo. Além do mais, Ryan vai me levar.
- Porque seu irmão não se arruma lá em casa também? – ela perguntou animada. Tão animada, que não só eu, como Dorcas e Lily também olharam para ela intrigadas com tanta animação. Mas ela fingiu pareceu não perceber, e continuou: - Ou você vai lá pra casa depois da aula com a gente, e na hora da festa seu irmão passa lá e te busca!
Isso pareceu acalmar um pouco a curiosidade das meninas, mas não foi o suficiente.
- Hm, acho que tudo bem. Vou falar com ele, e mais tardo dou a reposta pra vocês, okay?
No intervalo das aulas, falei para Ryan o que Emmy me havia proposto. Ele disse que tudo bem, mas não me parecia que ele tinha gostado dessa idéia. Será que ele não quer que eu vá para casa da Emmy?
No final do dia, enquanto meu irmão e eu voltávamos para casa (porque hoje eu não tinha que trabalhar no Luke’s), um silêncio irritante estava no ar. Muito estranho, porque dificilmente meu irmão e eu ficamos sem conversar quando estamos no carro:
- Ryan, você ‘tá bem? – Ryan assentiu balançando a cabeça, sem desviar os olhos da rua. – Ry, você sabe que pode me falar qualquer coisa, não sabe? – ele assentiu mais uma vez. – Então porque você não fala comigo?
Ele estacionou o carro na garagem de casa e olhou para mim, e pude perceber, pela primeira vez em toda minha vida, que Ryan estava a ponto de chorar. E só de ver isso, me fez ficar com lágrimas nos olhos também.
E mais ainda quando ele me abraçou, e escondeu seu rosto em meu ombro. Do jeito que eu fazia quando estava triste e precisava de um ombro pra chorar. E coloquei minhas mãos nas costas dele, sem saber direito o que fazer. Meu irmão sempre fora a pessoa mais forte e corajosa que eu já tinha visto, e chorar não era típico dele. E além do mais, eu sabia consolar minhas amigas, mas não meu irmão.
- Jenny terminou comigo.
Nesse momento eu fiquei espantada e o puxei para minha frente fazendo-o me encarar. – Como assim? Porquê? Quando?
- Foi ontem à noite. Ela... – a voz dele falhou, e eu pude perceber que ele estava tentando ao máximo não chorar na minha frente. Ele respirou fundo e continuou: - Ela disse que eu tenho andado muito distante e que nesse tempo começou a pensar sobre a nossa relação e chegou a conclusão que era melhor terminarmos.
- Pera aí. Você não tem andado muito distante. Nos últimos capítulos dias, você tem saído com ela e tudo mais.
Ele balançou a cabeça, respirou fundo mais uma vez e saiu do carro. Ryan foi direto para seu quarto fechando a porta atrás de si. Me senti horrível. Primeiro porque o dia inteiro falei com ele na escola e não percebi nada de diferente. Segundo porque eu não sabia o que fazer. Nunca tive um namorado, e conseqüentemente, não sei como é ser “chutado” por alguém.
Acho que nunca havia me sentido tão inútil, e por isso, me sentei no sofá, pensando. Tinha algo de errado com essa história. Meu irmão sempre deu atenção demais à Jenny, e ainda estávamos na nossa primeira semana de aula, por isso eles se encontraram várias vezes. Não tinha como Ryan não ter dado atenção suficiente a ela. Não mesmo.
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Sábado acordei muito cedo. Devia ser umas seis horas da manhã, porque o sol ainda estava nascendo. Desci as escadas indo para a cozinha e percebi que não era a única que não estava com sono.
- Sei que não é a melhor pergunta para se fazer agora, mas... como você está se sentindo? – perguntei a meu irmão, que estava comendo cereal sentado à mesa.
- Melhor do que ontem, com certeza. – ele deu um sorriso fraco, e eu tentei sorrir também. – Quer cereal?
