Eu escolho Você!
Pela janela pequena daquele lugar Gina pôde ver que já era mais ou menos uma hora da tarde. Mas Draco ainda não chegara. Não que não acreditasse que ele viria, porém aquela chama de esperança não estava mais tão brilhante.
Pelo menos havia uma chance de salvação e ela meio que estava cumprindo a sua parte da promessa, estava se mantendo viva. Foi isso que ela pensou pouco antes de Você-Sabe-Quem entrar na sala. Em poucos segundos, todo o ambiente que Gina tinha conseguido deixar um pouco mais alegre com sua felicidade congelou. E ele se aproximou e começou a falar, a cada passo mais perto do rosto dela.
- Olá Gina, acho que já está na hora de eu contar porque realmente você está aqui. E não é por causa do Potter, como todos pensam. É porque...- agora estava sussurrando em seu ouvido - é só em você que eu penso. O tempo todo. Seus cabelos vermelhos...- ele estendeu as mãos e acariciou os cabelos flamejantes da menina que gemeu pelo seu toque. - ....seu corpo...- ele desceu as suas mãos até chegar em sua cintura, e a garota paralizada, nada fez para se defender. - ...sua pele macia... - e acariciou o rosto dela de leve. - por isso quero que esteja comigo quando eu dominar o mundo. Quero que esteja do meu lado, que me apoie. Que esqueça seus amigos que, pessoalmente, não se importam realmente com você. Onde eles estão agora? Provavelmente curtindo as férias, enquanto você está aqui comigo. - ela estava se segurando para não responder para ele, mas a sua vida estava em jogo ali. O que ele poderia fazer caso ela discordasse? - foi por isso que te trouxe aqui. Para que aceite minha proposta e tornesse minha parceira, minha companheira, para que domine o mundo ao meu lado...
- Ao seu lado? – murmurou.
- Claro, ao meu lado, assim você será capaz de realizar todos os seus desejos, inclusive aqueles que mencionou no seu diário a cinco anos atrás.
Gina pouco se lembrava de seus desejos da primeira série e do que escrevia no diário. Mas o que ele sabia? Como sabia? Aparentemente, as informações do diário de Tom Ridle, após sua derrota, passaram para a mente de Você-Sabe-Quem. Isso também significava que ele sabia muito mais sobre os profundos desejos de Gina, mais do que ela achava que ele sabia. E parecia também ser algo importante pra ele para tê-los na memória depois de cinco anos.
- E...- ela falou com a voz fraca e tímida.- e se eu não aceitar?
- Você vai aceitar! - ele disse firme e maldoso. - pois caso o contrário, você irá morrer. E não voltarei atrás. Essas são suas opções...
E agora? Trairia a todos e se uniria ao Lorde das Trevas ou quebraria a Promessa e se deixaria morrer? Naquele momento todos os seus amigos passaram pela sua cabeça rapidamente. Não poderia traí-los, jamais. Mas Draco viria salvá-la aquele dia ainda, não podia morrer.
- Vou ficar ao seu lado...- ela disse em um tom muito triste.
- Ótimo - ele sorriu maliciosamente, afastando dela e dirigindo-se as escadas - me chame de Voldemort agora, certo? Vou buscar o livro de feitiços para fazer a marca negra. - e sumiu pela porta.
Marca Negra? Isso não estava nos planos! E tão cedo? Se Malfoy não viesse logo não teria mais salvação. Seria uma Comensal da Morte. Malfoy tinha que chegar, tinha que chegar. Não queria trair ninguém, mas também não queria morrer. Se Malfoy viesse mais tarde, daí seria tarde demais.
Era tarde demais. Alguém entrou na sala correndo.
Não era tarde demais. Era Malfoy que entrava pela porta e logo atrás estava Luna Lovegood. Eles correram até ela e esta não pode deixar de sorrir quando os viu.
- Luna! Draco! - ela gritou baixinho, querendo abraçar os dois, mas não podendo.
- Só um minuto, Weasley! Vamos te tirar daí. - respondeu Malfoy parando em frente a um dos braços de Gina, enquanto Luna ia para o outro. Quando iam lançar o feitiço para quebrar as algemas, Você-Sabe-Quem entrou e parou em frente a porta, paralizado com a cena, tanto que deixou o livro em suas mãos cair. Depois começou a berrar e seus olhos começaram a brilhar vermelho sangue.
