Capitulo Um
Por que a escola nos odeia.
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Quinta, 22 de junho. Meu nome é Dorcas Meadowes..
Está certo. É definitivo. Eu vou entrar na escola com uma bomba e mandar tudo pelos ares. Aquela vaca da professora de física pede para ser odiada! Ela me fez passar por um super mico. Mico não, um King Kong!
Eu estava lá feliz e quietinha no meu lugar, quando fui atingida por uma bolinha de papel. Virei furiosa, pronta para jogar meu estojo em quem me atingiu, quando vi Emmeline fazer um sinal dizendo que aquilo era um bilhete.
Certo, certo, até aí, tudo bem. O problema, é que na hora que eu fui abrir, a bandida da Sra. Huston, apareceu do meu lado (não sei da onde) e tirou o bilhete da minha mão.
E tipo, eu nem consegui ler o bilhete <õ_. Mas essa não é a pior parte. Não, não é. Ela virou e falou assim, em alto e bom som:
- Ora, ora, ora. Parece que a srta. Meadows não gostou da proposta do trabalho que passei.
Claro que não sua bruxa velha, por que você acha que eu estou sempre tirando nota baixa em física?
Era isso que eu queria responder.
Mas eu não respondi.
Eu só murmurei um “Desculpe professora” e quando eu pedi para ela me devolver o bilhete, ela pigarreou.
- Se isso é tão importante, acho que não vai se importar se eu ler para a classe, não é? – Ela disse, e eu quase, quase me descontrolei e virei um mortal e chutei a cabeça dela.
Mas eu me controlei.
- Não professora! – exclamou Emmeline do fundo da sala – Imagina, nós não queremos saber o que tem aí dentro.
- Como assim? – falou Gretchen atrás de mim, aquela loira aguada – Claro que queremos, abre logo professora!
E depois eu ouvi muitos murmúrios de concordância.
- Não, nós não queremos - ameaçou Emmeline de novo.
Só que toda sala discordou e começaram a jogar bolinhas na coitada.
- Bem, a voz do povo é a voz de Deus, professora – falou Alan, o namorado hipotético da Gretchen.
- Calado Sr. Brown – respondeu a Sra. Huston, levando o bilhete na altura dos olhos – Mas vou acreditar no que diz.
Então ela pigarreou novamente, e eu juro que eu vi minha vida passar pelos meus olhos.
- “Ei, Dorky, A Lily jura que viu você se agarrar com o meu primo, ontem no clube. É verdade? Porque tipo, ele é nojento! Outro dia ele estava cheirando tão mal que a minha tia enfiou ele no chuveiro a força, de roupa e tudo. Por favor, me diz que você não o beijou.”
Ela terminou de ler, e a classe inteira estava gargalhando. Eu, claro estava vermelhíssima. Por que era verdade.
O que eu poderia fazer a não ser enterrar a cabeça nos meus braços?
- Bom, acho que isso prova que era um bilhete, não é? – falou a Sra. Huston, com aquela voz rouca que me dá arrepios. – Acho que a Srta. Pode ir para a sala do diretor agora.
Olha, quer saber de uma coisa? Eu estava tão envergonhada que nem reclamei, só peguei as minhas coisas e saí o mais rápido que pude.
O que será que a minha mãe vai dizer? Porque ,tipo, é a terceira vez que essa macaca velha me manda para a diretoria em duas semanas.
Bom, pelo menos é melhor que Marlene, ela já foi umas seis vezes só nessa semana.
Também, ela foi criar inimizade justo com o professor mais poderoso da escola.
Tá,mentira, ele não é o mais poderoso.
É só o irmão do diretor.
Mas dá na mesma.
E falando na dita cuja (Marlene, não o professor Beans) olha quem eu encontro aqui, na diretoria. Estava estranhando, afinal, já estamos quase na hora do almoço e Marlene não foi expulsa da sala?
- Aula do Beans de novo?- perguntei, me sentando ao lado dela e puxando o fiozinho do Ipod do ouvido dela.
