Vários níveis de hostilidade



Cap. 4 – Vários níveis de hostilidade.



_ Não diga bobagens! Para onde você iria? Dumbledore nos disse que você não pode voltar pra casa por enquanto... – A Sra. Weasley se aproximara novamente.

_ Pra qualquer lugar! Não vou ficar aqui se não é o desejo do dono da casa, não gosto de atrapalhar ou ser indesejada. – Christine não estava brava, estava chateada... Por que logo ele? Hermione foi a próxima a tentar enfrentar o clima pesado que se instalara na sala:

_ Chris, o Sirius não sabe o que diz! Ele está zangado, mas por outras coisas, mas logo logo ele vai mudar de idéia! – Christine conhecia aquele tom de voz. Era o mesmo usado pela própria Hermione (em sua imaginação) na conversa que tivera com Harry assim que este chegou ao largo Grimmauld, 12, um tom de quem teme que o teto vá desabar.

Christine cruzou os braços e sentou-se no sofá pensando com a cabeça baixa... Não tinha mesmo como voltar pra casa, mas também não poderia permanecer ali contra a vontade de Sirius e sabe-se lá de quantos outros membros da Ordem. Será que Dumbledore a aceitaria em Hogwarts? Talvez ela pudesse ser ajudante de Hagrid, ou até mesmo dos elfos domésticos na cozinha... Tudo bem, nada de cozinha, ela definitivamente não levava jeito... Antes que ela pudesse pensar em outra opção o garoto de cabelos negros e lindos olhos verdes sentou-se ao seu lado e falou baixinho, olhando pra baixo como ela:

_ Sei como é se sentir indesejado... Sei como é ter que depender da boa vontade de quem não tem nenhuma boa vontade... – Ôhhhh! Ele era tão fofo quanto ela imaginara! Virou-se para olha-lo e viu, pela primeira vez, a fina cicatriz em forma de raio na testa do menino. Estava lado a lado com Harry Potter, e não podia sequer expressar o quanto o conhecia, o quanto o amava, quanto tempo passou ao seu lado mesmo que ele não soubesse, quantas vezes chorara por ele e com ele... – Dá um tempo pra ele! O Sirius é legal, você vai ver!

O menino sorriu e ela percebeu que jamais diria não pra ele. Há algum tempo ela tentara defini-lo como um irmão, mas depois de um tempo ela percebeu que ele era quase ela! Ela conhecia tão bem seus pensamentos e sentimentos, e compartilhara-os com ele tão intensamente que era como se ele fosse uma extensão dela. Ela também sorriu.

_ Tudo bem... Obrigada! – E lá foi ela novamente, não pode deter uma lágrima... Mas é que aquilo era muito mais do que ela sequer pudesse imaginar! Antes que pudesse se conter abraçou o menino forte e sentiu-se segura, sentiu-se em casa como nunca havia se sentido na vida! Aquele era seu lugar e ela não poderia mais partir porque percebeu que estivera inconsciente e conscientemente lá a vida inteira!

_ Chora não! Se quiser eu e o Fred podemos consolar você também! Vem cá... – e os dois gêmeos se juntaram num abraço coletivo que foi depois acrescido pelos braços de Rony, Hermione e Gina. A Sra. Weasley só não se juntou a eles porque suas mãos estavam ocupadas limpando as lágrimas com a toalha que usara para proteger o rosto do fadicida.

O resto da tarde foi maravilhoso! Christine se juntou aos outros no extermínio das fadas mordentes e na limpeza dos armários, ouvindo sábias explicações e descrições de Hermione e as piadinhas de Jorge e Fred, sem deixar de notar os olhares de Gina para Harry...

Por volta das 18 horas todos pararam o trabalho para o jantar, mas Christine percebeu que, decididamente precisava de um banho antes, então disse a Sra. Weasley que desceria mais tarde.

_ Tudo bem, mas não demore muito ou Mundungo não deixará jantar pra você! – sorriu a ruiva.

_ OK. De qualquer forma, não estou com muita fome... – respondeu a garota já subindo as escadas em direção ao seu quarto.

