O fim, ou um novo começo?

O fim, ou um novo começo?



Finalmente a última noite dos alunos chegara, e a maioria deles, já de malões prontos, se dirigia ao Grande Salão para o banquete de despedida. Harry, pensando nos acontecimentos dos últimos dias, as recentes descobertas e no inevitável retorno à casa dos tios, se atrasou para a festa, pois demorou um longo tempo organizando seu malão sem magia.
Harry pensara no seu retorno à Rua dos Alfeneiros. Embora soubesse agora o porquê da necessidade desse retorno a cada verão, não se sentia melhor em fazê-lo. Magia Antiga o protegia na casa dos tios, mantendo-o a salvo de Voldemort enquanto estivesse fora de Hogwarts e longe do olhar de Dumbledore. Porém o conhecimento desse fato não tornava a situação mais agradável.
Quando foi até o salão comunal procurar por um de seus livros, encontrou Sophie, sentada no chão. Ela parecia perdida em pensamentos, observando uma fotografia um tanto maltratada.
- Você é o resultado de um amor enorme, filha. Um amor que dura até hoje, e que vai durar pela eternidade.
“Você é, e sempre será minha filha, a minha menina.”
- E eu tive que tomar a decisão mais difícil da minha vida. Eu tinha que me afastar de você, para dessa forma poder protegê-la.
“Amei você desde o primeiro instante em que a tive em meus braços.”