- Claro,o que mais seria? – ela respondeu, levantando a cabeça do encosto da cadeira. –- E você?
- Hum...aula da morcega velha – respondi.- O que você fez dessa vez? Atirou giz de lousa no professor?
- Quem me dera. – ela falou cansadamente, apoiando a cabeça novamente – discuti com ele, porque não concordava com a revolta dos chineses. Ah, fala sério, eu odeio história.
- E quem gosta? – perguntei, procurando a minha maçã dentro da mochila, porque já é quase meio dia e meio e eu tô com fome.
Hum, achei, ainda está inteira, eu acho...bom, dá pro gasto, pelo menos até a hora do alm...
- Ai meu Deus – falou Marlene, segurando a respiração e olhando diretamente para a porta, que acabara de abrir. – Sirius.
Ah, já sei, Sirius...é, eu já devia saber...O que será que ele fez agora? Será que ele foi suspenso? Coitada da Marlene, vai ficar desolada, ficar dois dias sem ver seu príncipe encantado.
- Bom, Sr. Black, peça à sua mãe vir aqui, sim? – disse o diretor, e eu olhei para Marlene,e vi que ela tentava, mas não conseguia tirar os olhos do garoto. Eu não estou apaixonada como ela, mas não posso negar de que Sirius tem charme. Sabe de uma coisa? Ele também dá umas olhadinhas para ela que eu vi. Ah, espera, o diretor está falando alguma coisa - ...Bom, Depois conversamos sobre a papelada da transferência, está bem? Agora pode ir para o horário do almoço.
Transferência? Ai meu Deus...
- Dorky, você ouviu? – sussurrou Lene, enquanto o diretor conversava com a secretária sobre alguma coisa relacionada com a saída de alunos no ano que vem – Transferência... isso quer dizer que o Sirius...Ele vai...ai caramba, eu não consigo terminar essa frase...
Pobre Lene, agora é que ela vai ficar desolada.
- Srta. Meadows – disse George. Sim, eu tenho intimidade com o diretor e chamo ele pelo primeiro nome õ/ . Mentira, chamo não, por que senão eu seria expulsa. – Achei que não a viria mais esse ano letivo.
- Hum...é uma longa história, diretor – falei, guardando minha maçã de volta na mochila.
- Ham, terá bastante tempo para me contar essa história –- E me mandou entrar. Bom, eu entrei na sala, deixando Marlene olhando tristemente para o lugar onde Sirius estivera uns tempos antes.
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Quinta, 22 de junho. Meu nome é Marlene McKinnon.
Eu estou realmente deprimida.
Primeiro o diretor me diz que se levar outra advertência, serei suspensa da escola. Mas tanto faz, falta uma semana para acabar as aulas, mesmo.
Depois, Sirius resolve mudar de escola.
Tipo, ele está atrapalhando completamente as chances da gente ter um futuro relacionamento. Nunca vamos passear de mãos dadas pela praça no outono, enquanto observamos as folhas caírem das árvores. Desse jeito, nunca vamos poder comemorar nosso namoro de cinco anos. Ele nunca vai poder me levar à uma cantina chique, onde serviram meus pratos preferidos e uma taça de champagne. Depois, não poderia pedir para tocar a música do nosso primeiro beijo, que seria a mais romântica possível, como “Love me, forever end” daquela banda, que eu nunca me lembro o nome. Nem poderia ajoelhar no chão, e me mostrar uma caixinha de veludo azul da Tiffany’s, onde teria um belo anel de diamantes e não iria dizer as palavras “Marlene, casa comigo”, nem “Se amar é viver e viver é amar, sem você eu não vivo” e nem mesmo “Te amo”. Ele também não poderia se casar comigo no quintal da minha casa, onde minha mãe se casou, e não seria o casamento mais bonito de todos. Não poderíamos procurar juntos a melhor casa possível para construir uma família, com um jardim adorável, onde nossos filhos poderiam levar os amigos para brincar de polícia e ladrão com arminhas de água. Além disso, ele não poderia me acompanhar, quando fossemos levar nosso casal de filhos, para matricular em uma excelente escola do bairro, que com certeza teria o nome de um dos presidentes da América, como Kennedy School.