- Quero sim. – e fui em direção ao armário, e, enquanto pegava o pote, observei meu irmão. Seus olhos ainda estavam inchados, com certeza ele tinha chorado muito ontem à noite. Mas ele tinha um pequeno sorriso nos lábios enquanto comia.
Coloquei o meu pote na mesa, e ficamos conversando um pouco enquanto tomávamos café-da-manhã (com muito cuidado para não tocar no assunto de ontem à noite), quando ele falou:
- E então, que horas você quer que eu te busque na casa da Emmy?
- Como assim? Você vai na festa? – isso era uma grande surpresa para mim.
- Claro que sim. Não posso deixar que isso me deixe pra baixo, Lene. A vida continua. – Nossa. Agora isso sim, foi uma grande surpresa para mim. – Além do mais, eu já paguei a fantasia, não vou gastar meu dinheiro à toa. – eu sorri.
Há. Eu sabia que ele ia falar alguma gracinha. Como sempre.
- Hm, lá pelas oito horas. É o horário que a festa começa. – eu disse sorrindo.
- Combinado, então.
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Emmy me ligou na hora do almoço, me pedindo pra ir a casa dela às 5 da tarde pra podermos nos arrumar pra festa. E foi pouco depois do horário que marcamos que Ryan e eu tocamos a campainha da casa dela. E não demorou muito pra Emmy atendê-la.
- Oh my God! – ela exclamou ao ver meu irmão ao meu lado. Ela parecia surpresa, porque ela estava com uma máscara facial branca no rosto. Teria sido mais engraçado se fosse verde. – Desculpem pelo rosto assim, achei que a Lene viria sozinha.
Eu sorri: - Mas eu vim! Ryan só estava me deixando aqui na porta. – e dizendo isso dei um beijo na bochecha dele, e percebi que ele se esforçava pra não rir de Emmy. – Me busca às 8? – ele assentiu com a cabeça, e olhando para nós duas murmurou um “tchau” e foi embora.
- Oh my God again! – ela exclamou fechando a porta. – Você poderia ter me avisado que seu irmão vinha, né?
- E como eu ia saber que você iria atender a porta, com o rosto assim? – Eu perguntei rindo, a fazendo rir também.
- Tem razão. Vamos, as meninas já estão lá em cima! – e subimos as escadas.
A casa de Emmy não era a mansão gigante que eu esperava, mas também não era pequena. Era grande, mas na medida certa.
Passamos por várias portas pelo corredor, até que chegamos na última. Ela abriu a porta, e entrou me convidando a fazer o mesmo.
O quarto dela era lindo. Grande, com as paredes brancas, e a decoração bem delicada. Praticamente tudo em tons de rosa-bebê. O closet, eu pude perceber, deveria ser do tamanho o meu quarto.
Num canto, estava a cama, que ficava perto da janela enorme onde tinha uma varanda. Em outro, uma penteadeira linda, do tipo que a minha avó tem, com um banquinho combinando.
E era nesse mesmo banquinho que Dorcas estava sentada, usando um short jeans e uma camiseta amarela, enquanto lia uma revista. Ela me deu um tímido oi sorrindo, e voltou sua atenção à revista.
Logo em seguida, Lily saiu por uma porta, que deveria ser o banheiro, usando um roupão branco e com uma toalha enrolada na cabeça, ela veio me abraçar.
- Que bom que você veio, Lene! Nós iremos te arrumar direitinho, você vai ver! – ela disse enquanto pegava a fantasia que estava nas minhas mãos e pendurando-a no closet.
Opa. O que ela quis dizer com “arrumar direitinho”?
- Ah não se preocupem meninas. Eu nem vou me maquiar nem nada. Só vou colocar a fantasia e prender o meu cabelo. - eu disse sorrindo. Afinal, incomodar era a última coisa que eu queria.
- Como assim não vai usar maquiagem? – Emmy perguntou assustada. - Porque não?
