Sir Cadogan e a bruxa de um ol



15> Sir Cadogan e a Bruxa de um olho

Entraram no salão principal, um pouco desanimados. Perguntaram a dezenas de quadros e estátuas, mas ninguém pudera responder-lhes, nem se quer manifestaram o conhecimento a respeito do Salão de Eragon.
_ Provavelmente estão fingindo. – falou Hermione – Lógico que sabem, mas não querem dizer nada. Precisamos saber quem é esse fiel.
Harry observou o salão repleto de alunos. Estavam ali desde o dia em que chegaram. A escola tinha se tornado um lar ideal para todos. Antes mesmo de se iniciar o ano letivo, já estavam na escola. Os únicos que não poderiam hospedar no colégio durante as férias eram os novatos, que deveriam esperar até o dia em que seriam qualificados segundo suas casas pelo Chapéu-Seletor. Percebeu, também a massa prateada composta por vários fantasmas que vagavam pelas mesas compridas. “Só pode ser um fantasma”, pensou Harry. Afinal, tinha que ser alguém que vivera na escola. Não poderia ser outra coisa.
Eles se sentaram a uma mesa ao lado dos professores, exceto Gina, que teve de se sentar com os amigos da Grifinória. O banquete nunca esteve tão impecável. Yvee, que já não trocava uma palavra com o amigo a uns três dias, se aproximou deles e sentou-se ao lado de Hermione. Gina observou o modo furtivo como a nova professora de Adivinhação sorria para Harry. Seu rosto escarlate, sentindo uma ligeira vontade de acertar alguns socos na cara-de-pau da mulher. Mas algo a segurou. Sabia que não poderia demonstrar nenhum sinal de ciúmes ou qualquer afeto íntimo com Harry, sabendo que ele seria seu professor nos próximos dias de aula.
_ Então, pessoal. – falou Yvee, um sorriso misterioso enchendo seu rosto vistoso - Como estão?
_ Bem, obrigado. – falou Harry, tomando uma golada de hidromel.
_ Hei, Rony. Você também será professor? – perguntou Yvee, olhando a expressão de Rony mudar – Não, porque Hermione está a serviço do Ministério, Harry e eu somos professores.
_ Não se preocupe comigo, Yvee. – falou ele rispidamente – Não irei incomodar as tarefas de vocês.
_ Ah, claro. Sei disso. – falou ela, mostrando uma simpatia quase antipática demais.
_ Bem, acho que devemos comer, não é? – comentou Hermione – Não podemos demorar afinal, bem... Vocês sabem.
Harry e Rony assentiram. Degustaram a refeição, sem dar a mínima para os comentários de Yvee, que pareciam mais indiscretos a cada minuto. Os murmúrios do salão pareciam se intensificar. McGonagall não estava lá. Provavelmente estava na sala precisa até agora se perguntando o que, realmente havia acontecido na noite passada. Harry, por outro lado, não podia se preocupar com isso. Tinha que descobrir a verdade sobre o Salão de Eragon e os segredos que Hogwarts escondia. Se Voldemort encontrasse o Fiel primeiro, teria uma forma de persuasão muito mais violenta e eficiente.
Finalmente terminaram a refeição. Despediram-se rapidamente de Yvee, sem se importarem com as queixas de “deixar uma mulher sozinha durante a refeição”, ou algo do tipo. Etiqueta e bons-modos eram a última coisa que estavam pensando. Ao passarem por Gina, Harry pediu que ela e Hermione ficassem no Salão para interrogarem os fantasmas das casas. Harry desejou que não fosse o Barão Sangrento, levando em consideração o mal hábito do velho de resmungar e amaldiçoar os alunos que passassem por ele, caso não fossem da Sonserina.
Ele e Rony seguiram pelos corredores onde ainda não tinham passado para perguntar os quadros. Harry sabia como esse plano era patético, mas não tinham outra solução mais eficiente, e perguntar qualquer coisa á diretora depois do último encontro poderia ser pouco saudável.
Pela primeira vez nos últimos sete anos, Harry parou para observar como Hogwarts era repleta de quadros e estátuas. Havia um quadro no segundo andar de uma mulher sentada em uma cadeira de madeira podre, onde costurava meias para uma criança adormecida sobre a mesinha de centro da sala. “Deprimência”, por Xavier Burrel. Harry se aproximou, silenciosamente e, com um pigarreio suave, chamou a atenção da mulher. Ela olhou com indiferença e voltou sua atenção para as meias.
_ Er, com licença. – falou Harry, tentando ser o mais simpático possível – Eu gostaria de lhe perguntar uma coisa.
Ela parou de tricotar a meia por um instante e olhou para Harry.