Tipo, fala sério, eu já planejei a nossa vida, fomos feitos um para o outro. Ele não pode mudar de escola. Será que ele não entende que nosso destino é ficar juntos?
- Lene,– disse Lily, sentando-se à mesa, com uma bandeja. - alguma novidade?
- A pior – respondi, mexendo meu copo de refrigerante e vendo que só tem gelo. Esse é o problema da vida. Você fica deprimida por alguns minutos e já acaba com todo refrigerante do mundo.
- Você foi expulsa?- perguntou, puxando o papelzinho que eu tinha que entregar para minha mãe.
- Pior.
- O que pode ser pior que ser expulsa? – perguntou mordendo uma maça. Agora vos pergunto: qual a fascinação dessas garotas por maçãs?
- Há muitas coisas piores do que ser expulsa – falei, enquanto via Emma se aproximar da mesa.
- Tipo...- disse Lily, fazendo sinal com a mão para eu continuar.
- Sirius vai mudar de escola – disse por fim, enquanto Emmeline já estava sentada.
- Sirius vai mudar de escola? – falou Emmy, mas Lily pareceu não muito surpresa.
- Sabe de uma coisa? Acho que ouvi comentarem que ele vai mudar de casa – sussurrou Lily, porque estava passando o time de futebol do colégio atrás da gente, e eles são amigos do Sirius. E não queremos que ele ache que falamos dele o tempo todo. Okay, mesmo que nós conversamos sobre ele o tempo todo.
- Quem falou isso? – perguntou Emma, do meu lado.
- Hum...Gracie – falou, olhando para três mesas atrás da gente.
No centro da cantina. É lá que os populares ficam. Olhei também, e vi Sirius, falando alguma coisa, o que provavelmente foi uma piada, porque todos da mesa começaram a rir. Menos a Gracie, mas é por que sua burrice não permite que entenda as piadas magníficas do meu futuro marido.
- Oi gente – cumprimentou Dorcas, sentando-se à mesa conosco, mas sem nenhuma bandeja. – Desculpa a demora, eu tive que ficar um tempão com o diretor.
Emmeline pareceu despertar de um transe.
- Dorcas! – berrou, e todas a encaramos – você se ferrou muito?
- Não muito – respondeu Dorky, e eu e Lily ficamos tipo o.õ
- Mandei um bilhete para Dorcas na classe e a professora pegou – explicou Emmeline, para nossos cérebros confusos.
- Ah, tá explicado – falei. – sobre o que era o bilhete?
- Ahn...sobre...o meu...primo – gaguejou Emmeline – Lily acha que viu...a Dorky e ele no clube ontem...
- Ah aquilo – falou Dorcas, na maior naturalidade possível. Eu não entendo essa garota. Sério mesmo. – Foi só um desafio bobo.
- Hm...desafio? –provoquei. – Que tipo de desafio?
- Tem um carinha – Ela começou. Regra numero um das garotas: Se enrolar, é por que tem garoto no meio. – no time de Hockey do clube, que duvidou que eu não beijava o seu primo, Emmeline, por dois minutos. E bom...eu não aceito perder em desafios, vocês sabem, né... – Há três coisas que não amedronta Dorcas: Garotos, desafios e desafios sobre garotos.
- Mas o meu primo concordou com isso? – perguntou Emmy, e eu achei que ela iria ficar chateada. Mas eu sei que ela e o primo são inimigos numero um desde que nasceram.
- Ele...não soube...- falou Dorcas, abrindo um potinho de Iogurte.
- Ah. – Sim. “Ah” foi tudo que ela respondeu. Tipo, coitado da criança.
