Conhecendo o conhecido
Cap. 3 – Conhecendo o conhecido
Christine acordou na manhã seguinte, mas não abriu os olhos. Não saberia dizer se tinha mais medo de não estar acordando em casa, ou de estar... Ficou ali parada com os olhos fechados, tomando coragem para abri-los...
Craque
A menina se assustou com o barulho; e ainda mais quando sentiu seu colchão afundar um pouco de cada lado da cama onde dormia, mas tampouco abriu os olhos. Seu coração batia descompassado e os sussurros que vieram a seguir não ajudaram nem um pouco a melhorar o nervosismo da garota:
_ Ela ta dormindo, cuidado!
_ Se mamãe pegar agente aqui já sabe, né?
_ Sei... A mãe do Sirius é tão sutil comparada com mamãe, né?! – os dois riram. A primeira voz voltou a falar:
_ Ela é gatinha... quem será? – e o outro novamente:
_ Acho que ela é da Ordem...
_ Mas ela é muito nova! Deve ter uns dezessete anos que nem agente!
_ Nós somos maiores de idade, se ela pode, nós também podemos!
_ Apoiado! E as explicações que o Sirius deu pra gente ontem não acrescentaram quase nada ao que já sabíamos...
_ Será que ela tem alguma coisa a ver com a arma que o Sirius mencionou?
Sirius, Ordem, arma... Ela não estivera sonhando!!! Se isso era bom ou ruim, Christine não saberia definir, mas resolveu que era hora de abrir os olhos... Ainda estava no mesmo quarto escuro e de teto alto do dia anterior. Parados, ajoelhados na cama, um de cada lado, estavam dois adolescentes ruivos que discutiam animadamente aos sussurros, sem sequer perceber que ela havia acordado e... Eles eram iguais! Os cabelos, as sardas, um pouco fortes e com sorrisos idênticos de quem parece sempre estar tramando alguma coisa... Os gêmeos Fred e Jorge Weasley!
_ Bom dia pra vocês também, meninos!
BAM!
Christine riu e se sentou na cama para ver os gêmeos caídos no soalho velho, com olhos arregalados de susto.
_ Desculpe, agente não queria...
_ Por favor, não grite! – Christine ainda ria.
_ Não se preocupem, não vou contar pra Sra. Weasley que vocês andam aparatando em quartos de meninas indefesas...
Os gêmeos pareceram perceber que não havia perigo, as caras de susto transformaram-se nos antigos sorrisos travessos de antes...
_ Foi mal... – disseram em uníssono. Mas não pararam por aí.
_ Mas então – começou o da direita – vai contar pra nós quem é você? – e o outro:
_ Você ta com a arma que você-sabe-quem quer? – E novamente o da direita:
_ Como deixaram você entrar pra Ordem?
A porta do quarto se abriu rangendo...
_Meninos, interrogatório a essa hora da manhã! – essa voz já era conhecida de Christine! Dumbledore vinha andando, hoje com vestes roxas, e como sempre, sorria sobre os oclinhos de meia-lua. Os gêmeos voltaram a se levantar assustados.
_ Desculpe, Professor Dumbledore! – responderam em uníssono. E depois, se virando para Christine – Agente se vê!
Craque. E sumiram sincronizadamente. Christine ainda sorria...
_ Bom dia, Christine! Espero que não tenha se assustado com a visitinha surpresa dos gêmeos Weasley... Dormiu bem? – o diretor já havia conjurado uma cadeira com almofadas de veludo preto e se sentara próximo à cabeceira da cama onde Christine se encontrava também sentada.
_ Bom dia! Na verdade eu custei a dormir ontem... queria tentar acreditar no que tá acontecendo. Mas amei a visita!
_ Não se preocupe, vamos dar um jeito de você voltar pra casa. Ontem eu já dei uma olhada no seu amuleto, parece uma versão avançada do vira-tempo... – o diretor colocou a mão no queixo e voltara a refletir sobre o presente de aniversário da menina. Após alguns segundos sorriu, como que saindo de um transe, e voltou a olhar para ela – mas acredito que em breve você estará de volta em casa.