Agora que o trabalho terminara a mente de Christine perdeu a concentração e ela voltara a pensar sobre tudo o que estava acontecendo... Deitou-se na banheira verde-musgo de seu banheiro e ficou revivendo aquele dia até perder a noção do tempo... E não pode evitar ouvir novamente em sua mente a voz rouca que nem sequer se dirigiu a ela. Um misto de tristeza e orgulho ferido invadiu Christine. Ela sempre imaginou que se Sirius realmente existisse e eles se encontrassem seria amor à primeira vista! E agora o dono de seus sonhos recusava-se a falar com ela... recusava-se pelo menos a olhar pra ela! Tudo bem que ele não se apaixonasse por ela tão rápido quanto havia esperado, mas desprezo nunca passara por sua cabeça!

_ Ih!!! – exclamou irritada depois de alguns minutos sob o domínio mental dos olhos acinzentados de Sirius. – Você tem coisas bem melhores pra pensar, mocinha! – Disse a si mesma. Ela tinha mesmo essa mania de conversar sozinha...

Após terminar o banho – com os dedos mais enrugados que nunca! – Christine se enxugou, foi até o espelho embaçado pelo vapor e involuntariamente escreveu Sirius. Depois, caindo em si deu uma gargalhada e apagou as letras com a toalha de rosto. Sempre tivera a mania de escrever aquele nome depois do banho, no espelho do banheiro em sua casa, mas agora, melhor que simplesmente escrever seu nome, seria olhar pra ele e ouvir sua voz... Porque agora ela não mais precisava se contentar com devaneios, pois o dono deles estava três lances de escada abaixo dela!

A garota se sentiu invadida por uma onda de otimismo e alegria! Tudo bem que ele a desprezasse, afinal ainda assim ele estava bem mais próximo dela do que jamais estivera! Mudar seu conceito sobre ela seria muito mais fácil que tornar real um personagem de livro... A parte mais difícil já tinha sido resolvida!

Ao sair do banheiro Christine se deparou com o relógio de parede de seu quarto que marcava 19:30 horas.

_ Caramba! Melhor eu me apressar!

Então ela percebeu um movimento e virou-se. Em cima do criado-mudo havia uma coruja com um embrulho em papel pardo. UMA CORUJA!!! Christine sempre sonhara em receber uma, alias sempre tivera vontade de prender uma das corujas que ficavam no lote ao lado de sua casa pra ver se elas conseguiriam mandar cartas para seus amigos... E agora aquela estava ali. Com um embrulho para ela! Então correu para ver o que era. Junto ao embrulho estava um pedaço de pergaminho:



Christine
Peguei mais algumas roupas em minha casa pra você, fique a vontade! Resolvi tingir todas de preto, assim não corria o risco de colocar alguma cor que você não gostasse... Coloquei um casaco também e pijamas, espero que goste!
De qualquer forma, nos próximos dias verei com Dumbledore se podemos ir ao Beco Diagonal para que você mesma possa escolher suas roupas... Roupas de bruxa, se não se importar...
Bjus, Tonks
.


_ Se não me importar??? Ahhhhhhhh!!! – Ainda de toalha Christine começou a dançar pelo quarto que subitamente parecia bem mais claro e quente. – Eu vou no Beco Diagona-al! Eu vou! Eu vou!! – a coruja pareceu um pouco assustada e levantou vôo em direção à janela entreaberta.

_ As danças dos trouxas são mesmo estranhas...

_ Ah!! – a garota tomara tamanho susto que chutou sem querer o pé da cama. – Ai! Acho que temos que combinar formas mais sutis de você aparecer! – respondeu massageando o pé esquerdo, sentada na cama de frente para outro quadro, este vazio. Parecia que a pintura tinha sido rasgada e restavam apenas a moldura e o fundo, que havia agora sido preenchido pela figura do senhor elegante que Christine já conhecia.

_ Peço desculpas novamente, senhorita! Espero que não tenha quebrado a unha... – sua aparente preocupação fez Christine rir.