- Bem... eu não sei me maquiar direito. – eu disse baixinho. Era verdade. O máximo que eu sabia usar era um lápis de olho, que, aliás, está mofando na minha gaveta.
Elas se entreolharam. Dorcas tinha deixado a revista de lado e ficado do lado de Lily no momento em que eu disse que não iria usar maquiagem.
- Mas é pra isso que estamos aqui, baby. – Emmy disse carinhosamente enquanto passava os braços pelos meus ombros. – Não se preocupe nós vamos te ajudar, não é meninas?
Elas assentiram sorrindo. E eu sorri também.
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Eu fui tomar um banho depois de todas e quase tomei um susto quando vi o banheiro. Era grande, e muito bem mobiliado. Demorei uns 10 minutos, e depois saí, vestindo o roupão e a toalha na cabeça que Emmeline havia me emprestado.
Todas estavam sentadas na cama conversando, e, aparentemente, já maquiadas e com a o cabelo pronto.
- Então, - Dorcas começou enquanto se levantava. – Vamos começar?
Elas me mandaram sentar no banquinho em frente a penteadeira enquanto elas analisavam o meu rosto e discutiam entre si pra ver o que combinava com a fantasia. Pelo menos eu acho que era isso que elas estavam fazendo.
Elas fizeram primeiro a minha maquiagem, e depois o meu cabelo. Mas em nenhum momento elas me deixaram ver no espelho o que elas estavam fazendo. Só depois que eu coloquei a minha fantasia e terminei tudo, que elas me deixaram me ver (?).
Eu não sei como elas fizeram isso em, eu acho menos de duas horas. Elas devem ser mágicas, só pode ser.
O meu cabelo estava preso num rabo de cabelo bem alto com um laço de fita e tinha alguns cachos nas pontas.
Na maquiagem foi onde eu me surpreendi mais. A minha pele, antes pálida de dar medo, estava normal. As olheiras estavam quase inexistentes e as bochechas, rosadas. Nos olhos, os meus cílios estavam beeem grandes. Mesmo. E tinha um traço de um delineador preto, aqueles estilo “gatinha”, como minha mãe e avó sempre diziam, na pálpebra. E a boca estava rosinha.
E, pela primeira vez (eu acho), eu me senti... bonita. Bonita de verdade. Tudo estava combinando perfeitamente com a minha fantasia.
Eu sorri, muito emocionada de verdade:
- Meninas.... uau! Como vocês conseguiram?
- Conseguimos o quê? – Lily perguntou tão confusa quanto as outras.
- Isso! Me deixar bonita! – Elas riram.
- Lene, isso não foi difícil. Nós só realçamos mais as suas qualidades. – Dorcas falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
E aí eu reparei em como elas estavam. Dorcas estava com uma tiara brilhante na cabeça, com os cabelos soltos e lisos, e levemente maquiada.
Lily estava com uma trança bem feita e a maquiagem em um tom dourado, combinando com a fantasia.
E Emmy estava com o cabelo bem cacheado, a maquiagem mais forte que a de Dorcas, mas ainda assim bonita, e combinava bem com o vestido estilo Nina Ricci dela.
- Então meninas? Vamos? – Emmy perguntou. – Lucy, a governanta, disse que seu irmão já ‘tá lá embaixo, Lene.
Elas saíram do quarto e eu as segui. Mas, como minha coordenação motora é zero, consegui desamarrar meu All Star. Me abaixei e os amarrei enquanto elas desciam as escadas.
- Marlene, vamos logo! Eu não quero chegar atrasado na festa! – meu irmão berrou de lá debaixo.
- Eu achava que você não queria ir à festa. – eu respondi de lá de cima.
- É, mas isso foi antes de vocês me convencerem a alugar a fantasia!
Eu ri, enquanto descia as escadas da casa de Emmy calmamente.
- Como eu estou? – perguntei enquanto saltava o último degrau da escada, porque já era seguro. Segurança em primeiro lugar!
