O segundo jogo de quadribol



A morte de Penny Hamirley se espalhou pela escola em tempo recorde, antes até do anúncio de Dippet. No jantar do dia seguinte, ele se levantou e começou:
- Hoje é um péssimo dia para Hogwarts. Hoje perdemos uma de nossas alunas. Uma perda brutal, diante das calmidades que estamos vivendo. Penny Hamirley era uma garota inteligente, corajosa e forte. Ela continha uma doença horrível, incurável. Ela era um lobisomem. Ela não optou por esse destino, mas acontece com as piores e as melhores pessoas. Ela era uma das melhores jogadoras de Quadribol que passarm por Hogwarts. Enfim, ela era um exemplo de aluna. Todos ergam suas taças de ouro e brindem à Penny Hamirley.
Taças se ergueram e vozes falaram em uníssono: "Penny Hamirley".
- Outro aluno que também não está muito melhor que Penny no momento é Fenrir Greyback, monitor. Ele foi brutalmente atacado pela lobisomem enquanto estava transformada. Ele se encontra agora sendo curado pelos eficientes curandeiros do Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos. Todos brindem à Fenrir Greyback.
Novamente taças se esgueram e seus donos brindaram: "Fenrir Greyback".
- E também não devemos esquecer de mais um corajoso aluno que estava entre Penny e Fenrir, e que está entre nós agora. Ele foi nobre e tentou salvar os amigos. Tentou salvar Fenrir da lobisomem. Já havia salvado Penny uma vez. Ele tentou evitar que Penny morresse ontem à noite, defendendo-a e lutando bravamente, e procurou-a para trazê-la de volta para o castelo, quando todas as esperanças haviam se perdido, quando Penny havia sido atingida no coração por uma flecha de um centauros. Ergam as taças e brindem à Tom Riddle.
Novamente eles ergueram as taças e Tom ouviu seu nome ser ecoado pelo salão.

Alguns dias depois, um aviso fora afixado na sala comunal da Sonserina:

NOVOS TESTES PARA O TIME DE QUADRIBOL ABERTO!

Devido ao trágico acidente com nosso capitão e nossa melhor batedora, declaramos abertos os testes para
o time de Quadribol da casa Sonserina. Os testes serão para batedores.
Eles ocorrerão neste domingo, às 17 horas
no campo de quadribol de Hogwarts.
Espero vocês nos testes.
Abraxas Malfoy

- Você viu, Tom? - Rodolfo corria para Tom. - Agora você pode entrar no time!
- Não vou fazer o teste - sentenciou Tom.
Rodolfo ficou boquiaberto.
- Por que?
- Porque eu quero ser artilheiro. Eu não quero ser batedor - respondeu Tom.
- Hum - fez Rodolfo.
Sendo assim, Rodolfo, que devia comparecer ao teste por ser do time e Jonas, que queria fazer o teste para ser batedor.
Enquanto isso, Tom subiu para o dormitório e abriu o livro Poções Muy Potentes. Leu as intruções e tirou um velho caldeirão que ele deixara embaixo da cama.
A Felix Felicis estava em perfeito andamento. Tom seguia à risca todas as instruções do livro. Pelos seus cálculos, a poção estava quase na metade.
Ela estava tomando um tom alaranjado, com pequenos riscos na superfície que pareciam nata. Tom ficava mais feliz a cada ingrediente que acrescentava à poção. Ele pensava regularmente em que usaria a sorte nlíquida, mas ainda não chegara à uma conclusão.
A cada ingrediente que acrescentava, ele falava ao prof. Slughorn o andamento da poção. O professor estava obviamente muito excitado com a expectativa de que um aluno seu do primeiro ano era capaz de produzir uma Felix Felicis.
Não demorara muito e não só Slughorn ficara impressionado com o desempenho de Tom Riddle. Na verdade, todos os professores esperavam muito do garoto, inclusive Merrythought, que muitas vezes encrencava Tom; e Dumbledore, que estava de olho no garoto.
Tom pensara que depois de ter matado Penny Hamirley ele iria conseguir total dominio da Avada Kedavra, mas estava errado. Ele recomeçara o treinamento das maldições Cruciatus e Avada Kedavra, mas ainda sem sucesso.

