Olhos Atentos
Capitulo 8
Após a onda maligna, Voldemort continuou sentado em seu trono. Mantinha os olhos fechados em concentração, enquanto os seus servos apenas observavam as reações de seu mestre, carregavam no rosto um misto de temor e curiosidade, mas nenhum deles ousava dar um pio.
“O que aquela criatura desprezível pensa que está fazendo? O que ela pretende despertando esse ser ancestral?” “Será que pretende atacar o Ministério em vista do modo em que o Fudge os trata? Mas.... se for pra atacar aquela ralé, por que não se uniu a MIM?”, essa eram algumas das perguntas que se passavam na mente do Lord das Trevas no momento.
Voldemort abriu os olhos lentamente, deixando os comensais mais apreensivos do que já estavam. “Por via das dúvidas, é melhor adiantar o plano para libertar aqueles idiotas que foram presos e trazer os dementadores.”
- Milord? – Disse um comensal baixo e gorducho, um tanto quanto careca e com os cabelos que restavam esbranquiçados, tinha as roupas sujas e surradas. Ele tremia de medo por ter sido o primeiro a dirigir a palavra depois do ocorrido.
- O que é Rabicho?
- É que...é que.... é que o Larson acaba de voltar.
- E o que você está esperando para manda-lo até mim seu inútil?!
- Já estou indo chamá-lo Milord. – Disse Rabicho saindo rapidamente dali, voltando em instantes, acompanhado de um comensal de cabelos loiros e curtos, com uma cicatriz no rosto que ia da orelha direita até o canto da boca.
- Espero que tenha algo a dizer, Larson. – Sibilou Voldemort.
- Sim milord. – Disse o comensal se ajoelhando na frente de Voldemort.
Larson era um comensal que Voldemort havia mandado vigiar a mansão dos vampiros.
- Então conte-me!
- O senhor tinha razão em desconfiar daquele vampiro. Eu não sei direito o que ele fez, mas foi de lá que saiu uma grande onda de magia. Parece que depois daquilo, as trevas que aquele lugar carrega aumentou. Mas não foi só isso de estranho que aconteceu.
- O que você quer dizer com isso?
- Depois do ocorrido a movimentação da casa aumentou, mas o mais intrigante foi a pessoa que eu vi entrando e saindo daquele lugar....
- E quem seria? Fala logo! – Disse Voldemort friamente, olhando o comensal com aqueles cruéis olhos vermelhos.
- Harry Potter.
Voldemort abriu os olhos em surpresa com aquela informação. Não só ele como todos os comensais que ali estavam.
- Você tem certeza do que viu Larson?
- Sim milord, era o garoto.
“Mas o que diabos Potter estava fazendo ali? Pelo que Bella me contou, ele foi salvo por uma vampira naquela noite. Será que aqueles vermes se juntaram com aquele velho desmiolado.....”
Os comensais recuaram discretamente alguns passos, visto a fúria que o seu mestre emanava. Mais friamente do que nunca, Voldemort impôs:
- Se preparem porque daqui à alguns dias colocaremos o plano de invadir Azkaban em ação. Espero que não haja falhas. Agora.... SAIAM!!!
Os comensais saíram dali praticamente voando, com medo que seu mestre pegasse um deles para descontar a raiva.
- Não......aquele vampiro não se juntou ao Dumbledore..........mas o que ele pretende fazer? – Perguntou Voldemort para si mesmo.
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Harry se dirigiu até uma cadeira vazia entre Remus e Tonks. Olhava diretamente para a cadeira, sabia que todos o observavam, já estava acostumado, mas mesmo assim ele sentiu três olhares que o incomodavam. Assim que sentou, ele varreu o ambiente com olhos para descobrir quem o observava mais atentamente. O primeiro olhar era o de Moody. Ele tinha os dois olhos pregados em Harry e uma expressão....estranha. O segundo olhar era de Snape, mas esse Harry sabia que era o normal dele. E o terceiro era de Tonks, que tinha um olhar confuso e intrigado.
“Dumbledore não espera que eu conte o que sei na frente de todos?! Seria bandeira demais.”, pensou Harry.
- Bem....- Começou Dumbledore - ...a reunião acaba aqui. Eu quero que vocês voltem para as suas casas e descansem, pois parece que daqui para frente os dias serão mais conturbados que o normal. Uma boa noite para vocês. Remus, você fica.
As pessoas saiam depois de cumprimentarem Dumbledore e dar mais uma olhadinha no Harry. A srª Weasley passou sorrindo bondosamente para Harry, que retribuiu o gesto. Snape foi o último a sair, havia passado o tempo todo observando Harry.
- Harry, Remus disse que você foi até os vampiros. Ocorreu tudo bem?
- Sim. Eu consegui descobrir algumas coisas.
- Será que podia nos contar? – Perguntou Dumbledore apoiando os cotovelos na mesa, juntando as mãos em frente o rosto e observando Harry com aqueles penetrantes olhos azuis por cima dos óculos em meia-lua.
Então Harry contou o que Angela havia lhe dito: Sobre a invocação do demônio, o que Alberon pretendia e como o poder dele havia aumentado.
- Ela disse como ele conseguiu achar esse ser? – Perguntou Remus.
- Ela não sabe. Ela disse que o último que tentou invocar era um bruxo e que o corpo dele não agüentou muito tempo. Ele teve a alma despedaçada, e olha que ele não conseguiu despertar totalmente Gargulean. Parece também que esse demônio é citado ema espécie de manuscrito antigo, um tipo de profecia, mas ela não sabe o que está escrito no manuscrito. – Terminou Harry olhando Dumbledore nos olhos. “Ele sabe de algo.” Pensou Harry. O silêncio imperou por alguns minutos até que Dumbledore disse:
- Muito bem, essas informações foram de grande ajuda. Eu acho que já ouvi falar sobre esses manuscritos, mas tenho que fazer umas pesquisas para confirmar. Eu vou indo, já está tarde e todos precisamos de descanso. Antes que eu me retire, feliz aniversário Harry. – Terminou o diretor sorrindo bondosamente para Harry e se retirando da cozinha.