_ Não foi nada não! Sempre fui desastrada, não será a primeira nem ultima vez que bato o dedão no pé da cama! – respondeu já se levantando. – E aí, como vai, Fineus? Sentiu saudades de mim tão cedo assim?

O senhor pareceu constrangido e Christine riu ainda mais.

_ Não. É que... Bom... E-eu vim trazer um recado de máxima importância!

_ Do Dumbledore? – a piada acabara. – Importante como?

_ Como sabe que é um recado do Diretor Dumbledore? – À correção de Fineus, ela lembrou-se de Harry e sua infindável dificuldade de chamar Snape de professor... Poxa, ela e tio Dumbly eram quase íntimos! Mas foi a vez dela ficar sem palavras.

_ É que... é... ontem! Ontem o Diretor – fez questão de enfatizar a palavra – Dumbledore me contou que havia um retrato no quarto do Harry pelo qual poderíamos nos comunicar posteriormente. Mas pensei que você só pudesse aparecer lá... Que aquele seu retrato só estivesse interligado com o de Hogwarts e você não pudesse ficar dando passeios por outros quadros... Inclusive o do meu banheiro! – disse ela fingindo estar zangada.

_ Bom, seria... Mas como você sabe, eu sempre fui um bruxo brilhante! – antes que ele pudesse terminar a frase foi cortado novamente pela morena:

_ Ta, o Dumbledore deu um jeito... Mas e então? O que é tão importante? – Ela parecia mesmo preocupada... E estava! Será que o diretor já havia conseguido uma forma para que voltasse pra casa?

Agora ele falava em um tom ainda mais formal do que o de costume, que fez lembrar aqueles personagens de filmes medievais que ficam com a cornetinha anunciando quem será recebido pelos reis.

_ Alvo Dumbledore, atual diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, Ordem de Merlin, Primeira Classe, Grande...

_ FALA LOGO!!!

_ Ham ham – ele pigarreou um pouco ofendido. – Deseja saber se a senhorita passou bem o primeiro dia de sua estadia no largo Grimmauld número 12.

_ ERA ISSO??? – Christine não conseguia parar de rir agora... Não precisava ir embora naquela noite! Ele só queria saber se o próprio Sirius não havia se encarregado de faze-la ir durante o dia! Bom, ele quase fez... – Máxima importância... Só você mesmo! – Disse por fim, recuperando a respiração.

_ Todo o recado enviado por Fineus Nigellus Black é de máxima importância! – Ele agora parecia mesmo ofendido e empinou o nariz ainda mais!

_ Ôh... Tadico... Pode assumir! Pode dizer que estava com saudades de conversar comigo, não será nenhuma vergonha para o brasão da família..! – Ela ia se aproximando do quadro.

_ Que petulância... – Ele disse mais pra si mesmo que pra ela, numa imitação perfeita dos resmungos de Monstro. E depois se voltando para ela – Eu só vim dar um recado. Responda à questão do Diretor e eu irei embora!

_ Diga ao diretor que eu não passei bem o meu primeiro dia de estadia no largo Grimmauld, 12. – Ele pareceu surpreso. – Bem é pouco para descrever! Diga a ele que foi um dia inesquecivelmente maravilhoso! Ele sabe...

_ Mas eu soube que você teve um desentendimento com o meu tetra-neto...

_ Eita! Mas tem gente fofoqueira no mundo bruxo também? Aposto que foi o Monstro! – Disse ela num falso tom de indignação com as mãos nos quadris.

_ Isso não importa. Vocês conseguiram superar as divergências?

_ Na verdade, Fineus, não poderia haver divergência alguma, já que seu tetra-neto me ignora completamente... – Ele deu um risinho. – Mas eu vou te contar um segredinho sobre ele...

Neste momento Christine teve a impressão de que a cabeça do retrato iria sair da moldura tamanho o interesse de Fineus. Ela então falou baixinho:

_ Seu tetra-neto me ama! Ele só não sabe disso... ainda! – E riu.

_ É mesmo petulante... Ou então louca!

_ Talvez amigo, talvez... Mas diga se você não iria adorar me ter na família, hein? - ela gargalhou.