- MALDITA! TRAIDORA! - ele apontou a varinha para acertá-la, mas um feitiço veio da janela e o derrubou no chão. Pela pequena janela pode-se ver os olhinhos de Harry, Rony e Hermione que se afastaram por um segundo e depois a parede apareceu toda destruída e eles já estavam lá dentro, os três montados em um raríssimo tricórnio. Era muito bonito, três chifres dourados estavam instalados na sua cabeça, sua cauda era longa e prateada e parecia que Luna já o conhecia, porque quando o viu gritou feliz "Tri! Você veio também!"
Voldemort se levantou e Gina nunca viu tanta fúria em seu olhar, em seu rosto.
- AAAAHHHH!!!!! - ele gritou revoltado e com a voz alterada. Muito vento o envolveu e o chão começou a tremer. Tremeu tanto que começou a rachar, e por dentro das rachaduras, um buraco infinito a olho nu. Nesse instante Malfoy foi separado dela por uma rachadura e Luna foi quem libertou Gina com um simples feitiço "Alorromora".
- Gina! - gritou Malfoy desesperado ao ver ela livre. - Pule para cá! - Ele pediu, mas não houve oportunidade.
Voldemort gritou ainda mais alto:
- VOCÊ É MINHA WEASLEY! JUROU QUE ESTARIA DO MEU LADO! E AGORA VAI ESTAR! - e fazendo um símbolo com sua varinha de uma caveira envolvida por uma cobra, invocou os comensais da morte. Muitos aparataram ali rapidamente.
Gina por enquanto estava salva, isolada em um pequeno canto cercado por rachaduras, mas os seus amigos perdiam feio dos comensais. Conforme os minutos passavam, chegavam mais amigos e mais comensais. Estava uma verdadeira batalha. Havia comensais, alunos, dementadores, aurores.
Animais prateados, os patronos, estavam a solta, apesar de que, vira e meche, algum comensal os destruía e eles tinham que ser convocados de novo.
- Gina! - gritou Rony a um canto, ainda montado no tricórnio. - Tome! - ele jogou sua varinha.
- Obrigada. - para Gina, isso foi um dos melhores atos de Rony para com ela em toda a vida. Era como se ele estivesse acabando de assumir que ela não era só uma criança chorona e sim alguém que pode se defender e defender seus amigos.
Foi acertada por um feitiço que lhe fez um corte na perna. Começou a arder incontrolavelmente, mas estavam todos lutando mesmo machucados... ela definitivamente não decepcionaria Rony.
- Weasley! - gritou Draco que se aproximava correndo desesperado, estendendo a mão. Ela ia segurar quando a sua mão pareceu um pouco mais alta que a dele. Na verdade, ela toda parecia muito mais alta que ele. Só depois de um tempo que ela sacou que estava flutuando. - Ei, o que está fazendo?
- Não sou eu! - ela gritou. Então Draco procurou quem poderia estar fazendo isso. E viu. Lúcio Malfoy lançando comandos através de sua varinha. Antes que Draco pudesse emitir qualquer som, seu pai pegou Gina e a colocou por cima dos seus ombros. Ela estava imóvel, provavelmente algum feitiço também. Ele começou a correr, mas Draco lançou o feitiço das pernas presas nele que caiu de cara no chão.
- Não vai levá-la! - ele gritou e seu pai pareceu ouvir.
- Sabia que havia mudado de lado! Devia ter confiado em Pansy Parkinson quando ela me contou isso!
- Pansy Parkinson? - Draco estava chocado.
- Isso mesmo Draco!!! Ela reparou que você andava agindo estranhamente e começou a verificar cada passo seu! Eu sabia de tudo que acontecia em Hogwarts através dela! - ele disse com um sorriso vitorioso no rosto, atirando um raio verde que passou de raspão na blusa de Draco.
Enquanto Lúcio e Draco "conversavam", Luna veio até Gina e quebrou o feitiço que a fazia flutuar. Logo trouxe o "Tri" para ela subir. Lúcio, ao vê-la subir em cima do cavalo, olhou para trás em busca de ajuda e, por não ver nenhuma, lançou um feitiço paralizante em Draco e correu para pegar o pé de Gina. Conseguiu.
- ME SOLTA!!! – por mais que Gina esperneasse, o homem não a soltava.
