Capitulo Três [80%]
Agora é que a vida realmente começa.
Terça, 1 de julho.. Meu nome é Dorcas Meadowes.
Dude, eu sei que oito e meia é muito cedo para acordar quando se está de férias, mas eu simplesmente não conseguia dormir.
E para falar a verdade, eu devo estar acordada a mais ou menos uma hora. Tô só enrolando na cama, porque eu acho que a minha mãe nem acordou ainda õ/.
Mas como ela trabalha às nove e meia, provavelmente já deve ter preparado o café.
Me arrumei, o mais rápido que consegui, e desci as escadas correndo.
E como eu imaginava, minha mãe já estava na cozinha, lendo umas cartas, e tomando uma xícara de café.
O que significa que o correio já chegou *-*.
- Hum, oi Dorky – falou a minha mãe, abaixando os papeis – você quer cereal ou torrada?
- Chegou alguma carta...hum...pra mim? – perguntei, ignorando a coitada completamente e fuçando nos envelopes que tinha em cima da bancada da cozinha.
- Por que? – perguntou minha mãe, desconfiada.
- Hum...por nada – respondi, desviando meu olhar do dela, porque aqueles olhões verdes me fazem dizer a verdade sempre .
E aí ela puxou um envelope branco – não sei de onde, não me perguntei nada difícil :X –- E me entregou.
E no cantinho superior direito, eu pude ver o brasão da St. Adam’s.
Meu coração acelerou, minha cabeça começou a girar, e as minhas pernas começaram a ficar gelatinentas (?).
E para piorar, Mike chegou e deu um tapa bem dado atrás do joelho, lugar onde qualquer um cai quando está com a perna gelatinosa (?).
- Aconteceu alguma coisa? – perguntou a minha mãe, me espiando, por cima da mesa, enquanto eu tentava me levantar.
- Mandou bem, Koda – eu falei, dando um tapa na nuca dele, também famosamente conhecido por “Pedala” :D.
Ah, saca só, eu chamo o meu irmão de Koda porque a voz dele, simplesmente É a voz daquele ursinho do filme ‘Irmão urso’ da Disney. É serio, eu acho que quem dublou, era irmão gêmeo dele, que por acaso foi separado na maternidade. Ou ele tem dublado filmes da Disney escondido, enquanto eu durmo. :P
- Dorcas – falou minha mãe, séria – que envelope é esse?
- Bem – eu disse, sem alternativa – eu fiz um teste, e...
- Um teste? – ela perguntou, arregalando os olhos para mim, preocupada – Que tipo de teste? Não é de gravidez, não é? Dorcas, você não está grávida, está?
- NÃO, MAMÃE – eu tive que exclamar depressa, porque a minha mãe é meio paranóica com esse tipo de coisa.
Eu não tenho nem namorado, imagina...bem, vocês entenderam.
Acho que é porque eu nasci meio que por acidente, quando ela tinha 18 anos. Tipo, uma vez, Marlene veio fazer um trabalho de Química aqui em casa e nós tínhamos que mudar a cor de um produto, transforma-lo em azul. Quando Marlene disse “Olha, ficou azul”, minha mãe entrou correndo na cozinha, gritando “O QUE FICOU AZUL? NÃO É NENHUM TESTE DE GRAVIDEZ, NÉ?!?”.
Minha mãe é
- O que é então? – intrometeu-se Mike, com a boca cheia de cereal.
- Bem, como eu ia dizendo – prossegui – eu fiz um teste de escola, para aquela escola, St. Adams.
Fiquei sorrindo, esperando alguma resposta da minha mãe.
Mas não foi exatamente o que eu esperava.
- Você ficou Louca? – ela perguntou.
- Não, por quê? – perguntei, abrindo o envelope e mostrando a primeira, de muitas folhas, onde estava dizendo a nota do meu teste – Eu passei, olha – falei, apontando para um minúsculo ‘B’ no começo da carta.
Caramba, eu tirei B? Eu podia jurar que ia tirar A. Fala sério, o teste estava muito baba.
- Você fez o teste sem a minha permissão – acusou, me apontando uma colher. Nossa uma colher! Cuidado para não se furar!
- Mas mamãe, eu passei, olhe! – eu balançava inutilmente o papel na cara dela.
- Eu vou pensar sobre o assunto e conversamos sobre isso depois, tá? – ela disse, com o tom de quem encerra o assunto.
Bem, eu não podia fazer nada, então eu fui até a sala e sentei no sofá.
E minutos depois Mike chegou também.