_ Acho que Walburga voltaria à vida só pra morrer de ódio novamente! – E ele... gargalhou! Christine até parou de rir para assistir à cena. Então como que num súbito retorno à consciência deu mais um pigarro e voltou à formalidade de sempre. – Bom, tenho que ir... Um homem atarefado como eu não pode perder tempo com conversas sem propósito!

_ Sinto muito tira-lo de seu tão nobre trabalho, senhor! – respondeu a garota fazendo uma reverência.

_ Ora, não seja cínica! – empinara o nariz novamente.

_ Foi só uma brincadeira! – Disse ela. E se aproximando do quadro deu um beijo na bochecha do ex-diretor. – Muito obrigada pelo recado!

_ Ah... é... N-não há de quê! – As bochechas vermelhas foram a última imagem que Christine viu antes que o rosto desaparecesse do retrato.



***



Quando Christine finalmente conseguiu terminar de se trocar já passava das 20 horas. Ela então desceu correndo as escadas, mas ao chegar próxima ao hall de entrada ouviu uma voz que a fez parar de imediato, uma voz fria que quase sussurrava:

_ Obrigado por me acompanhar! Está cada dia melhor no trabalho de mordomo, Black!

Christine sabia de quem era aquela voz, e correu escada abaixo para impedir que Sirius voasse no pescoço do homem que falara.

_ Sirius, não! – Ela disse ofegante ao pé da escada e ele parou já segurando a gola das vestes de um homem de cabelos negros que parecia quase sorrir com a situação. Depois virou-se para ela:

_ Ora ora! Sua coleguinha chegou em tempo pra te defender, seboso! Vou deixá-los para que possam idolatrar seu Lorde das Trevas mais a vontade... Agora sim, o ar ficou pesado demais pra mim! – e dizendo isso passou feito uma bala por Christine descendo para a cozinha e batendo a porta com tamanha força que a garota pensou que as cortinas que cobriam os retratos dos antigos membros da família Black, inclusive Walburga, se abririam para seu primeiro escândalo na presença dela. Mas nada aconteceu... Talvez estivessem dormindo... Seus pensamentos foram cortados pela mesma voz fria que ouvira do primeiro andar:

_ Então você também entrou para o clubinho dos odiados?

Ela olhou para aquele homem que estava parado de costas para a porta de entrada da casa e viu que ele era exatamente como imaginara em todos os livros que lera. Alto, magro, cabelos até os ombros, lisos e muito oleosos, nariz em forma de gancho... Mas apesar disso, também como imaginara, Snape tinha em seus olhos negros tamanho frio, intensidade e mistério que tornavam-no muito atraente. Aquele tipo de homem que te faz prender a respiração quando olha nos seus olhos... Olha nos seus olhos??? Será que ele estava lendo sua mente? Christine rapidamente desviou o olhar daquele que ela sabia ser um dos maiores oclumentes e, porque não, legilimens do mundo bruxo.

_ Aham... Acha que sou uma espiã de Voldemort. – à menção daquele nome ela sentiu um leve desconforto do professor. Com certeza ele não esperava que uma recém-chegada no mundo bruxo já tivesse tamanha ousadia.

_ Ele não é o único que pensa isso de mim... – ele disse quase que orgulhoso.

_ É eu sei. Mas se me permite... Eu sei que a opinião de uma trouxa é completamente insignificante pra você, mas eu tenho a impressão que você é um cara legal! – Ela sorriu. Ele continuava impassível, seu rosto quase uma máscara, não movera nem um músculo. Então, após olhar novamente para ela respondeu:

_ Você está duplamente enganada. Mas tem razão em uma coisa... – E se virando, num esvoaçar de capa, já saindo pela porta continuou. – sua opinião é completamente insignificante para mim. – e fechou a porta atrás de si.

Christine ficou ali parada fitando a porta fechada...

_ Por que será que todos os homens interessantes do mundo bruxo me desprezam? Será que tem alguma coisa errada com meu cabelo? – e suspirando virou-se, descendo em direção à cozinha.