_ Bom, na verdade não estou mais muito preocupada com isso... Ontem descobri que minha tia predileta é bruxa, que o mundo de Harry Potter é real, eu viajei no tempo-espaço, hoje acordei com Fred e Jorge conversando comigo e to aqui com você! – os olhos da menina marejaram – eu to vivendo um sonho! É o melhor presente de aniversário que poderia desejar! Espero que minha mãe não esteja muito preocupada... Ela vai matar a minha tia! – à contração facial para sorrir, uma lágrima desceu pelo rosto da menina e ela se apressou em limpa-la – E só de pensar no quanto eu posso ajudar... Eu posso impedir que o Sirius...
_ Era exatamente sobre isso que eu gostaria de conversar com você... – ele agora estava sério, quase triste... – Você agora sabe que isto aqui não é ficção...
_ É, e mal posso acreditar! – Ela ainda sorria muito, mas ao perceber que o que Dumbledore tinha a dizer era sério, calou-se.
_ E como futura historiadora, imagino que saiba o que poderia representar uma mudança na história. Impedir o que o destino nos reservou representa uma mudança brusca, que pode levar a história a um curso completamente novo. Você estaria intervindo na vida de muitas pessoas... – Christine já não sorria, tampouco conseguia olhar o diretor nos olhos... – Uma pequena mudança no passado pode criar um futuro totalmente distinto. Pode gerar conseqüências negativas irreversíveis! É um direito que não possuímos...
Christine sorriu amarelo, ainda olhando para as mãos.
_ Passei a noite toda planejando como não permitir que o Monstro nos traísse, como impedir que o Harry fosse ao Ministério... Então você quer que eu aja como se não soubesse de nada, que eu não interfira em nada?
_ É o que vim lhe pedir. Acho que seria melhor pra todos que apenas nós soubéssemos que você já nos conhecia de um livro publicado no futuro...
_ É, seria um pouco assustador... – novo sorriso amarelo – Eu entendo. Só queria ajudar...
_ Eu sei, e sinto muito! Também pra mim está sendo difícil assimilar e aceitar isso.
_ Imagino! – agora ela voltou a olhar nos olhos do diretor – Pode contar comigo. Pra qualquer coisa. Eu sou sua fã, sabia? Agora mais que nunca... – ela também voltou a sorrir.
_ Mas aposto que você me imaginava bem menos acabado! – os dois riram.
_ Quê isso! O senhor é bem mais gatinho do que eu pensei! – depois disse depressa – Com todo o respeito! – Dumbledore continuou sorrindo e corou.
_ Bom, tenho que ir agora. E depois desse elogio certamente terei um dia bem mais agradável! – os dois riram – Molly e os meninos estão na sala de visitas desfadizando as cortinas que estão cheias de fadas mordentes, se você quiser ir até lá... – a menina olhou pra si. Ainda estava com seu vestido preto de festa – Ah, pedi a Tonks que lhe emprestasse alguma roupa, acho que são do mesmo tamanho... você pode tomar um banho também, se quiser.
_ Obrigada Professor Dumbledore! Por tudo!
_ Tudo bem, estávamos mesmo precisando de alguém pra fazer companhia ao velho Sirius quando os garotos voltarem às aulas. Vamos ver se você consegue dar um pouco de cor à vida dele... – Dumbledore deu uma piscadela para a garota e se levantou para sair. Parecia até que ele sabia... Não! Ele era Dumbledore, mas não poderia ter percebido tão rápido seus sentimentos pelo moreno Black! Ou poderia? – Tenha um bom dia, Christine!
_ Bom dia pro senhor também!
Christine passou mais alguns minutos sentada na cama com o cobertor até a cintura, pensando em tudo o que estava acontecendo e, principalmente, em tudo que ainda estava por vir... Logo depois veio uma batida na porta.
_ Pode entrar – respondeu a garota, saindo subitamente de seus devaneios.
Na gretinha da porta um rosto muito alegre realçado por cabelos curtos rosa chiclete, apareceu sorrindo e depois entrou completamente uma garota de roupas coloridas, uma blusa listrada de amarelo e preto (ela provavelmente teria sido da Lufa-lufa), e uma calça xadrez verde e branco, tudo combinando perfeitamente com um tênis da cor dos cabelos.
_ Bom dia! Meu nome é Tonks! Dumbledore me pediu pra dar uma mãozinha pra você, emprestar umas roupas mais confortáveis... Gostaria de tomar um banho primeiro?