- Ora, mais que indelicadeza! Ela disse pra soltar! Não tem educação, não?– criticou Luna, de cima de Tri, e lançou um feitiço aparentemente muito simples mais desconhecido para Gina, na mão de Lúcio, que começou a berrar e sofrer, como se sua mão estivesse queimando. Nesse meio tempo, as meninas subiram aos ares.
- Obrigada Luna. - Gina agradeceu.
- É um prazer capitã! - ela respondeu sorrindo. Essa era a prova que Gina precisava para saber que Luna era uma garota realmente e absurdamente estranha: podia estar desabando o mundo em volta (o que não deixa de ser verdade) que ela ia estar calma e sorridente.
Durante o “passeio”, salvaram Neville, que subiu no tricórnio também, e muitos outros amigos. Lançando feitiços do alto era muito mais fácil. Até que o animal foi atingido e caiu suavemente.
Os três adolescentes desceram e examinaram superficialmente a ferida do animal. Três arranhões compridos e profundos traçavam uma reta em sua pata.
- Tri! Tudo bem com você? - começou Luna já fazendo curativos rápidos, mas não muito poderosos, no animal.
Gina novamente se sentiu flutuar, e antes que Neville ou Luna, ou qualquer outro percebesse, foi parar nos ombros do Lorde das Trevas que logo após pegá-la saiu correndo pela porta em cima da escada, segurando um livro.
- Você disse que seria minha! E se não for não será de mais ninguém! - ele sussurrou em um tom louco-viciado para ela. Ela até pensaria que ele estava apaixonado se não fosse por esse tom de voz.
Ele correu pelo corredor e subiu até um lugar muito mais iluminado do que aquele que ela tinha ficado por quase 3 dias inteiros. Ele a deitou no chão. Ela tentou se soltar, mas ele havia segurado os seus dois punhos com uma mão só. Tentou chutá-lo, mas ele segurou-a com o peso se seu corpo.
- Agora fique quietinha...- ele continuou naquele mesmo tom, abrindo o livro em uma página marcada. - vejamos, marca negra... marca negra... ah! Aqui! - ele pegou a varinha e quando ia pronunciar as primeiras palavras foi jogado longe por um feitiço. Gina viu quem o lançou. Harry Potter! Harry Potter tinha vindo lhe salvar! Seu coração palpitava, mas não como antes. Palpitara mais quando vira Draco chegar para salvá-la... Bom, isso não vem ao caso agora! O que importa é que ele está aqui.
Ainda apontando a varinha para aquela terrível criatura disse:
- Não coloque Gina no meio da história, Voldemort. Você sabe muito bem que seu adversário aqui sou eu.
- Seu pirralho! - berrou Voldemort para Harry, se recompondo. - ela é minha! Como se atreve a interromper a entrada dela para o meu lado?
- Chega! Você acaba aqui! Eu darei um jeito nisso agora! - começou Harry já lançando feitiços que Gina nunca tinha ouvido falar e Voldemort fazia o mesmo. Foi uma batalha incrível, mas Gina não ficou para ver o final. Harry a expulsou...
- Gina! Saia já daqui! Para o seu bem! - gritou enquanto se esquivava de um feitiço de Voldemort.
- Mas Harry, eu... eu acho que posso ajudar! - ela gritou se armando com a varinha e apontando para Voltemort, com as mãos e pernas trêmulas.
- Não! Apenas obedeça!
Resolveu obedecê-lo. Talvez não conseguisse ajudar de verdade, talvez só atrapalhasse. Desceu para onde estava acontecendo a enorme batalha. Draco e Lúcio brigavam de um jeito assustador. Estavam realmente se enfrentando, esquecendo até que eram pai e filho. Gina viu de relance que Draco foi lançado pra dentro de uma das profundas rachaduras que naquele dia já tinham levado a vida de muita gente. Ela ficou completamente pasma. Draco também estava morto! Uma grande raiva começou a lhe subir a cabeça e antes que ela visse o que fazia, lançou o maior feitiço que conhecia em Lúcio que voou longe e ficou com um enorme buraco no peito, que sangrava absurdamente.
Gina correu até onde Draco foi lançado e começou a derramar lágrimas por ter perdido um grande amigo. O seu coração estava realmente pesado e não haviam palavras para expressar sua tristeza. Até que uma voz lhe chamou a atenção.