- Soph? – chamou Harry, tirando a garota de seus devaneios – Tudo bem?
- Ah, Harry, é você. - disse Sophie, voltando-se para onde o garoto estava - Pensei que já estivessem todos no Grande Salão.
- Eu pensei o mesmo. O que faz aí? - perguntou Harry.
- Ah, nada. Eu só... tava pensando um pouco. - ela respondeu, sem tirar os olhos da fotografia.
- Essa foto... eu tenho uma igual. - comentou o garoto, sentando-se ao lado dela.
- Sirius me deu. Para que eu conhecesse Isabelle.
- Sua mãe verdadeira? - perguntou ele.
- Sim. Ela está aqui. - apontou Sophie – ao lado dele.
Harry olhou a fotografia, ele tinha uma também. Ela continha todos os membros da Ordem da Fênix original. Sophie nem precisava ter indicado Isabelle na fotografia; a semelhança entre as duas era enorme. Ele localizou Dumbledore, depois Lupin, Moody, e finalmente Lilian e Tiago. O garoto deu um suspiro dolorido.
- Nós vamos fazer a morte deles ter valido a pena, Harry. - disse ela, segurando a mão de Harry, e apertando-a levemente - Vamos fazer com que se orgulhem de nós.
A jornada de volta para casa foi tranqüila, na maior parte do tempo. Rony e Harry jogavam xadrez de bruxo e, como sempre, o moreno perdia feio. Hermione e Sophie discutiam um artigo do Profeta Diário; Gina fazia um teste em uma revista, e Neville apenas observava a paisagem passar, acariciando a Mimbulus Mimbletonia que havia ganhado da professora Sprout. O único momento de agitação foi quando Malfoy, que ainda não havia digerido bem a prisão do pai, tentou, junto com Crabbe e Goyle, emboscar Harry no meio do trem, quando o garoto voltava do banheiro. Infelizmente o fizeram diante de uma cabine repleta de membros da “ED”, que lhes lançaram tantos feitiços diferentes ao mesmo tempo, que ao fim da viagem, nem mesmo suas mães seriam capazes de reconhece-los.
Quando chegaram a King’s Cross, e foram autorizados a atravessar a barreira para o lado trouxa da estação, encontraram um enorme grupo os esperando.
Moody, Tonks, Lupin, o sr. e a sra. Weasley, os gêmeos, e Sirius, em forma de cachorro estavam parados em um canto, observando a enorme massa de alunos que deixava o trem. Fred foi encontrar Sophie, enquanto ela caminhava junto com os outros em direção ao comitê de recepção.
- Oi.
- Oi? - perguntou Sophie, fingindo indignação - Eu passo um tempão longe de você, e só ganho um “oi”?
- Desculpa. - disse Fred, desanimado, dando um beijo na namorada.
- Ei, que carinha é essa? - perguntou a garota.
- E você ainda pergunta? Você tá indo embora, tá indo pra longe de mim.
- Fred...
- Como é que a gente vai ficar, Sophie? - perguntou ele, num tom de voz magoado - Você vai pro Brasil, e ainda tem uns bons dois anos de escola. Até lá já vai até ter esquecido de mim.
- Eu não vou esquecer de você. - disse a garota, com um sorriso matreiro - Principalmente por que eu não vou voltar pra A.M.B.A.
- Como é? - Fred perguntou, incrédulo.
- O professor Dumbledore propôs tornar minha transferência permanente. - respondeu a garota, calmamente - E eu aceitei.
- Quer dizer que... que você vai ficar?
- Sim, seu bobo! - disse ela, sorrindo ainda mais - Eu só vou passar as férias com meu pai, nós temos umas coisas pra resolver, e depois volto pra cá.
- Eu... nem acredito! Pensei que fosse perder você. - disse Fred, sorrindo também e abraçando-a com força.
- Isso nunca vai acontecer. - disse Sophie, acariciando o rosto dele.
- Vamos até ali? Eu quero que você conheça os meus pais.
- Tá, mas eu não posso demorar muito. John já está me esperando.
Eles seguiram caminhando, em direção em que estavam os pais de Fred e os demais.
- É mesmo verdade que o Sirius é seu pai? - perguntou o ruivo enquanto andavam devagar em direção ao local onde estavam os outros.
- É. - confirmou Sophie - É uma longa história, eu explico pra você com calma, outra hora.
- Tá. Cara, eu tô ferrado!
- Ué, por quê? - perguntou a garota, confusa.
- Falar com o pai de uma garota já é difícil, - explicou Fred - e pra piorar você ainda tem dois! E se isso não bastasse, um deles é o Sirius.
- O que tem isso? - perguntou ela, sem entender.
- Ele tem jeito de ser ciumento e superprotetor, e do jeito que ele é, - e ele deu uma olhada para onde o cão-Sirius os observava atentamente - eu é que não queria ver ele zangado comigo.
Sophie riu.
- Bom, eu não o conheço direito, mas se for... é, acho que você tá mesmo ferrado.
A sra. Weasley quase esmagou Gina e Rony em um abraço, que logo foi estendido a Harry e Hermione. Sophie corou muito ao ser apresentada aos “sogros”.
- Olá, Harry. – disse Lupin, quando a sra. Weasley finalmente soltou o garoto.
- Oi. O que vocês estão fazendo aqui, assim, em bando?
Lupin riu.
- Bem, nós pensamos em dar uma palavrinha com seus tios, antes que eles o levem. - disse ele.
- São eles ali, não são, Potter? – perguntou Moody.
Harry assentiu.
- Bem, vamos lá, então. - disse Tonks, já começando a andar.
Todo o enorme grupo, incluindo agora os jovens que chegavam da escola, dirigiu-se até onde estavam os tios de Harry, que os olhavam com expressões de pânico.
- Boa tarde. – disse o sr. Weasley – Vocês devem lembrar de mim, eu sou Arthur Weasley.
Os Dursley se entreolharam; eles lembravam.
- Pensamos em falar com os senhores sobre o modo como tratam Harry. - disse Lupin.
- Não vejo porque seria de sua conta o que se passa em minha casa. - rosnou Tio Valter, o rosto vermelho de raiva.
- Bem, há muitas coisas que não é capaz de ver, Dursley, mas este não é o ponto. – disse Sirius, logo após, sob o olhar apavorado dos Dursley, voltar à forma humana.
- Esse não é o... seu padrinho? - perguntou Tio Valter, olhando apavorado para Sirius - O que fugiu da tal prisão dos dementóides?
- Dementadores. - corrigiu Harry - E sim, é ele mesmo.
- É realmente bom que saiba quem eu sou, Dursley. - disse Sirius, em tom ameaçador.
- Bem, voltando ao assunto, o ponto é que, se soubermos que Harry está sendo maltratado... – começou Tonks.
- E nós temos vários meios de saber... – acrescentou Lupin.
- Se tivermos qualquer suspeita disso, Dursley, você terá que responder por isso. – disse Moody, encarando o tio de Harry.
- O senhor está me ameaçando? – perguntou Tio Valter, tentando demonstrar coragem, mas falhando visivelmente.
- Sim, eu estou. – disse Moody, calmamente, erguendo o chapéu de abas largas que usava e revelando seu olho mágico que girava freneticamente na órbita, e terminando de apavorar os Dursley.
- Então, Harry, grite se precisar de nós. - disse Tonks.
- Se não tivermos notícias suas por mais de três dias, iremos pessoalmente verificar. - disse Sirius, abraçando Harry.
Tia Petúnia deu um pequeno salto ao ouvir as palavras do homem.
- Cuide-se, Harry. – disse Lupin.
- Tentaremos tirar você de lá o mais rápido possível, Harry. – disse o sr. Weasley.
- Nós nos vemos logo, cara. – disse Rony.
- É, Harry, logo, logo. – concordou Hermione.
Depois que Harry terminou de despedir-se, e foi embora com os tios, os demais também começaram a se dispersar. Sophie e Fred despediam-se novamente, quando foram interrompidos por Sirius.
- Promete que escreve? - perguntou Fred, manhoso.
- Toda semana.
- Ei, vocês dois aí, escondidinhos. - disse Sirius, chegando onde os jovens estavam.
Fred olhou para Sophie, com uma expressão de “Não disse?”
- Estamos nos despedindo, Sirius. - respondeu Sophie, segurando o riso.
- Vai demorar pra conseguir me chamar de pai, né?
- É, um pouco, eu acho. - disse a garota, sorrindo timidamente – Bem, eu tenho mesmo que ir agora. - ela deu um beijo no namorado.
- Eu te amo. - disse o garoto, fazendo uma carícia no rosto dela.
- Eu também te amo, Fred. - respondeu Sophie, beijando-o novamente - Tchau, Sirius. - disse , dando um abraço no homem – Tente ficar vivo enquanto eu estiver fora. - brincou ela.
- Pode deixar. - disse Sirius, sorrindo - Cuide-se. - disse ele, e quando a garota se afastou para ir embora, virou-se para Fred, agora muito sério – A gente conversa depois, Weasley.

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Bem, gente, acabou. Obrigada a quem leu até aqui, e por favor, eu ainda espero comentários a respeito da fic. Pra quem tiver curtido, a história completa da Isa e do Six vai ser contada em outra fic muito em breve.
Beijokas!!!

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