_ Ai, eu adoraria! – esfriar a cabeça realmente seria muito bom, pensou a menina... mas torceu para que Tonks tivesse roupas mais discretas!
_ Bom, a suíte do quarto fica na porta falsa do meio do armário, você pode ficar a vontade! Dumbledore pediu a Sra. Weasley pra colocar toalhas limpas lá, estão no armário embaixo da pia. Enquanto isso vou buscar alguma coisa pra você vestir, tudo bem? – ela sorria tão prestativa que Christine ficou com vergonha de dizer que preferiria vestir a toga velha do Monstro a usar tantas cores num modelito só!
_ Tudo! Obrigada!
_ Você tem preferência por calça ou bermuda? Blusa de alça, camiseta, blusa de maga comprida... – ufa! Ela havia perguntado!!!
_ Ah, tanto faz... Mas se você tiver alguma coisa preta... É que eu amo preto! – se pelo menos uma peça fosse preta não ficaria tão ridículo, mas completou educadamente – Mas se não tiver não tem problema algum, eu visto qualquer coisa!
_ Acho que tenho sim! Vou dar uma olhadinha... Em todo caso, um toque da varinha resolve qualquer coisa! – É mesmo! Como pudera se esquecer que a magia resolvia qualquer problema? Ahhhhh! Era mesmo um sonho!
_ Obrigada, Tonks! – respondeu a menina antes de entrar pela porta falsa do armário.
O banheiro era lindo! Sombrio, como não seria de se espantar considerando o resto da casa, mas lindamente sombrio! O piso era negro, as paredes de pedra como as da cozinha. A pia, assim como o sanitário e a banheira ao fundo eram verde musgo e as torneiras prateadas com roscas em formato de cabeça de serpente como as maçanetas das portas de toda a casa. Ela foi até a banheira e ligou as duas torneiras, uma de onde saía água quente, e outra de onde saía espuma com um perfume cítrico que, coincidentemente ou não, era o seu favorito. Depois foi até o armário de madeira antiga e escura que ficava embaixo da pia e pegou uma das toalhas também verde musgo e começou a se despir enquanto esperava a banheira encher.
_ Quer que eu me retire pra que a senhorita fique mais a vontade?
_ Ahhhhhhhhhh!!!! – Christine pegara depressa a toalha verde e se cobrira com ela a tempo de se virar e ver um senhor parado fitando-a em um quadro de uma praia tempestuosa na parede. Sorte ela ainda não estar totalmente despida! – Quem é o senhor? O que está fazendo aqui?
_ Era eu quem deveria fazer esta pergunta, considerando que a senhorita está em minha casa, mas em todo caso... – o senhor, apesar de se portar e falar muito formalmente tinha um sorriso travesso nos lábios – Me chamo Fineus Nigellus Black, fui um dos membros mais honoráveis da família Black e também diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts!
_ Bom, acredito que o senhor não tinha esse mau hábito de passear por banheiros femininos quando era diretor de Hogwarts... – rebateu a garota com raiva e sentou na borda da banheira verde musgo, tentando se recuperar do susto.
_ Oh, por favor, não me leve a mal! Vim até aqui movido pela pura e inocente curiosidade de conhecer a famosa “primeira trouxa a entrar na casa dos Black”.
_ Famosa? Eu? – Christine agora se focava em mudar o ponto de interrogação que, em sua mente, prendeu-se em “trouxa”? Poxa, sua tia era bruxa, será que ela não poderia ser pelo menos meio-sangue-ruim?
_ Sim! Só se fala em você nesta casa! Minha estimada descendente Walburga Black exclama adjetivos cada vez mais interessantes à sua pessoa cada vez que é despertada!
_ Bom, pelo menos já conquistei a sogrinha! – pensou ironicamente a morena enquanto dava uma pequena gargalhada ao imaginar a cena dos gritos da matriarca Black, que ainda não tivera a chance de presenciar.
_ Posso constatar que a senhorita não possui muito respeito pela dona da casa... – disse o senhor tirando-a de seus devaneios com um ar de falsa ofensa.
_ Que eu saiba, a nobre Sra. Walburga já morreu, e isto torna o Sirius o único dono da casa. – retrucou empinando o nariz.
_ Mas até que a senhorita...
_ Você – interrompeu Christine.