- Ótima. Bom trabalho meninas.
Eu ri. Mas aí reparei em como ele estava vestido. A fantasia dele era de príncipe. Era azul marinho, e ficava muito bem nele. Hm, acho que hoje à noite ele vai esquecer que a Jenny algum dia existiu. Bom, se ele arranjasse alguma menina lá na festa, eu ficaria muito feliz por ele.
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- Hannah! Lisa! Charlotte! Carl! Dan! – era assim que as meninas iam entrando na festa. Dando “oi” de longe para um monte de gente, enquanto eu ia atrás delas com meu irmão, tentando me esconder.
- Lene, eu vou ali pegar uma bebida, okay? – meu irmão me disse, apontando para uma mesa do outro lado do salão.
- Eu vou com você! – Emmy respondeu gritou prontamente, e eles foram juntos conversando.
A casa das primas de Sirius era enorme. Na verdade estava mais para uma mansão. Logo que chegamos, havia um hall de entrada. E ao lado, uma porta que levava ao salão onde estava rolando a festa.
Eu nunca fui a muitas festas, mas eu estava me sentindo em um episódio de “The OC”. Várias pessoas dançando ao som de uma música eletrônica muito alta, casais se agarrando nos cantos ou mesmo lá fora, e eu podia ter certeza que aquela bebida na mesa estava “batizada”.
Nos encontramos com James, Remus e um outro cara que me foi apresentado como Edgar, vestidos de pirata, vampiro e jogador de futebol americano, respectivamente. As meninas começaram a conversar, mas logo senti a necessidade de sair dali. Edgar já tinha ido embora, e estava claro que eu estava “segurando vela” para os dois casais.
Dei a desculpa que iria beber alguma coisa e saí andando pelo salão.
Realmente, alguns casais ali eram nojentos. Dava até vontade de berrar “GET A ROOM, PEOPLE!”, pra ver se eles se tocavam.
Enquanto tocava “Shining Star” do Get Far e eu fiquei cantando junto, e esbarrei num casal bêbado que estava passando por mim.
- Desculpa... – E logo em seguida esbarrei em outra coisa. Eu não disse? Coordenação motora zero. Eu estava preparada para sentir o chão duro nas minhas costas, mas o que eu senti foram um braço e uma mão quentes me impedindo de cair.
Apertei os olhos para tentar identificar quem era naquele escuro com luzes piscando.
- Sirius?
- Lene? – ele berrou tentando me ouvir direito. – Isso acontece sempre?
- O quê acontece sempre?
- Cair. – eu ri e balancei a cabeça positivamente. Ele riu mais ainda da minha cara. Ele soltou seu braço de mim, pegou minha mão e me puxou para fora do salão.
Saímos por uma porta diferente da qual eu entrei e está vamos num corredor externo que eu logo percebi que dava para o quintal de trás. E foi para lá que nós fomos.
Era realmente um alívio estar do lado de fora da festa. O barulho ficava mais abafado à medida que nos afastávamos da porta.
Passei o caminho sem falar nada, olhando para o chão, pra não correr o risco de cair de novo. Mas podia sentir que ele me encarava.
- Gostei da sua fantasia. – ele disse com aquele sorriso torto, enquanto voltava a olhar para frente.
- Obrigada. – senti minhas bochechas começarem a ficar vermelhas, quando de repente me toquei que não tinha reparado na fantasia de Sirius.
Olhei para ele, e fiquei completamente sem palavras. Ele usava uma calça jeans escura, camisa listrada preta e branca, e uma jaqueta de couro. Olhei para cima e vi o seu cabelo: estava de topete. E juro, pra mim, ele estava mais lindo do que nunca.
E aí, caiu a ficha: - Você ‘tá de Elvis Presley?
- Uhum. E acho que nossas fantasias estão combinando, não acha? – ele disse enquanto levantava uma sobrancelha e dava o sorriso torto mais uma vez.