- Isso que é estranho Weasley... você, está realmente chorando por mim? - quando ouviu essa voz, e viu uma cabecinha dourada seu sorriso foi de orelha a orelha. Não havia sorriso que expressasse o alívio que a menina sentia, mas continuou chorando. Draco ficara pendurado, segurando em uma rocha. Subiu facilmente e se sentou ao lado dela. Já ia começar com um de seus comentários, mas foi pego em um forte abraço.
- Eu fiquei... muito preocupada... Você está louco?!
Ele não conseguiu responder. Ela ainda abraçava-o e chorava. Ficaram um tempão assim. Até esqueceram da batalha ao redor. E nem perceberam o inimigo que estava a suas costas. Lúcio, se arrastando, pois não se agüentava mais em pé, empurrou Gina pra longe e agarrou o pescoço de Draco, querendo sufocá-lo. Ela correu até os dois, tentando arrancar Draco dos braços do pai, mas este era muito mais forte que ela e seu esforço foi inútil. Draco estava ficando roxo, sem ar. Gina mordeu o braço de Lúcio, mas ele ainda insistia de sufocar o filho. Até que foi pisoteado pelo Tri, que apareceu montado por Luna. O animal estava novinho em folha, como se nunca tivesse sido ferido. Talvez fosse de sua raça, ou talvez outro truque de Luna. Lúcio escorregou para uma das profundas rachaduras no chão.
- Não ia deixar vocês lutarem sozinhos. - ela exclamou.
O senhor Malfoy era realmente insistente, não havia caído ainda (vaso ruim não quebra...), e insistiu em segurar no tornozelo de Draco.
- Eu não vou morrer sozinho, Traidor! - ele gritou e continuou puxando a perna de Draco. Mas Lúcio também não é o "todo poderoso". Já estava muito fraco e estava batalhando contra três bruxos poderosos (creio que depois de tudo isso eles tem o direito de serem chamados assim!). Pretendia jogar Draco por um dos penhascos, mas com a força que tinha quem acabou caindo foi ele.
Gina sentiu até um pouco de pena de Draco. Afinal pai é pai. Mas o garoto não aparentava estar sentindo o mesmo.
- Isso foi realmente triste... Desculpe-me Draco. - pediu Gina sem olhar no rosto do loiro.
- Não quero ser ingrato, mas isso foi realmente um presente. - ele disse ainda olhando para o penhasco por onde seu pai caíra. - eu me sinto...- e ele olhou para ela, e ela quase pôde ver um meio sorriso em seu rosto -... livre! – Claro que não expressava que ele não gostava de seu pai. Gina não sabia exatamente o que acontecia entre eles, mas sempre, desde que ela o conhece pelo menos, ele nunca deixou de defender o pai. Mas agora era como se mais o Draco comandasse e menos o pai dele, mais vontades e menos ordens. Foi isso pelo menos que Gina sentiu quando olhou nos olhos do loiro.
- Com licença, não queria atrapalhar nenhum olhar amoroso de vocês, mas será que poderiam olhar só um pouquinho em volta? - pediu Luna daquele jeito doce dela.
O lugar estava realmente arrasado, as pessoas estavam realmente acabadas, varinhas, roupas, nada estava inteiro. E a batalha também não terminara. Não terminara mesmo. Logo um comensal revoltado pela morte de Lúcio veio ataca-los. E cada vez mais comensais apareciam. Gina conseguiu torcer a perna e Luna conseguiu um corte no ante-braço com esse último comensal que não deu trégua.
A ruiva ajoelhou-se no chão, esperando a dor passar, e Malfoy e Luna continuaram com outros dois comensais. Nesse meio tempo onde ela descansava e eles lutavam, Gina ficou observando algo que quase lhe rendeu um ataque cardíaco. Observava Rony derrotando um comensal e o amarrando, jogando-lhe a um canto, quando percebeu uma grande sombra sobre o irmão. Acima da cabeça dele havia uma pedra flutuando e antes que ele pudesse vê-la para fugir a pedra foi solta. Ia esmaga-lo. Gina ia gritar, mas a pedra se quebrou e voou partes dela por todo lado. Fora Hermione que salvara seu irmão. Ela correu até ele, quase se jogando em seus braços para abraça-lo. Ajudou-o a levantar e eles ficaram se olhando por algum tempo. Se abraçaram. Pareciam conversar alguma coisa, mas por causa da distancia e do barulho em volta ela não ouviu.
