Amy Sunders







Amy Sunders estava sentada na varanda de sua casa observando a noite estrelada. Apesar de estar muito cansada ultimamente, naquela noite não tinha vontade de dormir. Mas esse não era o seu único motivo. Antigamente, o seu papel era caçar os bruxos das trevas, como auror. Por muito tempo, ficou sem trabalhar e ele própria decidira fazer isso. Teve a sorte de receber outra proposta de trabalho sem saber direito com que lidava. Nike Otenn estava diretamente envolvido em qualquer caçada seja de qualquer auror, incluindo Amy. Novamente Amy lidaria com Nike. Esse fato fazia seu coração bater tão rápido a ponto de sair pela boca. Sirius há muito tempo tem perseguido Nike e vice-versa. Ainda amava-o e reencontrá-lo seria um sonho.
Ela sabia muito bem que Sirius sentira o mesmo, e que estaria sofrendo por sua ausência.O que era difícil de compreender é como não se encontraram, já que sua busca a Nike Otenn foi e recente e o próprio Sirius presenciou uma cena envolvendo-o. Então Sirius deveria estar em algum lugar de Londres, provavelmente contando várias de suas aventuras em Hogwarts pra Harry Potter. Sempre teve curiosidade de conhecer o garoto que sobreviveu, depois de conviver alguns meses com Tiago, Lílian e Lupin. Realmente fora triste saber que sendo apenas 2 anos mais nova que Lupin e 1 comparados com os outros, puderam conviver pouco tempo. Porém foi suficientemente para criar um grande vínculo de amizade. Adorava o jeito meigo de Lílian e principalmente de seus olhos. Não poderia esquecer o jeito moleque de Sirius e o companheirismo de Lupin. Conheceu também Snape e Pettigrew, e entre os dois, preferia Snape. Além de nunca se simpatizar com aquele menino baixinho e gordo, sabia a história de Snape achando que merecia mais confiança. Estava certa. Rabicho traiu seus amigos e colocou o homem da sua vida em Azkaban por 12anos. Lembrou-se agora de Tiago Potter, e das brigas que tinha com Severo. Por um momento aceitou a opinião de Lílian sobre Potter no seu quarto ano, quando teve contato com a menina que era 1 ano mais velha. Pareceu-lhe estranho passar quase 2 anos sem contato, quando ela lembrou-se de tudo. Teve o seu primeiro e único namorado pro alguns meses. A memória de estar sentada no Três Vassouras, com Sirius Black tomando cerveja amanteigada voltava toda hora. Queria sentir o gosto de sua boca novamente.
Amy saiu da varanda e entrou porque sentia-se mal lá fora.Talvez seria porque um simples fato de ficar atirada em sua varanda ,lembrava quando ainda estudava e permanecia grande parte do tempo com Sirius nos campos perto do lago. Depois de ficar deitada alguns minutos no sofá, subiu até o seu quarto e se arrumou. Sairia de casa, correria até Sirius. Apesar de estar bem distante, os quilômetros não atrapalhariam sua decisão. Então novamente cruzando a sala,pegou uma bolsa de couro com alguns pertences. Trancou a porta e sumiu do tranqüilo vilarejo que habita desde quando nasceu.
A primeira coisa que viu a partir do momento em que a cidade aproximava-se foi neve. Muita neve. Grossas camadas, que de longe ela diria ter quase 1 metro de espessura, rodeava todas as ruas. Assim a maioria dos carros estavam parados, sem nenhuma possibilidade de se moverem. Já as crianças esqueciam-se que era inverno e que os termômetros marcavam temperaturas a baixo de zero. Amy viu um grupo de três crianças tirarem animadamente uma quantidade enorme de neve que bloqueava uma casa daquelas bem cuidadas e no estilo americano. Um homem de meia-idade com poucos cabelos grisalhos e de um sorriso bem cativante assistia a cena. Passado algum tempo, ele deu várias risadas e colocou suas mãos grandes no bolso da calça jeans. Tirara um quantia razoável de dinheiro, e Amy que apreciava a cena ouviu o homem falar: “ dividam igualmente entre os três. Não fiquem brigando.” Ela ficou parada perto do jardim da casa coberto de neve esquecendo-se de que tinha um grande caminho a percorrer. Londres é uma cidade enorme e talvez não obteria muito sucesso naquela noite. Nem sabia direito por onde começar, até que lembrou do Caldeirão Furado.
Depois de ter caminhado muito e perceber que realmente já era tarde, chegou no Caldeirão Furado. O lugar estava deserto e só Tom poderia ser visto na entrada do bar-hotel.

- Olha que está por aqui – disse Tom sorrindo alegremente para Amy-
- Oi Tom. Como vão as coisas?
- Por aqui está tudo bem. Desde que aquele-que-não-deve-ser-nomeado e seus seguidores não cheguem perto.
- É. Mas as coisas não são tão simples assim. O domínio de V...
- Não fale o nome dele!!
- Desculpe- disse Amy parecendo muito envergonhada e corada-
- O domínio de você-sabe-quem está aumentando a cada dia. Não está perdoando nem os sangue-puros.
- Achava que para ele era pecado matar um sangue-puro! – Tom parecia chocado –
- Ele só está fazendo isso para se divertir.
- E você acha isso normal?
- Não. Mas é a verdade. Eu acho que ele já deve estar cansado de matar trouxas.

Houve um breve silêncio na conversa. Embora Tom estivesse chocado e até um pouco ofendido, ele sabia que Amy tinha razão. Não poderia ser cego, tinha que ser realista. Nunca iria querer ser como alguém do Ministério.