PÉÉÉÉÉÉÉIIIIM
Sim, é exatamente esse barulho que a praga desse sinal faz.
- Temos alguma aula, agora? – Perguntei, guardando minha garrafinha de água na mochila, enquanto levantávamos da mesa.
- Acho que não – respondeu Lily. Graças a Deus.
A única vantagem de estudar aqui é que quando falta algumas semanas para acabar as aulas, eles reservam as aulas depois do almoço para quem não conseguiu passar direto. O problema é que não são todos os dias, então, eu nunca sei.
- Ótimo – falei, enquanto nos dirigíamos para os nossos armários.
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Quinta, 22 de junho. Meu nome é Lily Evans.
Bom, o ano está acabando.
Quer dizer, não o ano. Eu quis dizer o ano letivo. Estamos indo para o primeiro ano.
Caramba, estamos indo para o primeiro ano.
Nem tinha me dado conta disso.
- Acho melhor levar tudo, e vocês? – falou Lene, puxando tudo que tinha no armário dela.
- Pode ser – falou Dorcas, fechando o armário dela, levando apenas dois livros e dois cadernos. – Mas eu não vou carregar nada para você.
- Mas, pensem bem – insistiu – hoje é quinta.
- Sim – falou Emmeline, fechando o armário só com três livros na mão.
- Quer dizer – prosseguiu Marlene, Como se houvesse um universo paralelo dentro de sua cabeça. Ás vezes eu acho que tem mesmo. – Nossas aulas acabam na terça. Levamos tudo hoje, e na terça saímos mais cedo! Não precisaremos esbarrar com as pessoas desesperadas que pegarão seus materiais desajeitados e possivelmente derrubaram os pesados livros na gente!
Todas nós encaramos a louca que Lene consegue ser ás vezes.
- Lene – disse Dorcas – você tá ficando paranóica.
- Espera um pouco – falei – Acho que já entendi. O armário de Sirius fica a três armários do da Lene. Será que isso tem alguma coisa a ver?
Emmeline e Dorcas fizeram um “hhhhummm” e Marlene ficou extremamente vermelha.
- Isso – disse, puxando todos os livros do armário dela que me pareceu
- Têm alguma coisa para fazer hoje? – perguntou Dorcas, enquanto íamos andando até a porta, Marlene equilibrando os livros numa pilha desajeitada.
- Minha mãe disse que tem uma novidade para me contar, vai me levar para jantar, eu e a minha irmã, num restaurante chique. – falou Emmeline. Provavelmente, vai apresentar um namorado novo. É sempre assim, coitada da Emma. Pelo menos a irmã dela é legal. A minha não.
- O namorado de Petúnia vai jantar hoje em casa – falei, fazendo uma careta. E todas as minhas fiéis amigas fizeram caretas também.
- Meu irmão vai levar uns amigos em casa. Não vou nem sair do quarto, mas se quiser, pode ir lá em casa – falou Lene, por de trás dos livros.
- Não, muito obrigada – respondeu Dorcas.
- É achei que ia responder isso. – Falou Marlene, que então parou de repente.- Sabe, acho que vocês têm razão, vou deixar um pouco de material no armário, podem indo.
- Não,eu vou com você – falei, pegando um pouco dos livros da pilha de Marlene.
- Valeu – agradeceu.
Para nossa infelicidade, o time do futebol e as cheerleaders estavam guardando suas coisas no armário também. E Marlene percebeu isso, porque ela segurou muito o ar quando viu Sirius mexer no celular, apoiado no armário do lado.
- Aja naturalmente, finja que não o viu – falei, e Marlene começou a fitar algum ponto lá na porta da cantina. Se bobear ela tá até olhando para a verruga da mulher que serve o pão. Ecati,que imagem horrível.
Chegamos ao armário dela, e até agora, nada aconteceu, graças a Deus.
Bom, alguém esbarrou em nós, e A coitada da Lene derrubou quase todos os livros.