_ O que tem eu? – perguntou intrigado.
_ Não! – sorriu a garota – Quis dizer que quero que me chame de você. Senhorita é formal demais para alguém que você já viu de toalha! – ele gargalhou, corando furiosamente. Depois voltou a falar:
_ Como eu ia dizendo... Mas até que você – a menina aprovou com um aceno de cabeça – é bem petulante para uma não bruxa!
_ O senhor não faz idéia! – retrucou num tom comicamente ameaçador.
_ Também pode me chamar de você! – respondeu Fineus enquanto Christine voltava a sorrir.
_ Obrigada! Bom, já que já somos tão íntimos, será que o sen... você – corrigiu ao vê-lo abrir a boca para protestar – poderia me deixar sozinha? É que Tonks e a Sra. Weasley estão me esperando...
_ Mas é claro! Também tenho muitos afazeres... Foi um prazer conhece-la senhorita...?
_ Christine. – respondeu a garota.
_ Christine! – completou fazendo uma pomposa reverência.
_ O prazer foi totalmente meu! – disse repetindo a reverência ainda sentada na borda da banheira que já se encontrava cheia – Volte mais vezes para que possamos conversar mais!
_ Voltarei certamente! Foi surpreendentemente muito agradável conversar com v-você! – ele ainda demonstrava certa dificuldade em utilizar a nova palavra ao invés do costumeiro “senhorita”.
_ Idem! – respondeu sorrindo sarcasticamente, tentando disfarçar a indignação pelo “surpreendentemente” – Mas, por favor, da próxima vez apareça num quadro dentro do quarto! – completou.
_ Como quiser! Peço desculpas novamente pela ousadia! Até breve, senhorita Christine! – e dando as costas, desapareceu para dentro do quadro de moldura prateada.
***
Quando terminou o banho, Christine encontrou sobre sua cama um jeans azul e uma camiseta preta. Uau! Era realmente surpreendente que Tonks tivesse roupas normais!
_ Ajudei Tonks a escolher.
_ Ahhh! – ela não estava sozinha novamente. Sentada numa cadeira perto da janela estava uma menina de cabelos castanhos bem cheios e um olhar gentil.
_ Desculpe, não quis te assustar! É que a Sra. Weasley me pediu pra vir e te fazer companhia.
_ É. – ela respondeu cruzando os braços e olhando pra menina como quem está preste a explodir – As pessoas por aqui não tem costume de bater nas portas...
_ Ai, eu sinto muito mesmo, se você quiser eu... – começou Hermione já se levantando da cadeira, indo em direção à porta. Christine riu.
_ Tô zuando! Sinta-se a vontade! É muito bom ter companhia! Vou só me vestir e podemos ir ajudar a Sra. Weasley a acabar com as fadas mordentes nas cortinas da sala de visitas.
_ Ah não! Não precisa! A Sra. Weasley achou melhor você não se arriscar com isso...
_ Eu não sou imprestável só porque não uso uma varinha! – Christine respondeu tentando não parecer rude. – Poxa, estou usufruindo da hospitalidade de vocês, quero fazer alguma coisa pra retribuir! Além disso, Dumbledore foi quem me deu a idéia!
_ Bom, sendo assim... – ela pareceu animada – Vamos logo, você vai acha-las fantásticas!
Enquanto Christine se arrumava e tomava o café que foi deixado por Tonks em uma bandeja em cima do criado-mudo ao lado da cama do quarto, Hermione fazia explanações sobre criaturas, lugares e peculiaridades do mundo bruxo. Christine entendeu que ela, como uma nascida-trouxa, revivia tudo que sentiu quando descobriu tudo aquilo e acabou se sentindo mais próxima dela. Mal sabia que Christine conhecia tudo do que ela estava falando muito bem...
_ Pronto. – disse a garota se olhando no espelho dez minutos depois – Como estou? – continuou agora se virando para Hermione.
_ Está ótima! Ainda bem que impedi Tonks de trazer sua blusa furta-cor predileta! – respondeu segurando o riso.
_ É, acho que não ia combinar muito com a cor dos meus olhos... – e então nenhuma pode mais conter o riso. – Vamos logo, to louca pra conhecer o Har... hum... resto do pessoal! – tudo bem, seria mais difícil do que ela pensara fingir que todas aquelas pessoas não eram tão conhecidas dela.
