Baile




Capítulo 11- Baile



Ao entrar no Salão Comunal Gina foi cercada por muitos alunos curiosos e um irmão furioso vinha em sua direção.

- Gina Weasley, diga que não é verdade! – ele trovejou. Ela devia ter imaginado que aquilo lhe traria esse tipo de problema, principalmente com um irmão como o dela e um amigo fofoqueiro que nem o Harry.

- Verdade o que, Rony? – ela perguntou, mesmo sabendo do que ele falava.

- Que você vai ao baile com o sonserino mais nojento, idiota, retardado, esnobe, irritante e mesquinho que toda Hogwarts já ouviu falar.

- E se fosse? – ela perguntou.

- Eu ia te arrancar a cabeça.

- Pois arranque então. Eu vou ao baile com quem eu quiser e ninguém tem nada a ver com isso. – de onde tinha saído aquele espírito rebelde que Gina nunca teve?

- Me desculpe eu me intrometer na briga de família de vocês, - pediu Hermione o mais educadamente que pôde - mas Gina, nós estamos falando do Malfoy. O mau Malfoy. Mesmo que ele esteja melhorando, ainda não dá para confiar a esse ponto.

- Olha gente, já foi decidido, eu já aceitei faz tempo, não vou voltar atrás por causa do argumento de vocês. – Gina explicou tentando não perder o controle. – foi um dia cansativo, vou tomar um banho e me deitar, está bem? Nós nos falamos amanhã. – e antes que Rony pudesse protestar, ela subiu as escadas e desapareceu da vista dos alunos.


*********


Por que ele tinha feito aquilo? Draco estava perdendo o controle sobre ele mesmo. Estava andando demais com a Weasley e seu cérebro estava se danificando. Agora, ele teria de ir ao baile com a Weasley nojenta. “ Será que você está odiando tanto assim? Não seria pior ir com a Pansy Parkinson?” disse a vozinha intrometida. “ Para de se meter nos meus pensamentos!”, “Você é triste Draco... por que não consegue assumir para você que não odeia ela?”, “Mas eu odeio ela!”, “Não, não odeia. Eu sei!”, “Sou EU que sei. Eu mando em mim, e eu sei que eu odeio ela.”, “ Só queria saber quando você vai entender....” ela disse e depois se calou pelo resto da noite.

Ao chegar no Salão Comunal, lembrou que não tinha jantado, mas não estava com fome. Pansy Parkinson veio toda sorrindo.

- Oi Draco....eu não quero te apressar nem nada....mas já decidiu com quem vai ao baile?

- Sim, Pansy, eu decidi. – ele disse, um pouco na defensiva.

- Ah quem bom! Finalmente poderemos voltar aos velhos tempos, mas agora eu serei muito melhor, você vai ver,...- ela disse toda feliz, pendurando-se no braço do garoto.

- Quem disse que foi você que eu escolhi? – ela pareceu chocada.

- Ué? E não foi?

- Não. – Agora que o bicho ia pegar.

- Se não fui eu, então quem foi? – disse enraivecida e era possível ver fumaça saindo de cima de sua cabeça.

- Não foi você – ele repetiu, não conseguindo dizer a verdade.

- Draco Malfoy! Quem foi a desgraçada? – agora todos os alunos acordados os olhavam.

Draco simplesmente levantou e se apressou para o dormitório, antes que ela lhe lançasse uma azaração.

Agora percebera o quão ruim fora a idéia de convidar a Weasley para o baile. Tinha esquecido que Parkinson já havia convidado ele. Claro que ainda dava para desconvidar a Weasley e trocá-la por Pansy, mas alguma coisa mais forte que ele impediu-o dessa ação.

O dormitório estava vazio.O garoto suspirou e jogou-se de cara na cama. Ouviu um pio. Na janela se encontrava Bonny, a coruja de Malfoy, com uma carta amarrada na perna e um pacote no bico. Ele levantou-se e deixou ela entrar, desamarrando a carta e dando-lhe alguns biscoitos. A carta era de seu pai e o embrulho eram lindas vestes para o baile. Desenrolou a carta e leu entediado.



Draco.< p>
A senhora Parkinson me contou que o viu em más companhias por Hogsmeade, no dia do ataque. Eu pessoalmente não acredito que ela estava sóbria no momento, mas tratando-se de você e sua incompetência, seria bem provável imaginá-lo entre grifinórios.
Não compreendi porque não me enviou uma carta falando sobre o baile. Quem me informou deste foi, novamente, a senhora Parkinson. Eu nem deveria ter lhe mandado vestes a rigor, pois não merecia, mas Narcisa me forçou a enviá-las.


Lúcio Malfoy


Ps: Se você não for ao baile acompanhado de Pansy Parkinson, é melhor que não vá.



Draco tinha esquecido de seu outro grande problema: seu pai. Se este descobrisse que ele realmente estava ajudando Potter e seus amigos em Hogsmeade, provavelmente o prenderia em uma jaula, com o título de impuro da família. Pior seria se descobrisse que iria ao baile com uma grifinória de cabelos flamejantes. A idéia de voltar atrás já não era tão impossível assim. “ Você tem seus próprios pés.”, ele sempre se lembrava da fala da Weasley quando lembrava de seu pai. Já pensara em pô-la em prática muitas vezes, mas seu pai era poderoso, e ele não teria chances.

Antes de qualquer outro aluno entrar no quarto, Draco adormeceu.

No dia seguinte, ele levantou-se disposto a seguir as ordens de seu pai: iria no baile com Parkinson, mesmo que isso lhe custasse uma noite de divertimento, pelo menos não mancharia o nome da família. Não viu Pansy na sala comunal, então falaria primeiro com a Weasley.

Desceu para o café e a viu um pouco excluída de seus amigos na mesa da Grifinória, assim como ele sempre ficava. Ela o olhou quando ele entrou, e este fez sinal para que eles conversassem. Pegou algumas torradas e viu ela sair. Depois de um tempo saiu também.