- Quando isso vai acabar?
- Só duas pessoas podem decidir. Você-sabe-quem e Potter
- Potter?
- Pelas barbas de Merlin To, você deve saber. A Profecia – Amy fala essa última palavra num sussurro. Só Tom ouvia. O que era engraçado é que não haveria nada ou ninguém impedido-a pronunciar sua fala mais alto. Era como se as paredes tivessem ouvidos e ela não quisesse ser ouvida.
- Claro que sei. É que me lembrei da última vez que vi Potter. Apenas 13 anos. Parecia ser tão inocente e frágil.
- Mas agora Potter cresceu, já tem 17 anos e é maior de idade. Pelo contrário. Ele compreende tudo, e é muito forte. É tão poderoso quanto o lorde das trevas.

Tom estremeceu mas não reclamou sobre a alusão de Amy a Voldemort.

- Você acha isso? – perguntou Tom bem cético.
- Desculpe Tom , mas isso é óbvio. A Profecia diz claramente que um só poderá viver quando um morrer. Potter deve matar ele para sobreviver. E Potter é tão poderoso que nem chega a saber.
- Você está insinuando o que?
- Você sabe muito bem que quando falo em Potter também falo de Tiago. Eu conheci Tiago, Lílian, Sirius,Severo, Lupin, Pettigrew e outros. Poderia muito bem ter entrado na Ordem.
- E porque não entrou?
- Perdi o contato com todos. Nunca mais os vi.
- Potter poderia ter uma madrinha, certo Amy?
- Exatamente. Além de rever Sirius, daria tudo para conversar com Harry. Estou cansada de vê-lo pela droga que o Profeto virou.
- Você já imaginou que hoje poderia estar casada e que um futuro filho seu poderia ser amigo do Potter?
- Quer perguntar o que eu perdi em 20 anos longe de Sirius?
- É.
- Claro que já, e não estou afim de perder mais nenhum ano.
- Você como uma excelente namorada de Sirius já deve ter ido na casa dele certo?
- Como eu fui esquecer???
- Então receio que poderá passar o Natal muito bem. Potter estará em Grimmauld. Consegue esperar mais 20 dias?
- Claro. Para quem esperou 20 anos, 20 dias não são nada.
- Bom tem um quarto sobrando no primeiro andar. O 20.
- Isso é brincadeira?
- Não. Do que você está falando? Não entendi.
- O número do meu quarto são exatamente os dias que ficarei aqui.

Tom deu uma risadinha gostosa que fez Amy rir também.

- Eu vou indo. Tem uma garrafa de cerveja por ai?
- Claro.

Tom com sua varinha conjurou uma garrafa de cerveja e entregou para Amy. Ela subiu as escadas e Tom a seguiu, mudando o seu caminho para chegar até o seu quarto.




A notícia da separação de Rony e Cho caiu sobre a escola como uma bomba. Constantemente vários olhos fitavam com curiosidade Rony e Cho. Também era comum ver murmúrios entre os alunos que poderiam ser ou não ser da Grifinória ou Corvinal. Harry e Hermione tinham sido muito procurados falando sobre o tal casal que se desmanchara. Gina após de uma época de pequenas discussões com Hermione e Harry, finalmente estava em paz. No entanto a relação de Harry com Luna ia mal. Não conseguia se entrosar com a garota e depois de muito tempo teve tempo para falar com ela.

- Luna, me desculpa por te ignorar durante dois meses. Nunca foi a minh aintenção. Aconteceram muitas coisas.
- Bom eu também tenho culpa. Me isolei de todos.
- Mas o que aconteceu? – perguntou Harry tentando imaginar o que faria Luna se afastar de seus amigos.
- É que em 29 de novembro fez 7 anos que a minha mãe morreu
- Ah, isso é uma boa justificativa. Você ainda não deve ter se acostumado com a idéia.
- Na verdade já. Só que esse ano foi pior.

Grossas lágrimas caíram em seu rosto instantaneamente. A dor da perda da mãe renasceu naquele ano com um força que nunca imaginara. Harry com muito senso, abraçou-a confortando-a . De repente, quando ele falava com Luna baixinho, uma voz arrastada muito conhecida surpreendeu por trás:

- Ei Potter, quer levar o título de “ O Garanhão da Grifinória “ ? Granger, Chang, Weasley e agora apelou para Lovegood?
- Cale a boca Malfoy! – gritou Harry sentindo a raiva borbulhar em seu sangue.
- Harry, para, não vale á pena. Você sabe que não.
- Luna, isso é coisa minha. Me de licença.
Luna se afastou com um olhar furtivo e feio à Harry. Ele estava a sós com Draco Mlafoy. Quem estava perto da cena observava atentadamente o que iria acontecer. Era como se um grande público assistisse a peça do ano que não aconteceria em outra ocasião.

- Então Potter, vai me bater?
- Deixe eu pensar... Vou!!!

Harry reuniu toda a sua força e meteu um soco na cara de Malfoy. Uma pequena área roxa em volta de seu olho poderia ser vista. Mas esse não era o único dano. O nariz de Draco sangrava constamente, e pelo seu formato, Harry percebeu que o quebrou.

- Você não aprende mesmo Malfoy!

Hermione que estava ainda na orla da Floresta Proibida conversando com Hagrid, quando começou subir a encosta em a Harry disse:

- O que você fez?
- O mesmo que você há quatro anos, só que com mais força.

