Fourteen





-Lily? Lily, por favor, Lily acorda – Eu ouvi uma voz me chamando, desesperada.

“Eu morri?” Eu tentei falar, mas vi que minha voz não saía. Então tudo ficou muito claro, claro demais, e voltou ao normal.

Me vi deitada na grama do mesmo lugar onde me joguei em cima de Tiago, com ele ajoelhado do meu lado. Entendi então que era ele que me chamava.

Não haviam mais sonserinos ali, acho que o alvoroço chamou a atenção dos professores. Só sei que a única pessoa ali com ele era Madame Pomfrey, que chorava, e logo Minerva McGonagal se juntou á ela.

É, pelo jeito, eu morri. >..<

Tiago estava tão em pânico que eu tentei tocá-lo, mas minha mão atravessou-o. Quis chorar, mas não haviam lágrimas. Estava seca.

“Eu morri?” Tentei falar novamente, dessa vez mais forte, minha voz ecoando na minha cabeça de forma sombria.

“Só se você quiser” Uma voz me respondeu. Voz de mulher.

“Como assim? Eu tenho escolha? Posso sair ilesa de uma maldição de morte?” Perguntei confusa, e eu senti que a dona da voz sorriu.

“Ilesa não, minha cara, mas pode sair viva. É só você finalmente aceitar sua missão e realizá-la.” Isso está cada vez mais estranho. Insisti.

“E qual é a minha missão?” Ouvi uma risada, e então se materializou ao meu lado uma mulher, meio translúcida. Pele alva, cabelos pretos, olhos azuis. Ela sorriu docemente para mim e me puxou pela mão, me fazendo ajoelhar junto com ela ao lado de Tiago.

“Olhe bem para esse rapaz, minha querida. O que você vê nos olhos dele?” Ela me perguntou, com voz de quem sabia das coisas. Olhei bem pros olhos dele, incrédulos, desesperados, já um tanto molhados...

“Não sei... Lágrimas?” Disse incerta, mas ela maneou a cabeça.

“Não seja boba. Eu te dei o dom de ver o interior das pessoas através de seus olhos, não lhe dei? Você pode ter abdicado dele por um longo tempo, mas esforce-se. O que vê através desse pânico no olhar dele?” Ela insistiu mais uma vez, e eu tentei me concentrar.

Olhei diretamente nas íris cor de avelã, tentando ultrapassar a barreira que eu mesma me impus, por medo de usar o dom que eu sabia que tinha.

“Não hesite” Ela comandou e eu obedeci. Então imagens vieram á minha mente. Imagens dos beijos roubado dele, imagens da biblioteca, da primeira sala onde fomos, da casa dos gritos, da sala dos archotes, do show, de agora, á beira do lago. Vi como ele me via, e senti um pouco do que ele sentiu.

Não sei explicar pra vocês direito o que aconteceu. Mas vi um sentimento tão intenso, senti uma onda de calor passando por mim, me envolvendo, e depois senti todo aquele desespero que ele sentia ali.

“Ele me... Ama?” Perguntei e notei que agora sim, lágrimas também translúcidas corriam por meus olhos. Não as sentia direito, era mais como algo correndo em meu rosto quase dormente. Mas eu pude sentir facilmente a mão dele em volta de mim quando ele abraçou com força meu corpo inerte, sem vida.

A mulher sorriu para mim, um sorriso de quem diz “agora você entendeu”. Comecei a chorar compulsivamente, por ter descoberto aquilo tarde demais.

“Não pode ser!” Ela me abraçou e me deixou soluçar livremente. E eu o fiz, porque era tão injusto que eu só descobrisse os sentimentos dele agora, que estava morta!

“Ele também não sabe. Ou melhor, ele não entendeu ainda o que sente por você. Mas é apenas questão de tempo” Ela me disse e eu consegui parar de soluçar, saindo do abraço acolhedor dela.

“E o que vai acontecer?” Eu perguntei, me sentindo uma criança indefesa. “E meus pais? Meus amigos, minha irmã?”

“Calma, tudo á seu tempo. Antes me responda: Você ama esse rapaz?” Ela me perguntou e eu o olhei, sentindo os braços dele em volta do meu corpo, me apertando forte contra ele.

Me lembrei do show, primeiro. De como ele cantou aquela música pra mim. Me lembrei da nossa noite na casa dos gritos. Enfim, lembrei de tudo o que podia lembrar. E lembrei também de ter me jogado na frente dele, sabendo que seria sua única chance de sobreviver.

Então, sem hesitar, consegui dizer:

“Mais do que qualquer coisa nessa vida” Ela então assentiu com a cabeça, e fez um sinal com as mãos.

“Volte para seu corpo e seja feliz então, minha menina” E, com essas palavras, ela me entregou uma medalhinha em forma de coração, com uma foto minha e uma dele dentro. |N/A: daquelas que abre, de coração, com foto dentro, sabem? Ok|

“O que é...?”