Encontraram-se na sacada ao lado do salão Principal.

- Não quer mais ir ao baile comigo, não é? – ela foi bem direta, como se já esperasse.

- Bom.....- ele não sabia como dizer, sem ser indelicado, ou ser educado demais. – meu pai me mandou uma carta dizendo que se eu não for com Pansy Parkinson no baile, é melhor eu não ir.

- É...imaginei que desistiria - ela suspirou desanimada. – acho que vai ser melhor para nós mesmo. Todos da grifinória ficaram chocados quando souberam e não param de lançarem olhares e cochicharem uns aos outros sobre nós dois. – dizia ela com um olhar triste. – Melhor sozinha do que mal acompanhada. – houve uma longa pausa onde os dois escorregaram para o chão frio e ficaram olhando um pouco a paisagem. – Eu não acho que estou tão mal acompanhada assim..... mas farei isso pela honra da família. Pode convidar Pansy Parkinson se quiser.

- Eu sei que é chato convidar num dia e no outro desconvidar, mas é pelo sangue Malfoy. – ele se explicou, tentando consolar a si próprio, como uma desculpa para a sua atitude grosseira. Ouviu-se o sinal.

-Então tá, Malfoy, até algum dia. – ela disse desanimada e saiu lentamente, de cabeça baixa parecendo muito triste.

Draco não sabia porque, mas doeu muito mais do que ele imaginou que doeria retirar o convite da menina para o baile. Doeu também ter que convidar a Pansy, mas foi mais uma dor física mesmo, porque ela o abraçou tão forte, que ele parou por uns segundos de sentir o corpo.

Durante a semana que se passou, ele não falou mais com a Weasley e teve que agüentar Parkinson pendurada no seu pescoço todos os dias. Não sabia porque, mas toda vez que via Weasley sentia um aperto no coração, um peso na consciência, algo parecido. E ela andava cabisbaixa pelos cantos, apesar de todos estarem falando com ela normal, aparentemente pelo menos.

Quatro dias antes do baile, todas as meninas andavam pelos corredores falando de seus vestidos e cabelos, de com quem iria ao baile, menos Weasley. Sempre excluída, lendo nos jardins, visitando Bonny e aquele “coiso” no corujal, mas não costumava mais andar em grupo. Quando Malfoy estava a espionando, a vozinha se intrometeu de novo na vida de Draco: “Convide ela para o baile, vai Draco! Não me obrigue a ir com a Pansy Parkinson.”,
“ É pela família, você não entende? Por mim eu também não iria com ela!”explicou Draco irritado. “ E, por você, iria ao baile com Gina Weasley?”, “Talvez......” ele não conseguia dizer que sim e, infelizmente a vozinha sabia o que se passava na cabeça de Draco, só queria que ele assumisse. “Vá lá então vai. Como diz ela, ‘você tem seus próprios pés’”. “Tudo bem, tudo bem”.

Mas antes que ele pudesse dar mais um passo, viu que Weasley espionava o irmão e a sangue-ruim, que estavam sentados em baixo de uma árvore com folhas amareladas. De fininho, se uniu a ruiva. Ao vê-lo, ela assustou-se.

- O que faz aqui? – cochichou, um pouco brava, se recuperando do susto.

- O mesmo que você. – e apontou com a cabeça, para o casal embaixo da árvore. – o que esta acontecendo?

- Ainda não se convidaram para o baile. – explicou ela olhando fixamente para o casal, para não perder nem um segundo da cena.

- Lerdos....E o que aconteceu depois de Hogsmeade?

- Pelo que eu saiba, nada.

- Como nada? São mais lesmas do que eu imaginei...

- Shiu! – ela interrompeu o garoto. – acho que vão falar alguma coisa.

Houve um minuto de silencio após a fala da Weasley, onde só se ouviam uma cantoria desafinada dos pássaros. O ruivo abriu a boca, como se esperasse as palavras saírem, mas como nada veio, fechou-a de novo.

Mais um minutos. Agora mais cinco. Draco estava quase dormindo, apoiando-se em Weasley, mas quando a Granger começou a falar, eles se endireitaram para ouvir melhor.

- Isto está ridículo Rony......- ela reclamou fechando o livro que lia.

- Isso o que? – ele perguntou, perdido.

- Nós dois... você não tem nada para me dizer, não? – ela corou.

- Se você não tiver, então eu também não tenho. – as orelhas dele fumegaram e ele olhou para o alto, impedindo os olhares de se encontrarem.

- Fala alguma coisa, Mione, Fala alguma coisa....- pedia Weasley cochichando para si mesma.

Granger pareceu esperar o Weasley dar a iniciativa. Mais alguns minutos se passaram, em silêncio.

- Isso está errado! É você que tem que começar. – Granger corou de um jeito surpreendente.

- O que? Como assim? – perguntou o outro, aparentemente distraído.

- Nos livros é sempre o homem que começa. Porque você não pergunta logo?

- Perguntar o que? – ele pediu sem entender.

- Você sabe, eu sei que sabe.

- Certo, eu acho que sei. – ele disse corando.

Draco achava que ele não sabia, pois passaram-se muitos minutos até a próxima frase ser anunciada. Daí Malfoy percebeu que estava errado.

- Hermione....- começou o ruivo, virando-se e fixando a amiga nos olhos. A Weasley estava tão empolgada que seu sorriso era de orelha a orelha. -...quer ir ao baile comigo?

A garota parecia ter petrificado, pois demorou mais alguns minutos para responder. Alguns não, deve ter demorado uns vinte minutos, e aquela cena estava realmente cansativa e Malfoy literalmente dormiu ali do lado.

- Sim Rony. Eu vou ao baile com você, e com muito prazer. – ele acordou para ver a cena.

Mais alguns minutos de olhares apaixonados. Draco estava dormindo sentado.

- Vamos Weasley, a cena esperada já terminou. – ele tentou puxá-la.

