O Diário: Infância
Hermione voltou para sua sala, vinha perdida em seus pensamentos quando esbarrou em alguém, livros, pergaminhos e penas voaram para todos os lados.
_ Desculpe. Disse Hermione juntando suas anotações e o diário de John.
_ Nom foi Nada. Respondeu o homem enquanto ajudava Hermione. Hermione reconheceu aquele resto de sotaque, embora com o inglês quase perfeito. No momento em que as mãos se encontraram Hermione ergueu sua cabeça e pode ver que o Homem no qual havia esbarrado era ninguém mais, ninguém menos que seu velho amigo Krun.
_ Krun! Exclamou a morena.
_ Herrr mio ni ni! Disse o Húngaro. Os dois se levantaram e Hermione abraçou o velho amigo.
_ O que você faz por qui?
_ Eu vim rênovarr meu Visto de Perrrmanência.
_ Você está a trabalho aqui em Londres?
_ Nom.. Nom... Vim acompanhando minha esposa, ela veio visitarrr seus pais.
_ Nossa você se casou, eu não sabia... Parabéns!
_ Obrrrigado!
_ Não tem de que... Andou treinando foi? Seu inglês está quase perfeito!
_ Sim, Andy me ajudou muito. Os dois seguiram conversando animadamente.
_ Mas e voxcê como está? Casou com o RRony?
_ Não... não... Disse Hermione levemente corada.
_ Hum... Bom foi bom ter te reencontrrado, mas tenho que irr, Andy esta me esperrrando.
_ Ok, boa estadia. Os dois se despediram e Hermione seguiu para sua sala. “Agora você me paga” pensou Hermione olhando para o diário, sentou-se a frente de sua mesa, respirou fundo. Llevemente passou sua mão sobre a capa do diário e suavemente disse lhe:
_ Por favor, mostre-me seus segredos. Houve um pequeno estampido, Hermione abriu o diário e agora no lugar da mensagem ameaçadora estava uma nova mensagem.
“Sempre acreditei em você minha querida!”
Hermione sorriu, folheou o diário e uma caligrafia fina começou a aparecer nas páginas. Hermione começou a lê-lo, era um diário pessoal, seguiu lendo até encontrar algo que lhe chamou a atenção.
“...09 de Outubro de 1992
Hoje ouvi uma coisa que me deixou curioso, era uma conversa entre minha Sra e sua irmã, acho que elas não me viram, pois continuaram a conversar, elas falavam algo sobre contar a verdade e sobre crianças...”
Hermione parecia hipnotizada, de que verdades estariam elas falando? Seriam eles, Rony, Harry e Hermione, as crianças das quais falavam? Mas nesse ano eles estavam apenas em seu 1º ano de Hogwarts. Seguiu lendo, logo pareceu-lhe que estava a flutuar, sentiu uma leveza, como se estivesse dormindo, quando abriu seus olhos viu-se ao lado de um garotinho loiro, de no máximo 11 anos, ele estava parado em frente a uma porta de mogno, a mesma estava entreaberta, chegando mais perto ela começou a ouvir vozes, lembrou-se do que lera no diário e apurou mais seu ouvido.
“..._ Bella, não sei como você consegue, você não tem um pingo de sentimentos? Dizia uma mulher que parecia aterrorizada.
_ E você ainda tinha alguma dúvida disso? Falou a outra em resposta, sua voz esganiçada pareceu cortar os ouvidos de Hermione, sem dúvidas era ela, Bellatrix Lestrange. Mas como, ela havia sido presa logo após a morte dos pais de Harry, isso não batia com o que ela sabia, bom a menos que tenha sido pouco tempo antes dela ter sido presa, Hermione voltou a prestar atenção na conversa das duas assim como o garoto que estava a sua frente.
_ Você tem que contar a eles, ou isso vai se tornar inviável! Por favor, são apenas crianças.
_ Ora Narcisa, me diga uma vez que eu precisei dos seus inúteis conselhos? Esbravejou a Bellatrix que agora levantava da cadeira e batia os punhos na mesa.
_ Não seja tão amarga Bella, eles são apenas crianças, merecem saber a verdade.
_ Não sei do que você esta falando, eles sabem do que precisam saber, e isso é tudo.
_ Mas e seu marido?
_ Quem... O imbecil do Rodolfo? Bellatrix riu prazerosamente. O que tem ele?
_ Ele sabe disso?
_ Não, e nem vai ficar sabendo... Aquele imbecil não saberia nem que eu esfregasse na cara dele. Mas agora chega desta conversa, você já esta me enjoando com essa sua melosidade. Francamente Sici você deve ter convivido muito com aquela idiota da Andrômeda. Bellatrix acompanhou a irmã até a porta de saída do escritório. O garotinho não havia se mexido, mesmo com a possibilidade de ser surpreendido pelas duas mulheres, Hermione temeu pelo que aconteceria a ele, mas rapidamente viu ele bater na porta minutos antes de ela ser aberta por Bellatrix. Ao ver a porta se abrindo, talvez por reflexo, Hermione puxou sua varinha e apontou na direção do rosto de Bellatrix, estavam tão próximas que a ponta de sua varinha penetrou na cabeça da outra mulher, Hermione baixou sua varinha, ela ali era apenas um fantasma.