***



A comprida mesa da cozinha estava cheia, mas parecia que todos já haviam terminado o jantar e estavam apenas bebendo e conversando. Sirius sentava-se à primeira cadeira da direita e conversava aos sussurros com um homem meio grisalho de vestes rasgadas que ela reconheceu como o lobisomem Lupin no mesmo momento. A uma cadeira de distância dos dois sentava-se Hermione que mostrava um livro de capa azul para Gina a seu lado. Fred estava ao lado de sua irmã e conversava animadamente, também aos sussurros com seu gêmeo. Do outro lado da mesa estavam Harry, Rony e um senhor que parecia um mendigo e tinha um saco cinza na cadeira ao seu lado; aquele só podia ser o “muambeiro” Mundungo. A Sra. Weasley estava próxima ao fogão olhando um caldeirão com a varinha em punho e foi a primeira a se virar e perceber a presença da garota.

_ Oi, querida! Você demorou! – Ela disse vindo em direção a Christine junto aos olhares de todos na mesa.

_ É que eu...

_ Não tem problema! Sei que deve estar com a cabecinha cheia. Sente-se que eu já sirvo o jantar pra você! Arthur também está pra chegar do trabalho...

Christine queria poder se sentar ao lado de Hermione, mas pra isso precisaria ficar ao lado de Lupin, e preferia ficar o mais distante possível de Sirius, então se sentou do outro lado da mesa, de frente para Gina e ao lado de Rony.

Estava sentindo-se bem mais desconfortável ali, com todas aquelas pessoas e ficou ainda mais quando começou a tomar a sopa que a Sra. Weasley lhe serviu. Sem saber ao certo se por vergonha ou porque estava deliciosa, Christine terminou a refeição em cinco minutos e então ficou sentada, olhando para o prato vazio sobre a mesa. A Sra. Weasley havia subido para receber o marido que acabara de chegar e ela já ia arrastando a cadeira para subir também quando Hermione dirigiu-se a ela:

_ Chris, agora que já terminou o jantar sente-se aqui conosco! – Gina concordou com um aceno de cabeça.

_ Er... Eu estava pensando em subir e...

_ Ainda é cedo! – Agora a ruiva também se pronunciava – Vamos, fique mais um pouco, toma uma cerveja amanteigada com agente!

Cerveja amanteigada!!! Esta certamente estava entre as coisas do mundo bruxo que Christine mais queria conhecer! Então, movida pela falta de argumentos e pela curiosidade deu a volta e sentou-se entre Hermione e Lupin. Tomando cuidado para não olhar para este lado em momento algum, virou sua cadeira quase 45 graus para a esquerda, ficando praticamente de costas para o antigo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.

_ O que é que vocês estão lendo? – Christine perguntou logo depois de virar-se para Hermione.

_ Ah, é um livro meu do ano passado, de runas antigas que quero emprestar pra Gina! – A garota revirou os olhos e concluiu:

_ Como se eu quisesse estudar runas antigas!

_ Mas é muito interessante! – Hermione parecia indignada – As pessoas têm muito preconceito, mas esta é uma arte milenar de muito prestígio!

_ Ta bom, Mione! – Disse Gina, na intenção de acalmar a amiga. – Depois falamos mais sobre isso. – Falando assim ela punha um ponto final na discussão, se inclinando para pegar a garrafa de cerveja amanteigada sobre a mesa e servir um copo vazio na frente de Christine. – Prova! Não há como não gostar!

A menina provou um gole e não pôde discordar! Era realmente deliciosa! Se lhe perguntassem não saberia nem dizer com o que se parecia, era meio cremosa, acreditava que por causa da espuma, mas estava gelada, então era muito refrescante. Doce, mas no fim deixava um gosto meio seco na boca, provavelmente pela pequena quantidade de álcool que Christine – que nunca fora fã de bebidas alcoólicas – nem sequer conseguiu distinguir claramente.

_ É realmente deliciosa! – disse ela tomando mais um gole.

_ É mesmo, não? – respondeu uma voz desconhecida.