_ Então vamos ao trabalho! – respondeu Hermione já abrindo a porta do quarto.
Mesmo agora que era dia, os corredores da casa permaneciam escuros e frios, como se naquela casa fosse sempre noite. Mas isso não incomodava Christine. Sempre tivera um certo fascínio por coisas meio sinistras assim, e sempre fora feliz para ela se imaginar naquela casa mesmo sabendo de todos os seus detalhes... Para ela, não haveria lugar mais aconchegante! Exceto talvez por Hogwarts, claro!
Ao chegarem no primeiro andar, próximas à sala de visitas, elas ouviram conversas e uma voz rouca se sobressaiu fazendo Christine sentir alguma coisa bem gelada despencar em seu estômago.
“_ Continue a resmungar e vou virar mesmo assassino!”
Ouviu-se um estrondo quando a porta da sala de visitas foi batida após ter saído dela uma criatura pequena de orelhas grandes e pontudas como as de um morcego e um nariz enorme. Monstro parecia muito velho, fator que era agravado pela sujeira de suas vestes e as feições de rancor em seu rosto.
_ Filho ingrato e mau. Se a minha senhora estivesse viva ela não permitiria que este traidor tratasse Monstro dessa maneira, a não! Ela ensinaria a ele como se comporta um verdadeiro membro da nobre família Black! – vinha o elfo resmungando, sem perceber a presença das duas garotas. Depois olhando pra cima fechou ainda mais a cara (como se fosse possível!) voltando-se para elas. – E lá vem a Sangue-Ruim de novo! Parece agora ter feito amizade com mais uma da lista dos mestiços que enchem de desonra a casa da minha Senhora!
Christine mal ouvira o que o elfo acabara de dizer. Estava tão fascinada por sua presença! Tentara imaginar aquela criatura tantas vezes... E era real! Ele vinha mesmo caminhando, as costas um pouco encurvadas, arrastando os pés, os olhos do tamanho de bolas de tênis... Mesmo tendo chegado perto da realidade em sua imaginação, aquilo era muito mais do que ela sonhara! Era fantástico! Mas depois que Monstro passou (e Christine virou o pescoço para continuar a fita-lo) Hermione tirou-a de seus devaneios:
_ Mestiços? O que será que ele quis dizer com “mestiços”? Você é trou... digo, não-bruxa, porque será que ele te chamou de mestiça? – ela parecia muito intrigada, mas Christine pareceu não se importar... principalmente porque a voz rouca do primogênito Black voltara a soar, agora um pouco abafada pela porta fechada.
_ Ah, sei lá! Deve ser porque a minha tia é bruxa... – respondeu a garota. – Vamos logo, senão só vamos chegar quando eles já tiverem acabado todo o trabalho! – e puxou Hermione pela mão em direção ao som da voz de Sirius, a pedra de gelo ainda contida na boca de seu estômago.
Abriram a porta e viram que a desfadização tinha tido uma pequena pausa para o almoço (e Christine acabara de tomar café!). Mas Sirius estava parado de costas a um canto da sala conversando com um garoto de cabelos pretos muito atrapalhados que Christine reconheceu ao primeiro olhar! Eles nem sequer perceberam a chegada das duas... Sirius ia dizendo com um rosto ainda mais amargurado que o comum:
“_Não gosto de ter voltado – disse olhando pela sala. – Nunca pensei que voltaria a ficar preso nesta casa.” – seu olhar parou nas duas recém-chegadas e se tornou tão frio e impenetrável que Christine ficou em dúvida se aquele era mesmo Sirius ou o misterioso professor de poções da escola de Hogwarts, Severus Snape. Depois ele disse bruscamente – Bom, vou alimentar Bicuço porque ele também merece almoçar. – E saiu porta afora sem nem olhar para as duas e batendo a porta ao sair.
_ O Sirius acordou com o pé esquerdo hoje, hein?! – comentou Hermione, se adiantando para pegar um dos sanduíches na bandeja em cima da mesinha. – Será que é por causa da conversa de ontem?
_ Também. – respondeu um dos gêmeos, deixando a Sra. Weasley um pouco elétrica momentaneamente e fazendo-a quase derrubar um borrifador de fadicida em cima da bandeja do almoço. – Mas acho que o que ta pegando é você.