Harry olhou para Hermione com uma risada abafada. Essa foi a pior coisa que poderia fazer naquele momento. A lembrança do soco veio à memória e Draco, e ele não suportaria ser humilhado novamente ainda mai na frente de todos. Hagrid viu a confusão e também saiu da orla da floresta para ajudar. À medida que ele andava, Draco se aproximava de Harry. Pensando que Draco fosse lhe dar um soco, Harry abaixou para que o outro socasse o muro de pedra. Não aconteceu isso. Um feitiço estuporante foi lançado pelo garoto. Harry, com o grande barulho, caiu contra o muro de pedra exatamente onde queria que a mão de seu oponente parasse.
Hermione, Gina e Luna deram gritos juntas. Correram até Harry e viram que apenas tinha desmaiado. Rony que estava afastado da briga, surgiu de um canto oposto próximo a orla da floresta. Agora que a adrenalina da briga passara, um grupo muito distinto se formara. Harry estava sendo carregado por Neville Rony. Luna, Hermione e Gina andavam juntas choramingando do lado de Hagrid, (tão robusto e moreno) levando Draco (tão pequeno e loiro em comparação) com o nariz sangrando a força.
Ao entrarem no castelo, passaram pelo salão principal onde estava sendo arrumado para o almoço. Apenas Hagrid e Draco ficaram até esperarem Snape. Os outros foram para a ala hospitalar. Chegando lá encontraram Madame Pomfrey extremamente cansda e rabugenta.

- Pelas barbas de Merlin, o que Potter aprontou dessa vez?
- Não foi ele, foi Draco Malfoy! – Hermione estava indignada.
- O que Malfoy fez para Potter?
- Feitiço estopourante
- Desmaiou facilmente? – Não só como Hermione, mas como Gina e Luna, sentiam raiva da enfermeira e um tom de desprezo em sua voz.
- Ele foi estupourado contra um muro de pedra – interpôs Hermione.
- Tudo bem , Srta. Granger. Ela ficará bem logo.
- Podemos ficar aqui? – a voz de Rony ecoou pelo ambiente.
- Receio que não, Sr. Weasley. Potter precisa descansar.Quem sabe possam vê-lo depois da última aula.
- Tudo bem.

Desapontados, os outros garotos seguiram Luna até o salão principal. Sentados na mesa da Grifinória, viram Snape, Draco com a mão no nariz e Hagrid. Como já era de se esperar, logo saiu da conversa deixando apenas os sonserinos conversando. Hagrid tomou o caminho para fora do castelo, indo até sua cabana. Snape e Draco continuaram andando pela extensão do salão até provavelmente as masmorras.

- Foi inaceitável o que fez Malfoy.

Draco fez uma careta

- MEU NARIZ ESTÁ SANGRANDO! – gritou Draco irritado.
- MEU NARIZ ESTÁ SANGRANDO, AH MEU DEUS EU VOU MORRER ! – Snape fez uma perfeita imitação irritante de Draco
- Mas Snape?!
- Primeiro lugar, não me chame de Snape. Aqui eu não sou nada mais do que o Professor Snape. E segundo, isso é muito simples de se resolver.

Snape pronunciou um feitiço em direção a Draco fazendo que seu nariz parasse de sangrar.Sentiu também todos os ossos no lugar.Draco voltou desafiar o professor.

- Será que você é aqui apenas o Professor Snape? Não seria também por acaso um comensal da morte que finge não sentir a dor que a marca causa em seu braço a todo lugar e hora?

Snape calou-se. Realmente era a verdade. A marca negra nunca doera em Severo Snape ou em qualquer outro comensal como hoje. A batalha iria recomeçar.

- Não estamos aqui para falar do Lorde das Trevas e seus seguidores. Nossa missão é determinar o seu castigo por ter estupourado Potter.
- Ele merecia!!
- Não importa. Você o fez desmaiar.
- Ele é um frangote!
- CHEGA! Não quero saber a sua opinião insignificante sobre o idiota do Potter! Fique calado.

Snape olhou-o com determinação e refletiu por alguns segundos.

- Envasar mandrágoras com Potter quinta-feira às 20:00.
- Mandrágoras?! – exclamou Draco surpreso. – Achei que não tivesse mais um basilisco solto pela escola atacando as criancinhas!

Snape fez uma careta demonstrando desaprovação

- Não se trata de mandrágoras arrumadas de última hora para curar alunos petrificados. Trata-se da coleção particular da Professora Sprout das mandrágoras mais desenvolvidas.
- Oh, ok. Quantas?
- 50
- 50 MANDRÁGORAS?
- De graças a deus de não ser as 200.
- Cuidar de 50 mandrágoras choronas com Potter. Isso não vai ser muito divertido.
- Não reclame. Estufa 3. Avise ao Potter.

O garoto obedeceu e foi andando até a sala de aula da professora Minerva






- Foi lamentável que a primeira aula mista de Hagrid não saiu exatamente como ele queria.
- Acha que Malfoy não merecia, Hermione? – perguntou Rony impaciente.
- NÃO Ronald Weasley – disse Hermione no mesmo tom – poderia ter se controlado ou, talvez ter feito fora da aula.
- Rony, para! – gritou Gina vendo que o irmão estava doido para brigar com Hermione– Tchau, estamos indo para aula de Flitwich
- Tchau para vocês – disse Luna empurrando Gina.
- Ok. História da magia.


Cada um seguiu o seu caminho. Gina e Luna para direita, e o resto do grupo para esquerda. Hermione ficou ao lado de Neville até chegarem na sala. Ficar sem a companhia de Harry era estranho, e aliviou-se de ver Parvati conversando com umas meninas mais novas. Depois de todas as aulas acabadas, um grande bando de pessoas se formara para ver Harry. Hermione, Simas, Dino, Neville e Rony saíram da sala do profesor Bins e encontraram Gina e Luna no meio do caminho que levava a Ala Hospitalar. Harry estava dormindo.

- Não, eu não quero esse tanto de gente dentro da minha enfermaria! – Gritou Madame Pomfrey – Potter por conselho dos professores só irá assistir as aulas amanhã à tarde. Apenas 3 visitantes. Os que sobrarem virão amanhã.
- Quem então? – perguntou Neville ansioso
- Gina, Hermione e Luna. A voz de Harry saiu fraca e rouca . – Me desculpem.