“Ele fez para você. Fez uma para ele também, que ele usa o tempo todo. Mas ficou com medo de te entregar essa. Essa medalhinha, e todo o sentimento que ele tem por você, a mantém ligada á ele e, por conseqüência, ao mundo vivo.” Ela sorriu. “Você tem sorte. Esse garoto te ama tanto que as regras por aqui interpretam como se você tivesse algo inacabado” Eu então coloquei a medalhinha, apertando-a contra o peito.

“Cuide bem dessa jóia; ela contém o maior dos encantamentos que uma jóia pode ter” Ela me deu esse último aviso e eu franzi a testa, como quem não entende.

“Ele vai te explicar. Agora vai!” Ela sorriu abertamente, como alguém que fica feliz com o final de um filme. Sorri e acenei para ela, enquanto ia até o meu corpo.

Me sentei e deitei sobre o meu corpo, que meio que me engoliu. Então eu respirei fundo e abri os olhos devagar, com uma dor lancinante no corpo. Mas eu sabia, sabia que ia valer a pena.

-Lily, por favor, Lily não morre... – Ele sussurrava, as lágrimas dele molhando minha camiseta do colégio – Eu... Eu acho que tenho algo pra te dizer e...

-Pois pode ir falando, Potter – Eu sussurrei com um fio de voz, fazendo força para isso, sentindo minhas costelas doerem.

Ele se afastou um pouquinho e me olhou de olhos abertos, então eu sorri. Isso me doeu o rosto todo, se você quer mesmo saber, mas foi tudo o que eu pude fazer pra expressar o que eu tava sentindo.

-V-você ta... Viva? – A cara dele foi de incredulidade á espanto, e então para alívio, e daí uma felicidade intensa, que chegou a irradiar até mim.

-Acho que não se livrou assim tão fácil de mim, Tiago. Não vai poder voltar pras suas galinhagens – Eu disse ele me abraçou forte, muito forte, as lágrimas voltando a molhar minha camisa.

-E quem disse que eu quero? – A voz dele era trêmula e meu coração pulou tipo, umas vinte batidas. Sim, denovo, mas não vou morrer agora.

Nããão, não antes de beijar essa boca deliciosa ;9

-Lily eu... Eu fiquei com muito medo de te perder, por favor, me perdoa por ser tão idiota e...

-Tiago? – O chamei, e ele olhou no meu rosto, deixando de escondê-lo em meu ombro.

-O que foi? – Ele me amparava pelas costas com os braços, e eu fiz uma cara maliciosa.

-Cala a boca – E, dizendo isso, uma mão minha foi para a nuca dele, e a outra foi para a bochecha, puxando ele. E eu o beijei. Muito bem beijado se vocês querem saber.

-Nunca mais me deixa, por favor – Ele pediu e eu sorri, me sentando finalmente. Então ele notou algo estranho.

-Hey! Você não tava com essa medalhinha á pouco! – Ele deu mais uma olhada – Mais essa é a... É a MINHA medalinha? Lílian, o que aconteceu, como você conseguiu....? – Eu o beijei de novo e sorri pra ele, meio maliciosa, como se soubesse de algo que ele não sabe.

-Você fez ela pra mim, certo? Então porque deveria ficar com você, e não comigo? – Ele fitou o chão, coçando a nuca, totalmente vermelho.

-É porque... – Ele estava ficando cada vez mais vermelho. Daí eu me assustei.

-Fala logo! – Ele já tava roxo. Merlin, o que essa merdinha tem?

-Essa medalhinha é coisa de família. Eu achei ela no sótão e acabei colocando nossas fotos dentro, porque desde aquela época que eu gosto de você – Ele estava realmente sem jeito. Se eu não estivesse tão assustada, iria achar que ele estava quase fofo.

Mas aquela mulher disse que ele fez a medalhinha, não disse? O que tem de errado nessa história?

Então eu olhei para as duas medalhinhas, e elas brilhavam. Mas brilhavam vermelho.

Oh céus.

-Oh céus – Repeti meu pensamento, batendo na minha própria testa, entendendo tudo. – Essa medalhinha é a lendária medalhinha dos...

-... Potter, essa mesma. – Ele parecia tão desanimado quanto eu acho que estava parecendo também.

Deixa eu explicar. Tipo que essa medalhinha era de um casal, o casal que originou os Potter. Mas o pai da moça não queria que ela casasse com aquele homem, que achava impróprio para ela. Sabe, por causa do jeito dos Potter, direto, intenso. Queria alguém mais... Calmo. Carinhoso.

Então, na noite anterior ao casamento da garota, eles se encontraram, e ele entregou para ela essa medalhinha.

“Ela nunca poderá ser retirada de você. Me ajudará á te encontrar e me dirá se está em perigo. Me manterá em contato com você. Se ouvires ou sentires algo diferente, não temas, é por causa desta medalhinha, e sou eu fazendo isso para você” Era algo assim que tava escrito naquele livro de lendas da biblioteca.

Bom, resumindo, a voz do Potter vai estar na minha cabeça quando ele quiser falar comigo. E ele ouvirá alguns pensamentos meus, se quiser. E saberá quando eu estiver em perigo, saberá onde eu estou, poderá me ver através da foto e me tocar, se quiser. E, acho, eu poderei fazer isso tudo também.