_ Eu? – respondeu Hermione intrigada. – mas o quê que eu fiz?
_ Não você! – completou o outro gêmeo. – Ela. – ele agora apontava visivelmente para Christine.
Harry ainda olhava distraído a tapeçaria na parede da sala, e a senhora Weasley pareceu ainda mais constrangida.
_ Chega de papo. Se já acabaram de comer vamos voltar ao trabalho.
_ Não. Espera! – Agora Christine se pronunciava pela primeira vez, atraindo até mesmo a atenção de Harry e de Rony (que parecia ter dois sanduíches inteiros na boca). – E o que é que eu fiz pra prejudicar ele?
Desta vez foi Harry quem se pronunciou, indo em direção à garota.
_ Não leve ele a mal, é que ele tem uma certa dificuldade de confiar nas pessoas... – e foi cortado por Fred.
_ Ele acha que você é uma espiã de você-sabe-quem!
_ O quê??? – Christine mal podia acreditar! E Hermione falou.
_ Ela não sabe que é! – e se voltando para ela – “você-sabe-quem” é um bruxo das trevas que...
_ Eu sei quem é ele! – a garota respondeu com a voz um pouco mais alterada do que pretendia. E falou um pouco mais do que pretendia... – É que... É que o Dumbledore me falou sobre ele ontem. Mas eu nem sabia quem era ele! – ela falou agora num tom de súplica. A senhora Weasley a abraçou antes que pudesse continuar a falar.
_ Nós sabemos querida! Não se preocupe, vai ficar tudo bem! Se Dumbledore confia em você, nós também confiamos.
Christine parara de ouvir... Então agora todos já sabiam de sua misteriosa aparição, até mesmo aqueles que não eram membros da Ordem; e Sirius... Para ele ela era uma espiã? O que então estariam pensando os outros? Será que para todos os outros a confiança de Dumbledore seria o suficiente? O que menos o diretor precisava naquele momento era de mais um problema, ela mais que muitos deles sabia disso...
_ Eu vou embora. – respondeu mais decidida que nunca.
***
N/A:E aí, galera? Quero primeiramente agradecer imensamente e responder os comentários que recebi:
Lu Evans Black – Ciúmes a parte...rs. Obrigada! Que bom que está gostando da fic e se identificando com a Chris! Espero que tenha gostado do capítulo 3...
DrBlack – Obrigada pela sugestão, mas, sei lá... Gosto de ler as fics que tem capítulos enoooormes e acabei fazendo o mesmo com a minha! Espero que você continue lendo, mesmo que de pouquinho em pouquinho... E continue comentando! Quanto a fazer uma fic no mesmo estilo dessa, acho muito legal! Se quiser, me add no msn, o meu é [email protected], daí agente conversa... Bjão!
Daninha Black – Muito obrigada! =D . Tá aí o capitulo 3, espero que tenha gostado...
carol – Caroooool! Obrigada, amiga! E cuidado, hein? O vírus potteriano já está começando a se apossar de você...hahahahah(risada macabra)
Kim – Kim Possible! Obrigadinha, que bom que gostou! Espero que também tenha gostado desse capítulo... Obs:”esqueci até de trabalhar!” ??? Quando foi que você trabalhou, menino?rsrs
Anna-Chan Otaku – Oi! Foi mal, vou avisar dessa vez...rs.
Náh B. Malfoy – Caramba, amei seu comentário (até chamei minha mãe pra ler!rs)! Muito obrigada, que bom que está gostando! Mas aqui, ficou uma dúvida: Quem é o personagem de HP dono do seu amor? Fiquei curiosa... Bju!
heitor_maximum – Rôooo! Já te disse que achei muito gracinha seu comentário, né (tirando a provocação futebolística costumeira...rs)? Obrigada por gastar seu precioso tempo com essa humilde escritora...rs. E se eu precisar de um empresário/advogado, pode deixar que vou seguir seu conselho e chamar minha mãe!rsrs.
lis* - Que bom que se identificou com a Chris! Espero que tenha gostado desse capítulo também...
Então é isso! Espero ANSIOSAMENTE o comentário de vocês! Porque sem ele eu fico triste, triste, e nem me dá vontade de escrever mais... : ( .rs
Bjuuuuu!!!
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