Você é o unico que confio...
E assim a noite se passou.
No dia seguinte, Lilly acordou cedo, tomou banho e desceu para o café da manhã.
-Bom dia papai – disse ela se sentando à mesa.
-Bom dia querida, dormiu bem? – perguntou Robert fechando o jornal que estava lendo.
-Muito bem – disse Lil sorrindo – e as noticias?
-Sabe, resolvi mudar de jornal hoje, li o jornal trouxa.
-Afinal, o senhor é o Ministro, nem precisaria ler o jornal, sabe de todos os fatos ocorridos antes mesmo dos editores – disse Lil comendo um pedaço de mamão.
-Bom, nunca é demais ler, Lil, sabe disso você vive trancada no seu quarto lendo – disse o pai rindo.
-Papai, não seja exagerado, claro que eu gosto de ler, mas não fico sempre trancada no meu quarto lendo, só faço isso quando não tenho compromissos ou nada para fazer.
-Por falar em nada para fazer, o que vai fazer hoje querida?
-Não sei, estou pensando em ir ao haras, do tio Marcello.
-Vai cavalgar um pouco?
-É isso sempre me relaxa. Afinal estou fazendo uma coisa que gosto.
-Você parece sua mãe sabia?
-Ela sempre gostou de cavalos também – disse Lilly sorrindo.
-Mary, amava ficar no haras do irmão.
-Acho que foi por causa dela que tio Marcello abriu o haras – disse Lilly rindo.
-Pode ter certeza que ela teve grande influencia – disse Robert rindo.
-Papai, já vou indo. Beijos!
-Até logo filha.
Lilly aparatou perto de um lago, até onde sabia praticamente ninguém sabia de sua existência. O lago ficava dentro do terreno do haras, vagarosamente caminhou por alguns segundos, até chegar ao estábulo de seu cavalo, ou melhor, dizendo de sua égua. Ela tinha a pelagem castanha clara, a crina e a calda eram semelhantes à cor da pelagem, um pouco mais escura.
-Olá Elisa – disse ela acariciando o lombo de sua égua – vamos lá para fora cavalgar um pouco, menina?
Lilly colocou a cela em Elisa e a guiou para fora.
-Lilly? – perguntou uma voz masculina.
-Scott! – disse ela sorrindo e abrasando o bruxo.
-Que saudade!
-Nem me fale – disse Lilly sorrindo.
-Lil, essa é minha irmã, Kat, Kat essa é a Lilly.
-Pode me chamar de Lil – disse ela dando um beijinho na bochecha da menina.
-Scott falou muito de você! Desde que voltou de Durmistrang – disse Kat sorrindo.
-Espero que tenha bem – disse Lilly sorrindo – e você, também é bruxa? – perguntou em voz baixa.
-Sou sim! Estou muito feliz! Descobri isso há duas semanas atrás.
-Que bom! E para que escola você vai? – perguntou Lil.
-Para Beauxbatons, como você!
-Que bom! Bom, eu vou ser uma das monitoras esse ano, se precisar é só falar comigo.
-Valeu! Scott eu vou para minha aula.
-Certo, daqui a duas horas eu vou encontrar você na pista.
-Está bem, tchau Lil.
-Até logo.
-E então Lil, como está?
-Você sabe como me sinto desde que soube sobre Medusa, hora estou feliz hora estou triste. Mas tenho certeza que depois que tudo acabar tudo vai ser como era antes – disse Lilly sorrindo.
-Ainda está se sentindo muito pressionada?
-Demais, sabe em todo lugar que eu vou, sinto que a segurança desse lugar está ameaçada por minha culpa, afinal Medusa pode atacar a qualquer hora. Mas e então, o que está fazendo na França se mora da Bulgária?
-Morava, estou aqui agora. Resolvi que viria para cá.
-Mas por quê? – perguntou Lilly.
-Problemas.
-Ah, sim entendo.
-O que me diz de uma corrida até o lago?
-Sabe é difícil se ouvir alguém aqui falar do lago. Quase ninguém conhece.
-Realmente. Lá é um ótimo lugar para pensar, refletir...
-Realmente, mas eu topo a corrida sim – disse Lilly sorrindo.
-Que ganhe o melhor – disse Scott sorrindo e subindo em um cavalo negro.
Depois que Lilly havia montado em seu cavalo, os dois começaram a correr. Minutos depois Scott chegou, seguido por alguns segundos de Lil.
-Parabéns campeões – disse ela descendo de Elisa – muito bem Elisa, você correu muito garota – disse Lilly tirando as rédeas da égua.
-Você é uma das monitoras de Beauxbatons?
-Pois é, gosto de ajudar os outros, principalmente às meninas do primeiro ano, sei como é, afinal já passei por isso, elas sempre se sentem deslocadas e perdidas – disse Lilly sorrindo.
Scott apenas sorriu andou alguns passos e se sentou na grama.
-Fico feliz pela minha irmã ter sido aceita – disse ele.
-Scott, você quer me contar o que está acontecendo? – perguntou Lilly se sentando ao lado do amigo.
-Você já tem coisas demais na cabeça para ouvir problemas dos outros.
-Scott, você sempre me ajudou tanto sempre me ouve quando eu falo sobre os MEUS problemas. Quero te ajudar.
-O problema é meu Lilly – disse Scott chateado.
-Você sempre diz que seu pai tem problemas, quer me contar que problemas são esses?
-Não sei Lil, é muito humilhante falar sobre isso – disse ele olhando para as arvores a sua volta.
-Sabe que pode confiar mim para contar – disse ela pegando na mãe do amigo.