Só que ele pode tirar essa coisa do pescoço dele. Eu não >.<

-Seu maldito, porque não me avisou?! – Eu disse empurrando ele, indignada. Ah, qual é, ele vai poder fazer... Muita coisa, agora. Ele vai me infernizar!

-Avisar como? Eu nem sei como ele foi parar aí! – Ele disse e ficamos alguns segundos calados. Então ele me abraçou de novo, repentinamente, e toda a minha raiva passou, sendo substituída por uma imensa vontade de beijá-lo e dizer que o amo.

-Não se afasta de mim de novo, ta? – Notei que ele tremia um pouco, o que indicava uma tremedeira gigantesca antes. Pude jurar que ouvi uma risada, então olhei para o céu, sabendo que ela estava lá, olhando para mim, e fiz cara feia.

-Você me paga – Sussurrei bem baixinho, nem ele ouviu, mas e ouvi na minha cabeça uma risada mais forte. Então afundei meu rosto no pescoço dele, inalando aquele perfume diliçioso , e ele me olhou bem nos olhos, me beijando logo depois.

-Vamos pro colégio – Ele me ajudou a levantar e então Madame Pomfrey e a professora Minerva vieram ao nosso encontro, mas Tiago dispensou-as educadamente, garantindo-lhes que o feitiço não tinha me atingido por inteiro e que eu só queria descansar um pouco. Elas então se aliviaram, voltando para dentro do colégio.

No caminho, vi ele parar e ficar para trás. Logo que olhei pra trás vi que ele estava meio longe com a medalhinha aberta. Então senti uma mão passando pelo meu corpo. E essa maldita mão passeou, até que parou na minha... Bunda?

-TIAGO POTTER, VOCÊ ME PAGA! – Corri atrás dele, mas ele era bem mais rápido que eu, claro. Então, uma hora, ele parou e se virou para mim, e eu não consegui frear, acabando por trombar com ele, e caímos na grama úmida do castelo, o sol já quase deixando de tocar o lago, mas o céu ainda avermelhado.

Olhei para ele, que sorria, e novamente perdi toda minha força para brigar com ele. Nos olhos agora mais claros por causa do sol, havia uma felicidade genuína que só uma coisa podia dar para ele.

-Eu acho que te amo – Ele disse e eu sorri, sentindo o coração palpitar no peito.

-Eu preciso responder á isso? – Perguntei, sabendo que a verdade estava estampada na minha cara de besta apaixonada.

-Precisa, precisa sim, porque eu preciso ouvir, preciso escutar essas palavras saindo da tua boca... – Ele inverteu nossas posições e disse isso, a boca tentadoramente perto da minha...

O beijei intensamente, tentando demonstrar meus sentimentos naquele ato. Nunca fui muito boa com palavras, sabe, eu gaguejo. Mas, pelo jeito, ele entendeu o que eu quis dizer, porque me beijou com a mesma intensidade, o mesmo carinho, o mesmo amor.

-Uau – Ele disse quando agente se soltou, sem fôlego – Certo, acho que isso explica tudo – Meu sorriso se alargou e minhas mãos desceram pelas costas definidíssimas dele, parando naquela bunda igualmente deliciosa e apertando levemente o local.

A cara dele não podia ser mais maliciosa.

-O que a senhorita pensa que está fazendo? – Ele perguntou e eu ri, um riso quase inocente, transbordando de felicidade por ele estar ali comigo.

-Tendo minha vingança – Apertei ali mais uma vez, e ele me beijou, mas ainda assim eu não mudei minha mão de lugar.

-Eu sou tão lindo assim que você não consegue manter as mãos longe de mim? – Ele perguntou exasperado, se levantando e me ajudando a levantar.

-Você não é lindo – Eu disse enquanto ele passava um braço pela minha cintura, colocando a outra mão no ombro, um sorriso maroto no rosto – Você é irresistível.

Sabe, eu acho que agora assim vou ter meu final feliz.

Mas isso já é outra história.

FIM xD


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Eu sinceramente não sei o que dizer. FINAL DE TEMPORADA, MANO Ò.Ó. To feliz e triste ao mesmo tempo. Triste porque acabou, pq eu adorei demais escrever essa fic. Mas feliz porque, seilá, é uma etapa andada.

Eu gostei desse final. Eu acho. Se eu não gostei, vou mudar, mas de certeza o cap 14 É um final.

E, bom, esperem para a próxima temporada. Ainda não tenho muitas idéias sobre o que podia ser, claro, mas vocês me entendem. Minhas idéias vem do nada e bem rapidinhas, mas por enquanto acho que vou ficar trabalhando em shots, até que a inspiração pra próxima venha. E eu imaginei algo bem como o noivado deles e tals >.
AAAH, vai ter cap BONUS! Sim, vocês realmente acharam que não ia ter o cap da conversa/briga da Lene com o Six? Se enganaram ¬__¬ Só que pode demorar, to meio atolada. ._.

AAANYWAY, só pra vocês saberem que o bonus VEM e que a próxima temporada TAMBÉM.

;** giirls e até a próxima

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