Rony, Dino, Simas e Neville saíram do ambiente e foram até a Sala Comunal da Grifinória. Ainda lá, as garotas olharam para Harry com espanto.

- Ah que isso, eu tenho ótimos motivos para querê-las aqui.


Todos deram risadas e Luna disse:

- E o galo na cabeça?
- Já sumiu
- Não é exagero eu ficar um dia inteiro aqui?
- Talvez não Harry - Disse Hermione entregando-lhe um copo de água.

Conversaram até que a porta da enfermaria abriu e Draco entrou:

- Estufa 3, quinta-feira às 20:00 horas.
- O que??
- Nossa detenção. 50 mandrágoras choronas para cada um.
- Mandrágoras?! – exclamou Harry – Eu não vejo mandrágoras desde quando eu tinha 12 anos!

Hermione e Gina fizeram caretas observando Draco ir embora.

- Mil desculpas, eu falei sem pensar.
- Tudo bem – falaram juntas.
- Tudo bem mesmo, Gina? – Ela agora além de estar com aparência nervosa, corou um pouco.
- Não é isso. Rony e Cho terminaram, então parabéns pra você e pra Mione.
- Nossa eu até esqueci desse detalhe. De qualquer jeito, obrigado.
- Valeu Gina. Harry eu to pensando em continuar estudando o livro ...
- Seria uma boa idéia.
- Que livro?
- Acabei nem contando pra Luna, Mione.

Harry, Hermione e Gina contaram para Luna resumidamente a história do livro. A menina merecia saber de tudo, pois ajudara muito a Ordem e a Harry. Por nenhum segundo fez perguntas bobas ou conformativas como algumas pessoas fazem. Apenas ouviu tudo com muita atenção.

- Bom, eu acho que esse livro é de comensais da morte.Nike Otenn é um, e ele prefere morrer do que trair seu senhor.
- Como sabe disse? – Perguntou Harry espantado.
- Meu pai tem uma prima distante, nós nem quase temos contato com ela. É Amy Sunders, uma auror que foi encarregada de capturar Nike Otenn.
- E ela conseguiu?
- CHEGA! SAINDO!

As meninas saíram e Harry deu um soco no travesseiro de raiva.

- Desculpem, mas eu devo cumprir ordens, Sr. Potter

Caminharam em direção a Torre da Grifinória interrompidas por Gina:

- Bom, já que Mione vai estudar o livro e a Luna sabe um pouco sobre Amy, eu queria...
- Claro que vai ajudar Gina.
- Eu já sei isso Mione, só estava pensando na Sala Precisa.
- Nada mal.
- Então me esperem aqui, eu já volto.

Hermione quando chegou na Grifinória encontrou Neville e pediu para conversar com ele. Afastando-se ao máximo de todos, foram para um canto:

- Neville, eu preciso que você me ajude muito.
- Com que?
- O livro de Nike Otenn. Eu te explico no meio do caminho. Apenas suba até o dormitório dos meninos e pegue a capa, o mapa, pergaminho e a mochila do Harry. Não esqueça o livro. Deve estar no baú.
- Ok. Posso ir junto?
- Você vai junto, mas não levante suspeita.

Hermione viu Neville subir as escadas até dormitório masculino.Depois de alguns minutos esperando, a garota saiu com Neville pelo castelo sem que ninguém percebesse. Andaram até encontrar Gina e Luna no local combinado.

- Esperaram muito?
- Não. Temos que ir na sala.
- É aqui – disse Gina apontado para uma parede – Como ele deve ser?
- Grande, cheia de poltronas e mesas, Luna.

Os quatro concentraram sua mente o máximo possível na sala. Ela apareceu exatamente como queriam.

- Perfeita, não é mesmo?
- É sim.

Hermione abriu a bolsa de Harry e tirou o Mapa do Maroto. Pegou a varinha sussurrou algumas palavras e vários pontinhos pretos surgiram. Havia grande agitação no colégio, principalmente na sala comunal da Grifinória. Por enquanto, não havia sinal de perigo.

- Eu não me sinto bem fazendo isso. É tudo do Harry – disse Hermione envergonhada – Ele que me perdoe, mas eu não tive outra escolha.
- Relaxa Mione, ele vai ficar agradecido quando souber – disse Luna mostrando um sorriso cativante para a garota.
- O pior ponto preto está longe. – Disse Neville olhando o mapa.
- Qual?
- Severo Snape.
- Continua a história.
- Amy não conseguiu.
- Do que vocês estão falando?
- De Nike Otenn, Neville. Amy Sunders está no meio.Eu já contei parte da história, a outra vamos descobrir agora. Apenas escute.
- Porque ela não conseguiu, Luna? – perguntou Gina impressionada –
- Não era exatamente a Amy que procurava Nike, e sim um grupo de aurores. O pai dela morreu na mesmo ano em que pediram para voltar ao trabalho. Ela conseguiu descobrir os planos de Nike.
- Então não foi tão ruim – disse Neville à procura de uma almofada.
- Foi um pouco. - Luna parecia piorar enquanto falava. – o Profeta ocultou tudo, e o que Amy fez de bom não foi divulgado.
- Então foi a dois anos certo? – perguntou Gina
- Há um exatamente.
- Você sabe porque Amy parou de trabalhar?
- Sei Gina. A mãe dela também morreu.Então com a perda da mãe e estresse do trabalho, ela ficou parada por 120 anos.
- 10 anos? – perguntou Gina, Neville e Hermione assustados.
- Também depois que melhorou não agüentou mais ficar parada. – disse Hermione num tom sério – Mas e o livro?
- Quando eu tinha 7 anos, Amy visitou papai em casa. Trazia um livro.
- Amy foi quem descobriu o livro de Nike – disse Gina segurando o livro e abrindo-o
- A linha do tempo está feita, se lembrar mais de alguma coisa me avise - disse Hermione mostrando o pergaminho cheio de anotações.
- Tudo bem.
- Será que não há nada mais nesse livro além de palavras estranhas? – perguntou Gina folheando várias páginas.
- É a Língua das Cobras, Harry confirmou.
- É inteiro assim?