- Ei Weasley! – Gina olhou para trás buscando que a chamava. Era Malfoy. – por Merlin! Levante-se! Podem te acertar daí. O que estava fazendo? – ela apontou para o casal que já se soltara e agora cuidavam de um ferido no chão. – Mas...incrível Weasley! Não to acreditando! Toda uma guerra acontecendo aqui em volta e você arriscando a sua vida bisbilhotando a vida dos outros!
- O que quer que eu faça? – ela questionou. – não consigo andar e essa maldita dor não passa. Mas como você é insensível!
- Venha, deixe que eu te ajudo. – ele ofereceu o ombro e ela se apoiou.
Ambos ficaram olhando em volta. Cansados, suados e sem forças como todas as pessoas que lutavam.
Nessa hora Gina lembrou de Harry lutando contra Voldemort no andar de cima. Logo Harry apareceu. Foi lançado escada abaixo e bateu nas costas de um comensal distraído. Estava sangrando muito. Sua cicatriz chegava a brilhar, devia estar doendo muito. Voldemort também apareceu descendo as escadas, lançando um feitiço atrás do outro, mirando em Harry, mas raramente acertando-o. Ele também estava em péssimo estado. Estava mais osso do que pele, afinal esta estava rasgada e a visão que tinham dele não era nada agradável.
No momento em que os dois entraram em cena, todas as outras batalhas duplas que estavam em volta pararam para assistir. Tentaram se meter sim, para ajudar ou atrapalhar, mas Harry expulsava quem se atrevesse. Foi uma longa e dura batalha. Gina não acreditara que os dois ainda podiam estar lutando, pois estavam se arrastando, não conseguiam andar, cada um com um perna quebrada, sangue por todo o lado, mas mesmo assim nenhum desistia. (os mais engraçado é o público envolta)
- É hoje...que essa história toda termina...- Gina ouviu Hermione falando para Rony, que estava pendurado em seu ombro, provavelmente porque não era capaz de andar.
Daí aconteceu uma coisa que Gina jamais imaginaria que Harry pudesse fazer:
- Avada Kedrava! - gritou Voldemort. Mas Harry, rapidamente fez um feitiço refletor e... bem, o feitiço foi contra o feiticeiro. Voldemort gritou muito, reclamou muito, jogou praga em muita gente antes de morrer. O que foi extremamente estranho, pois Avada Kedrava mata na hora. Segundo Hermione, o Avada Kedrava mata pessoas vivas na hora e, bem, ele não era o que se pode chamar de vivo: era um zumbi, um semi-vivo, mas vivo vivo mesmo ele não era.
Foi um alívio quando ele parou de gritar. Foi a prova de que tudo tinha acabado. Foi um peso tirado de muitos corações, foi a constatação de que o futuro ainda existia. Mas o melhor foi que houve mais uma prova da queda de seu poder: a marca negra no braço de cada comensal começou a queimar rapidamente, sumir. Mas queimar de um jeito realmente doloroso. Até Snape foi afetado, mesmo este tendo mudado de lado (N/A: Sim, Snape estava lá, quem não estava?), pessoas que Gina nem imaginava que teriam essa marca começaram a gritar de dor. Alguns começaram a rolar no chão de dor. Um, com o braço que lhe sobrara apoiou-se em Gina, e lançou-a com força para trás. Ela teria caído de bunda se não tivesse uma rachadura no chão. Passou por ela e antes que chegasse ao fundo e se esborrachasse, segurou em uma pequena pedra com apenas uma mão.
- Gina!!! – ela ouviu duas vozes gritarem simultaneamente. Olhou para cima, e conseguiu ver dois rostos olhando para o fundo do poço: eram Draco e Harry. Gritaram mais uma vez e ela não respondeu, porque tinha terra caindo no buraco e acertando sua cara e, certamente se abrisse a boca, ela ia se encher de terra. Draco sumiu de vista e Gina ouviu a sua voz de novo, gritando com o comensal que a empurrou.
- Maldito!!! – e ouviu o cara sendo lançado longe e depois socos e socos.
Harry não foi bater nele. Ficou olhando para o fundo da rachadura, mas como era muito escuro ele não viu Gina. Ele abaixou a cabeça e começou a chorar e falar seu nome bem baixinho. Ela conseguia ouvir porque na rachadura ecoava todos os sons e chegavam mais altos lá embaixo.