Christine virou-se involuntariamente para trás e encontrou um sorriso muito simpático do homem ao seu lado. Ele aparentava cansaço, mas era indubitavelmente um homem bom, e isso se via nos olhos. A garota riu sem graça, mas respondeu:

_ Aham. Diferente de tudo que já provei! – Ela tentava ser natural.

_ Meu nome é Remo Lupin. Sou membro da Ordem da Fênix e atual... er... Desempregado! – Ele deu uma gargalhada amargurada, mas foi defendido por Hermione:

_ Chris, este é simplesmente o melhor professor de Defesa Contra as Artes das Trevas que já tivemos em Hogwarts! – Christine virou a cadeira de volta à posição inicial e estendeu a mão para cumprimentar o homem.

_ Prazer, sou Christine Hecatean!

_ Eu conheço este sobrenome... – ele disse, mais pra si do que para ela.

_ Ah, você deve conhecer minha tia, Geralda Hecatean, ela estudou em Hogwarts, é bruxa também!

Então alguém se pronunciou e Christine pensou que Snape havia voltado à Sede da Ordem, tamanha a frieza no tom de voz:

_ Bom, já é tarde, vou me recolher. Você vem, aluado?

Sirius arrastara a cadeira de forma tão brusca que esta quase caiu. E sem nem esperar pela resposta do amigo ou olhar pra trás, saiu pela escada quase trombando na Sra. Weasley que vinha entrando com seu marido.

Lupin se desculpou pelo amigo e se retirou logo depois. Christine então foi apresentada a Arthur Weasley, que se sentou no lugar de Lupin e quase não jantou tamanho era seu interesse em que Christine lhe contasse mais coisas sobre a “magia trouxa”, a tecnologia. Assim ficaram, até que a Sra. Weasley mandou todos pra cama, com seu tão famoso ar autoritário que realmente era tão inquestionável quanto Christine imaginara.



A noite fora estranha. A toda hora Christine tinha pesadelos com cortinas se abrindo e fadas mordentes que, quando a garota olhava de perto, tinham o rosto de Sirius e mordiam dolorosamente seus braços, gritando que ela iria pra Azkaban por espionagem.

Cansada de tentar ter um sono tranqüilo, a garota se levantou às 6:30 da manhã na intenção de ajudar a Sra. Weasley a preparar o café.

Chegando à cozinha encontrou-a tentando convencer Monstro a ajuda-la a fritar os ovos enquanto ela terminava as panquecas, mas ele aparentemente se recusava a cozinhar para tamanha gentalha...

_ Bom dia! Posso ajudar? – Perguntou a garota ainda na porta.

_ Oh, já de pé Christine? – Ela tentava disfarçar, mas parecia bem zangada com o elfo. – Bom, se você quiser... É que acabei dormindo um pouco a mais hoje e Arthur tem que sair pro trabalho, e já já as crianças acordam e...

_ Tudo bem. – Ela cortou, já se aproximando do fogão. – Deixe os ovos comigo! – E virando-se para o elfo que continuava a murmurar maldições a toda a “escória de intrusos” que se hospedavam na casa, disse – Vá descansar, Monstro! Eu levo o café no seu quarto pra você se quiser!

_ Traidores do sangue, sangues-ruins, mestiços... Todos os tipos de indignas criaturas se acham no direito de dirigir a palavra ao Monstro... Ah, se minha senhora estivesse viva... Ela lhes mostraria seu devido lugar, ah mostraria...

Assim saiu, sem sequer olhar para Chris, que mais uma vez ficou fitando a porta fechada.

_ Não ligue, querida! Ele é assim mesmo...

_ É. Acho que rabugice é uma característica comum dos membros e criados da família Black... – respondeu com uma risada sem emoção, já concentrada na panela de ovos fritos.

Depois que terminou os ovos, a Sra. Weasley pediu que Christine descesse até a despensa e lhe trouxesse dois potes de mel que serviriam de acompanhamento para as panquecas e a garota assim o fez.