- Por que você tá tão arrumado? – eu perguntei, porque Mike estava com o cabelo penteado, o que é um grande feito, porque ele tem cabelos extremamente rebeldes. Mas ao mesmo tempo, fofos porque são cachinhos, tão bonitinhos *-*
Mas ele tá tão fofinho...
- Porque Stacie vem aqui hoje – ele disse, piscando o olho, como um garanhão faz.
- Ai, que lindo, kodaaaa – eu disse, abraçando ele, porque ele tá parecendo um ursinho *-*.
- Aê, solta! – ele berrou, tirando os meus braços, quando a campainha tocou – vai estragar o penteado.
Então minha mãe passou pela gente, e foi abrir a porta.
Primeiro, entrou Stacie, que foi cumprimentar Mike. Depois, entrou Emmeline õ/
E nós começamos a pular feito cabritas.
- Emmy! – eu berrei, quando nós paramos de pular. –- O que você está fazendo aqui?
- Minha mãe vai pintar o chão da nova casa – ela falou, e eu fiz um “Ah” sonoro.
- Você trouxe biquíni? – perguntei, olhando para fora, onde a piscina chamava a gente.
- Lógico – ela respondeu, e depois nós pulamos mais um pouco, antes de ir para o quintal.
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Terça, 1 de julho.. Meu nome é Emmeline Vance.
Hoje o dia está realmente bonito õ/
E não há nada melhor para fazer do que entrar na piscina.
Claro, na piscina da Dorcas, porque a minha casa não tem piscina. Quer dizer, a casa velha.
Por falar nisso, mamãe vai ir pintar o chão da sala e da cozinha hoje – quer dizer, ela só vai ver o bonitão que ela conheceu pintar.
Eu o conheci ontem. E não posso deixar de dizer que o cara tem estilo. Quer dizer, ele não deve ter mais de 35 anos, e usa roupa social com o cabelo despenteado. Que tipo de cara sério faz isso?
E dá para notar que ele está caidinho pela minha mãe. Também pudera, minha mãe tem 35 anos e parece que tem 20.
- Ei Dorky – eu falei, movendo o meu colchão para perto de onde ela tava, que era na borda da piscina, torrando as costas – ontem eu conheci o cara que vai ajudar a gente a reformar a casa.
- É? – ela perguntou levantando a cabeça – Como ele é?
- Bem – eu respondi – Sempre disse que a minha mãe tem um ótimo gosto para homens. Por isso eu quero que ela escolha meu marido.
Dorcas riu.
- Quer dizer que o cara é gostoso? – ela perguntou, sentando na borda, e molhando os pés na água.
- Dorcas! – eu adverti. – eu não reparo nos homens com quem a minha mãe sai! É anti-ético.
- Que seja – ela disse, puxando um colchão vazio do meu lado com o pé. – Nem pense em dizer que você não olhou para a bunda dele porque eu sei que você olhou.
Droga.
Por que ela sempre sabe?
- Não olhei não – eu falei, enquanto ela se preparava para subir no colchão.
- Olhou sim – insistiu – como é?
- Já disse que eu não reparei, posso ter até olhado, mas sem ter reparado.
- Claro – ela falou, com aquele tom de descrença que todo mundo faz – Deixa de enrolar e diga logo como é a bunda dele.
- Bem – eu disse, tomando um gole do meu refrigerante – era... redonda.
- Nossa, que complexa – ela disse, e nós rimos.
Depois de uns cinco minutos – em que eu estava quase dormindo – algo parecido com uma bolinha cabeluda, jogou-se na piscina, me molhando inteira.
Eu ia começar a gritar e jogar uma praga, mas Dorcs fez tudo isso primeiro.
- Mike, seu zero à esquerda, porque fez isso? – ela exclamou, puxando literalmente a criança pelos cabelos.
- Por que deu vontade, entendeu? – ele respondeu, com aquela vozinha de Koda que ele tem *-*. É tão linda que dá vontade de apertar (?).
- Besta – ela disse por fim, soltando Mike que foi direto para a outra ponta da piscina, onde Stacie estava sentada, com os pés na água. Ele se levantou e sentou-se ao lado dela.
- Eles ficam tão fofos juntos – eu disse, e quando Dorcas olhou com uma sobrancelha levantada para mim, eu apontei para os dois lá na pontinha da piscina, rindo de um jeito muito fofo.
- Claro, mas qualquer menino fica fofo perto da sua irmã – ela falou. – quer dizer, ela é tão menina de filme. Tem cabelos lisos e loiros, e dois olhões Azuis que parecem bolinhas de gude. Sem contar que ela tem cílios perfeitos, nem precisa passar rímel.
