A chave secreta



Hermione dormiu pouco aquela noite, por várias vezes se pegou pensando na morte de John, na conversa que tivera com Harry, Gina e Rony, na volta de Bellatrix e no conteúdo do diário de John. Quando pegou no sono já eram quase 5h da manhã, seu relógio despertou às 7h e 30 mim, parecia não ter dormido nem um minuto. Desceu, foi até a cosinha, preparou um copo de leite e algumas torradas e partiu para o Ministério, não precisaria acordar Jorge por que agora o menino dominava bem a rede de Flú, podendo ir sozinho para a Toca assim que acordasse. Hermione era sempre uma das primeiras pessoas a chegar ao ministério. “Repartição Pública” pensava ela enquanto via o Hall de entrada quase vazio, rumou para sua sala e logo foi em busca daquilo que havia lhe tirado o sono, o Diário de John, pegou o pequeno livro e começou a tentar abri-lo.

_ Anda pensa Hermione Granger... Pensa... Como é que se abre essa porcaria???? Hermione tentou diversas formas de abri-lo, feitiços dos mais variados e por vezes de civilizações desconhecidas para muitos. Porque John deixaria esta porcaria aqui se eu não sei como abri-la? Droga sua... sua burra!!!... Esses pensamentos não saiam da cabeça de Hermione que não desistia, mas a cada feitiço que não dava certo suas esperanças e paciência iam diminuindo furtivamente. Hermione estava tensa, já havia tentado de todas as maneiras possíveis e imagináveis, até tentar escrever nele ela tinha tentado, mas sempre aquela maldita mensagem aparecia, o que ele queria dizer com aquilo? Porque não deixou uma maneira de abri-lo, largou o diário sobre a mesa e voltou-se para onde havia o encontrado, talvez ali encontrasse uma pista de sua chave, procurou entre as pastas, anotações, papéis, mas nada, era inútil, voltou para a sua mesa e num momento de ira atirou o diário contra a parede, sabia que aquilo não adiantaria de nada, mas naquele momento pareceu-lhe o melhor a fazer. Debruçou-se sobre a mesa e voltou a cair em seus pensamentos. Foi então que se lembrou de uma coisa.

“Mas é claro Hermione Granger... Como você não pensou nisso antes?” Catou o diário e correu em direção a sala de Harry, será que ele já havia chegado, apressou-se mais um pouco, chegou à sala de Harry, ele havia chegado a poucos minutos, e pela sua cara também não havia dormido muito.

