Dolores Umbridge



A semana começou animada, pois tiveram início os treinos de Quadribol, e os garotos estavam alvoroçados. Sophie assistia aos treinos sempre que podia; era péssima jogadora, mas ótima estrategista, e quando conversava com os gêmeos, dava boas idéias de jogadas. Nunca falava direto com Angelina, nomeada capitã do time, após a saída de Olívio Wood da escola; tinha a sensação de que a garota não simpatizava com ela.
Finalmente eles conheceram a nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas: Dolores Umbridge era uma mulher que lembrava muito um enorme sapo, e que tinha uma voz irritantemente fina. Mas este não era o principal problema: Umbridge trabalhava para Cornélio Fudge, Ministro da Magia, o que foi percebido por Rony, cujo pai também era funcionário do Ministério.
- Então é oficial. - disse Hermione – O Ministério está interferindo em Hogwarts.
As aulas de Umbridge eram quase tão tediosas quanto as de História da Magia. Não havia prática alguma, o ensino era baseado na leitura e na cópia repetitiva das páginas de um enorme e chato livro-texto. Reclamações eram punidas com detenções. Em poucas aulas, vários alunos já haviam recebido punições da nova professora.
Sophie estava aflita; ainda não havia recebido qualquer resposta a carta mandada a avó. Porém, naquele mesmo dia, Misty chegou trazendo a resposta, decepcionantemente curta e na verdade, inútil:
“Olá, querida.
Como você está? Aqui na mansão está tudo bem, ou pelo menos quase tudo. Creio que haja algum problema acontecendo no bosque, mas talvez eu não seja a pessoa certa para contar a você, e talvez ainda não seja necessário que você saiba de nada. Mas não se preocupe, está bem?
Não posso falar sobre seus propósitos em Hogwarts por carta, querida, e quanto ao outro assunto, bem, acredito que seja algo que cabe apenas a você compreender. Prometo escrever logo, com mais calma.
Com amor, Vovó.”

- Ótimo! Agora tenho mais uma coisa com que me preocupar.
Naquela noite, Sophie teve um sono agitado. Sonhou com Jael, no bosque da mansão D’Argento. No sonho, ele discutia furiosamente com Cristal.
- Chega, Cristal! Não quero mais ouvir.
- Ela não ama você! Quando vai entender?
- Não importa. Eu a amo, é o bastante.

As palavras de Jael pareceram ferir Cristal profundamente.
- Você sabe o que irá acontecer. Jaspe nada poderá fazer em seu favor.
- Não tenho medo do meu destino, e minha decisão já está tomada.

Cristal saiu da clareira chorando, de raiva e tristeza. Sophie percebeu que Jael também estava triste. Então o ouviu murmurar:
- Não devia ter visto isto, minha estrela. Vá dormir.
O sonho acabou, mas Sophie não dormiu mais. Ela levantou-se e foi para o salão comunal, onde se sentou no chão, diante da lareira quase apagada. Mas não estava sozinha: Hermione acordara e a seguira até lá.
- Sophie? Você está bem?
- Eu... acho que sim.
E de repente, numa torrente de palavras, ela se viu desabafando toda sua angústia com Hermione. Contou tudo, os motivos que a levaram a Hogwarts, sua relação com os centauros do bosque D’Argento, e, em especial, sua relação com Jael. Apenas omitiu seu confuso sentimento por Fred.
- Quer dizer que era você, no sonho de Harry?
- Sim.
- Nossa!
- Por favor, não conte a ele, está bem?
- Claro. E quanto ao resto... ah, Sophie! Eu queria poder ajudar você a não se sentir assim tão mal...
- Você já me ajudou, apenas por me ouvir. Obrigado, Mione. Ahn... só, por favor, eu preferiria que isto ficasse apenas entre nós.
- Claro, tudo bem. Agora vamos tentar dormir, está bem?
As duas garotas se abraçaram, e juntas, voltaram ao dormitório. Naquele momento, um laço de amizade muito forte se formou entre elas, algo que seria seu conforto nos momentos mais difíceis.
Enquanto isso, Harry também sonhava. Ele estava em um longo e escuro corredor, e andava em direção a uma porta. A voz de Voldemort ecoava em sua cabeça:
- Abra... abra e traga-a para mim. Eu preciso dela, traga-a para mim, Harry...
Mas no momento em que ia tocar a maçaneta da porta, Harry acordou, com sua cicatriz ardendo intensamente. Não era a primeira vez que sonhava com aquilo. Teria que contar a Dumbledore.

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