A terra ainda não tinha parado de escorrer quando Draco voltou enfurecido a olhar o fundo da rachadura.
- Volte já aqui, Gina!!! Eu...- foi uma longa pausa, onde a terra parou de escorrer mas Gina não gritou para ouvir o que Draco ia falar. - ...ainda tenho bilhetes de escravidão e gasto um para que você volte.
- Ela...- Harry falou com a voz chorosa e baixa - ...não vai voltar, Malfoy...por mais que queiramos...
- Malfoy! Se quer que eu volte, me de uma ajude aqui!!! – ela gritou. Os dois olharam espantados para o fundo da fenda!
- Weasley? Você está aí? – Malfoy gritou com um sorriso no rosto.
- Por pouco tempo...a minha mão está escorregando! Pelo amor de Merlin, me ajudem.
Harry empurrou Malfoy para longe e tomou o controle da fenda.
- Gina!!! Vou te ajudar! Não se preocupe, apenas não solte!
- Não posso prometer nada, Harry! – Malfoy voltou irado e jogou uma corrente, a que antes prendia Gina, no fundo da fenda, segurando uma das extremidades.
- Pegue isso! – ele gritou. Com a mão livre, Gina agarrou a corrente. Sua perna começou a arder enquanto escalava. Ela gemeu baixo, mas os dois ouviram.
- O que foi Gina? – perguntou Harry preocupado.
- Minha perna. – ela gritou, ainda do fundo. – está sangrando muito.
- Deixe de ser chorona, menina! Se não subir não tem como cuidarmos disso!
- Você que deixe de ser insensível, Malfoy! Não vê a situação dela?
- Reclamar não adianta nada, Potter! Afinal, o que está fazendo aqui?
- Salvando Gina, ela precisa de mim!
- Parem de discutir, estou quase chegando na luz. – falou Gina. E chegou. Draco, segurando a corrente com uma mão, estendeu a outra para ela. Harry também ofereceu a mão, afundando um pouco mais para facilitar para Gina.
- Segure a corrente Malfoy. Vamos, Gina, pegue na minha mão. – Draco deu um “hunf” de insatisfação, do tipo que diz “ você não manda em mim, Santo Potter”.
Gina olhou para Harry. Parecia decidido a ajudá-la. Depois olhou para Malfoy, segurando a corrente e ainda com a mão estendida. As mãos dela já estavam fraquejando e a perna ardia absurdamente. Soltou uma das mãos da corrente e ia segurar a mão de Harry, que era a mais próxima, quando se afastou e estendeu o braço para alcançar a de Draco.
- Desculpe Harry, mas eu prefiro a ajuda de Malfoy...me sinto mais segura com ele, desculpe mesmo...- o moreno ficou olhando fixamente para ela, enquanto Malfoy a puxava para cima. Parecia petrificado, daquele jeito que você fica quando recebe uma notícia chocante. E alguém preferir Draco a Harry era uma notícia chocante pra ele. Depois de balançar a cabeça disse:
- Sem problemas Gina...- mas não falava olhando diretamente nos olhos dela. – bom, em todo caso, é melhor cuidar logo dessa perna, se está doendo tanto assim. – levantou-se sem olhar para os dois e saiu em direção a Mione e parou no meio do caminho, porque percebeu que esta estava cuidando de Rony. Antes que pudesse suspirar, uma multidão de amigos de Hogwarts o abrços, ele caiu no chão e fizeram montinho nele.
Gina parou de olhar para Harry, para olhar onde estava sentada: no colo de um Draco arfante, com as mãos marcadas por uma corrente. Ela ia sair, mas ele a abraçou. Ficou vermelha na hora. Não retribuiu o abraço porque estava chocada: que abraço é esse. Ela sentiu as batidas do coração dele irem se diminuindo o ritmo aos poucos.
Que susto que ele levou. Quando a viu saindo da fenda estava tão feliz, que ficou sem movimentos. Recuperou-se quando ela levantava-se do seu colo. Porque ela estava se afastando? Ele não queria isso. Queria que ela ficasse com ele para sempre. Não havia outra coisa na cabeça dele naquele momento a não ser ela. Não ia deixa-la fugir. E se a perdesse quando ela levantasse? Agarrou-a docemente e ela caiu no seu colo de novo. Abraça forte, mas não de um jeito que machucasse. E ficaram assim por um tempo.