- Vá você...- ela estava vidrada na cena.

- Mais eu preciso conversar!

- Depois, aposto que essa é a melhor parte!

E foi mesmo. Os dois grifinórios se beijaram daquele jeito romântico dos filmes trouxas. Estavam quase rolando na grama. Ele não ficou para ver o resto. Tampouco Weasley.

- Droga Malfoy....estava tão bonitinho. – ela reclamava enquanto eles caminhavam de volta ao castelo.

- Eles iam dar cria ali, você não ia querer ver, ia?

- Mas como você é exagerado. Fale agora o que você quer.


**********


- Bom....- ele disse e demorou para dizer o resto.

Ele a arranca de uma cena romântica daquelas para um ficar olhando na cara do outro?

- Tic, tac, tic, tac. Mais um minuto da minha vida desperdiçado com você. – Gina falou braba.

- Certo, senhorita Pressa, irei direto ao ponto. Tem alguém para ir ao baile?

- Ah, eu já devia esperar. Você veio se exibir porque tem milhares de garotas aos seus pés, implorando para ir ao baile com você, não é? – ela respondeu irritada.

- Nossa, que brabeza, eu só...

- Pois se isso vai te deixar mais feliz e se sentindo superior, eu falo: eu não tenho ninguém para ir ao baile comigo, ninguém me convidou, ninguém se importa comigo, está certo? NINGUÉM! Feliz agora? – ela gritou, jogando toda sua raiva, tudo que tinha guardado para si mesma, em cima de Malfoy.

- Mas como você é chata, hein?

- Então não fale comigo. – ela empinou o nariz. – você não sabe como é ruim ouvir todos da escola falando desse baile e não ter nenhum par.

- E você não faz idéia de como é ruim ter que ir com Pansy Parkinson no baile, por isso, eu vou....querer gastar uma de minhas quatro apostas ganhas.

- Você quer ter o simples prazer de me ver pular de um penhasco ou me ver sofrer? Ou quer que eu mate a Pansy Parkinson para eu ir para Azkaban e você se livrar de duas pessoas ao mesmo tempo?

- Essa última opção me parece interessante, mas não é isso! Você não me deixa terminar a frase, sua nojenta.

- Pode terminar...

- Você irá ao baile comigo.- disse direto.

- P-por que? – ela perguntou, mais que chocada. O mundo estava acabando. Malfoy, Draco Malfoy, ia gastar um dos “bilhetes de escravidão” de Gina com um baile? Ela não podia ter ouvido direito.

- Porque sim e ponto. E se você se atrasar, vai ver....- ele virou-se, indo ao castelo.

- Não tem sentido Malfoy. Você quer me humilhar na frente de todos, é isso?

- Não te devo satisfações. Eu mando e você obedece, só.

- Uau! Eu não esperava castigo melhor! Quer dizer, é um Malfoy e tal, mas pelo menos é um garoto...
..
- Pare de falar sozinha. – ele reclamou.

- Só estou impressionada.

- Se for com aqueles trapos que você chama de roupas vou te jogar num fosso cheio de jacarés, entendeu? – disse, de costas. – e mais uma coisa. Você me trará a bebida e as comidas, será minha escrava. E não questione. Ponto final.

Ele entrou para o castelo. Já ela pegou seu livro e tentou se concentrar nele, mas não deu. Pensava no porquê de Malfoy tê-la obrigado ao ir ao baile com ele. Ele pode ter batido alguma outra aposta. Ou ele está sendo escravo de alguém também. Talvez ele tenha batido a cabeça.Ou ele pode realmente querer ir ao baile com Gina por própria vontade. Nãooo...impossível. Qualquer coisa, menos isso.

Gina não deixou de se sentir feliz ao ver Malfoy convidá-la. Nestes últimos dias que se passaram ela percebeu que era nada mais, nada menos, que um cenário na vida das pessoas ao seu redor. Ela percebeu que quando se sente só, ninguém se importa com ela. Todos estão se importando demais com as próprias vidas para notarem a sua tristeza. Tanto Harry, quanto Mione, Rony, Colin, Luna, Neville...ninguém repara nela. Por mais que isso pareça um ato infantil, ela não podia deixar de sentir falta de alguém a quem ela pudesse contar tudo, derramar lágrimas, rir. Alguém que estivesse do seu lado para o que der e vier. Alguém como um verdadeiro amigo. Ela tinha percebido que não tinha esse tipo de amigo e que ninguém se importava. Daí veio Malfoy, depois de semanas sem se falar e a convida para o baile. Tudo bem que era o Malfoy, mas ela não deixou de se sentir feliz. Não era como se ele fosse seu verdadeiro amigo, mas era como se não fosse seu pior inimigo, o que já é um começo, se tratando dele.

Agora ela tinha que correr atrás do que todas as meninas corriam: roupas e acessórios. Ela não estava se importando com o baile até aquele dia e tinha pouco tempo para preparar tudo. Por algum motivo que ela mesma desconhecia, ela queria parecer bem arrumada, diferente do baile de inverno.

- Gina! Gina! Por onde você andou? – era Luna, que vinha correndo até ela.

- Andei por aqui mesmo. – ela indicou os jardins.

- Chegou uma coruja para você! Ela está com um embrulho, venha ver! – e a amiga pegou em sua mão e a arrastou até o Salão Principal, onde todos jantavam. Muitas pessoas, principalmente mulheres, recebiam embrulhos naquela noite.

- Hermione também recebeu um. – comentou Luna. – mas eu não a encontrei em nenhum canto de Hogwarts. – A idéia que Rony e Mione realmente estivessem dando cria não pareceu tão absurda agora.

Parvati Patil e Lilá Brown apareceram alegres e saltitando para o lado de Gina.

- É lindo Gina! Você já viu? – idolatrava Parvati, o que deixou Gina confusa.

- Tá escrito que foi a sua mãe que fez! Será que ela consegue fazer um pra mim até sexta?