_ Oi Harry, Bom Dia! Exclamou Hermione com um sorriso enorme pregado em seu rosto.
_ Oi... Mas a parte do bom dia, só se seja o seu! Respondeu um Harry mal humorado.
_ Iiii, o que foi que houve eim? Alguma coisa séria? A Gina está bem?
_ Sim ela esta maravilhosamente bem...
_ Mas e então o porquê desse seu péssimo humor matinal?
_ Foi o que eu tive que fazer pra ela ficar maravilhosamente bem... Respondeu Harry com um bocejo. Hermione riu baixinho, provavelmente Gina havia tido mais um dos seus “normais desejos”.
_ E qual foi o desejo desta vez?
_ Ela queria pudim de ameixa com cobertura de molho branco.
_ Eca... Como Gina é nojenta...
_ Pois é eu sei, tentei argumentar com ela que seria difícil, que já eram 6:30 da manhã, mas ela me ameaçou dizendo “Você vai querer que nosso primeiro filho nasça com cara de pudim...” Harry imitou a mulher, tão bem que Hermione conseguiu ver Gina dizendo aquilo. - Mas tudo bem, afinal é para o bem dos meus dois amores não é mesmo, deve valer o sacrifício.
_ Sim vale!
_ Mas o que traz você aqui tão cedo?
_ Bem, eu quero te pedir uma coisa.
_ Claro, desde que não seja um pudim com cobertura de molho branco ta beleza. Hermione riu do comentário do amigo, realmente Harry parecia exausto.
_ Bom eu queria dar mais uma olhada nas lembranças de John se fosse possível.
_ Hum... Harry fez uma pausa – Acho que não tem nenhum problema, é claro, desde que não sejam aquelas que foram utilizadas durante o processo.
_ Não, não... Eu quero ver aquelas que nós não vimos ainda.
_ Posso saber o por quê?
_ Prefiro não dizer, pelo menos não agora, você se importa?
_ Não, capaz, era só curiosidade mesmo.
_ Ok, e quando você poderá me entregar às lembranças?
_ Se você quiser me acompanhar até o D.I.F.., posso te levar agora mesmo.
_ Claro, vou sim, mas o que é um D.I.F.?
_ É mais um nome complicado pro Departamento de Investigação de Feitiços.
_ Ok, vamos lá então! Harry e Hermione seguiram pelos corredores do ministério até chegarem ao D.I.F. Chegando lá Harry acompanhou Hermione até umas prateleiras empoeiradas, que lembravam muito a sala das Profecias, exceto por conter tubinhos ao invés de bolas de vidro.
_ Pronto aqui estamos, a sala onde guardamos as lembranças de vários bruxos criminosos.
_ Puxa vida, é muita memória.
_ Ô se é... Harry caminhou mais alguns metros parando fronte a uma prateleira. ZX-48, aqui está, é esse aqui. Disse Harry, Hermione logo se aproximou. Venha por aqui. Harry indicou o caminho e os dois foram para área cheia de penseiras, que eram divididas em “Restritas” e “Livres”.
_ Bom acho que vou ficar com as restritas. disse Hermione.
_ O.K, fique a vontade vou voltar para minha sala, e, por favor, não se esqueça de guardar tudo ta.
_ Sim Sr Chefe dos Aurores e realizador de Desejos. Disse Hermione fazendo continência e soltando um risinho debochado.
_ Isso não teve graça viu, queria ver se fosse você no meu lugar. Harry riu e se retirou ainda bocejando.
_ Pronta Srt Granger, agora é só você procurar nas memórias dele, deve ter alguma que possa te ajudar. Hermione começou a procurar, eram muitas memórias, procurava, mexia nelas com a ponta de sua varinha, mas até agora nada, olhou em seu relógio e viu que já eram quase 11h. Credo por Mérlim como o tempo passou, voltou a sua pesquisa quando encontrou algo que a fez parar, viu John escrevendo, não era no diário, mas parecia ser algo muito interessante, então ela se chegou mais perto e sentiu como se houvesse sido puxada para dentro da memória de John.

“Hermione viu-se num quarto, deveria ser o de John, ele estava sentado em sua escrivaninha escrevendo.

_ John! Chamou Hermione, mas este não respondeu. Estúpida, ele é só uma lembrança, ela chegou mais perto dele e pode ler o que ele escrevia.

...Querida Hermione, se você estiver lendo isso é porque certamente você encontrou meu diário, eu estou morto e você encontrou meu amigo, Draco Malfoy. Sei que deve ter sido um choque para você quando descobriu quem ele era, pra ele também foi um grande baque...

Hermione sorriu, lembrou-se do exato momento que encontrara Draco, e depois do quão gentil ele havia sido com ela, mas voltou a ler o que John escrevia.

... Bom provavelmente você deve estar com meu diário e deve ter tentado diversos feitiços para o fazer revelar a você seu conteúdo, e não deve ter tido bons resultados, me desculpe, mas eu não podia deixar tão na cara assim como fazer para abri-lo, quando o enfeiticei, lembrei de você me contando do quão difícil foi lidar com seu livro de “Trato de Criaturas Mágicas”, achei interessante...

Hermione estava boba, não acreditava que era tão fácil abrir o diário, era só, só fazer-lhe carinho.

...Você deve estar achando que eu fui um idiota, mas acreditei em você, na sua esperteza e sabia que de uma forma ou outra você encontraria a maneira exata para abri-lo, bom espero que você esteja bem, que meu sacrifício tenha sido digno de sua vida e não se esqueça jamais que você foi uma pessoa muito importante para mim, e também não esqueça que para abrir o diário, basta apenas você ser gentil e carinhosa...

Hermione viu John queimar o pedaço de pergaminho e então sentiu como se fosse puxada novamente para a realidade, lá estava ela, na sala das penseiras, o diário em sua mão, ainda não acreditava que era tão fácil abrir o diário, guardou tudo e voltou para sua sala, iria finalmente saber o conteúdo do diário.

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