Hermione e Luna olhavam preocupadas para Gina e Neville. Eles durante um bom tempo encontraram a mesma linguagem nas folhas, até que depois de metade do livro havia um trecho em inglês.

- Tem um trecho em inglês aqui – disse Neville apontando para uma caligrafia mais garranchada do que a anterior.


“Amizade,poder e fidelidade acima de tudo”

Esse é o nosso lema, meu caro amigo Kirkle.Nossa busca se resume a poder, nossa missão na Terra é ter poder.Do que adianta ter amor e ser amado se não temos poder?Nada.Esse negócio de amor é uma furada. Agradeço até hoje por ter encontrado você, Kirkle.Esse mundo praticamente não tem ambição, está composto por trouxas que não tem ambição,está perdido. Até os bruxos perderam o juízo. Só há um bruxo que nunca perde o seu: Voldemort.Bom, como nos juntamos ao Lorde das Trevas e seus seguidores, temos que refazer os planos.A prioridade agora é capturar Potter para que nosso Senhor viva em paz. A Profecia realmente dá trabalho para Voldemort, e Potter anda tramando algo. Fiquei me perguntando se o garoto terminou de destruir todas as horcruxes existentes. Queria saber a sua opinião Kirkle, que tal apanhar Potter no próximo ano?


Os garotos que liam o texto imediatamente calaram-se. Citar o nome de Harry como a caçada de Nike não soava bem. Continuaram a ler:


Temos muito que conversar, e eu sinto muito pelo o que aconteceu.Admito a falta de cuidado em relação à Amy Sunders. Você sabe, ela descobriu todo o nosso plano. Sofri muito por isso. Também estou fora do país. Não vejo a hora de reencontrá-lo.

Nike


Viraram algumas folhas, mas todas estavam em branco.Voltaram para a página toda escrita em inglês e notaram que datava há exatamente 1 ano.

- Ah meu Deus, Nike quer seqüestrar Harry. Certamente irá entregá-lo a Voldemort.
- É melhor irmos embora – disse Hermione consultando o relógio e pegando a capa – Não podemos continuar sem o Harry.
- Será que a capa cobre nós quatro? – perguntou Neville observando o seu própria altura.
- Talvez não.Acho melhor eu, a Gina e a Mione usarmos a capa.

Neville e as garotas cobertas pela capa seguiram até a Torre da Grifinória. Tudo correu bem. Ninguém desconfiou de nada.




Harry sentia-se bem melhor. Não tinha nenhum membro dolorido como ontem. Não era a primeira vez que passava a noite na Ala Hospitalar.Lembrou-se de quando tinha 12 anos, e seu braço acabou sem nenhum osso por causa de um feitiço mal executado. A recuperação fora ruim e sofrida. Essa não. O que não gostava é de ficar deitado ali sem ter o que fazer. Sem muito sono, fechou os olhos tentando dormir. Não foi o que aconteceu.
A primeira coisa que viu foi uma rua escura. Não sabia onde estava e muito menos o que fazia ali. Mal enxergava o chão onde pisara. Com um medo gigantesco, apressou em pegar a varinha e pronunciar Lumus. Percebeu que estava na rua onde o Largo Grimmauld se encontra. Não havia porta, apenas duas casas, a de número 11 e a de número 13.Acreditando que pudesse entrar sozinho na casa, realmente ia fazer tal coisa até que viu...
O seu padrinho voltar a forma humana do lado de uma loira. Atordoado, não se moveu enquanto os dois estavam no mesmo lugar. Sem saber quem era, escondeu-se no arbusto mais próximo ao mínimo movimento da mulher. Com certeza, ela percebeu o efeito da luz na madrugada escura e desse uma espiada.Harry achou que seria seu fim.Eles nem tiveram a preocupação de aproximarem-se de onde Harry estava. Só distanciavam-se. Harry ainda observava,com os olhos no meio das folhas, e não acreditava no que via. O que Sirius estava fazendo com uma loira desconhecida quando Voldemort estava a solta? Querendo descobrir a resposta e ainda escondido no arbusto, tudo ficou negro e girou. Acordou ensopado de suor na Ala Hospitalar.
Por um momento chegou a pensar que não estivera ali pelo fato do sonho ser tão real. Com a mesma sensação de quando foi sugado pelo o diário de Riddle, ficou perplexo. Duas horas mais depois, sentiu o cansaço dormiu rapidamente.
Com o olho ardendo, viu um borrão vermelho e reconheceu como o cabelo de Gina. Mais a frente, viu Hermione, Luna e os outros garotos que tentaram visitá-lo ontem. Ainda havia dúvida em quem fosse ficar lá, e Madame Pomfrey fez uma careta. Dessa vez as meninas foram embora, e apenas Neville acompanhou-as. Rony, Dino e Simas aproximaram-se de Harry.

- Quem decidiu isso? – perguntou ele, amargo.
- Todos – disse Rony mais amargo ainda.
- É sério Harry. – Simas acrescentou ao ver a expressão de desconfiança. – Você andou recebendo informações antes que nós, porém enquanto estava aqui foi descoberto muita coisa.
- O que? – Harry demonstrava um malicioso tom de interesse
- Só que antes disso, eu já vou adiantando que não vou me envolver com Sirius nessa história. Ele é o seu padrinho e é coisa sua. Você vai fazer o mesmo Dino?
- Claro.
- Não estou entendo.

