Seven

-Malfoy, espere aí – Gina chamou-o quando localizou a cabeça louro-platinada num corredor lotado do Ministério. Tinha sido um suplício char alguém que sabia onde ele estava, mas descobrira que ele tinha uma secretária, que por coincidência estava em seu departamento quando resolvera ir procurá-lo.

- Ele está indo para o gabinete do Ministro, provavelmente terão uma reunião importante esta manhã - A loirinha lhe disse com uma voz doce e face amigável. Gina sorriu-lhe em agradecimento e fora direto para o lugar indicado, afim de esperar a reunião acabar.

Agora o corredor estava lotado, pelo jeito o ministro havia chamado até o falecido Merlim para sua reunião, pois o corredor estava apinhado de gente que saíra de seu gabinete

Malfoy localizou a cabeça ruiva no corredor e seu estomago afundou. Não achou realmente que a ruiva fosse procurá-lo depois de sua carta. Carta aquela que deu-lhe raiva ao ler depois, não acreditara que fora capaz de escrever aquilo.

”Acredita em anjo
Pois é, sou o seu
Soube que anda triste
Que sente falta de alguém
Que não quer amar ninguém”

Fizera aquilo para proteger a ruiva pois logicamente aqueles não seriam os primeiros e nem os últimos comensais querendo matá-lo pelo que fizera. Pensou-se tolo logo depois. “Que atitude mais digna do Potter!” Pensou consigo mesmo dando um meio sorriso.

Agora que via aquela ruiva procurando-o ali, viu que não seria tão fácil assim dispensá-la.

Mesmo que quisesse.

”Por isso estou aqui
Vim cuidar de você
Te proteger, te fazer sorrir
Te entender, te ouvir
E quando tiver cansada
Cantar pra você dormir”

-Malfoy, temos que conversar – Gina disse decidida ao alcançá-lo no corredor, já mais vazio.

-Não temos nada para conversar, Weasley – Ele disse forçando o desprezo na voz.

-Ah, temos sim, Malfoy. Você vai almoçar comigo hoje, agora, nesse minuto - Ele quase riu daquela demonstração de autoridade por parte dela. E lembrou-se daquelas semanas que passara na casa dela. A melhor semana da sua vida.

-Certo, se faz tanta questão... – Ele disse ainda com aquela expressão forçada, mas o rosto dela se transformou em um sorriso.

”Te colocar sobre as minhas asas
Te apresentar as estrelas do meu céu
Passar em Saturno e roubar o seu mais lindo anel”

“Pare, Malfoy!” Ele ordenou á si mesmo quando pegou-se observando-a pela vigésima vez.

-Algum problema, Malfoy? – Ela perguntou observando-o, parando o garfo no ar.

“Idiota” Ele xingou-se mentalmente “Agora ela notou que você estava observando-a, seu mongol!”

-Sua presença me incomoda, Weasley – Ele respondeu friamente e ela suspirou.

-Tudo bem então. Vamos direto ao ponto – Ela disse finalmente, encarando-o.

”Vou secar qualquer lágrima que ousar cair
Vou desviar todo mal do seu pensamento
Vou estar contigo a todo momento sem que você me veja
Vou fazer tudo que você deseja”

-Malfoy, quero saber se o que você escreveu naquela carta era verdade – Ela disse olhando-o nos olhos e ele sentiu o estomago afundar mais uma vez. Quase sentiu-se incapaz de mentir.

-Claro que é, Weasley. Que pergunta idiota – Ele disse desviando o olhar rapidamente para a comida, tentando evitá-la.
Gina sorriu.

-Olhe para mim, Malfoy – Ela pegou seu queixo e fê-lo encará-la.

Draco sentiu suas defesas se esvaírem, e lembrou de todo aquele tempo que passara longe dela, amaldiçoou-se por segui-la durante o trabalho, observá-la, vigiá-la, querer saber se ela estava saindo com alguém, por cuidar dela o tempo todo, por amá-la mais do que poderia.

”Mas, de repente você me beija
O coração dispara
E a consciência sente dor
E eu descubro que além de anjo
Eu posso ser seu amor. “

De repente Gina se levantou da mesa sorrindo e puxou-o pela mão, indicando para que se lavantasse. Ele o fez e ela colou seu corpo ao dele. Malfoy desistiu.

Gina sorriu e beijou-o, sendo imediatamente correspondida. Antes de ficar alheia a tudo ainda pôde ouvir alguns aplausos e assovios dos presentes no restaurante. Malfoy enlaçou-a possessivamente pela cintura e Gina colocou suas mãos na nuca dele, lembrando-se de como ele se arrepiava quando fazia isso.

-Seu boboca, não pode mentir pra mim – Ela disse quando se soltaram e ele fez cara de culpado.

-Não queria que se machucasse mais – Ele disse fitando o chão e ela sorriu mais ainda.

-E como é que um anjo pode machucar alguém? Malfoy, você, por incrível que pareça, só me fez bem. Eu estava trabalhando de mais, depois de ter terminado meu terceiro relacionamento fracassado não queria mais ver ninguém. E então você aparece e me faz acreditar de novo – Ela disse e ele beijou-a novamente.

-Diz de novo – Ele pediu saindo do restaurante após deixar algum dinheiro sobre a mesa, abraçando-a e colando sua testa á dela.

-O que? – Ela perguntou rindo e ele sufocou-a de brincadeira em um abraço – Tudo bem, tudo bem... – Ela disse rindo.

-Meu anjo... – Ela disse no ouvido dele e riu quando ele beijou-a de repente.

-Agora sou eu que começo a acreditar em finais felizes – Draco disse abraçando-a com um braço só pela cintura e caminhando com ela, que colocara um dos braços na sua.

Ela riu.

-Pois acredite, Draco, esse não é o final... É só nosso começo – Ela disse e ele riu.

-Vamos para casa.

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