_ Seja breve e fale baixo. Jaime esta dormindo.
Harry percebeu que Jaime era o garoto adormecido sobre a mesa. Era evidente que ela era pouco simpática e, um comentário indiscreto, ela enfiaria as meias nas fuças do bruxo.
_ Bem, eu... Estive andando na escola hoje, perguntando se alguém sabia qual era a obra mais antiga de Hogwarts. Então...
_ Então você me viu e me achou com cara de velha antiquada, suponho. – rosnou a mulher, distorcendo a pergunta de Harry – Pois saiba que eu sou uma das pinturas mais recentes dessa escola!
_ Não, não foi isso que eu quis dizer. – Harry tentou concertar a bosta que tinha feito – Eu só queria saber se você sabe qual é a obra mais antiga da escola. Só...
_ Eu não sei o que é mais antigo por aqui, jovenzinho, mas lhe garanto que sei que não existe criatura mais impertinente do que você! Se me der licença... Ah, não! Veja o que você fez! Acordou o Jaimiminho!
Harry saiu às pressas. Encontrou Rony minutos depois. Ao que parecia, o amigo tentou conversar com Pirraça, o que pareceu uma tolice, mas Harry aprovou, já que Pirraça tinha o gosto para causar intrigas.
_ Ele disse que, provavelmente, era quem enxergava menos. – Rony, então, coçou a cabeça – Isso depois de derrubar uma moldura vazia na minha cabeça! Meleca de Trasgo...
_ Mas, o que ele quis dizer com isso? – perguntou Harry, mais para si mesmo do que para o amigo – “quem enxergava menos”... Rony. Acho que estamos no caminho certo.
_ Vai acreditar no Pirraça? – falou rony, perturbado – Aquele filho...
_ Foi uma dica interessante. Acho que podemos dar um voto de confiança. Quer dizer, por que inventaria algo assim? Tão... sem lógica... Se quisesse mentir, teria dito alguma peça que nunca existiu, ou algo do gênero.
_ Bem, pensando dessa forma... Mas, então, devemos procurar o quadro (ou estátua, ou fantasma) que enxergue pouco. – concluiu Rony.
_ Mas é preciso falar com certa delicadeza. Esses quadros são um pouco temperamentais.
Eles se separaram novamente. Harry chegou ao corredor no segundo andar, onde se lembrara de ver, vez ou outra, uma velha com óculos fundo-de-garrafa, parecia bastante lógico. Aproximou-se do quadro, sorrateiramente, deu o habitual pigarreio e, ao perceber que a velho o observava, falou:
_ Senhora. Com licença.
_ Desculpe, meu jovem. – falou a pintura – Fale mais alto. Não posso ouvi-lo a essa distância.
Era tudo o que Harry não precisava. Uma velha caquética cega e surda. Logo percebeu que, nem de longe, poderia ser o Fiel do segredo. Ainda sim, ele insistiu:
_ Eu gostaria de saber se...
_ Eu sei o que vai pedir, jovem Potter. – falou ela – A Mulher Gorda me disse que está procurando o Fiel do... Bem, você sabe. Não adianta me perguntar. Eu sou apenas uma peça surrada que chegou aqui a oitenta anos atrás. Mas, acredito que, de nós do segundo andar, a mais velha é aquela armadura bem ali.
Harry olhou para trás, onde a mulher apontava. Harry sentiu como se a armadura percebesse que estavam falando dela.
_ Pertenceu à Rowena Ravenclaw, ou melhor, de seu irmão mais novo. Usou-a durante um dos conflitos contra os duendes, suponho. Ydigahn, era seu nome. Ele foi...
_ Ótimo, ótimo. – falou Harry, cortando a linha de pensamentos da mulher – Fico feliz por ela. Se não se importa, vou até a... Bem, até a armadura. Com licença. Ah, e obrigado.
_ Disponha.
Harry se dirigiu à armadura vagarosamente, observando seu punha segurar a lança afiada. Ele se lembrou que, as únicas vezes em que elas falavam era no Natal e, ainda sim, apenas para cantar as músicas natalinas. Nunca chegou a conversar com uma, mas sabia que elas se movimentavam ativamente.
Harry bateu eu seu peitoral de aço, fazendo um ruído parecido com “toc toc”. Sentiu-se patético ao fazê-lo, percebendo que a armadura o olhava, ou pelo menos parecia olhar.
_ Olá, eu...
_ Não se dê ao trabalho de dizer, jovenzinho. – falou a armadura. Sua voz vibrava no metal que a envolvia, soando como uma voz de um velho de seus cento e trinta anos – Quase todos de Hogwarts sabemos o que está procurando. Há pouco mais de cem anos, um aluno tentou fazer o mesmo, sabe? Ambicioso que só vendo.