Levou algum tempo até encontrar o mel numa enorme despensa completamente desorganizada, e passou mais algum tempo imaginando a real falta de necessidade que os bruxos tinham de arrumar as despensas, já que uma simples palavrinha “accio”, traria qualquer coisa para eles em um segundo.

Alguns minutos depois, quando ia subindo de volta da despensa, Christine ouviu a voz de Tonks e subiu mais rápido para agradecer a bruxa pelas roupas que lhe emprestara, mas parou de súbito quando percebeu que a voz da metamorfomaga não estava tão alegre e animada como sempre. Talvez fosse uma conversa séria...

Movida por pura curiosidade de que aquilo fosse um assunto importante da Ordem da Fênix e se justificando por não querer interromper um assunto importante, a garota ficou parada alguns degraus abaixo, no ponto exato onde podia ouvir claramente a conversa e não ser vista.

_ Querida talvez você esteja confundindo as coisas! Talvez esteja misturando amizade com...

_ Eu o amo, Moly! – Tonks respondeu, alterando um pouco a voz. – Não estou confundindo nada! Não sinto minhas pernas tremerem quando vejo meus amigos, não passo as noites pensando neles! – E respirando fundo continuou, mais calma. – Desculpe. É que eu não sei o que fazer!

_ Você já falou com ele? Já disse o que sente? – A Sra. Weasley parecia bastante preocupada.

_ Não tive coragem... Mas sei que ele sente o mesmo! Apesar de também saber bem o que ele vai dizer – Então ela continuou num tom mais grosso, imitando uma voz masculina. – Você está louca? Você é só uma criança e eu sou um homem amargurado, tenho problemas demais! Você merece um homem melhor que eu e bla, bla, bla... – E voltando sua voz ao normal. – Isso é claro, se ele não se restringir a dizer que não sente nada por mim.

Então ela deu um ultimo suspiro e Christine ouviu o barulho de um copo sendo colocado sobre a mesa com as mãos na boca, mal acreditando no que acabara de ouvir... Homem mais velho, amargurado, com problemas demais para se sentir passível de ser amado... Só podia ser ele! Tonks estava apaixonada e era correspondida por Sirius!!!

***



N/B: Meu Deus e agora???????? Christine irá roubar o grande amor de sua fornecedora de roupas e começar a andar pelada???

N/A:rsrsrs. Sem comentários, Carol!
Oi, galera! Tá aí o Cap. 4, com um pouco mais de atraso do que eu planejei, mas por duas boas causas: minha viagem pra Vila Velha (amo aquele lugar!), e a viagem da minha beta, Carol, pra São Paulo. Isso mais os desencontros de nós duas... Em todo o caso, espero que tenha valido a pena a espera... Mas só vou saber se vocês comentarem! Um pouquinho do tempo de vocês para um montão de alegria dessa autora carente...rs.
Agora agradecendo imensamente e respondendo os comentários:



Drika Luana Lovegood Malfoy: Postado! Espero que tenha amado este também!

Nah B. Malfoy: Bom, sem risadas, também acho o Draco um charme! Ele não tem culpa de ter a família que tem... Aliás, meu shipper predileto é D/G! Parece que você excluiu a nova conta também, né? Espero que não tenha surtado de novo e que apareça de novo por aqui... Obrigada pelo carinho! Bjuu =D

Thais Lupim: Pois é, bota encrenca nisso!rs. Atualizei! Não tão breve, mas... Obrigada!

srtª aluada: *autora corando*Uau, obrigada! Fico muito feliz que tenha gostado! Espero que também tenha gostado deste cap... Bjuu =D

carol: Obrigada, Carol! Outra betagem perfeita também, né? Ri horrores de novo! E o negócio do espelho e da coruja é verdade sim... Como diria a Rose: Fazer o quê?rsrs. Te amu, amiga!

Kammy Engels Black: Eu queriaaaaa!!!rs. Tá aí o cap., espero que tenha gostado... Bjim

Srtª Weasley: Que bom, obrigada! Pode deixar que depois passo lá pra ler suas fics também! Bjuu

Nina Lestrange: Obrigada! Passo lá sim! :*



Bjus para todos e até o próximo capítulo!

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