Eleven





Entrei na sala de aula sentindo vários olhares sobre mim. Droga.

O negócio é o seguinte: como eu sempre fui a recatada do grupo, já que queria manter a pose de séria, eu mudar nem que seja um tiquinho de nada é uma big mudança pro mundo.

Pode crer, acho que até meu ex-amigo seboso olhou pra minha bunda.

Tá, qualé, ele sempre olha pra minha bunda.

E pensar que eu pude ser amiga dele... Ele e aquele Avery... Não gosto nem de pensar.

Anyway, um olhar que estava sobre mim era mais intenso. Eu podia sentir. Era ele.

-Sentem-se logo! – Slugorn berrou na frente do quadro. Sim, ele berra, mas eu acho que é porque a voz dele já é alta, daí quando ele quer falar mais alto, pra gente, sempre parece um berro.

Olhei para o lado: Emmy se sentara com Dorcas e Lene com Alice. Elas deram sorrisinhos para mim Olhei para o outro lado e vi que a única carteira vazia era a que fazia dupla com o Potter, já que Sirius sentara com Frank e Remo com Pedro. Lancei um olhar para ela que dizia ‘Muy amigas, vocês’ e me sentei ao lado dele, que chegou para o lado.

Olhei-o e vi que ele estava tenso, parecia temeroso de alguma coisa porque eu estava ao lado dele.

-Tudo bem, Potter? – Acho que esse perfume ativou algo na minha voz, porque ela ta mais macia e parece um tantinho mais grave, ta mais... Ah, sei lá – Você não me parece normal.

|N/a: Vocês notaram alguma semelhança entre esse trecho e o primeiro diálogo entre a Lily e o Tiago no começo da fic? Notem. É proposital ;D|

-E-eu to bem, Lily– Ele respondeu, mas parecia nervoso. Céus, o que foi que aconteceu com esse garoto?

-Não parece, Potter – Eu disse, começando a fazer o exercício. Mas de algum modo me sentia incomodada, como se alguém estivesse me olhando...

A aula transcorreu normalmente, com eu, sabe-se lá por que, esbarrando de mais num certo alguém(Dãr, Potter). No fim da aula ele simplesmente saiu correndo, mas eu parei-o rasgando a mochila dele com um feitiço e ficando para trás com ele.

-Potter, vem comigo – Eu disse pegando os livros dele e indo para uma sala vazia. Logo ele entrou também e eu larguei todos os materiais que carregava em cima de uma carteira, trancando a porta.

-O que é que está acontecendo com você? Você está estranho desde o almoço – Eu perguntei, objetiva, com as mãos na cintura.

Ele não olhava para os meus olhos, mas também não deixava de olhar para mim. Só queria saber para onde ele estava olhando.

- Potter? – Chamei-o, mas ele não saiu do transe – Por que você está estranho assim, heim? – Perguntei logo, irritada.

-O s-seu colar – Ele disse e eu olhei pro meu colar, sem entender – O que há com o meu colar?

Olhei dele para o colar e do colar para ele. E então desci um pouco mais os olhos, vendo que meu colo estava mais a mostra pois, alguma das meninas, sem eu ver, deve ter aberto o quarto botão da blusa, mostrando mais um pouco do meu colo. Então eu entendi.

Sorrindo maliciosamente eu me aproximei dele com um andar compassado, sabendo o que aquilo causava nele. Ouvi a voz da minha vó na minha cabeça dizendo ‘Bota pra quebrar, Lilyzinha’.

Credo, que voz empolgada Oo

Voltando...

-Então é isso? – Perguntei, a voz mais grave e mais macia do que antes. Sabe, notei que isso acontece quando eu quero que ela saia maliciosa, quando eu quero provocá-lo.

Uuuuh.

Que fodástico :x

Agora estava á poucos passos dele, e abria um botão da blusa a cada um deles, alternando o olhar entre os olhos de Tiago e os botões, mordendo de leve o lábio inferior, só para provocá-lo. Ele se virou de costas para mim, parecendo nervoso, e eu tirei a blusa, colando meu corpo ás costas dele.

Passei minha mão por baixo dos braços dele, acariciando-lhe a barriga, abraçando-o e fazendo-o sentir meu corpo bem junto ao dele. Ele estremeceu todo e eu sorri.

-Tá provando do próprio remédio, Potter – Eu sussurrei na ponta dos pés, pra ficar bem perto do ouvido dele. Ele jogou a cabeça para o lado contrário e eu beijei-lhe o pescoço, arrastando meus lábios até o ombro dele, e então afastando-os da pele já em brasa dele.