_ Bem, então sabe que estou procurando o...
_ Eu sou o Fiel. – falou rispidamente – e não lhe direi uma palavra.
Harry ficou pálido. Estava de frente para o Fiel dos Mil segredos de Hogwarts, que se recusava a dizer qualquer coisa.
_ Eu sou um professor! – falou Harry, tentando demonstrar respeito e autoridade – Exijo que diga!
_ Nem que a própria Rowena Ravenclaw voltasse dentre os mortos, eu contaria a você.
_ Eu sou um professor! Tenho autoridade!
_ Ah, é? E o que vai fazer? Me dar uma detenção? Suponho que, talvez, queira descontar alguns pontos da minha casa.
Harry não pode discutir. Não havia como tirar a verdade da armadura, mesmo que fosse à força. Estava prestes a se ajoelhar e suplicar, quando um tilintar de uma armadura menor ecoou atrás dele. Se virou e observou Sir Cadogan, o soldado anão, entrar no quadro da velha míope.
_ Seu soldado pestilento! – falou o anão, esbravejante – Não seja um mentiroso sujo! Sr.Potter! Não ouça esse verme! Nem de longe, poderia ser o fiel do segredo. Está aqui a apenas oitocentos e trinta e cinco anos! Até eu sou mais velho que esse monte de latas enferrujado! Posso lhe garantir, Sr. Potter que o Fiel não está nesse andar.
_ Você... Você sabe que é o Fiel? – Harry se levantou, uma pinta de esperança brotando em seu rosto – diga-me, então!
_ Vá até o meu quadro. Poderemos conversar mais reservadamente. Ah, Sr. Potter! Explode essa armadura velha! Está confinada mesmo...
Resistindo a não acatar o pedido de Sir Cadogan, Harry correu em direção ao quadro do soldado anão. Demorou alguns minutos até se aproximar do quadro, onde o homenzinho aparecia montado em seu cavalo que mais se parecia um pônei.
_ Diga-me, Sir Cadogan! – pediu Harry – onde está o Fiel?
_ Eu não faço a mínima idéia. – falou ele, francamente.
_ Seu... Seu...!
_ Acalme-se, acalme-se, vamos! Eu nunca lhe disse que sabia quem era o Fiel. Mas o que tenho a dizer pode ser de grande ajuda.
_ Diga-me, então. – falou Harry, rispidamente.
_ A bruxa de um olho só. – falou ele, quase em um sussurro inaudível – Ela é a peça artística mais antiga que existe, até onde sei.
_ Você... Tem certeza?
_ Não posso garantir, é apenas uma dedução. Hei, não faça essa cara... Vou lhe explicar o motivo. A verdade é que somos encantados com uma magia muito complexa, que nos dá uma vida duradoura. Em estátuas e armaduras, no entanto, esse feitiço é instável. Pode durar de mil anos, até a eternidade. Depende. Pelo que sei, aquela coisa já não fala a um bom tempo. A última vez que ela falou foi para gritar. Um dos alunos de alguns anos atrás, havia aberto, entende, a corcunda dela. Ela se irou. Bem, o jovem selou a boca dela com um feitiço. Ninguém nunca descobriu. E... hei, pensando bem, o jovem se parecia muito com você. Eu estava perto alisando meu alazão, quando vi. Era igualzinho a você. Exceto os olhos. Eram castanhos.
Harry prendeu a respiração. Sabia quem Sir Cadogan tinha visto... Sabia que ele tinha visto seu pai, na passagem para Dedosdemel. Era isso, não havia outra explicação. A estátua poderia ser realmente o fiel. Sua mente se iluminou: bruxa de UM olho só... Apenas um olho, enxergava com um único olho, não com dois... enxergava Menos que os outros. Outra luz se acendeu em sua mente. Mais uma vez, os Marotos estavam metidos nessa história...

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Pessoal. é de conhecimento de todos que a saga de Harry Potter chegou ao fim. Essa fic tinha sido preparada enquanto ficávamos a espera do desfecho de Harry Potter. Eu parei de fazê-la por nao ver mais sentido em criar a continuação de uma história que já havia acabado. Então, antes de mais nada, gostaria de pedir a voces que, se possivel, deixem comentários, dizendo se querem a continuação da fic ou se ja nao faz sentido. Eu sinceramente gostei dela, mas sou suspeito para dizer... E nao faz sentido eu criar algo para agradar a mim mesmo, nao é.. por isso eu pesso... digam se querem ver o desfecho da hisrótia ou nao... obrigado, pessoal!

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