Olhei para mim mesma, mas nem precisava para saber que era verdade. Eu usava um vestido rodado branco de bolinhas pretas até o joelho, o casaco de couro emprestado da Emmy que eu estava usando antes ficou no carro de Ryan. E lógico, eu estava usando um All Star. Desta vez era preto, sem nada escrito.
E eu logo vi que o dele também era preto, igualzinho ao meu.
- Os nossos tênis são iguais, também. – ops. Porque eu falei isso? Ai não, comecei a ficar vermelha de novo. – Então, como foi o show? – falei tentando mudar de assunto.
Fui andando até perto da piscina onde havia várias velas acesas flutuando, enquanto Sirius me seguia.
- Foi bom. Uma pena que você não pôde estar lá. Tenho certeza que você ia gostar muito.
- É... eu queria muito ir, mas eu só podia escolher um dos dois.
- Então, porque você não escolheu o show? – Ai. Meu. Deus. Porquê ele fez essa pergunta?
- Okay, deixe eu reformular a minha frase que estava errada. Eu não podia escolher, porque meus não me deixam ir a um show sem meu irmão. Ele é super protetor e tudo mais, assim como meus pais.
- Hm, okay então. – ele respondeu tirando a jaqueta, e se sentando no chão.
- Ahn, Sirius... o que você ‘tá fazendo?
- Sentando no chão, oras. – ele respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
Eu queria muito dizer que eu queria saber sobre a jaqueta, mas me segurei.
- Hm, por quê? Porque não vamos lá pra dentro?
- Porque está muito calor, e além do mais, ainda não tocou a música que eu quero.
- E... qual é a música que você quer? – não tinha como me segurar dessa vez. Eu tinha que perguntar isso.
- Você vai ver. – ele disse deitando no chão e fechando os olhos. Eu fui até o banco que tinha perto e me sentei olhando para o céu. Estava uma noite linda, o céu estrelado.
Olhei imediatamente para Sirius. OH MY GOD! Ele agora estava me encarando.
- E aí? Vamos dançar? – OMFG, acho que estou hiperventilando.
- É lógico! – eu disse me levantando rapidamente enquanto ele vestia a jaqueta e se levantava também. Dude, é Elvis. Não tem como eu negar dançar uma música do rei. Ainda mais com Sirius na minha frente vestido de Elvis Presley mais irresistível do que nunca!
Ele estendeu a mão pra mim, e pela primeira vez eu não fiquei vermelha. Peguei na sua mão e ele me puxou pra dentro do salão.
A pista estava mais vazia. Ai ai, essas pessoas definitivamente não sabem o que é música boa.
Sirius me puxou para exatamente no meio. E começamos a dançar. Esse era o único tipo de dança que eu não tinha medo de dançar e que eu sabia dançar. E Sirius sabia dançar também. E muito bem, por sinal.
Todos aqueles passos difíceis de pegar a menina no colo e jogar pra cima, rodopiar e tudo mais, ele sabia fazer direitinho, eu nunca tinha visto alguém dançar rockabilly tão bem quanto ele. Hm, será que ele tem algum defeito?
A música acabou e eu estava sem fôlego. De tanto dançar e cantar junto da música. Sirius não parecia cansado, mas me encarava de um jeito estranho que eu não consegui identificar o que era.
De repente, uma música mais lenta começou a tocar e vários casais começaram a dançar, inclusive James com Lily, e Remus com Dorcas.
Eu já ia sair da pista, quando ele me puxou:
- Hey, só mais uma dança. – ele deu aquele mesmo sorriso torto, mas não do jeito maroto que sempre era. Mas de um jeito fofo. – Por favor? – Aaaaaaiiii não! Lá vem ele com esses grandes olhos azuis de novo! Me diz se tem como eu dizer não?
Eu só deixei ele me puxar, colocando a sua mão direita na minha cintura enquanto segurava minha mão com a outra. Minha mão esquerda estava em seu ombro. O mais incrível de tudo isso, é que eu não tirei meus olhos dos deles nem um segundo, e ele também não.