Andei em volta dele até parar á sua frente. Lambi meus lábios lentamente, vendo o olhar dele sobre mim, desejoso, amedrontado. Fiquei na ponta dos pés e beijei-o, abrindo a camisa dele e tirando-a, sem parar de beijá-lo.

-Você nunca foi assim – Ele disse ofegante, nosso lábios á poucos milímetros uns dos outros – Eu sempre seduzi, você nunca...

-Qual o problema nisso? – Perguntei, mordendo o lábio inferior dele de leve, provocando-o. Ele suspirou fundo e me apertou contra ele. Senti a reação na hora.

-Nenhum. Mas me assusta – Os dedos dele estavam pressionados contra minha cintura, ele me segurava com força, parecia querer se conter.

-Por que? Tem medo de perder o controle? – Perguntei num murmúrio, perto do ouvido dele, e ele se arrepiou todo. Sorri, ameaçando abrir o sutiã, tudo feito num compasso de uma musica lenta, cujo ritmo parecia coordenar meus atos, mentalmente. Ele segurou meus braços, parando-me, mas logo soltou-os, sucumbindo ao próprio desejo.

-Já disse que você pode perder o controle – Sussurrei após tirar a peça, voltando a colar meu corpo ao dele – Comigo você pode perder o controle, Tiago. Você pode fazer o que quiser.

-Pelo amor de Merlin, não sei mais quanto eu posso manter-me são – Ele disse nervoso, enquanto eu acariciava-lhe as costas lentamente com as unhas.

-Não permaneça são, seu bobo – Beijei-o. Ele correspondeu e eu senti que ele finalmente havia se libertado, porque ele me beijava com voracidade, necessidade, um beijo intenso, quente. Sorri.

-Era isso que você queria? – Ele perguntou ofegando, apontando para si mesmo – Queria me ver assim, completamente submisso á você?

-Sim. E queria te ter aqui – Eu disse, apontando para onde estávamos – Inteiro. Não só com a mente. Não só com o corpo. Com a vontade, o desejo, a necessidade, o prazer de estar aqui. Comigo – Acariciei-lhe os cabelos, vendo-o sorrir levemente – Só queria que estivesse inteiro aqui.

-Vai conseguir muito mais do que esperava, ruiva – Ele disse se aproximando mais ainda do meu rosto.

-É o que eu espero – Eu disse e ele me beijou, me pressionando contra a parede fria, fazendo-me enlaçar braços e pernas em volta dele. E assim mesmo ficamos.

Melhor que a primeira, melhor que a segunda. Na terceira vez ele estava ali, de corpo e alma. Isso fez toda a diferença. Para mim e para ele.

Só espero que signifique algo para ele.

Que Merlin me ajude.

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Entrei no dormitório sorridente. Estava cansada, parecia que um trator tinha passado por cima de mim, mas um sorriso largo se instalara em meu rosto. Estava extremamente feliz.

-Lily Lily, o que foi que você fez com o Tiago? – Marlene perguntou entrando no dormitório, quando eu tinha acabado de sair do banho.

-Por que? – Perguntei sorrindo, secando o cabelo com uma toalha, enquanto estava enrolada em outra.

-Vixe, ele está péssimo. – Ela se sentou na minha cama – Quero dizer, ele está com o mesmo sorriso besta que você tem nessa cara aí, mas está cansadérrimo, dormiu no sofá do salão comunal, acredita? – Ela olhou bem para mim e meu sorriso, que se tornou maroto, e então juntou as coisas.

-Lílian Evans, sua safada! Você acabou com o meu irmãozinho, simplesmente destroçou o coitado! Usou e abusou! Sua... – Ela olhou para mim com fingida indignação, enquanto eu só ria.

-Oras bolas... – Brinquei, parando de secar os cabelos – Nada que você também não faça com o pobre do Sirius, que chega aqui no Salão quebrado, todo marcado de unhas e batons por aí, com um sorriso besta e um cansaço de quem correu uma maratona – Ela arqueou uma sobrancelha – E venceu – Sorri e ela jogou meu travesseiro em minha direção, o qual eu segurei, e então começamos uma guerra de travesseiros.

-E aí? Está gostando do que começou? – Ela perguntou e eu soube que ela se referia á mim e ele, e ao nível de intimidade que assumimos.

-É... – Eu disse pensativa, já vestida com a camisa do Tiago. – Tipo, eu tenho medo de ele acabar me tratando como uma qualquer. Mas eu faço com que ele nem pense nisso. Mesmo assim me sinto estranha – Virei-me de bruços, sendo imitada por ela – Como se estivesse fazendo algo como uma chantagem sexual ou algo do tipo. Como se eu fosse alguma espécie de vadia, tipo a Narcisa – Expliquei e ela torceu o nariz á menção do nome.