Eles contaram toda a história que Luna finalmente havia juntado. Todos já estavam informados.

- Harry sinto muito sobre Nike – disse Rony sem saber a reação do garoto.

Ele apenas assentiu com a cabeça

- Eu também sinto muito pelo o que aconteceu recentemente. Desculpa.Então um dia vai ficar tudo bem se eu explicar o porque?
- Eu não preciso saber isso, mas já ta começando bem.

Pela primeira vez em meses, Harry abriu um animado sorriso em sua boca. Rony mais do que feliz, retribuiu.

- Muito bom. Mas temos que continuar Harry.
- A vontade, Simas.
- Eu, o Dino e o Neville queremos ajudar. Se você concordar é claro, Estávamos pensando em...
- Ir para a casa de Sirius? Claro que podem.
- E Sirius ?
- Ele não se importaria. Toda ajuda é bem vinda.
- Muito obrigado Harry. Só vamos interferir em último caso e ainda só for para te ajudar.
- Sem problemas.
- Acho que a Gina vai voltar durante o almoço.
- Só ela?

Rony fez uma careta demosntrando que queria rir. Não riu e ficou quieto, sabendo que a ocasião não permitia. Eles saíram e Harry pensou em tentar dormir um pouco. Madame Pomfrey parou ao lado dele parecendo mais simpática e disse:

- Não precisavam falar tão baixo, eu já sei de tudo.
- Eu conheço muito bem os alunos, principalmente os que passaram por aqui.
- Amy Sunders?
- Nunca chegou se hospitalizar, mas sempre aparecia quando um amigo estava mal. Praticamente era para ser sua madrinha.
- Namorava Sirius.
- É. Eu imagino que eles tinham planos de se casarem na mesma época que seus pais.




Harry passou a manhã inteira num redemoinho de pensamentos. Sabendo quem era Amy Sunders agora, o sonho de ontem pareceu agradável. Quem sabe significaria uma possível volta, e que vê-los saindo em plena madrugada seja apenas uma forma de ter mais alegria numa época tão complicada no mundo bruxo.
Imaginou como seria a sua infância longe dos Durley,morando com os seus pais e sabendo que encontraria em breve o seu padrinho casado e com filhos. Veio à mente, que quando havia sonhado com Sirius seqüestrado, olhos muitos azuis em sua visão.Por um instante pensou que fosse os de Dumbledore,por trás dos óculos em forma de meia lua. Compreendia que aqueles olhos pertenciam à meiga Amy Sunders.
A dor da perda do diretor queimou sua pele e fez com que sentisse facadas no coração. Minerva McGonagall assumira o cargo, mas incrivelmente não abandonara o antigo de professora de transfiguração. Com uma idade já avançada, Harry sentia que ela ficava cada vez mais cansada pelo excesso de trabalho. Pressentia que para o próximo bimestre de aulas, teriam uma nova professora na matéria. Cochilando rapidamente, esperava que pudesse sonhar novamente com Amy. Considerava muito simpática e queria saber sobre sua vida. Acordou com um barulho. Era Gina.
- Harry?
- Pode entrar. Estou acordado.
- Imagino que já saiba de tudo – disse a garota preocupada.
- Sei sim.
- E não te preocupa?
- Desde quando soube da Profecia, não é novidade para mim saber que alguém quer me matar.
- Nike Otenn quer seqüestrar você. Se ele cumprir o que falou, falta pouco para isso acontecer.
- Olha Gina, podemos pedir ajuda à Amy. É só falar com Luna.
- Acho difícil encontrar a Amy.
- Eu fiquei pensando que talvez ela esteja mais perto do que pareça.
- Indo atrás de Sirius. Ela perdeu 20 anos com ele, deve ter tomado uma decisão.
- Como pode ter certeza?
- Ok, Gina. Ontem eu sonhei com uma loira passeando com Sirius em Londres, perto do Largo Grimmauld. Então conclui que Amy Sunders está voltando.
- Quem sabe disso?
- Só você.
- Porque não contou aos meninos?
- Não tinha certeza de quem era, descobri hoje de manhã. Se contasse antes, não faria sentido.
- Agora faz.
- E o livro?
- Hermione tentou um feitiço revelador, deu trabalho mas deu certo. Aquele símbolo é um aro e tem um desenho estranho dentro. Melhor você mesmo ver.
- Pode ir Potter.

Harry ao ouvir a voz de madame Pomfrey, levantou num pulo. Não sabia se era de propósito ou não, mas gostou da idéia. Gina teve que sair correndo para acompanhar a velocidade do garoto, ansioso para ver o símbolo.Não demorou muito e o garoto viu Hermione acenar alegre para ele. Sentou-se ao lado de Rony que estava perto de Gina.

- Como você está Harry? – perguntou Hermione animada.
- Muito bem. Posso ver o símbolo?
- Claro – disse entregando-lhe o livro.
- Isso parece...
- Três letras unificadas – disse Rony cortando a fala de Harry.
- Rony! – protestou Hermione irritada
- Ele tem razão, Mione. Com um pouco de paciência vamos descobrir tudo – disse Harry mudando o livro de posição, para tentar encontrar uma letra num ângulo diferente.
- Ele tem o direito de participar. – disse Neville calmamente – Refere-se à Harry, Lupin, Tonks,Sirius e Voldemort.
- Tudo bem. Que letras parecem ser Harry?
- Talvez um N bem distorcido e um K muito torto e estranho.
- Isso sugere Nike e Kirkle e amizade entre eles, pelo aro bem feito e com traço forte.
- Muito bem Ronald Weasley – disse Hermione forçando um sorriso. – Pegue o livro, o resto é com você.
- Ok – disse ele surpreso pela atitude da garota. – Tirando o N e o K, isso deve ser um M.
- M?
- Ta pensando no que eu to pensando Harry?
- Claro Rony. M de Malfoy.
- Vamos. Agora é aula do Snape.
- Boa sorte para vocês, Minerva.
- Porque a minha irmã e os mais novos sempre têm os melhores horários?
- Você que pensa maninho.