- D-do que vocês estão falando, meninas?

- Do seu vestido! Do que mais poderia ser! – dizia excitada Lilá.

- Pelo jeito elas também viram a sua correspondência.- disse Luna.

- Vocês abriram a minha correspondência? – disse Gina, querendo não acreditar.

- Mas estava tão tentador! Não teve como evitar! Ainda mais porque estava meio aberto, sabe, aquela sua coruja é mó estabanada.– Parvati se referia a Errol. Não era da Gina, mas sim de sua casa, a Toca.

- Venha ver! – Lilá e Parvati a arrastaram até a mesa da grifinória, onde estava o embrulho. Ela viu de relance o vestido, mas pegaram o pacote e levaram para a Torre da grifinória, onde ela o experimentaria.

Chegando lá, as duas amigas fizeram suspense e demoraram a abrir o pacote, mas quando o fizeram, o queixo de Gina chegou ao seu pé. Era tão lindo que ela não tinha nem palavras para descrever. Era branco, com detalhes em lilás e o bordado de pérolas formava uma bela borboleta. Era apertado na cintura, destacando as curvas da menina. Parecia feito especialmente para ela, nas medidas certas. A carta dizia o seguinte.



Filha,
A Mamãe entrou, por insistência de seu pai, em um curso de costura trouxa.

No começo, eu achei o modo de viver daquelas mulheres muito estranho, mas agora eu amo o curso. Quando você me mandou a carta sobre o baile, eu mesma resolvi fazer seu vestido que, pessoalmente, ficou maravilhoso! Aposto que deve ter ficado lindo em você. Sorte do seu par, não é?

Espero que se divirta muito na festa.



Beijos de sua mãe,

Molly Weasley



Realmente o vestido estava maravilhoso e Gina estava louca para usá-lo.

- Tenho inveja de você, Gina! – disse Parvati.

- Pena que você vai sozinha. – lamentou Lilá.

- Eu não vou sozinha. – declarou Gina.

- NÃO!? – gritaram ambas.

- Não...- se encolheu Gina, de medo que as amigas a devorassem.

- Então com quem você vai? – Disse Parvati fora de si.

- Vocês não vão aprovar....- ela disse triste.- Vou jantar meninas, falo com vocês depois.

- Mas você tem que nos cont...- Gina saiu do dormitório, fechando a porta na cara das garotas.

Ao chegar no refeitório, não havia mais nenhuma comida e nenhum aluno.E ela estava morrendo de fome.

Se lembrou do que Fred e Jorge disseram uma vez: faça cócegas na pêra e chegará a cozinha. Na época ela não tinha entendido, mas Dino Thomas explicou melhor para ela depois.

A cozinha estava uma tremenda bagunça e Gina se espantou ao ver elfos trabalhando em Hogwarts. Ela não sabia que eram eles que faziam as refeições e se espantou ainda mais quando eles lhe ofereceram comida. Ficou com dó, mas aceitou, afinal, seu estômago falou mais alto. Alguns elfos a jogaram em uma cadeira e antes que ela piscasse os olhos, havia um prato de comida a sua frente. Ela agradeceu para o nada, porque ninguém estava escutando ela. Quando terminou, levantou-se satisfeita, mas quando ia indo embora viu uma elfa depressiva a um canto.

- Por Merlin, o que houve com você? – ela estava cercada por copos e cheirando bebida alcoólica.

- O que houve comigo? – ela disse com os olhos se enchendo de lágrimas. – como se alguém se importasse! Buáaaa!!!

- Eu me importo....porque está assim depressiva? – Gina perguntou delicada.

- Quem se importa!? Ninguém se importa! O senhor Crouch não se importa! Winky é incompetente! Merece sofrer! – a elfa começou a bater a cabeça na mesa, mas estava tão fraca que nem deve ter feito efeito.

Um elfo chegou e ele tinha vários gorros empilhados um em cima do outro na cabeça e varias meias coloridas nos pés.

- Melhor deixá-la, ela não anda muito bem desde que descobriu que...bem...seu senhor...morreu. – ao ouvir isso, a elfa desatou a chorar e jogou mais um copo de cerveja goela abaixo.

- Me desculpe, eu não...

- Não foi culpa sua, senhorita.....? – o elfo perguntou, educado.

- Weasley. Gina Weasley. – os olhos do elfo se arregalaram de exitação.

- Você é Weasley? – o rosto do elfo se iluminou.

- Sim, sim...vou indo agora, obrigada por tudo.

- Não quer comer mais. – ofereceu um elfo gordinho.

- Não obrigada...Tchau! – BLAM! Ela saiu daquele forno.

Agora percebeu o quanto estava sendo egoísta querendo que as pessoas se preocupassem com ela e seus problemas idiotas. Tinha gente em bem pior situação que ela.



Os dias seguintes estavam carregados de entusiasmo e ansiosidade. Todos esperavam alegres pelo baile, mas ninguém ligava que os alunos de Durmstrang estavam chegando. O mais difícil foi para os professores, pois as salas estavam descontroladas. Ninguém prestava muita atenção e para fazer os alunos se calarem foi preciso tirar muitos pontos das casas. Diferente foi a aula de Snape, onde só se ouvia a voz do professor e, nem na hora de colocar os ingredientes, ninguém se atreveu a falar, porque o professor não parecia de bom humor. Falando em poções, era a primeira vez que Gina vira a boca de Snape se escancarar de tal forma: Luna (estavam tendo aula com a corvinal) fez a poção em tempo Record e todos os alunos pararam para observá-la deixar a sua amostra na mesa do professor.

- Certeza, senhorita Lovegood?- perguntou o professor com aquele mesmo ar de deboche de sempre.

- Certeza de que, professor? – perguntou Luna, sem entender.

- Não poderá voltar atrás. Em um tempo tão curto não é possível fazer essa poção com perfeição.

- Confio na minha habilidade professor. –disse Luna confiante.