-Eu me senti assim no começo. Até que consegui finalmente fazer ele se libertar do poço de controle que ele tinha, e foi a melhor coisa que aconteceu, porque dois dias depois ele me chamou pra conversar e disse que me amava – Ela deu aquele sorriso babão e eu sorri junto, compartilhando da felicidade dela – Ele nunca tinha dito mesmo, sabe? Ele disse que agente podia tentar se entender, daí começamos á namorar. Mas ele nunca tinha dito. Por isso fiquei tão feliz – Ela abraçou um travesseiro, sorrindo.

-Eu sinceramente não sei se nós duas estamos errando ou acertando – Eu disse com sinceridade, e ela prestou bem atenção – Mas faz bem pra mim. Acho que ele gosta de mim, mas talvez isso faça ele prestar atenção realmente, já que se torna uma ligação forte – Completei verbalmente meu pensamento – Além do que eu gosto dele, por isso faço, mas também porque ele é ótimo, pelo amor de Merlin – Nós duas sorrimos. Logo Emmy, Alice e Dorcas entraram no dormitório, e ficamos conversando sobre o mesmo assunto.

E, sabe, compartilhar o que sentimos sobre isso foi bom. Vi que não era a única á me sentir estranha, talvez meio suja, como se tivesse fazendo algo errado. Mas, bem, acho que é até... Normal. Não seríamos virgens até o casamento, seríamos?

Bom, sei lá. Eu sei é que estou adorando.

E pro inferno com essa coisa de santinha. To me sentindo bem assim é o que importa.

Ponto final.

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-Lily? Lílian Sanders Evans, você está aí? – Alguém batia na porta do dormitório. E é tarde, porque o sol já nasceu.

Ei, por que ninguém me acordou para as aulas?

Olhei para o calendário que estava do lado da minha cama.

Ah ta.

É sábado.

Bocejando, levantei da cama e fui atender á porta. Engraçado, a voz parecia masculina. Mas garotos não podem subir aqui, podem?

-Lily! – A pessoa exclamou quando eu abrir a porta. Definitivamente era um garoto.

Meu garoto.

-Bom dia, flor do dia! – Ele entrou no dormitório, estranhamente vazio, já me beijando, enquanto eu empurrava a porta com a mão para que fechasse com o impulso.

Quando dei por mim já estava deitada na minha cama, e ele me oferecia um sorriso genuíno.

-Quer dizer... – Ele começou, se abaixando e me dando beijos rápidos – Que a Srita. Evans dorme com a minha camisa? – Ele começou a me fazer cócegas e eu só me contorcia, rindo.

-Quero ser acordada assim todo o dia – Eu deixei escapar, deitada sobre o peito dele após a sessão de cócegas. Quando realizei sobre o que tinha dito saí de cima dele, ajeitando a camisa dele sobre meu corpo. Ele se levantou e foi atrás de mim, vestindo só a calça do pijama, como ele havia entrado no dormitório.

-Eu quero te acordar assim todo dia, meu anjo - Ele sussurrou me abraçando pela cintura e por trás, beijando-me o rosto.

- Isso por acaso quer dizer que o Sr. Quer dormir comigo todo dia? - Eu perguntei irônica, e ele riu – Será que você só pensa nisso, Sr. Potter?

-Lily, até parece que você lê pensamentos – Ele ironizou rindo, acariciando minhas coxas por baixo da big camisa dele.

-Como se fosse muito difícil saber o que você está pensando – Eu disse em tom divertido, enquanto ele beijava levemente meu pescoço.

-Cara, me senti previsível agora – Ele parou de me beijar e me encarou, fingindo-se de triste.

-Seu bobo – Bati de leve nele e ele voltou a sorrir – Agora sai porque eu quero trocar de roupa – Eu disse me soltando dele, e ele riu.

-Por que eu deveria sair? – A sobrancelha dele estava arqueada e o sorriso era completamente malicioso – Não há nada aí que eu já não tenha visto, se quer mesmo que eu o diga – Ele simplesmente se deitou sobre a minha cama de lado, o rosto apoiado na mão.

-Se você não sair eu com certeza não vou conseguir me vestir até o término do café, e eu estou com fome - Reclamei com as costas apoiadas no armário.

-Não seja por isso, nós vamos à cozinha depois, então – O olhar dele que era faminto. Mas não de comida.