A semana passou tão rápido que até Harry se esqueceu da detenção. Mas não podia negar: em menos de 6 horas, ele iria replantar mandrágoras que não via a 5 anos. Nas aulas de herbiologia, em outra estufa, só tinham plantas que alunos do 5º ao 7º ano utilizavam. Nunca imaginou que a professora tinha uma coleção particular e que estaria na escola.
As 20:00 horas, no meio do vento cortante, Harry viu Draco ao lado da estufa 3. Sprout o acompanhava e tinha nas mãos dois protetores de ouvidos.

- Usem bem eles, não quero ninguém de volta à enfermaria.
- Que isso, vocês não agüentariam 100 mandrágoras gritando. 25 para cada um. É um bom número. Tendo cuidado, o pior não acontece.
- Isso é tão reconfortante professora.
- Faça igual ao Potter, Malfoy. Não reclame e comece a trabalhar.

Draco entrou na estufa, com um sorriso desanimado e tedioso. Seu oponente estava levando mais créditos do que ele, e isso irritava potencialmente o seu humor. A professora na chegou a ficar junto com os garotos, mas de uma outra estufa, olhou-os com atenção através das janelas transparentes. Já Harry e Draco também fizeram o mesmo. Era engraçado ver a professora cuidando de plantas estranhas a noite, fora do horário escolar.
Inicialmente até que o trabalho não estava difícil. As primeiras mandrágoras não pareciam ser muito desenvolvidas e conseqüentemente, não choravam muito. Não era possível ver vontade tanto da parte de Harry como a de Draco, acontecer algum dialogo. Se ele pudesse mudar longe de Sonseriana e de seus comparsas, era uma dúvida. Ainda não se esquecera da morte de Dumbledore. Não se esquecera que o seu assassino era para ser Draco. Ele não foi capaz de cumprir a incumbência, e talvez isso fizesse muito efeito. Será que ele realmente deseja ser do jeito que é hoje? É obrigado a ser outra pessoa que não é? Isso supõe ser um Draco Malfoy do bem, o que é excêntrico tendo Lúcio Malfoy como pai.

- Porque está me olhando assim Potter?
- Imaginei certas coisas sobre a sua vida.
- Não tente imaginar, ela é totalmente radical e imprevisível.
- Então sugere várias coisas.
- Sério? Quer mesmo saber o que faço fora da escola?Não iria querer, é complexo para você.
- Complexo? Não há nada de complexo. É simples demais.Tem medo de contar quem é realmente.
- Quem eu sou? Me poupe Potter, eu não necessito que seja uma psicóloga do mundo trouxa. Nada de lavagem cerebral sobre o meu “eu” e shows de perguntas tolas sobre minha existência. Sou o que sou, entendeu?
- Claro que entendo.
- Perdemos 10 minutos, e ainda temos doe mandrágortas.

A detenção finalmente acabara. Suas mãos ficaram bem mais sujas do que na primeira vez, e seria pela perda de prática. Depois da última carta não houve outra. A falta de informação incomodava e até Rony estranhava esse fato. Mais do que nunca , era normal sua mãe escrever uma quantidade maior de cartas. Nenhuma aparecia. O correio matinal não tinha mais lógica e nem função. Sua relação com a mãe parecia um abismo. Vazio, escuro, solitário e a quilômetros de distância. Algo indescritível no meio do nada.
Se isso é ruim uma vez, experimentou esse vazio em dobro. Hermione insistira em ignorar Rony. Era pior para ele, a tal da “ relação abismo “ aumentava sua precariedade com a pessoa indiferente. No caso dela, o convívio era direto. Tão perto e tão distantes ao mesmo tempo. Harry intermediava, e lembrou-se que Hermione já vivera essa situação há quatro anos. Na dúvida de como o nome do amigo foi parar no Cálice de Fogo, Rony revoltou-se. Não tinha coragem de falar com ele e mandava recados por Hermione. Muito desagradável, e Harry dizia mil vezes tentando convencê-la do que ele próprio passara atualmente.
Sem muito sucesso em relação a Rony e Hermione, os dias avançaram e Harry ficava mais abatido. Desde que voltou a falar com Rony, apostou fielmente no futuro dos dois. Claro que era previsível conhecendo-os tão bem. Devem ter consciência como pode afetá-lo e esperava que fizessem parar. Não iriam ultrapassar o limite, ainda mais com Harry.

- Quantas vezes já falei para perdoar ele?
- Talvez mil. Não faço isso de jeito nenhum.
- Eu o perdoei. Você está sendo muito resistente. Por que ser tão fria?
- E você não foi assim também? Por favor, seja sincero consigo mesmo.
- Eu achei que o amasse. Essa era a dosa de sinceridade que queria ouvir.
- Não duvide que eu o amo, só não compreendo o que fez.
- Eu compreendi. Cadê o seu espírito natalino, então?Vai deixá-lo assim no Natal?
- Vou pensar no assunto.
- Fico feliz que reconsidere.