- Feliz aniversário também Harry. Mais tarde eu te dou o seu presente. – Disse Remus colocando a mão no ombro de Harry. – Agora vá pro seu quarto porque todos já devem estar dormindo. Eu vou beber um pouco de água e também vou dormir, hoje não foi fácil.
- Boa noite Lupin. Sabe....Moody e Tonks estavam me olhando estranho hoje, mas acho que é só impressão, esquece. – Disse Harry saindo da cozinha. Quando ia colocar o pé na escada, sentiu que havia alguém na sala, então resolveu averiguar. Qual não foi a sua surpresa ao deparar-se com Severo Snape sentado no sofá.
- Tem casa não? Se quiser dormir aqui é só pedir. – Falou Harry com um sorriso sarcástico no rosto.
Snape, ignorando totalmente o que Harry disse, levantou-se, colocou a mão direita no bolso da calça e....
- Pense rápido Potter. – Disse tacando um pequeno objeto em direção a Harry.
Harry com sua grande habilidade de apanhador, pegou o objeto facilmente, mas no momento em que fechou a mão pegando o objeto, soltou rapidamente o que havia pegado, deu um grito de dor e um salto, prendendo-se na quina onde se juntam o teto e as duas paredes perpendiculares.
- Bem que eu desconfiava. – Falou Snape fitando os olhos vermelhos de Harry – Que patético.
Harry olhou o objeto no chão e viu que era um crucifixo de prata. Olhou para a mão direita e viu uma horrível queimadura em forma de cruz. Voltou seu olhar cheio de raiva para o professor de poções e mostrou ameaçadoramente os dentes pontiagudos.
- Severo, o que está acontecendo? Que gri... – Começou Remus entrando na sala, mas parou com o susto que levou quando um vulto pulou do teto em cima de Snape.
Harry agarrou Snape pelo colarinho, deu uma cabeçada naquele nariz de gancho, suspendeu e jogou o corpo do mestre de poções contra uma parede. Severo, que agora tinha o nariz sangrando, apertou os olhos olhando furiosamente o jovem vampiro. Sacou a varinha. Harry ainda tinha os dentes a amostra e um brilho de excitação passou por aqueles olhos vermelhos. Era tudo o que ele queria, descontar todas as humilhações dando uma surra no Snape.
- EVERT STATUM!!! – Gritou o ex-comensal, lançando um feitiço em Harry. Esse levantou a mão e o feitiço rebateu em um escudo vermelho meio-transparente que se formou em sua frente. Ele não sabia o que fez, mas funcionou. O feitiço voou até um vaso e quebrou-o . Harry sacou a varinha, já estava prestes a lançar um feitiço quando....
- PAREM! – Gritou Remus, colocando-se entre os dois. – O que está acontecendo aqui? Querem acordar a casa toda? Harry, abaixe essa varinha. Você quer ser expulso de Hogwarts?
- Eu poderia dizer que estava apenas me protegendo de um comensal imundo.
- Ora seu... – Recomeçou Snape, mas foi interrompido.
- O que está acontecendo aqui? – Perguntou Sr. Weasley entrando na sala, acompanhado da esposa, dos gêmeos, Gui, Mione e Gina. Todos de pijama e sonolentos. Rony deveria estar no 10º sono ainda.
Harry que estava de costas para eles, aproveitou a deixa para voltar ao normal.
- Apenas um desentendimento Arthur, que não irá se repetir. – Disse Remus, olhando duramente para os dois briguentos. – É melhor você ir embora e cuidar desse nariz Snape. E você Harry, vá dormir.
Snape guardou a varinha, assim como Harry, mas continuaram se encarando. Podia-se cortar a tensão do ar com uma faca. A ‘platéia’ que não estava entendendo nada, apenas olhava de um para o outros, até que Gina se adiantou aos demais e pegou um objeto no chão.
- De quem é esse crucifixo?
Harry e Snape finalmente quebraram o contato visual e olharam o objeto na mão da caçula Weasley. Remus que tava tentando descobrir o motivo da briga, finalmente deixou a fichar cair. Snape caminhou até a garota, pegou o crucifixo e foi embora batendo a porta, claro, depois de lançar um olhar de morte para Harry, que foi retribuído com tanta intensidade quanto veio.
- Boa noite. – Disse Harry passando por todos e subindo as escadas.
Os demais ficaram lá embaixo se encarando sem entender nada, até que Remus mandou eles voltarem para a cama e assim fizeram. Harry assim que chegou no outro andar, dirigiu-se até o banheiro, pegou um pacote de bandagens e enfaixou a mão. Ele sabia que apesar dos vampiros terem uma cura incrível e rápida, esse tipo de queimadura feita por crucifixo ou água benta, demora a curar. Seria um tanto quanto complicado explicar uma queimadura em forma de crucifixo, era mais fácil dizer que tinha machucado durante a briga. Então foi para o quarto que dividia com Rony, para tentar dormir, coisa que sabia que não ia conseguir fazer pois estava muito agitado, mesmo sendo quase 2 da manhã. Assim que deitou na cama um pensamento estranho passou pela sua cabeça. “Se Alberon prosseguir com isso tudo, de que lado vou ficar?” “Mas que pergunta idiota Potter, é claro que do lado dos bruxos, lembre-se que antes de vampiro você é um bruxo!!!!” “ Mas, e a Angela?” Foi com essas dúvidas entre outras que Harry passou a noite toda acordado.
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