Eu ri, porque eu sei que o maior problema da Dorcas é o rímel. Quer dizer, ela quase ficou cega uma vez, enfiando o pincelzinho do rímel no olho. Coitada, acho que ficou traumatizada.
- É, mas olha só para o Mike – eu falei, aproximando o meu colchão do dela – ele é tão criança de filme quanto a minha irmã. Ele é alto, e bonito. Tem cabelos cacheados e castanhos, e olhos quase verdes. É por isso que eles ficam tão bonitinhos juntos. Minha irmã é toda frágilzinha e Mike é forte e protetor. Eu realmente espero que eles formem um casal.
- É – ela disse, olhando para o céu.
Vai ser tão bonitinho. Imagina se eles tiverem um filho. Um mini-Mike ia ser a coisa mais fofa do mundo. Imagina, tão pequeneninho, com os cabelos cacheados e os olhos azuis da Stacie. Ai, que coisa mais meiga. Eu gostaria de encontrar um Mike para mim também. Talvez, na escola nova eu...
Ah é! A escola nova!
- Esqueci de perguntar – eu disse – Sua mãe deixou você mudar, não é?
Dorcas suspirou cansadamente.
- Ainda não – ela falou –falou que vai pensar no assunto. Mas quando ela diz isso, é um “Sim” que vai dizer depois. Eu só tenho medo dela resolver logo, antes que não dê mais tempo e dêem a minha matricula para uma outra pessoa.
- Ah, acredite, não vão dar. – eu assegurei.
- Mas e sua mãe? Quer dizer, ela deixou, não foi?
- Ah, sim – eu disse, calmamente – Foi mais fácil do que eu pensei.
- Ah é? Ela não brigou nem um pouquinho por você ter feito o teste escondida? – quis saber.
- Na verdade – eu comecei, olhando para o céu, também, para me lembrar da cena de manhã – quando ela viu o envelope, ela disse só ‘Ah, você pensou no que eu falei, não?’ E quando eu abri, e mostrei a minha nota, minha mãe só sorriu e falou ‘Ótimo. É uma grande oportunidade. Aquela escola é realmente muito boa.’
- Puxa que sorte – ela suspirou de novo – Queria que a minha mãe fosse tão legal quanto a sua.
- Mas a sua mãe é legal – eu disse.
- Claro – ela concordou, mas é claro que estava sendo irônica. Só que não dissemos mais nada por uns 10 minutos.
- Gente – ela cortou o silencio –- O que Houve com o sol?
- Né? – concordei, porque de repente, tudo ficou escuro.
- O-ho – Stacie disse, do outro lado da piscina.
- Defina ‘O-ho’ – disse Dorcas, com a sobrancelha levantada.
- Está chovendo – completou Mike, e logo depois que ele disse isso, eu senti um pingão de água na minha coxa direita.
- Ah, que ótimo – eu falei, e escutamos a mãe da Dorcas dizer “Entrem, crianças”.
- Vamos entrar – concluiu, pulando do colchão para fora da piscina. – Talvez, a gente asse um bolo e assista um filme. Temos que comemorar, Afinal, não é todo dia que temos a oportunidade de mudar de vida.
Cara: só tenho uma coisa para dizer:
Eu amo minha vida.
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Terça, 1 de julho.. Meu nome é Lily Evans.
Sabe, eu sempre tive uma saúde perfeita. Nunca peguei uma doença grave, nem nada. A única vez que eu usei gesso, foi quando eu quebrei o braço, na quarta série, andando de skate.
Mas parece que o meu ótimo carma não me deixa ser feliz.
Eu não posso tomar chuva. Quer dizer, a chuva faz com que eu fique com algo do tipo uma hipotermia mais grave. O médico diz que é pela falta de melanina, e que é super normal em pessoas ruivas. O meu pai também tem isso.
Eu queria ter nascido morena õ/.
Não, não estou reclamando.
Mas acontece que eu não posso brincar na chuva, e nunca vou poder ter um daqueles beijos de novela. Que o casalzinho se beija embaixo de uma cerejeira, no meio de uma tempestade.
E agora, só me resta ficar contando quantas gotas caem na janela do meu quarto, vestindo um moleton e um shorts jeans.
Agora, mudando de assunto, Emmy e Dorcs me ligaram, e parece que a mãe das duas aceitaram a idéia da gente mudar de escola.
Com os meus pais, foi tudo bem. Bem, mamãe e papai tiveram uma discussãozinha, mais não foi nada demais. Mamãe não queria que eu mudasse, mas papai sim. Ele estudou lá, no segundo ano. Disse que foi o melhor ano da vida dele. Mas mamãe insiste que se eu fosse mudar de escola no colegial, que fosse para Celesty’s que é uma escola só para meninas.