- Pois então...- disse ele abrindo o frasco e mergulhando uma colher. –saiba que uma gota de ingrediente a mais ou a menos nessa poção pode fazer você vomitar.

- ...e que um segundo a mais ou a menos de fervimento pode fazer a pessoa piorar...- completou Luna.

- Se está tão confiante assim, porque não bebe um pouco?

- Mas eu não tenho machucados profundos, professor. Se essa poção for tomada sem menor causa, o paciente terá efeitos colaterais fortíssimos. – ele passou um estilete no braço de Luna, que fez abrir uma ferida que sangrava loucamente e muitos alunos que assistiam, gemeram só de olhar.

- Agora tem um ferimento profundo. Pode beber – e antes que ela dissesse uma palavra que fosse, ele havia mergulhado a colher a fundo na garganta da menina.

- Gostoso. – ela disse sorrindo e lambendo os beiços. Em poucos segundos, todos os alunos eram testemunhas, a pele da garota se refez e o professor deixou o queixo cair. Virou-se para sua escrivaninha e anotou.

- Menos cinco pontos para corvinal. – ele anunciou. Houve ruídos de desaprovação, até dos grifinórios. – corrigindo, menos dez pontos para corvinal e menos cinco para grifinória também, por reclamarem.

A aula continuou em silêncio depois disso. E quando foram dispensados, houve uma festa de comemoração do lado de fora das masmorras, mas Luna não parecia ter percebido que esse “fuá” todo era para ela.

O dia passou normal depois disso.

Então chegou a tão esperada noite. Os professores pareciam mais desesperados que os alunos. McGonagall não parava de endireitar alunos e ajustar gravatas, separar fofoqueiras e organizar fileiras. Dumbledore demorou a chegar, mas quem demorou mais mesmo foi a escola Durmstrang. Gina estava quase dormindo de pé. Havia um banco tentador no jardim, mas McGonagall a impediu de chegar até ele.

Ela começou a ouvir uma música calma, as fadas, minúsculas, dançavam em volta de sua cabeça e a convidavam para dançar. Ela foi a um jardim florido e vários animais eram vistos saltando ao seu redor. Pareciam até cantar.

- Gina! Gina! – diziam eles, suaves. – Senhorita Weasley, senhorita Weasley! – A voz de McGonagall soava desesperada.

Gina sentiu-se chacoalhada e quando abriu os olhos, uma luz cegante a atingiu, ela os fechou e não quis abri-los novamente.

- Ora, acorde Senhorita Weasley! A escola Durmstrang já chegou, por favor.

Ela lembrou que estava na frente da escola, a pouco tempo de um baile. Abriu os olhos e viu os estudantes saindo de um navio muito mais bonito do que a dois anos.

- Alunos. – Dumbledore disse assim que todos saíram do navio e se posicionaram. – Professores. Fico feliz com a presença de vocês aqui no nosso Colégio, e aposto que todos estão. É importante fazer este laço de união em uma época tão crítica e perigosa como a atual. – Dumbledore passou os olhos por cada pessoa presente e suspirou. – Quem se importa agora, não é? Temos um baile pela frente! Podem se juntar aos seus pares e sejam bem vindos! – ele finalizou, abrindo os portões para o jardim, que estava tão perfeito! Estava mais bonito do que Gina nunca viu!

Alunos praticamente a atropelaram, correndo para o baile. Ela ficou para trás, pisoteada. Quem também ficou foi Malfoy, que a olhou rápido e já começou o seu discurso maléfico do dia.

- Você é um desastre da natureza mesmo, hein? Como consegue...- mas ao olhá-la novamente ele se calou e ficou ali, babando.

Gina não estava acreditando que aquele era Draco Malfoy, porque realmente estava muito mais bonito que o habitual. Com vestes de gala com detalhes em verde escuro, o cabelo na medida certa entre o arrumado e o bagunçado. A única coisa que a irritava era a expressão de idiota que ele estava fazendo.

- Acorde Malfoy! Está me irritando com essa cara de estúpido. – ele reagiu a ofensa.

- Mas você nunca vai deixar de ser irritante, nem em um dia como hoje? – ele reclamou. – vamos logo antes que comam tudo.

Ela tinha esperado que ele oferecesse o braço, mas ele não o fez, então ela entrou sem ele.

A festa estava colorida e quem mais aparecia era Luna, porque seu vestido mudava de cor como um arco-íris. Rony enchia-se de cerveja amanteigada e Mione olhava atenta para as fadas que serviam de luzes. Sal dançava com Idílio, um sonserino baixinho. Dumbledore dançava alegremente com McGonagall, que parecia não se importar em manter a postura. Neville dançava alegre com Susana Bones, que estava com um vestido amarelado lindo. Parvati fofocava com Lilá enquanto elas dançavam com Simas Finnigan e Dino Thomas, respectivamente. Harry, infelizmente, dançava abraçado com a Cho Chang, que estava deslumbrante, com um vestido azul claro, com os cabelos em um perfeito coque. Era de se invejar. Flitwick dançava com a professora Sprout. Madame Pomfrey estava sentada conversando com Madame Pince, enquanto bebiam ponche. Gina não viu ninguém triste, então se animou também.

- Vamos comer alguma coisa?– ela perguntou para Malfoy, virando-se para encará-lo. Ele parou de “babar” e disfarçou normalidade.

- Pegue a comida que eu pego uma mesa. – ele ofereceu dirigindo-se para o meio do jardim.

Ao se dirigir à mesa de comida, pôde ver vários alunos a observando, provavelmente porque estava acompanhada de Malfoy. Graças a Deus, Rony estava distraído demais para notar a presença da irmã. Pansy Parkinson não estava a vista, mas provavelmente amaldiçoava Gina, de longe.

Ela sentou-se depois de colocar na mesa alguns salgados e cervejas amanteigadas. Bebeu metade em um gole e comeu algumas coisas. Malfoy comia vagarosamente, o que irritava Gina.