-Sabe Lilly, desde que eu me conheço por gente meu pai bebia, chegava em casa toda noite bêbado, agressivo... Minha mãe morreu no meu parto, por isso nunca tive ninguém que me defendesse da violência dele, eu lembro que certa noite, quando tinha quatro anos, meu pai como sempre saiu a noite eu fiquei em casa assistindo TV, não conseguia dormir, porque estava com fome... Então, quando ele chegou, bêbado é claro eu disse a ele que estava com fome, sabe o que ele fez? Me bateu, como nunca havia batido antes e como nunca bateu, sete anos depois minha irmã nasceu, a mãe dela era mais uma das mulheres que meu pai saia, depois que teve Kat a largou lá em casa, eu já tinha onze anos, não queria que minha irmã sofresse algum tipo de violência porque um cara irresponsável estava bêbado. Mas então eu fui para Durmistrang e tive que deixar Kat com meu pai, mesmo sem querer, e assim foram seis anos, mas esse ano ela vai poder ficar em um local onde será respeitada – disse Scott, com o rosto cheio de lagrimas.
-Scott, eu imagino o quanto isso foi difícil para você – disse Lil suavemente.
-Eu era uma criança, eu só queria que ele me amasse-me desse carinho, mas NUNCA fez isso, porque estava muito ocupado bebendo – disse Scott chorando.
-Você já tentou conversar com ele sobre isso? – perguntou Lilly ainda sentada.
-Não dá para conversar com ele – disse Scott de costas para Lil – ou ele está bêbado ou dormindo. Sabe Lil, é por causa disso que prometi a mim mesmo que quando eu tiver meus filhos, eu vou amá-los mais do que tudo.
-Você já prova que tem amor para dar e vender só pelo jeito que você trata a sua irmã – disse Lilly ficando cara a cara com Scott – mas tente falar com seu pai e ouça o lado dele nessa história – disse Lil enxugando as lágrimas do amigo.
-Não sei se serei capaz de ter uma conversa com meu pai, nunca tivemos uma conversa na realidade.
-Existe uma primeira vez para tudo Scott, você vai saber o que fazer quando chegar à hora – disse Lil.
-Por causa dele eu quase não tenho amigos, sempre preferi ficar sozinho a ter que ficar ouvindo os outros falar de tudo o que faziam com os pais dos conselhos que davam, me sentia mal por não poder saber na realidade o que era uma relação de pai e filho. Ou melhor, dizendo, ainda me sinto mal por isso. Sinto-me incompleto.
-De certa forma também me sinto assim – Scott olhou para Lilly de forme que ela sorriu – por que o espanto?
-Parece que tem a vida perfeita. Apesar do fato da Medusa.
-As aparências enganam Scott, quando digo que me sinto incompleta me refiro a minha mãe... Ela morreu a seis anos, sinto muito a falta dela era-mos muito ligadas.
-Deve ter sido difícil – disse Scott.
-Realmente, se não fosse meu pai não sei o que faria, mesmo estando muito abalado com tudo ele conseguia fazer com que nunca desistisse de seguir em frente, mas vamos falar de outra coisas. Não sabia que gostava de hipismo.
-Realmente, gosto bastante. Sabe me faz esquecer das coisas...
-Como se entrasse em um mundo só seu, também me sinto assim – disse Lilly sorrindo.
-Sabe esses dias atrás estive aqui – Scott deu uma pausa – pensando em você.
-Em mim? – perguntou Lilly sorrindo.
-Sim, em como poderia te ajudar por causa da Medusa.
-Acho que isso só saberei o que fazer quando Medusa resolver de alguma forma atacar diretamente a mim. Só assim poderei saber que o fazer.
-Lilly você tem saber quais são as armas de seu inimigo – disse Scott.
-Mas ninguém sabe tanto de Medusa a ponto de me falar o que ela pode fazer – disse Lil desanimada.
-Realmente ninguém pode lhe fazer o que Medusa pode fazer, mas existem muitos livros que falam sobre Medusa, talvez se você os lesse poderia saber de mais alguma coisa que não sabe - disse Scott.
-Sabe, não tinha pensado nisso – disse Lilly – vou procurar ler sobre Medusa. Mas e então, animado para o inicio do ano letivo?
-Com certeza, não agüento mais ficar sem fazer nada nessas férias – disse Scott – e você?
-Também, vai ser bom ver minhas amigas de novo. É difícil pensar que vai o ultimo ano que vou para Beauxbatons, já se passou sete anos, Merlim como o tempo passou rápido.
-Realmente, já sabe em que vai trabalhar quando sair de Beauxbatons?
-Não se tem muitas opções de trabalho no mundo bruxo – disse Lil – mas, não sei talvez eu trabalhe no mistério, como auror talvez, mas isso é só uma suposição... E você, já sabe o que vai fazer?´
-Não, talvez também trabalhe no ministério – disse Scott olhando para Lilly – nossa, preciso ir pegar minha irmã.
-Como duas horas se passaram rápido! – disse Lilly sorrindo – mas eu também já estou indo.
-Bom estão espero que possamos nos ver mais – disse Scott.
-Claro, me ligue – disse Lil dando um cartão a Scott – se é trouxa tenho certeza que sabe usar um telefone.
-Claro.
-Faz um favor para mim? Leve a Elisa para o estábulo dela?
-Claro. Aparate lá em casa, estou no meu apartamento o tempo todo. Se não estiver sinta-se a vontade.
-Certo – disse Lil sorrindo – e Scott, pense em conversar com seu pai, pelo menos pense está bem.
Dito isso Lilly aparatou em sua casa, em seu quarto para ser mais exata. Ela abraçou uma almoçada e se jogou na cama.
-Merlim, o que está acontecendo comigo? Será que estou me apaixonando por Scott?! É, acho que sim! – disse ela rindo. Lilly passou o restando daquele dia pensando em Scott, ele realmente fazia bem para ela. Scott por sua vez também ficou pensando em Lilly.
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