Ah fala sério, como se já não fosse difícil lidar com três meninas da minha escola antiga.
Mas enfim, eu disse para elas que estava tudo bem e perguntei se elas falaram com Lene. E combinamos de entrar no computador depois do almoço.
Mas como está demorando muito, eu acho que vou entrar agora.
Marlene-Também te amo, honey ;* diz:
Até que enfim \o/.
Lil’s-pain is my best friend, it let’s me know I’m not dead yet. diz:
O que?
Marlene-Também te amo, honey ;* diz:
Você entrou ¬ ¬
Lil’s-pain is my best friend, it let me knows I’m not ded yet. diz:
Ah, sim.
Marlene-Também te amo, honey ;* diz:
Tá deprimida, chuchu?
Lil’s-pain is my best friend, it let’s me know I’m not dead yet. diz:
Não...é que tá chovendo.
Marlene-Também te amo, honey ;* diz:
Ah, bem, dias de chuva também me deprimem.
Lil’s-pain is my best friend, it let’s me know I’m not dead yet. diz:
Ah, deixa para lá...quem você também ama?
Marlene-Também te amo, honey ;* diz:
Como?
Lil’s-pain is my best friend, it let’s me know I’m not dead yet. diz:
O seu nick – tá escrito que você também ama alguém...
Marlene-Também te amo, honey ;* diz:
Ah sim, bem, não é ninguém, é que talvez assim Sirius pense que eu não ligo para ele e venha falar comigo ^^’.
Lil’s-pain is my best friend, it let’s me know I’m not dead yet. diz:
Você tem o msn do Sirius?
Marlene-Também te amo, honey ;* diz:
Não n.n
Lil’s-pain is my best friend, it let’s me know I’m not dead yet. diz:
¬ ¬
Marlene-Também te amo, honey ;* diz:
Ah, me deixa, tá legal? XP
Lil’s-pain is my best friend, it let’s me know I’m not dead yet. diz:
Certo darling, minha mãe tá me chamando para almoçar.
Marlene-Também te amo, honey ;* diz:
Beijo, e coma tudo ;*
Lil’s-pain is my best friend, it let’s me know I’m not dead yet. diz:
Beijo ;*
Sai do msn e fui até a minha janela. A chuva tinha aumentado. Abri só um pouquinho e coloquei a mão para fora.
A ponta dos meus dedos ficaram gelados e o meu nariz começou a formigar.
Droga de doença idiota.
Desci as escadas espirrando, e quando cheguei na mesa, a primeira coisa que minha mãe falou foi:
- Você não saiu na chuva, saiu?
- Não, mamãe – falei, me sentando, e puxando a tigela de arroz. – só coloquei a mão para fora.
Mamãe bufou.
- Lily, quantas vezes vou ter que dizer que você não pode? – falou, balançando a colher de arroz na mão.
- Catherine, ela só colocou a mão para fora, não foi nada demais – insistiu meu pai, pegando a molheira.
- Ela é sensível, Ed e você sabe disso!
- Bobagem – disse o meu pai, balançando a cabeça.
- Não vejo bobagem nenhuma! Alem disso...
- Dá licença? – falou minha irmã, na ponta da mesa, escrevendo alguma coisa num papel. – Estou tentando preencher um formulário aqui.
- Desculpe querida – disse minha mãe, dando tapinhas orgulhosos na cabeça dela. Desde que ela conseguiu uma bolsa para entrar na Celesty’s, mamãe fica toda emplumada com ela. Papai fica doido com isso.
Petúnia abaixou os olhos para o formulário que preenchia, e meu pai revirou os olhos. Terminei de almoçar em silencio e fui para o meu quarto.
Eu sei que disse para Marlene que ia entrar no msn, mas bateu uma preguicinha...e é melhor eu ligar para ela.
Tuuu-uuu
- Alô? - falou.
- Lene, cabeça de soja – falei, deitando na minha cama.
- Fala Lily.
- Eu esqueci de perguntar – prossegui –- O que a sua mãe disse quando viu a carta da escola?
- Hum - falou, e dá para
- Meu pai foi ver se conseguia desconto para ex-alunos.
- Não brinca - ela disse.
- O que?
- Seu pai já estudou lá? – perguntou chocada.
- É, achei que tinha te dito, ele foi capitão do time do futebol – respondi.
- Lily isso é ótimo - ela falou, e ouvi ela abrir a porta do armário - Estou indo para aí, agora. Precisamos conversar com o seu pai sobre popularidade!
- Então tá – respondi –- Tô te esperando.
E desliguei.
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