- Pare com isso! Me xingue! – ela pediu.

- Eu não gosto de você....-disse ele baixinho.

- Fale mais alto se não fica sem graça.

- Eu não gosto de você! – ele disse em tom normal. – porque você está bonita demais para ser a Weasley. – ela sentiu-se corar até ficar com as orelhas ardendo.

- Eu gosto que você não goste de mim. É mais divertido assim. – ela disse, olhando para ele ainda vermelha.


********


Ele estava lutando contra uma vontade reforçada pela vozinha. Metade dessa vontade vinha da vozinha mas a outra metade vinha dele. Vontade de abraçar a Weasley, acariciá-la, beijá-la...ah não, ele tinha que lutar contra! Estava ruim assim. Ele não queria. Mas ela estava bonita demais, aquele vestido, aquele cabelo, aquele perfume de sempre que o deixava delirando.

- Saia daqui Weasley. – ele sussurrou mais para ele do que para ela.

- O que disse? Não escutei! Fale mais alto! – ela pediu.

Ele levantou-se bruscamente e correu para um banco escuro, já fora da área do jardim, antes que perdesse o controle.

- Malfoy! – ele ouviu ela gritar.

“Linda, não?”, “Pare!Sai, sai, sai! Pare de alimentar meus pensamentos com os seus desejos!”, “Meus desejos? Esses desejos são seus!”, “Não são! Eu não sou assim!”, “Você é teimoso, isso sim!”

-Malfoy? Porque está agindo assim? – era a Weasley por suas costas.

- Fique feia. – ele disse.

- Como?

- Fique feia, é uma ordem, escrava.

- Eu não vou ficar feia! Só porque eu gostei do meu vestido, eu não vou ficar feia.

- Fique feia, estou mandando.

- E eu me recuso a obedecer.

- Me deixe sozinho então.

- Você me convidou, agora agüenta. – e ela se sentou ao lado dele, teimosa.

- O combinado era você me obedecer, se não me engano.Vai embora, estou dizendo, antes que eu não consiga mais agüentar.

- Porque não olha para mim, hein? Por acaso eu estou medonha, só porque eu estou bonita?

- Pare de reclamar.

- Pare você. Vou trazer cerveja amanteigada, já volto. – e ela saiu.

“Aceite a realidade, deixa rolar! Não fique se segurando!”, “Eu faço o que eu quiser!”, “Se você não fizer nada, eu vou fazer!”, “Não vai, não. Não vou deixar.”.

Ela voltou. Sentou-se. Ofereceu a cerveja. Ele pegou, bebeu-a em segundos. Era quente e tão gostosa que ele teve vontade de dormir.

- Yes. Rony e Mione estão dançando! – Weasley disse, olhando por detrás do banco.

- Mais do que na hora, não é? – ele acrescentou.

- Sabe quando nós os espionamos pela última vez? – ela virou-se alegre para conversar com ele.

- O Que que tem? – ele perguntou, conseguindo, finalmente, olhá-la sem ter desejos.

- Demoraram a voltar para a Torre. Perguntei no dormitório onde eles estavam, ela ficou tão vermelha! Foi engraçado!

- Eles ainda não assumiram nada?

- Não. – ela respondeu desanimada. – uma pena. Acho que eles tem vergonha, depois de todas aquelas brigas....fica meio estranho.

- Todos já esperavam, não é?

- Nem todos, olhe. – ele levantou a cabeça. Alguns casais olhavam boquiabertos para os dois. Potter parecia nem ter percebido, que falta de consideração com os amigos.

- Interessante.... – ele acrescentou.

- Ei, porque não vamos dançar? – ela sugeriu, animada.

- Está louca. Vão ficar olhando para nós, como fizeram com o seu irmão.- ele sentiu-se corar.

- Ah, tá.....Entendi porque não quer dançar. É porque não sabe dançar. – ela provocou.

- É claro que sei dançar. É você que não sabe! Desengonçada como é! E no baile de inverno eu vi Lomgbottom mancando. O que você fez com o pé do moleque? Pisoteou? – ele revidou.

- Só pisei duas vezes. – ela respondeu vermelha. – Mas foi a dois anos. Mamãe me obrigou a treinar com papai depois disso!

- Seu pai deve estar andando com “toquinhos” agora, de tanto que você massacrou os pés deles.

- Não é! Você está é com medo, isso sim.

- Com medo de perder os meus pés? Estou sim.

- Não agüentaria a dor de um pisão? Fracote. Mas ainda acho que você não sabe dançar, por isso inventa esse monte de desculpas.

- Claro que eu sei! – ele protestou.

- Não sabe não. – ela insistiu.

- Quer apostar? – ele desafiou.

- O que?

- Dinheiro não, que quando você perder, não terá com o que me pagar.

- E chega de “bilhete de escravidão”, que já temos um monte.

- Que tal um mico? – ele sugeriu.

- Como.....? – ela perguntou. – algo como dançar pagode em cima da mesa?

- O que é pagode?

- Esquece....que tal: fazer a lição de casa, bem feita claro, por uma semana?

- Por mim tudo bem. Não suporto mais as lições de História da Magia, e você as fará por mim. – ele apontou para o nariz dela.

- Duvido muito. – ela respondeu - venha então. – ela pegou em sua mão e o levantou do banco.

Eles saíram daquela área escondida e escura e se juntaram a todos os outros da festa. Uma música leve começou a tocar. Eles se olharam, em tom de desfio, seguraram as mãos, Draco colocou a mão na cintura da garota, enquanto ela pousou a mão em seu ombro.

- Que comece o desafio. – ela anunciou.

E eles começaram com passos leves. Muitos alunos começaram a olhá-los. Parkinson, felizmente, não era vista. Harry Potter, os olhava abobado, mas logo se virou para seu par, e continuaram a dançar. Madame Pince parecia ter entendido que era uma competição, pois estava olhando para eles e torcendo. Os alunos de Durmstrang pareciam confusos. Estava desconfortável ser observado de maneira tão desaprovadora.

