A LEI SECA E O “DITO CUJO”




Resolvi minha vida. Agora nada mas de homens. Rolos, namoros e conseqüentemente chifres, nunca mais! Aderi ao Movimento Feminista.
Homens, nunca mais! Afinal para que eles servem? Para nada! Ok, ok, sei que estou meio radical, mas qual feminista não é?!

Agora solteira, e com intenção de permanecer assim por muito tempo, comecei a sair com outros amigos, e a fazer outros tipos de programas. Nada mais de rocks bombantes ou shows românticos, feitos com amigos “casais” apenas. Saio agora com alguns amigos “gays” e com algumas amigas bem resolvidas, er, na verdade são encalhadas mesmo.

Eu aqui nos meus desvaneos, repensando a vida e ponderando minhas novas decisões, quando sou tirada desse “mundo exclusivo Hermione Granger” pelos gritos de minha mãe.

- HERMIONE GRANGER, O CHRISTIAN CHEGOU!!! DESCE LOGO!!!

Desço na mesma hora, afinal para ir ao cinema vamos combinar que nenhuma superprodução não é necessária. Pelo menos uma coisa boa nessa minha faz de “celibato”, sempre achei uma chatice ter que ficar procurando roupa pra sair, colocar maquiagem e essas coisas. Pra mim uma roupinha básica (baby-look+jeans+tênis) sempre foi uma combinação perfeita.

Assim que chegamos ao carro, vi que todos já estavam nele. Christian, o gay assumido; Lucas, o gay não assumido; Márcia, a resolvida (na verdade ta mais pra sapata do que resolvida, porem, acho que não vem ao caso); e Tâmara, a tímida (acredite quem quiser, apesar dela ser uma beldade e já ter 17, é ainda BV). Ah e pra completar, eu, a ex-paqueradora, ex-descolada e a nova chifruda da escola.

-Migaaaa!!! Você ouviu o novo cd da Shakira??? Ta demaissss!!! – Christian fala para mim animado.

-Bem. Na verdade não! Não ouço muito Shakira! – me desculpo.

-Um dia desses te empresto. Ela está arrasando! É uma verdadeira diva!

Então, ao som de Shakira e seus novos sucessos bombantes, chegamos ao cinema. Assim que chegamos, fomos logo para o banheiro, lavar as mãos, fazer o pipizinho básico (pra não ter que perder parte do filme) e ver o estado catastrófico do cabelo.

Depois da sessão banheiro, eu e as meninas, saímos e por algum motivo não encontramos os meninos na frente dele, como o combinado.

-Meu deus! Será que eles ainda estão no banheiro? O que andam fazendo lá? Poxa, o filme já ta quase na hora de começar! – reclama Tam, olhando insistentemente para o relógio.

-Hummm!!! Será que o Chris conseguiu tirar o Lucas do armário???- pergunta Marta com um sorriso malicioso ns lábios.

-Será??? Quer saber... – olho para um lado e para o outro, não vejo quase ninguém - ... vou dar um susto neles.

E corajosa abro a porta do banheiro masculino, dando pulos e gritando:

-Ah!!!! Peguei vocês dois!!! Tão mediando pra er quem tem o maior p... – e então olho melhor em volta. Não acredito. Grito então mais alto ainda - Ai meu deus...ai meu deus... – acreditem se quiser, não era nem o Lucas, e muito menos o Chris que tava no banheiro. E sim um homem desconhecido que olhava pra mim espantado, e com a mão segurando o seu “dito cujo” , me afastando, tento dar uma desculpa - Ai, desculpa! Acho que errei o sexo, digo, o toalete... er.. boa mijada – e saio correndo em disparada.

Sinto meu rosto queimar, corado de tanta vergonha. Ouço gargalhada vinda de trás de mim, e me virando, dou de cara com os quatros, rindo a beça da minha cara. De vermelho de vergonha, meu rosto ficou vermelho de raiva.

- O que vocês faze aqui? – pergunto olhando para s “garotos”.

-Com menino é mais rápido, resolvemos comprar os ingressos – responde Chris, olhando para mim, quase não se agüentando em pé de tanto rir.

-O eu aconteceu que você saiu toda desesperada? – perguntou Márcia.

-Nada! Vamos logo! – e lanço meu olhar mais ameaçador para todos – sem perguntas.

Olho uma ultima vez para trás, e vejo de relance o homem sair do banheiro, sem mais demora, apresso meu passo.

Compro minha pipoca e meu refri rapidamente, pego bruscamente um dos ingressos na mão de Christian e entro na sessão em questão de segundos.
Não espero ninguém, imagina se numa dessa de esperar a lerda da amara o homem (de quem vi o “brinquedinho”) aparece. Não, nem quero imaginar. Só de pensar, meu rosto queima.

O filme, por incrível que pareça, era ótimo. (falo isso porque quem escolheu o filme foi Christian, e convenhamos que seu gosto é meio discutível, pois pra quem acha “Material Girl” o filme do século, bem, não tem o melhor gosto pra filme, pelo menos no meu ver.)

O filme era uma comedia de desenho animado, “Sherek 3”. Caraca, ri pacas, o filme é hiper engraçado. Cada parte é melhor que a outra. (ok, ok, confesso que este não é bem um programa que uma garota escolada faz aos sábados à noite, mas tenho que admitir, foi bem melhor do que eu pensei. Bem melhor do que muita boate que fui, onde o que mais rolava era briga entre playboys, por causa de patricinhas atiradas).

Vou saindo da sessão com meus amigos. Distraída e rindo pacas ao relembrar do gato de botas e sua dancinha (e de Lucas, o imitando perfeitamente). Levo um susto quando sinto umas cutucadas em meu ombro. Olho para tas, para ver que me cutucou, e sinto meu chão sumir, ao reconhecer a pessoa.

-E ai? Achou o sexo, quer dizer, seu toalete??? – diz as gargalhadas o cara de quem vi o “dito cujo” há umas horas atrás.

Ante que conseguisse esboçar alguma reação, o homem se afastou, me deixando com cara de tacho, diante e meus colegas curiosos. Mas,depois de desencano, afinal, não é sempre que podemos por o olho no “dito cujo” alheio.

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