- Malfoy? – ela perguntou enquanto ele a abraçava.
- Unh? – ele murmurou.
- Porque está fazendo isso?
- É porque...- apertou ainda mais, para ficarem ainda mais juntos. - ..eu to afim. Essa é a minha casa, posso fazer o que eu quiser. – ele sentiu um suspiro aliviado dela que depois retribuiu o abraço o agarrando pela cintura.
- Obrigada por me salvar. Achei que não fazia diferença pra você. Achei que iria comemorar, isso sim. – disse encaixando sua cabeça no pescoço dele e sorrindo.
Pensou em responder “Comemorar? Eu ia me jogar junto com você, porque você faz toda a diferença”, mas ele, apesar de tudo, ainda era o Draco, então mudou de assunto.
- Gostei do fora no Potter! Você viu a cara dele? – a afastou e olhou em seu rosto, dando um sorriso satisfeito.
- Ele veio para me salvar porque...ela não está aqui. Nem teria olhado para mim se ela estivesse aqui.– ela disse abaixando a cabeça e evitando olhar nos olhos de Malfoy. Ela era a Chang. Ele pegou delicadamente no rosto dela de modo que os olhares se encontrassem...
- Seja sincera Weasley....depois de tudo que aconteceu...você ainda gosta do Potter? – ela parou. Olhou para ele. Abriu a boca para dizer não, mas parou, virou o rosto para onde Harry estava e voltou a olhar para Draco.
- Meu coração...não bate forte mais quando eu o vejo. Certamente que a minha paixão por ele acabou. E isso já faz um tempo...ele só bate daquele jeito para outra pessoa. – e ela o abraçou. Não disse mais nada. Ele também não. Ouviu as batidas do coração dela e foi suficiente para ele. E foi com esse som que ele adormeceu, depois de notar que Gina dormira também.
Gina lembra que a última coisa que viu foram vários bruxos deitados no chão. Bons e ruins. Juntos, um do lado do outro, sem nem sequer notar que inimigos mortais estavam ali.. Quem se importava agora? Tudo tinha acabado. Gina estava tão cansada, e agora seu coração estava tão limpo, não havia nenhum peso em sua consciência, nesse momento não existia dor, ela até poderia até acreditar que estava morta. Mandava comandos para os membros de seu corpo, mas eles não obedeciam. Então ela desistiu de se mexer, e foi para um mundo muito calmo onde sempre era dia e o canto dos pássaros nunca cessava.
Começou a ouvir vozes, Rony... Mione... Harry. Abriu os olhos. Deu de cara com a manhã através de uma parede derrubada. Então não era um sonho. O reinado de Voldemort tinha realmente terminado. Muitas pessoas agora poderiam dormir em paz.
- Demorou, hein Weasley! 8 horas dormindo... - respondeu uma voz que foi muito boa de ouvir. Virou para trás e viu-se nariz a nariz com Draco Malfoy. Percebeu que estava deitada no peito dele, por isso estava tão quentinho. Será que dormiu as 8 horas ali? E ele ficara esperando? Bom, isso não importa agora.
A primeira coisa que fez ao vê-lo foi dar-lhe um apertado abraço e bagunçar-lhe o cabelo.
- Ah Malfoy! Que alívio te ver por aqui! Que bom! Que bom! Que bom! - ela festejou enquanto o apertava. Ele desesperado, tentava se soltar. E ela ria de boba por vê-lo nessa situação.
- Ei, ei, calmaí Weasley! Olha o meu cabelo! Então vou bagunçar o seu também! - e ele começou a remexer em todo aquele cabelo ruivo.
- Mas eu vou bagunçar o seu mais!
- Não vai não! Quer apostar?
- Quanto?
- O que você quiser! Você que vai ter que pagar mesmo!
- Os nenês podem parar por um segundo? - era a voz de Rony. Os dois pararam bruscamente e olharam em volta, e depois olharam para si mesmos. Estavam realmente parecendo dois nenês e todos os presentes estavam olhando para eles. Harry olhava com nojo. Hermione sorria, o que não era esperado de seu comportamento. Rony continuava olhando com o olhar que, normalmente, Hermione olharia: o de censura. Os adultos ao fundo deram uma olhada rápida na confusão e voltaram a conversar.