Mas por outro lado, estava bem confortável, porém ele não gostava de assumir isso. O cheiro viciante de jasmim do cabelo da Weasley o fazia sentir-se tão bem que ele ficava irritado, por estar gostando. E era muito leve dançar com ela, diferente de Pansy Parkinson, num baile, durante as férias. Era como se ele estivesse dançando com o vento. O rosto dela encostava no peito do garoto, fazendo ele entrar em chamas. Ele reparou que ela também estava muito quente.

Por enquanto, nenhum pisão.


*********


Ela sentiu vontade de dormir, estava tão confortável....as fadinhas a chamaram de novo, mas desta vez ela recusou.

- Não posso deixar ele ganhar. Desculpe fadinhas.

Ela continuou acordada, mesmo lutando contra o sono. O peito dele servia como travesseiro. Ele praticamente a levava, ela não tinha que fazer esforço algum. Somente esforço para não pisar em seu pé. Ela tinha até fechado os olhos, de tão acolchegante que estava, por isso não viu que todos os olhavam. Até que.........

TROPEÇA.PISA.

Eles se separaram brutamente, muito vermelhos.

- Há! Eu ganhei! – ele comemorou e todos olharam mais espantados ainda. Até a banda parou de tocar.

- Não valeu! Você passou a perna quando eu ia passar o pé. Você quis me desequilibrar! – ela reclamou.

- Não há trapaça em um jogo sem regras. – ele acrescentou.

- E quem disse que não tinha regras!

- Você não falou que tinha.

- Era óbvio que não podia passar a perna propositalmente.

- Como pode provar que foi propositalmente?

- Porque eu estou falando de você, tudo que vem de você é contra as regras.

Eles se olharam furiosos. Ficaram um tempo assim, e todos em volta estavam em silêncio. Então, como se tivessem ensaiado, viraram as cabeças para a bancada dos professores e miraram...

- MADAME PINCE! – eles berraram em uníssono. Ela espantou-se, corando de leve.

- Você viu que foi proposital, não viu? – reclamou Gina.

- Isso não vale Madame Pince! Ninguém pode provar que foi! – ele apontou para os presentes. Foi aí que ambos reparam que estavam berrando a toda, pareciam dois bebes chorões. Encaminharam-se envergonhados para a bancada dos professores, em direção a Madame Pince e esperaram que ela opinasse.

- Bom....- ela disse, parecendo encabulada. – Que tal anularmos essa partida, e começarmos outra, onde tem essa regra aí de não passar a perna? – ela sugeriu.

- Só porque eu ganhei? – ele reclamou.

- Só ganhou porque trapaceou, nunca ganhará honestamente. – Gina retrucou.

- Claro que ganho. Venha então! – e eles se posicionaram para dançar, mas nenhuma melodia se ouvia. A banda, impressionada, acordou do estado de transe e voltaram a tocar uma doce melodia.

Eles recomeçaram a dançar e, todos os casais também, aliviados por perceberem que era uma aposta, e não exatamente uma dupla apaixonada.. Gina viu que Rony tentou pular em cima dela, para separá-los, mas foi segurado por Hermione e a irmã acrescentou em cochichos “Quando eu ganhar, eu fico longe dele!”, o irmão aquietou, mas Malfoy, ao ouvir os cochichos, disse “ Eu não vou ficar aqui até morrer, só porque você não vai ganhar”, “você vai ver então!” ela acrescentou apertando forte o ombro dele, como um jeito de liberar a raiva.

Passou-se muito tempo, muito mesmo, talvez umas duas horas, mas nenhum dos dois desistiu. Gina não sentia mais os pés, estavam ficando dormentes, mas ela não se deu por vencida. Porém, seus pés pararam de funcionar e amoleceram, a fazendo perder.

- Pronto. Te provei que sei dançar, que não trapaceio e que não piso nos pés.

- Eu não pisei no seu pé.....- ela disse se arrastando até um banco, separado do baile, de tanto cansaço. – eu apenas encostei nele....

- Me desculpe senhorita Weasley, mas você não está mais em condições de competir – disse Madame Pince. – senhor Malfoy ganhou. – ao ouvir isso oficialmente ele deu piruetas de alegria, afinal ninguém, além dela, estava vendo.

- Droga, não dou conta nem das minhas tarefas, vou dar conta das tarefas dele...

- Sinto muito, você que aceitou a aposta. – disse Madame Pince. Ela sinceramente não estava ajudando com aquelas palavras.

- Como sou bonzinho – disse Malfoy se gabando. – eu vou dar apenas as tarefas de História da Magia para você.

- Bom, agora a discussão é de vocês. – e Madame Pince se retirou, voltando ao baile.

Malfoy se sentou no banco, ao lado de Gina e não tirava aquele sorriso triunfante e irritante do rosto. Ela tirou os sapatos e começou a massagear os pés.

- Sabe o que eu vi? – começou Malfoy olhando para o céu.

- Não....- ela respondeu distraída.

- O Potter ficou com um pouquinho de ciúmes quando viu a gente dançando.

- Deve ter visto errado, Harry não se importa comigo, muito menos com você. – ela acrescentou um pouco depressiva.

- Pois acho que se importa.

- Não, Malfoy, ele não se importa. Convivo com ele a anos, nunca se importou de verdade.

- Quer apostar Weasley?

- Ah não.... Chega de apostas....- ela praticamente implorou.

- Tudo bem.... Chega de apostas...- ele se rendeu.

Ficaram mais algum tempo em silencio e puderam ouvir, misturado com o som das Esquisitonas, o badalar da meia- noite.

- As esquisitonas! Que legal! – disse Gina, olhando a banda tocar seu rock pesado.

- Vai lá então. – disse Malfoy, emburrado.

- Eu não me agüento sobre meus pés, não dá....

