Em Hogsmeade



As aulas recomeçaram em um ritmo acelerado. Devido à proximidade dos exames, os professores estavam exigindo ainda mais dos alunos. Hermione estudava incessantemente, e tentava, sem sucesso, convencer Harry e Rony a fazerem o mesmo. Sophie também estudava muito, e ainda ajudava os gêmeos, que tinham os N.I.E.M.'s pela frente. Mas, preocupada com Harry, foi falar com o diretor, e arranjou uma ocupação extra.
- Desejava me ver, srta. D'Argento?
- Sim, professor. Depois do que aconteceu na noite em que o sr. Weasley foi atacado, eu andei pensando em algo.
- Sim? - perguntou o diretor, observando-a por cima dos oclinhos de meia-lua.
- As aulas de oclumencia de Harry com o professor Snape não estão dando muito certo. Talvez a antipatia que há entre os dois esteja prejudicando o aprendizado dele.
- Talvez tenha razão, srta. Mas, o que sugere?
- Bem, eu pensei que... talvez pudesse tentar ensinar oclumencia ao Harry. É possível que comigo ele tenha melhor resultado.
- Hmm... creio que não haja mal algum em tentar. Avise a Harry que suas aulas com o professor Snape estão suspensas, temporariamente, e comece assim que puder.
- Obrigada, professor. Falarei com ele hoje mesmo.
Harry adorou a idéia. Só a idéia de se livrar de Snape era motivo de um maior empenho da parte do garoto.
- Snape o estava ensinando do jeito mais difícil. Esvaziar a mente dessa forma é muito complicado, exige muito treinamento, e nós temos pressa. Há um método um pouco mais simples, mas que também é eficiente. Ao invés de esvaziar sua mente, você deve fixar-se em um pensamento apenas. Concentre-se em algo, em apenas uma coisa, e será só o que seu inimigo verá. Podemos tentar?
- Tá, vai fundo!
- Concentre-se, então. Preparado? Um, dois, três... Legilimens!
Harry resistiu por muito mais tempo do que em qualquer das aulas com Snape. Ao fim da lição,ele estava bem mais confiante.
- Valeu, Sophie. Acho que agora vai funcionar.
- Não esqueça, Harry, antes de dormir, procure se concentrar em apenas uma coisa, a mais insignificante em que puder pensar.
- Tá.
Eles passaram a se encontrar uma vez por semana, para praticar, e os resultados logo começaram a aparecer. Harry estava progredindo, e sonhava cada vez menos com o corredor e a misteriosa porta.
Naquele fim de semana haveria uma visita a Hogsmeade, e todos estavam ansiosos. Nesse dia seria o aniversário de Sophie, e Fred planejou algo especial para ela; com a ajuda de Rony, Hermione e Harry, preparou uma grande surpresa para presentear a garota.
- Ei, D'Argento! - Malfoy chamou Sophie, à entrada da Loja de Penas Escribas.
- O que é?
- Eu já sabia que tinha mau gosto para amigos, já que anda o tempo todo com o cabeça rachada, e a sangue-ruim. Mas daí a namorar um Weasley... quanta decadência!
Sophie segurou firme o braço de Fred, que já se adiantava na direção de Malfoy.
- Já mandei você parar de falar assim dos meus amigos, sua doninha saltitante... - o tom da garota era de ameaça.
- Ou vai fazer o quê? - perguntou Malfoy, ainda sorrindo com sarcasmo.
- Seguir o exemplo da Mione e enfiar a mão na sua cara. - disse, a garota, furiosa.
- Você não se atreveria... - o garoto já não mais sorria.
- Paga pra ver. - disse Sophie, dando as costas a ele, e continuando a andar com os amigos.
Durante o dia, eles se divertiram juntos, foram à Dedosdemel e à Zonko's. Depois, comemoraram o aniversário de Sophie no Três Vassouras, mas, então, Fred já não estava com eles.
Sophie terminava sua cerveja amanteigada para ir embora, e, na verdade, estava bem chateada com o sumiço de Fred, quando sentiu uma vontade inexplicável de ir à rua.
Disse aos amigos que iria apenas ver se encontrava Fred, e saiu. Lá fora, um enorme cão negro olhava para dentro do pub.
- Não devia estar em Londres? - perguntou ela, sem olhar para ele.
O cão a olhou; ele tinha uma expressão incomum.
- Fique aqui. – disse a garota – Vou chamar Harry.
Ela entrou novamente, e, discretamente, avisou ao garoto.
- Sirius está lá fora.
Harry saiu, acompanhado por Sophie, Rony e Hermione. Eles seguiram o cão-Sirius até a caverna onde ele se escondera no ano anterior.
- Você está maluco? - perguntou Harry, quando o padrinho voltou à forma humana - O que está fazendo aqui?
- Queria ver você, vocês todos. - Sirius estava nervoso - Saber como estão.
- Ainda assim, Sirius, é muito arriscado... - disse Hermione.
Sirius deu de ombros, e virou-se então para Sophie
- Você deve ser Sophie. Sempre sabe tudo, como a Anne. Ouvi falar muito de você.
- E eu de você. - disse a garota, sorrindo - Conheceu minha mãe?
“Merlin! O sorriso de Isabelle!” - pensou Sirius, mas tentou não deixar que os jovens percebessem sua reação.
- Sim, era uma bruxa extraordinária. Mas você não se parece com ela, fisicamente, quero dizer.
- Ahn... é.
- Talvez se pareça com seu pai.
- Um pouco. Mas na verdade, é fato que não me pareço muito com nenhum deles.
De fato, Sophie em nada se parecia com os pais. Annelise era negra, cabelos cacheados e olhos verde-claros; o Sr. Fitzwillian tinha a pele clara, cabelos castanhos muito lisos e olhos também castanhos. Sophie tinha a pele clara, como a do pai, porém cabelos ondulados, escuros e olhos muito negros. Iguais aos de Sirius.
Eles conversaram durante um longo tempo, e quando chegou a hora dos garotos partirem, Sirius voltou a ser um cão e se foi, enquanto os jovens se misturavam aos colegas, para voltar a Hogwarts.

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