_ Você aqui? O que quer?
_ Minha Sra – reverenciou o garoto – Vim entregar-lhe meus deveres de poções – e logo estendeu um pequeno caderno que foi pego pela mulher. Hermione ficou cara a cara com Narcisa Malfoy e Bellatrix Lestrange, era algo inédito para ela, poder ficar cara a cara com as duas sem estarem duelando, pode perceber o enorme vazio nos olhos e Narcisa e toda a maldade nos de Bellatrix. A mulher agora analisava os deveres do garoto.
_ Vejo que você melhorou muito, mas ainda não está bom. Dizendo isso devolveu o caderno ao menino – Ainda precisa melhorar muito se quiser ser um especialista em poções.
_ Ele só tem 10 anos. Sussurrou Narcisa.
_ Já disse para não se meter, eu ajo com eles como eu bem entender, e você deveria fazer o mesmo com o molenga do seu filho. Disse Bellatrix em tom de desdém.
_ Não ouse falar dele Bellatrix. Hermione pode sentir as faíscas cruzando os olhares das irmãs, logo as duas seguiram o caminho deixando o garoto para trás, passaram por Hermione como se ela fosse uma cortina de vento...”
Tudo escureceu a volta de Hermione, logo várias imagens começaram a passar a sua frente, rápidas e misturadas como em um turbilhão, de repente tudo parou, uma intensa luz obrigou Hermione e fechar seus olhos, ao abri-los estava em um quarto, pode ver a mesma escrivaninha da memória de John. Agora via um garoto já um pouco maior, deveria ter seus 12 anos, já trazia traços de sua forma adulta, seus cabelos loiros e seus olhos verdes já o denunciavam com um belo homem, Hermione pegou-se observando o garoto...
“...1º de Julho de 1994
Primeiro dia de férias, era pra eu estar feliz, afinal voltei pra casa, casa, será que aqui é minha casa? Pra variar hoje briguei com minha irmã, ela é irritante às vezes, mais uma vez fui falar com ela sobre nossos pais e mais uma vez acabamos brigando. Achei que ela por ser mais velha lembra-se mais deles que eu, mas não...
... Camille esta ficando cada vez mais estranha, já não conversa mais comigo, nem parecemos mais irmãos, ela esta muito mudada, ela esta se transformando em uma pessoa diferente, só quer saber de vingar a morte de nossos pais, coisa que eu acho muito estranho, ninguém nos fala deles, a única coisa que sabemos é que devemos vingar a morte deles, sabemos que eles morreram quando ainda éramos bebês, foi durante a 2ª Guerra Bruxa, papai foi morto pelos Potter e mamãe presa por tentar vingar a morte de papai, e acabou morrendo na prisão...
Seu pai foi morto pelos Potter? Então ele deveria ser um comensal da morte... E sua mãe morreu em Askaban, provavelmente, ou em outra prisão bruxa.
...Segundo Camille os Potter tiveram o que mereciam, mas ainda resta um, seu filho, o Garoto Chamado Harry Potter. Minha Sra diz que devemos nos vingar dele e dos amigos dele, mas há algo que não fecha nessa história...”
Hermione sentiu como se estivesse sendo puxada bruscamente. Ao abrir os olhos viu-se diante de Emile, que suavemente lhe cutucava.
_ Sra Granger, tudo bem com a Sra?
_ Ou é você Emile, acho que acabei cochilando.
_ Sim a Sra dormiu por um bom tempo, nem almoçou, não quis incomodar, pois me parecia cansada, então resolvi deixá-la dormir um pouco.
_ Hermione olhou rapidamente para o diário e para sua surpresa ele estava em branco. Teria sido um sonho, ou teria ela realmente entrado nas lembranças de John? Ela não pode se deter neste pensamento, pois nesse exato momento um som grotesco saiu de sua barriga. Nossa acho que tenho um trasgo preso em minha barriga. As duas riram após o comentário.
_ Tomei a liberdade de preparar um lanche para a Sra, esta aí atrás. Emile indicou uma pequena mesinha atrás de Hermione.
_ Nossa você é um anjo em minha vida Emile, muito obrigada!
_ De nada, a Sra merece. Hermione logo começou a saborear as deliciosas torradas e o copo de suco de abóbora que tanto gostava. Hermione estava intrigada, quem seriam os pais de John e Camille? Mas sabia de uma coisa, o porquê de Camille querer tanto se vingar, afinal os principais suspeitos da morte de seus pais eram os Potter. Hermione terminou de comer seu lanche, olhou seu relógio, já eram quase 4:30, “nossa como o tempo passou rápido!” pensou, guardou o diário, embora aparentemente tivesse dormido ela estava exausta, decidiu deixar para continuar sua leitura no próximo dia.
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