- Me descu...Ah, é você, então é bem feito – falou Grace, balançando aquele cabelo loiro oxigenado que só ela tem. Claro, ela e as ursas do Alasca. Depois, ela empinou o nariz e andou até o armário de Sirius, que jogou o celular lá dentro e deu um selinho rápido nela. Aparentemente pra ela foi rápido demais, porque a cara de decepção que a Grace fez foi super-hiper hilária.
Tadinha da Marlene, deixa eu ajudar ela recolher os livros, eu coloco esses aqui no armário, e agora eu pego esses aqui e...
Peraí. Para tudo.
Já tem alguém aqui. E esse alguém tem uma mão macia, santo Deus, olha o pensamento da garota e... AI MEU DEUS.
É Sirius!
- Precisa de Ajuda? – ele disse, sorrindo muuuuito sedutoramente para Lene.
- Eu...ahn...e-eu – foi tudo o que ela conseguiu dizer, juro.
Então eu levantei meus olhos para procurar Grace, e foi exatamente como eu pensava. Ela estava retocando a maquiagem no armário dela, que é do outro lado do corredor.
Sirius é do Primeiro ano, então seu armário é nesse corredor. Os nossos também são, porque só sobrou armário pra gente no corredor do primeiro ano. ‘--
Quando ela viu pelo espelhinho que Sirius estava abaixado falando com a gente, fechou a porta do armário violentamente e pôs-se à bater aqueles sapatos barulhentos até o outro lado do corredor.
- Six, honey - falou aquela nojentinha, puxando o braço de Sirius, fazendo ele levantar – por que você está perdendo tempo aí? O time vai para o Joe’s burguer comemorar o fim de campeonato...deixa elas aí, você não precisa sujar suas mãos.
Sirius bufou discretamente.
- Certo – ele falou, e Grace começou a fitar as próprias unhas enquanto Sirius fechava a porta do armário demoradamente. –- A gente se vê por aí, então...ahn...
- Marlene – eu falei, porque Lene estava completamente incapacitada de responder.
- Marlene – ele repetiu, antes de virar e puxar Grace pela cintura, que fez uma cara nojenta e deu um tchauzinho asqueroso para gente, que logo se transformou em um “L” de looser.
Odeio essa garota.
- Eu odeio essa escola! – anunciou Marlene, fechando a porta do armário, e eu tive que segurar os livros dela, por que ela parecia realmente brava.
- E a escola nos odeia – respondi, desculpe se não estou ajudando muito, mas é a verdade. Pura e crua verdade.
Marlene Bufou e começou a bater a cabeça no armário.
- Pense pelo lado bom – falei, puxando Marlene para sairmos da escola o mais rápido possível – agora Sirius sabe seu nome.
Toda tristeza que Marlene tinha sumiu completamente,
- Eu sei! Não é demais? – ela disse dando pulinhos de alegria.
- Quando vocês casarem, eu vou ser a madrinha, okay? – eu falei, acompanhando ela nos pulinhos.
Começamos a gargalhar e só paramos quando chegamos no ponto de ônibus.
Eu odeio morar longe da escola.
Na verdade, eu odeio Tudo que se relaciona à essa escola.
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Quinta, 22 de junho. Meu nome é Emmeline Vance.
Às vezes essa menina parece surda. Tô gritando aqui á umas duas horas e ela não chega.
- STAAAAAAAAAAAAAAAAAACIE – gritei, pela 23123453643º vez.
- Calma – ela falou, surgindo com um baldão de pipoca. – Tava fazendo a pipoca, é que essa porcaria de microondas é demorada demais.
Esse é o lado bom de ter um irmão mais novo. Lene tem irmão mais velho, 16 ou 17 anos, eu acho. A Lily tem uma irmã mais velha, que tem 17 anos. Eu e Dorcas temos irmãos mais novos, Stacie tem 10 anos e o Mike, irmão da Dorky, tem 11.
Sempre brincamos que nossos irmãos vão se casar quando crescer e todos nós vamos ser uma grande família feliz.