- Fraca.

Passou-se mais um tempo depois disso. Um longo tempo. Gina fechou os olhos, ia dormir, estava cansada, a prova de hoje não foi fácil.

As fadas chegaram de novo. Agora pretendiam levá-la a qualquer custo. Ela não recusou. O campo verde e florido estava ensolarado e belo. Era irresistível. Ela entrou na roda das fadas e ficou dançando entre elas. Mas uma voz indesejável a fez voltar com um baque para o Mundo real.

- Weasley, se quer dormir, vá dormir na sua cama e não no meu colo! – ouviu Malfoy dizer.

Abriu os olhos lentamente. Um loiro bravo foi a primeira coisa que viu. Deu-se conta que estava em seu colo, mas não levantou. Ficou lá apreciando o céu.

- Levante logo Weasley! Eu estou mandando. – ela não o fez, e também não respondeu. – Por favor Weasley! – Foi uma cena rara (ele pediu por favor!), mas ela não se moveu um centímetro sequer. Uma cabeça impediu a visão do céu, e ela foi envolvida por aquela sensação deliciosa. Ficaram um tempo ali, e de fundo, uma música muito romântica tocava, não havia conversas paralelas de pessoas. Era o clima perfeito. Ela demorou muito para perceber o que estava fazendo, e ele demorou um pouco mais. Ele afastou o rosto, olhando horrorizado para ela.

- Malfoy! – ela levantou-se do seu colo, mas bateu a testa no queixo dele e deitou de novo.

- Saia! Eu disse para sair! Merda! – ele gritava, levantando do banco com um salto, fazendo a cabeça dela encostar no ferro frio do banco. – Por que você não obedeceu!?

- Não me culpe!Idiota! Porque fez isso? – ela retrucou limpando os lábios.

- Não fui eu que fiz, foi aquela vozinha que está sempre me controlando! Mas que ódio! Viu no que deu? Você tinha que me obedecer! Fiquei com medo, desde o começo da festa, que isso acontecesse!

- Eu vou embora Malfoy! – ela levantou-se e correu para o castelo, com o rosto mais vermelho que os cabelos. Ela sentia vontade de chorar.

Como ela deixou ele fazer aquilo? Tudo bem que ela estava com sono, mas podia ter impedido que acontecesse. Ela devia tê-lo obedecido de primeira. Mas ela é teimosa, tinha que desafiá-lo. Deu no que deu. Eles tinham se beijado e não tinha como voltar atrás agora (só com um vira-tempo, mas era contra o regulamento do Ministério da Magia portar um). Ela tinha vontade de se matar, se sentia infectada, mas o pior de tudo, o pior de tudo mesmo, é que, lá no fundo, bem no fundo, ela tinha gostado. Mas não podia. Estava errado. Queria se jogar num precipício, só para não ter que enfrentar a vida depois daquilo.

Ela já tinha beijado ele antes. Não devia ter se sentido tão mal. Mas ficou com o coração apertado, um peso na consciência. Doía.

Ela entrou no castelo. Estava escuro e vazio. Isso é óbvio: quem era o idiota de ficar no castelo frio e monótono de Hogwarts com uma festa rolando lá fora? Só ela mesmo, mas tinha seus motivos.

Ouviu passos a suas costas quando subia as escadas escuras. Antes de ela virar para ver quem era, já estava no chão, desmaiada.


**********


Ai da vozinha se ele a pegasse. Ia fazê-la em pedacinhos e comê-los com prazer de tanto ódio que tinha dela. Como pôde obrigar Draco a beijar uma Weasley? “ Você estava apreciando a beleza dela, eu só apressei o que você ia fazer” justificou a vozinha. Mas Draco insistiu que jamais faria uma coisa absurda dessas. Sua mente estava fora de controle, doía pensar na cena que se passou. Pensou em subir para o dormitório, mas esperou um pouco, para não cruzar com a Weasley na escada. Esperou uns dez minutos, tudo para não encontrá-la de jeito nenhum.

Já era quase duas da madrugada e ninguém havia subido para dormir, todos curtiam o baile alegremente. Se ele não tivesse convidado a Weasley, tudo estaria bem melhor, mas ele era teimoso, convidou, agora olha o que deu. Ele era o único na festa que não estava se divertindo. Isso era para ele aprender a não confiar nesse tipo de bruxo.

Mas porque ele estava tão bravo? Ele já tinha feito isso antes, mas porque estava se sentindo tão mal dessa vez? “Porque você gostou!” disse a vozinha e, antes que Draco pudesse discordar ela continuou “ e nem vem com esse papo furado de que não gostou de jeito nenhum que eu sei que é mentira! Eu entendo desse tipo de coisa mais do que você imagina”.

Deu o tempo, ele entrou no castelo e começou a subir as escadas, mas uma coisa o chocou logo no terceiro andar: o corpo de uma garota estava estendido, a cabeça dela sangrava, se misturando com o vermelho de seus cabelos. Estava escuro, mas ele sabia que era a Weasley.

N/A: pra quem realmente gosta daqueles bailes romanticos e talz, não foi muito o esperado, mas o que eu posso fazer? Eles se odeiam! Ou eles tentam se odiar. Pelo menos tem um beijo, não reclamem. Quando eu estiver inspirada, desenhar uma imagem bem bonita para esse capítulo, talvez até, mais de uma! Nunca se sabe, né? ,br>
Pra quem gosta da Luna, o próximo capítulo vai ter bastante ela. Também não vão esperar ver ela em todas as páginas, mas ela vai fazer a diferença!

Sempre falo demais....

Não reclamem pela falta de figuras ( até agora ninguém reclamou, mas melhor prevenir...) Reformatei meu computador a três dias atrás e estou sem Word, estou usando WordPad, que não é lá essas coisas, né? E ele, pelo menos o meu, não aceita imagem e eu também tenho que reinstalar o meu scanner.

Beijos!

deixem comentários, blz?

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