Uma conversa com Dumbledore
Nos dias seguintes, os professores estavam exigindo tanto, que muitos alunos estavam com os nervos à flor da pele. Alguns estremeciam à simples menção da palavra “tarefa”. Sophie e Hermione estavam entre os mais aplicados alunos, e, quando não estavam estudando para si mesmas, ajudavam Harry e Rony. Sophie ainda ajudava os gêmeos, apesar de sentir-se ainda um pouco incomodada com a presença de Fred e fugir das tentativas de aproximação dele.
- É melhor esperarmos o Jorge pra estudar junto. - disse ela, levantando-se da mesa.
- Espera, Sophie! - disse Fred, pegando o braço da garota - Por que foge assim de mim?
- Eu... não fujo de você, Fred. - ela respondeu, sem olhar para ele.
- Foge sim. E eu quero saber por quê. - ele ergueu o rosto dela, forçando-a a encará-lo - Por favor, Sophie, qual é o problema?
- Eu tenho medo... - disse ela, devagar.
- Medo de mim? - perguntou o garoto, incrédulo.
- Medo do que você me faz sentir. - disse ela, e saiu andando rápido, sem dar tempo para o garoto responder.
Durante uma particularmente difícil aula de Transfiguração, Sophie foi avisada que, ao soar o fim daquela aula, deveria ir até a sala do diretor. Ela separou-se dos colegas e foi até o corredor da sala de Dumbledore. Chegou à gárgula de pedra, disse a senha, que descobriu intuitivamente, e subiu pela escada que se revelou. Dumbledore a esperava, calmamente, sentado em sua escrivaninha.
- Minha cara srta. D’Argento, é bom vê-la. - disse ele - Por favor, sente-se. Vejo que está preocupada. Posso ajudá-la?
- Está tudo bem professor, obrigado. Mas... por que mandou me chamar?
- Hmm, direto ao ponto, não há como negar o sangue, eh? - Dumbledore sorriu, ao ver a expressão interrogativa no rosto da garota - Conheço sua família, Sophie, e sei de seus... talentos. Também sei os motivos que a trouxeram a Hogwarts, e o que fez por Harry. Violet me contou.
- Vovó? Mas como...
- Bem, no dia em que foram ao Beco Diagonal, eu era a visita que ela esperava. Está mesmo disposta a se envolver nisto?
- Sim. Quero ajudar, da maneira que for necessária.
- Deseja vingança, Sophie?
- Não posso negar, professor, que isto é o que me move. Mas não é apenas isto, descobri outras coisas pelas quais sinto que devo lutar.
- Hmm... Sei que tem uma forte ligação com os centauros, e gostaria que fosse uma espécie de emissária entre eles, caso se torne necessário.
Sophie assentiu.
- Também há outra coisa: tudo, absolutamente tudo o que vir, ou sentir, deve ser relatado imediatamente a mim. Sobretudo se for relacionado a Harry.
- Está certo. Bem, já que me pediu isto, professor, sinto que devo dizê-lo. Harry está muito vulnerável, senhor. O Lord das Trevas tem acesso à mente dele, e isto é perigoso, perigoso demais.
- Eu sei, minha cara. Mas não se preocupe com isto, pois já estou buscando uma solução. Bem, creio que isto é tudo.
- Ahn... professor? Posso lhe pedir algo?
- Sim.
- Bem, sei como funciona o sistema de pontos e tenho medo de prejudicar meus colegas. Eu não... poderia ficar neutra? Digo, não poder perder ou ganhar pontos?
- Hmm... creio que possamos fazer isto. Avisarei aos seus professores.
- Obrigado, senhor. Com licença.
Logo após a saída da menina, Dumbledore mandou chamar Snape ao seu escritório.
- Mandou me chamar, diretor?
- Sim, Severo. Deve começar as aulas de Harry imediatamente. O perigo está mais próximo do que imaginávamos.
- Certo. Hoje mesmo começarei com Potter.
Na aula com os quintanistas da Grifinória e Sonserina, Snape parecia mais azedo do que nunca.
- Hoje vamos fazer o Gole da Paz, uma poção que acalma a ansiedade e diminui a agitação. É uma poção comumente cobrada nos N.O.M.s. Ingredientes e método, página 353.
Era uma poção extremamente complicada, mas Sophie tinha um talento nato para o preparo de poções, segundo sua avó, o oposto de sua mãe, que não tinha muita habilidade na disciplina. A poção dela estava exatamente conforme o descrito no livro. Snape observou seu caldeirão e proferiu um resmungo de aprovação. A poção de Neville, no entanto, ao invés de um leve vapor prateado, emitia uma espessa fumaça cinzenta. Sophie, com pena do garoto, passou a, sutilmente, dar-lhe instruções, de modo que, ao fim da aula, a poção dele estava bem mais próxima do que seria o totalmente correto. O mesmo fez Hermione com Harry, cuja poção simplesmente começara a desaparecer do caldeirão durante o preparo.
Quando todos saíram, Snape chamou Harry de volta.
- Não é agradável para mim, Potter, mas teremos algumas... aulas extras, você e eu. Irei ensinar a você a arte da Oclumencia.
- Da o quê?
- Você irá aprender a fechar sua mente à influência de outras pessoas, Potter. Sonhos como os seus podem significar que o Lord das Trevas descobriu como penetrar em sua mente, e é isto que vamos tentar parar. Eu vou tentar entrar em sua mente, você deve tentar me impedir.
- Mas como...
- Tem que limpar sua mente completamente, concentre-se, Potter!
- Limpar minha mente?
- Sim. Deve esvaziar sua mente de todos os pensamentos e emoções. Prepare-se. Agora... Legilimens!
Foi uma sessão de tortura. Snape gozava da sensação de fracasso de Harry. Era muito difícil manter a mente completamente vazia, e Snape se tornava cada vez mais insuportável a cada vez que conseguia furar a defesa de Harry.
Após a aula, o garoto estava esgotado, e sequer foi jantar. Tudo o que ele queria, naquele momento, era dormir.
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