- Como você sabia que aquela música iria tocar? – eu perguntei, enquanto ele dançava, porque eu tinha a impressão de estar completamente parada.
- Porque eu pedi pras minhas primas colocarem aquela música. – ele continuava me encarando daquele jeito estranho.
- Porque você fez isso? – eu realmente não fazia idéia de porque ele faria isso. Eu esperava que ele dissesse que era porque ele gostava da música. Mas não foi isso que eu ouvi.
- Por causa de você. – Essa me resposta me deixou tão surpresa que eu dei um passo para trás. Ou melhor, tentei, porque Sirius me segurou mais forte pela cintura. – Bom, eu achava que você não era uma dessas pessoas que gostam das músicas que todo mundo ouve, então queria que você se divertisse numa festa que eu estava te convidando.
- Tecnicamente foram as suas primas, já que a festa é delas. – Ele riu, mas continuou como se eu não tivesse dito nada.
- E também porque eu queria dançar com você pelo menos uma vez. – Essa resposta me deixou mais surpresa ainda. Ele a disse tão baixinho, que eu tive que pensar durante uns minutos tanto para ter certeza que ele tinha dito isso e para processar isso.
No momento que ele disse isso, eu olhei para baixo. Só depois de pensar durante esses vários minutos, que eu levantei os olhos para encarar ele. E eu sabia que provavelmente iria me arrepender de perguntar:
- Por quê?
Ele não me respondeu. Ele só parou de dançar, ainda meio sério, me olhando daquele jeito.
Tirou a minha mão esquerda do ombro dele e a segurou junto da minha outra mão, ainda me encarando. Uh-oh. Será que...
De repente ele soltou as minhas mãos e colocou as dele no meu rosto. Ele foi chegando mais perto, mais perto, fechando os olhos, e quando eu fechei os meus também...
- HEY! O que diabos você está fazendo com a minha namorada!?
N/A: Heeey! /se escondendo/
Mil desculpas pela demora, mas esse capítulo foi meio complicado de escrever. Primeiro porque eu estava sem idéia nenhuma sobre o que ia acontecer na festa, só algumas partes, e depois, eu só consigo escrever um capítulo de uma fic de cada vez. Ou seja, se eu escrevi esse daqui, provavelmente vou escrever o capítulo de “Bonequinha de Luxo” ou “Thirst For Blood”. Maaaas, este capítulo teve 12 páginas! *--* Imagino que este foi o maior capítulo que eu já escrevi. :]
Juro pra vocês que eu cogitei a possibilidade deste ser o último capítulo da fic, mas me segurei. Tenho várias idéias bem legais pra ela, mas ainda não sei direito como encaixá-las.
Anyway, sei que estou meio atrasada, mas espero que vocês tenham tido um final de ano muito legal e tals. (:
Queria agradecer de coração pra quem está comentando e gostando dessa fic besta que eu escrevo. ._.
E eu sei que vocês vão me odiar por isso, mas eu só tenho mais 1 semana e 3 dias de férias! E depois... segundo colegial! Não estou animada em voltar às aulas, mas vou tentar escrever nos finais de semana!
Hm, mas o que vocês acharam do capítulo? Ruim? Péssimo? Passável? Me digam por favor!
Beeijos!
ps: Sei que provavelmente vocês vão querer me matar por ter parado o capítulo nesse momento! :x
pps: Duvido que alguém consegue adivinhar quem falou essa última frase! ;D
Comentários (1)
OMGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG Como assim ? Minha namorada ? Tipo não me mataaaaaaaaaaaaa kkkkkkkkkkk serio, ahhhhhhhhhhhhh eu simplesmente amei o capitulo ahhh amei amei amei mesmo, nem tem como dizer que não amou, porque foi muiiito perfeito *-*beijoos flr!
2012-09-11