- Mamãe ligou – ela falou, pegando uma porção enorme de pipoca.
- É? Disse o que? – perguntei, colocando um pouco mais de sal no pote.
- Disse que tá muito trânsito e que não vamos mais sair para jantar – ela falou, super natural.
- Quê? Ah, mas eu queria taaaaanto sair – choraminguei.
- Mas fica calma, ela disse que vai contar a novidade mesmo assim – Stacie falou, como se eu quisesse saber a novidade, eu queria comer fora, isso sim.
- Duas Libras, de que a novidade é um namorado novo – falei, estendendo minha mão.
- Aceito, aposto duas libras de que é novidade do trabalho – ela falou, apertando minha mão.
Muito bem, vamos assistir o filme.
[quase 50 minutos depois]
Certo, certo eu admito! Eu dormi o filme inteiro.
E continuaria dormindo, se aquele maldito cachorro não tivesse latido.
- Boa noite meninas – falou Mamãe, fechando a porta da frente, e fazendo carinho no Max (nosso Border Collie) para ele parar de latir. – desculpe não poder levar vocês para sair, mas trouxe comida chinesa – ela falou, estendendo umas sacolinhas na nossa cara.
Hum...adoro comida chinesa...
Sentamos à mesa e mamãe distribuiu umas caixinhas para a gente. Abri a minha e simplesmente um vapor quente e gostoso subiu na minha cara...frango xadrez e arroz com legumes...mamãe quer me subornar, só pode...
- Antes de qualquer coisa – mamãe falou, secando a mão numa toalhinha bordada – preciso contar a novidade para vocês, não é mesmo?
- Prexiva – falou Stacie, com a boca cheia de frango, eu só balancei a cabeça positivamente.
- Bom, meninas – mamãe falou, olhando misteriosamente para nós –- A minha loja...vai abrir uma filial!
Saco.
Perdi duas libras.
- Puxa mamãe, que bom! – falei, dando tapinhas amigáveis nas costas dela, e Stacie me mandou um olhar de vitória. Tirei duas Libras do bolso e entreguei à ela discretamente por debaixo da mesa.
- Mas essa não é a melhor parte. – Ela continuou, puxando uma caixinha de comida chinesa para ela.
- Não? – perguntamos eu e Stacie parando o movimento que fazíamos levando um franguinho para a boca.
- Não! – Mamãe falou animada – Adivinha só quem eles chamaram para ser a gerente da nova loja?
- Meu Deus, Mamãe! – exclamou Stacie, agitando os braços alegres.
- E tem mais! – disse, abaixando a caixinha da comida chinesa –- A loja é só uns vinte quarteirões daqui – reparem que ela disse “Só” vinte quarteirões.
- Mas mesmo assim, é longe, é perto de onde Lene mora – falei, abaixando minha caixinha também –- O irmão dela estuda naquela “ St. Adams” que tem ali perto.
- Hum...sabe o que é? – ela falou, um pouco mais tensa – eu não gosto de enrolar muito, então vou falar de uma vez.
- Aconteceu alguma coisa? – perguntei, olhando para os olhos dela.
- Vamos... vamos ter que mudar. – ela mandou, e eu...eu pasmei.
/Modo Histeria On/
COMO ASSIM MUDAR?
Tipo, eu NASCI aqui eu não posso sair...é anti-ético tirar uma criança do lugar de criação! Mesmo que eu não seja criança há uns cinco anos. Mas...ainda tá valendo.
/Modo histeria Off/
- Mas mãe – falei, ainda um pouco pasma – você mesmo disse que a loja é só a uns vinte quarteirões daqui, quer dizer, não dá para ir a pé, mas poxa, você pode pegar o carro e ir super rápido!
- O motivo não é esse – falou mamãe, e eu reparei que Stacie está muito quieta. – É que não sou eu que vou pagar a casa. – hum...vendo por esse lado, até que não é uma má idéia – fui ver a casa hoje, e é muito maior que a casa que estamos hoje, tem três andares, e no último andar é um super sótão que se bobear você pode ficar com ele, Emmy, pode ser seu novo quarto!