Os dois "nenês" recompuseram-se, fingindo ser normais, arrumando o cabelo. Agora que Gina estava de pé, pode ver o ambiente em que haviam lutado. Antes estava cheio de gente jogada no chão, mas agora ele estava vazio, todos provavelmente já tinham ido. Até que com toda aquela luz e sem gente despedaçada no chão o lugar era muito bom. Ou talvez seja porque não havia mais aquele clima pesado de rivalidade.
- Que horas são? - perguntou Mione depois de um tempo.
- Você era a única entre nós que tinha relógio, Mione. - observou Rony.
- Era bem óbvio que ele parasse de funcionar depois de...- fez uma pausa pensativa - dessa batalha violenta aí. - e ela mostrou um relógio, com os ponteiros caídos.
- São sete horas. - informou Malfoy, com a voz tediosa que fazia sempre frente ao trio maravilha.
- Então é por isso...
- Isso o que, Mione? - perguntou Gina.
- Que a Rita Skee.....- antes que ela terminasse de falar, um besouro gigantesco e horrendo passou zumbindo alto e parando frente a Harry. Atrás dele vinha um fotógrafo correndo desengonçadamente. O besouro se transformou naquela Rita Skeeter, que durante o ano, foi reconquistando seu cargo no "Profeta Diário". - ... ter ainda não chegou...- Mione completou tediosa após ver a mulher.
- Oh, venha cá Harry querido, venha. - disse a mulher desesperada, como se já tivesse perdido muito tempo. - Ora, seu estúpido! Coloque a máquina ali! Vamos, vamos! Não aí, ali! - gritou para o fotógrafo, que era quase mais lerdo mentalmente que o Goyle.
Harry olhou para os amigos com uma expressão de “me salvem” e então Luna apareceu montada no Tri e puxou Harry pelo braço.
- Pronto! – Luna disse sorrindo, depois que Harry montou o Tri. A jornalista ia começar a reclamar e Luna saiu voando com Harry, dando umas piruetas no ar. – Se quer tanto ele, venha buscar! Hahaha!!! – a jornalista mandou o fotógrafo ir atrás deles, e este saiu desengonçado em direção a que o cavalo voador voara. Rita sentou-se na beirada da escada e ficou esperando, entediadamente, o fotógrafo voltar trazendo Potter. Quando viu Dumbledore, deu um sorriso de orelha a orelha e correu até ele.
- Professor Dumbledore! Como vai o senhor?
- E pode estar melhor do que está?
- Sim, se o senhor me contar o que aconteceu por aqui, meu dia melhoraria e muito.
- Claro, só porque hoje é um dia especial, eu lhe farei esse favor, desde que meus colegas – e apontou para o grupo de amigos com o qual estava conversando antes de ser interrompido. – possam opinar também.
- Claro, como o senhor quiser.
Mas feliz do que com Harry Potter, só com Dumbledore. Só que Dumbledore, por graça provavelmente, exagerou na história, colocando paretes que não tinha e talz. Como Rita não sabia, escreveu tudo e mais um pouco ( como ela sempre fazia) do que Dumbledore falava.
O dia passou com Gina e Draco se estapeando o tempo todo, como se aquele abraço do dia anterior estivesse esquecido. Quando será que os dois vão se entender?
N/a: No próximo capítulo, claro! Tem que ser! Porque será o último! Tentarei postar ainda nessas férias, porque eu to mó empolgadona com o lançamento do livro e idéias novas para fics. Tem uma que eu estou querendo fazer desde o meio desta daqui...é uma idéia um pouco roubada de uma menina que não continuou a fic dela, mas se for ver, é bem diferente. Acho que a narração será um pouco diferente, primeira pessoa...
Bom, chega de falar de mim e dos meus problemas. Quero me desculpar pela superhiperegademora pra postar, mas é porque eu escrevia de um jeito, ficava ruim...escrevia de outro, ficava pior ainda, daí eu apaguei tudo e escrevi de novo..ta bom, tudo não, mas uma graaaaaande, bem graaaande parte. Papo furado vai, papo furado vem e o n/a acaba ficando sempre maior do que deveria. Eu sou doente mesmo. Bom, obrigada a todos que acompanham a fic até agora e espero não decepciona-los com o próximo capítulo...
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