Ela foi embora e deixou Harry sozinho. Queria saber por quanto tempo aquela situação iria durar. Em poucos dias os três visitariam Sirius, e não seria legal encontrá-lo com esse tipo de conflito. O que lhe dava esperança era a chegada do Natal. Numa época que eles tanto amam, poderiam haver mudanças. Nunca é tarde.
Um pouco antes do término das férias, algo acontecia de diferente. Hermione parecia refletir sobre fazer as pazes com Rony. Olhava com firmeza o garoto mostrando que não mudava de opinião. Entretanto, às vezes, seu olhar tornava-se angelical. Como se percebesse que fez tudo errado, sentisse um grande arrependimento. Harry era ousado de se intrometer, querendo ver a paz novamente o mais rápido possível. Com boas intenções, claro, porém não podia fazer isso. Acontece que as melhores coisas da vida surgem inesperadamente. Logo após a uma aulas no final da tarde, Hermione encontrou com Harry e disse:

- Harry você me convenceu. Vou falar com Rony.
- Eu já suspeitava. Boa sorte Mione, eu sei que está fazendo a coisa certa.
- Espero que sim. Até mais Harry.

Contemplou ela indo embora. Rony provavelmente estaria com Hagrid por que ele já havia dito que iria visitá-lo antes de ir embora. Caminhou. Passou perto do campo de quadribol, viu de longe o lago e chegou perto da Floresta. Rapidamente já estava na cabana de Hagrid. Ele e Rony conversavam sentados numa grotesca pedra. Canino um pouco atrás dos dois, brincava com gravetos secos.

- Hermione ! – exclamou Hagrid – quanto tempo. Quer uma xícara de chá?
- Aceito.

Eles entraram e Rony ficou inutilmente sozinho. Desejava que fosse por poucos minutos, no máximo dez. No entanto, na cabana de Hagrid, Hermione já tomara boa parte de seu chá quando começou a conversar com Hagrid.

- Ele contou tudo não foi?
- Tudo. Desde Nike até você.
- E o que ele disse??
- Que te ama e sente muito pelo que fez. Foi um erro gravíssimo
- Então por que fez?
- Você, ninguém e até o próprio Rony irão entender.É da natureza humana.
- Fazer tudo sem entender o por quê?
- Hermione não fale isso. É mais fácil ter essa experiência do que explicá-la. Não parece, mas não há nada de errado nisso.
- De qualquer maneira isso vai acabar. Vou falar com Rony.
- O Harry é convincente não é mesmo?
- Ele comentou com você sobre eu e o Rony?
- Não. Conhecendo o Harry do jeito que conheço, iria insistir no assunto. Não deixe Rony esperar mais.

Seguiu o conselho de Hagrid e foi atrás de Rony. Ele olhava o horizonte, procurando uma bela paisagem para admirar. Não notara a presença de Hermione. Por outro lado, ela também o observava.

- Rony – chamou ela ainda distante – preciso falar com você.
- Que bom, por que eu também preciso.
- Estamos quites então – disse ao chegar – Esperou muito?
- Não.
- Você não foi o único que errou. Não sinta-se tão culpado.
- Se você acha que errou me explique por que eu discordo.
- Errei sim. Errei quando não te respeitei e me intrometi na sua vida. Cheguei até afastar seus amigos. Que direito tenho de fazer isso? Nenhum.
- O meu erro foi pior. Trai eu mesmo. Matei todo o amor que tinha por você.

Hermione deixou as lágrimas escorrem pelo rosto.

- Não sente mais nada?
- No fundo, eu sei que sinto. Por acaso o amor não supera tudo?

Sorriu, secou as lágrimas e disse:

- Supera. Eu sei que é difícil mas posso perguntar?
- Agora você tem esse direito sobre mim.
- Por que namorou com a Cho?
- Nem eu sei direito. Talvez porque queria mais do que já tive. Ou por que senti falta de algo por muitos anos.

Finalmente pode formar uma teoria sobre o comportamento de Rony. Como já gostou dela e não tiveram nenhum relacionamento,decepcionou-se. Pelo fato que até inconscientemente, houveram disputas entre ele e Harry seria outro fator. Mais um fator para se queixar. É inevitável, todos têm problemas. E foi assim que descobriu a causa mais lógica. Uniu o que Rony disse com o que já tinha vivenciado, por experiência própria.

- E a Cho, não se importou com Harry?
- Não. Disse que depois que ele namorou com Gina, não havia motivo.
- E se importou comigo.
- Eu tinha perdido a esperança com você e a Cho com o Harry. Entende porque namoramos? Não foi por mal. Não foi por propósito.
- Chegou a pensar em terminar com ela antes que terminasse com você?
- Pensei e não tive coragem.
- Foi interesse da sua parte, em todos os sentidos.
- Julgue como quiser. Por que perguntou?
- Só para comprovar o que queria saber. Eu e o Harry enfeitiçamos os presentes da Cho. Minha dúvida era se você realmente a amava e se continuariam juntos. Por que se fosse algo verdadeiro continuariam apesar das crises e tudo mais. Porém nunca foi verdadeiro.
- Eu poderia desistir dessa conversa agora.
- Desista, não estamos forçados a fazer nada. É de livre e espontânea vontade.
- Não vou fazer isso. Sabe porque?

Já sabia e sempre soube. Os dois faziam-se de inocentes só para não estragar o momento.

- PORQUE EU TE AMO – falaram juntos e se abraçaram.

Era estranho atravessar a escola inteira com sorrisos estampados e de mãos dadas. Logo seria uma realidade, não poderiam resistir. Por enquanto apenas fizeram as pazes, para todos os efeitos. Sem mãos dadas. Só um pequeno sorriso.

- Feliz natal, Harry – disseram os dois juntos.
- Um ótimo Natal para vocês também.

E continuaram andar pela escola. Hermione estava sempre mo meio dos dois, contente. Não importava a opinião dos outros e que pensavam. Era hora de curtir o momento.



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