Sabe, eu não to tããão desanimada assim, como eu achei que iria ficar.
- Tem quatro quartos no segundo andar, três são suítes, e dois no primeiro, fora a cozinha, a sala de jantar e a sala de televisão. Tem um Hall bonito, e uma sala de estar super espaçosa.
- Nossa – falou Stacie, pela primeira vez – é uma mansão, não uma casa!
Concordo plenamente! Eu to começando a ficar animada com essa nova mansão...
- Espera um pouco...se ela é tão perfeita assim, por que não é a gente que vai pagar? – perguntei.
Olha, não é um mau negócio, se você parar para pensar. Essa casa é super pequena, só tem três quartos -sendo uma suíte- duas salas, uma cozinha super pequena e dois banheiros.
Stacie deu um bocejo tão grande que eu tive que me segurar na mesa, porque senão eu ia ser engolida...HUEE, brincadeirinha (:
- Stacie, se você já acabou, pode ir dormir, já está tarde e você tem aula amanha. – falou mamãe, mudando completamente de assunto.
Stacie concordou com a cabeça e deu um beijo de boa noite na mamãe e subiu as escadas pesadamente. Só quando eu ouvi a porta dela bater, que eu continuei.
- Então, mamãe, por que, hein? – insisti, agora brincando com uns últimos franguinhos que restaram na minha caixinha.
- Bem – ela começou, e já vi que aí tem coisa. – É que a casa não está exatamente...em bons tratos...por isso eles praticamente me deram a casa...nós vamos precisar reformar algumas coisas e aí podemos morar...se começarmos logo, talvez até o fim do verão ela já tá pelo menos...”morável”.
- Eu sabia – falei, levantando meu copo de água – que havia algo de errado com essa “mansão”.
- Mas calma – ela falou –- O cara que me mostrou a casa hoje, disse que pode ajudar a gente a...a arrumar a casa...
- Ahá! – exclamei, apontando o meu dedo indicador para a mamãe, como se eu fosse Sherlock Holmes, ou coisa assim – Sabia que tinha homem na conversa!
- Ai, mas você, hein, Emmeline? – ela falou, tirando a mesa, e eu comecei a ajudar também – Acha que todo homem que eu cito é porque é um novo namorado!
- Mas então – mudei de assunto, porque senão ia começar um discurso novo – Como eu vou para escola? Você vai começar a me levar de carro, ou tem algum ponto de ônibus lá perto?
- Sobre a escola – falou, quando a mesa já tava arrumada e eu já tava quase subindo as escadas, Mamãe estava sentando no sofá e estava quase na hora do programa dela. Toda noite, quando ela chega do trabalho, ela assiste “Grey’s Anatomy”, e pode apostar que é porque ela tem uma paixão platônica pelo protagonista.
- O que? – perguntei curiosa.
- Não acha que seria melhor se você...sei lá, construísse tudo de novo? Do começo? – ela falou e eu fiquei tipo...o.õ
- Mamãe, acho que já deu para mim – falei, bocejando, e minha visão tá começando a ficar beeeeem turva...- vou dormir.
- Durma bem – ela falou, enquanto começava o programa –- E pense no que eu falei. – completou, quando eu já tava nos últimos degraus da escada.
- Claro – eu falei baixinho, para mim mesma – Se eu entendesse metade das palavras que você diz.
Cheguei no quarto, troquei de roupa e deitei.
Tô morrendo de sono e amanhã o dia será cheio.
Ai,ai, eu poderia ficar aqui para sempre...
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N/A: boum, demorou? sim. Eu fui viajar '--
mais tá aí...eu nao sei qndo vem o segundo
eu queria agradecer a todos vocês que comentaram e me inspiraram MUITO a escrever...
bjos a todos e bom, vejo vcs no proximo capitulo (:
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