O Exército de Dumbledore
Sophie achou uma ótima idéia, os alunos aprenderem Defesa por si mesmos, e estava pensando em ajudar Harry a planejar as aulas, pois conhecia bons feitiços defensivos, além do que, com as aulas normais, os treinos de Quadribol e as aulas extras com Snape, o garoto parecia sempre exausto.
Foi ela que, por acaso, descobriu o lugar perfeito para as reuniões. Hermione explicou que aquela era a chamada Sala Precisa ou Sala Vem-e-Vai; ela já havia lido sobre aquela sala em “Hogwarts: uma história”.
No primeiro dia em que entraram na sala, todos ficaram espantados com seu funcionamento: a pessoa devia ficar diante de uma parede em um corredor do sétimo andar, defronte à tapeçaria de Barnabás, o Amalucado tentando ensinar balé aos trasgos, e pensar no que desejava encontrar dentro da sala. Então, magicamente, a porta aparecia. Para eles, a sala estava repleta de livros sobre Defesa Contra as Artes das Trevas, almofadas e instrumentos como bisbilhoscópios e até um espelho-de-inimigos.
- Bem, acho que temos o nosso lugar. – disse Harry quando todos já haviam chegado – Podemos começar?
- Ahn... acho que deveríamos escolher um nome, vocês não acham? - disse Gina, timidamente.
- Que tal “Esquadrão Anti-Umbridge”? – sugeriu Jorge.
- Não. Tem que ser algo discreto, que não chame a atenção caso alguém nos ouça conversando. – respondeu Hermione.
- E “Equipe de Defesa”? Poderíamos chamar de “ED”, para não desconfiarem. – disse Cho, olhando para Harry.
- É, é uma boa, – disse Gina – mas acho que podemos mudar para “Exército de Dumbledore”, afinal esse é o maior medo do Ministério.
O nome foi aprovado por unanimidade. Depois eles começaram a praticar.
- Bem, acho que devemos começar pelos feitiços mais simples, como o de desarmamento. Dividam-se em pares, e alternem-se nas tentativas.
Sophie chegou atrasada, e parecia ter corrido. Chamou Harry e Hermione a um canto e falou:
- Esquecemos de um detalhe. Embora aquilo – e apontou a porta – pareça uma parede pelo lado de fora, ainda é uma porta. Dá pra ouvir tudo lá fora.
- É mesmo! Esquecemos disso. – disse Harry
- Tive que alterar a memória do Filch, e leva-lo para o outro lado do castelo. - sussurrou ela no ouvido de Hermione - Ele estava ouvindo tudo, encostado à parede.
- O que vamos fazer? - perguntou a outra.
- Eu lembrei daquele Feitiço Imperturbável que a Gina falou. Talvez pudéssemos usá-lo na porta.
- É, é uma boa. Vamos falar com ela depois.
As horas passaram rapidamente, e em meio aos gritos de “Expelliarmus!”, eles se divertiram ao ver as varinhas voando pela sala. Mas chegou a hora de encerrar, ou corriam o risco de serem pegos por Filch, andando pelos corredores.
- Muito bem, todos vocês. – disse Harry – Semana que vem, mesma hora, mesmo lugar.
Todos foram saindo, aos poucos, para não chamar a atenção. Nos dias seguintes, Harry estava muito animado. A proximidade do primeiro jogo de Quadribol da Grifinória, e a satisfação por estar fazendo Umbridge de tola o faziam capaz de suporta-la, assim como a Snape. Mas não foi apenas isso que o deixou tão feliz: na saída da aula de Adivinhação, ele encontrou uma Hermione sorridente, esperando por ele e Rony, junto com Sophie. Ela disse apenas quatro palavras:
- Hagrid está de volta!
Os quatro foram correndo até a cabana do guarda-caça. Harry, Hermione e Rony queriam ver como ele estava, e saber o que andara fazendo durante esse tempo, e Sophie estava muito ansiosa para conhecer Hagrid.
- Nossa! Vocês são rápidos, hein?! E... quem é você? Seu rosto me parece familiar...
- Esta é Sophie, Hagrid. Ela é intercambista, e está estudando conosco. – explicou Hermione.
- Muito prazer, Hagrid. Eles me falaram muito de você.
- Coisas boas, eu espero.
- Sim, apenas coisas boas. Mas então, encontrou o que procurava?
Hagrid olhou para os outros três garotos com cara de preocupação.
- Eles não me disseram nada, Hagrid. Eu é que tenho um certo... talento para descobrir coisas. Os gigantes deram muito trabalho, eu suponho.
Os amigos olharam-na surpresos; Hagrid engasgou com o chá que tomava. Sophie apenas sorriu.
- Ahn... bem, eu não iria mesmo conseguir esconder de vocês por muito tempo. Eu e Olympia fomos atrás dos gigantes.
- E encontraram? – perguntou Harry, curioso.
- Bem, sim. Mas não fomos os únicos.
- Comensais? – perguntou Hermione.
Hagrid assentiu.
- Eles estavam lá também, fazendo propostas.
- E então?
- Bem, houve uma grande divisão entre eles, muitas brigas. Mas creio que a maioria ficará do nosso lado.
Eles conversaram por um longo tempo, até que Hermione lembrou a todos que estava ficando tarde, e que Hagrid devia estar cansado. Os jovens deixaram a cabana e, voltando ao castelo, se infiltraram entre os outros alunos, que saíam da última aula, sem serem notados.
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