-Céus, eu criei um ninfomaníaco! – Eu disse rindo, vendo ele se aproximar de mim.

-Não sou ninfomaníaco... – Ele sussurrou, muito perto de mim – Você que é irresistível.

Sorri, lembrando-me do começo disso tudo.

-Talvez – Meu meio sorriso era malicioso – Mas prefiro achar que você que é o ninfomaníaco e que sairia fazendo com qualquer uma que visse por aí – Sentei-me na cama, cruzando as pernas.

-‘Qualquer uma’ não seria você, então não adiantaria, seria só mais uma – Ele disse sentando-se no chão, na minha frente.

-Tiago, o que diabos você quer dizer com todas essas indiretas? Seja direto, por favor – Pedi, notando que ele tentava me dizer algo.

-Lily, é que...

-Lílian Sanders Evans! Acorde e saia já desse dormitóri... Ops – Marlene entrou gritando, mas parou ao ver que eu não estava sozinha. – Desculpem.

-Não, tudo bem, o Tiago já estava saindo pra que eu me vestisse e fosse comer, né Tiago? - Cutuquei-o com o pé, sem que ela visse, e ele entendeu.

-Claro, já vou indo – O olhar que ele me lançou era urgente, mas ele somente me deu um selinho – Te vejo lá embaixo, pequena.

Quando ele saiu do quarto, Marlene se pôs a dar gritinhos e pulinhos histéricos, me levando á rir.

-O que é que está acontecendo aqui? O que que deu com a Marlene? – Emmy entrou no dormitório e perguntou, ao ver Lene naquele estado de histeria total.

-Devem achar que eu to matando ela né? – Eu perguntei rindo, colocando as pernas para cima da cama.

-Não, sorte sua que não dá pra ouvir lá de baixo – Dorcas disse, sentando-se em um pufe.

-Caaara, tu tem problema? – Alice perguntou á Lene, que agora abraçara uma almofada e continuava gritando e pulando.

-Que coisa mais FOFA! – Ela finalmente se sentou e disse, na maior empolgação.

-O que aconteceu, Marlene? – Alice perguntou, parecendo assustada com a demonstração de loucura da Lene.

-Aaaai, eu nunca vi cena tão fofa na minha viiida – Os olhos dela estavam brilhando.

-Marlene, pelo amor de Deus, mostra em lembrança se você não consegue falar, droga! – Emmy estava curiosa e Dorcas estendeu-lhe a penseira. Lene então tirou o líquido prateado e levou-o até a penseira, jogando-o lá.

-Vamos logo, e você vem também Lily – Emmy disse mandona, e então todas nós entramos na lembrança. E eu revi toda a cena, mas de longe, e se querem saber, não vi nada de tão fofo assim. Aliás, graças a Merlin, nele nada é fofo ;B (Digo, físico, dãr)

Mas, quando voltamos, todas estavam com o cantinho dos olhos molhados e com expressões bobas, sorrisos babões e tudo.

-Aaaaaaaaaaaaaai que liiiiiiiiiiiiiindo *.* - Alice me abraçou, feliz.

-Que coisa mais fofinha! – Emmy somente sorria, os olhos brilhando com tanta fofura que eu não sei de onde veio.

-Meninas, agora me expliquem, o que vocês viram de tão fofo? – Perguntei, voltando a sentar na minha cama.

-Ele te chamou de ‘pequena’ – Alice disse, sorrindo bobamente.

-E a cena foi toda perfeita – Emmy completou, abraçando uma almofada também.

-Lily, isso parece coisa de cinema – Dorcas comentou, olhando-me séria.

-Foi o que eu disse para ela – Marlene gabou-se, triunfante.

-Gente, gente, pára logo com isso! Ele já disse que tudo o que ele quer comigo é algo como ‘amizade colorida’, ele não gosta de mim de verdade – Eu constatei, vendo-as ficarem indignadas.

-Poxa Lily, deixa agente sonhar que vocês vão se casar e ter um filho lindo, valeu? – Emmy reclamou, indignada.

-Okay, okay, mas saibam que eu não boto muita fé nisso não – Eu respondi, levantando as mãos em um ato de rendição – E, aliás, ele sempre me chama de ‘minha pequena’. Não vejo nada de mais nisso – Provoquei com voz inocente.

-Ele te chama de ‘minha pequena’? Awwwwwwnnn – Marlene se jogou na cama dele, sorrindo bobamente.

-Tá gente, ta, eu já entendi – Eu disse e me vesti, descendo para o Salão Comunal e depois indo para o Salão Principal.

Eu acho que to esquecendo algo, mas beleza.

Vou comer que eu to com fome.

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