- Conseguiu? - Tom perguntou uma hora e meia depois à Jonas, quando ele entrava na sala comunal com a vassoura no ombro direito.
- Não - respondeu ele.
- E quem conseguiu? - perguntou Tom.
- Walden Macnair - respondeu Rodolfo, que vinha atrás de Jonas.
E, no instante em que Rodolfo pronunciou as duas palavras, Macnair entrou na sala, com um enorme sorriso no rosto.
- E como ele é? - perguntou Tom.
- Pior que a Penny, mas dá pro gasto - resmungou Rodolfo.
Tom deu um largo sorriso.
- Por que você tá rindo? - perguntou Rodolfo.
- Nada - respondeu Tom.
Mas na verdade era porque ele se lembrou que fora por causa dele que o time que o rejeitara perdera sua melhor batedora.
- Agora é só a gente treinar duro e conseguiremos aquela taça - comentou Rodolfo.
- Corvinal, né? - perguntou Tom.
- Sim.
- Hum...
- Dizem que Corvinal é um ótimo time - comentou Rodolfo.
- Então, eu quero dizer para você - falou Tom. - Vocês estão totalmente... fudidos!
Rodolfo olhou bravo para Tom.
- Que foi? To mentindo? - perguntou Tom, maldosamente.
- Não - respondeu Rodolfo. - Mas seria bom se você animasse os amigos.
- Tem como? Vocês perderam a Penny, um babaca desmiolado que é tão esperto quanto uma porta entrou no time de vocês, e Corvinal, que é o time preferido do campeonato das casas vai jogar contra vocês - respondeu Tom. - Vocês realmente estão...
- ... fudidos - completou Rodolfo, desanimado.
Eles passaram um tempo em silêncio, até que Rodolfo perguntou:
- Você não pode me dar um pouco daquela sua Felix Felicis?
- Cara, eu comecei essa merda faz acho que três meses. Isso demora seis!
- Então você pode lançar aquele seu encantamentozinho de controle no apanhador deles? - perguntou Rodolfo, esperançoso.
- Cara, você tomou hidromel? Uísque de Fogo? - perguntou Tom. - Aquilo é proibido!
- Que pena - resmungou Rodolfo.
- E quem é o apanhador dos caras? - perguntou Tom.
- O babaca que narrou o último jogo. Erick Chang - respondeu Rodolfo.
- E ele é bom?
- Sei lá.
- E como os treinos estão indo? - perguntou Tom.
- Não tivemos treino desde a morte da Penny - respondeu Rodolfo. - Mas imagino que serão uma perda de tempo total.
- Por que?
- Porque sem a Penny não vai ter graça. Ela era a melhor jogadora do time. Isso sem falar que ultimamente o Malfoy tem ido muito à enfermaria, será que ele tá com alguma coisa? - questionou Rodolfo.
- Nem sei - respondeu Tom. - Pode ser gases.
Rodolfo caiu na gargalhada.
- FIZ VOCÊ RIR- berrou Tom. - SOU FODA!
- E fui eu quem bebi Uísque de Fogo? - questionou Rodolfo, assustado.

A manhã da partida contra Corvinal amanhaceu úmida. Estava chovendo pouco, mas isso não era uma boa condição para se jogar Quadribol. Quando Tom acordou, olhou para a cama de Rodolfo, ela estava vazia.
Ele desceu para a sala comunal e o encontrou sentado no sofá ao lado das chamas que crepitavam na lareira.
Ele se aproximou dele e falou:
- Bom-dia!
- Péssimo... - respondeu o amigo, desanimado.
- Por que? - questionou Tom, maldosamente.
- Vamos ser massacrados!
- Ah, relaxa! O máximo que pode acontecer é você ser expulso do time, os estudantes das outras casas vão te aloprar, os alunos da Sonserina vão te odiar, e... enfim, nada que você não possa suportar depois de um ou dois anos.
- Isso era pra me animar? - perguntou Rodolfo, pálido.
- Não, é a verdade - respondeu Tom. - Se você perder, vai passar vergonha na frente da escola inteira. É muita... pressão.
- Cara, eu odeio quando você faz isso. Eu sei que você está só brincando, mas não é legal - comentou Rodolfo.
- Se você acha que eu estou brincando é porque você não aceita a verdade. Ou não quer aceitar - respondeu Tom, seriamente.
- Cara se você não vai nem ao menos me animar se manda - resmungou Rodolfo.
- Olha a boca, Lestrange - ameaçou Tom. - Não se esqueça de quem é superior à você.
- Quem é superior à mim? - perguntou Rodolfo. - O máximo que você pode fazer é umas magiazinhas a mais que eu.
- Um dia você vai estar beijando as bordas das minhas vestes - comentou Tom. - Um dia todos vão, e os que se impuserem contra mim vão sofrer as conseqüências.
- Eu nunca serviria à um traste mandão como você - retrucou Rodolfo, enojado.
- Um dia você vai engolir isso cara - falou Tom.
- Cai fora - mandou Rodolfo.
- Sabe por que vocês vão perder hoje? - perguntou Tom, com um sorriso se formando nos lábios.
- Por que? - questionou Rodolfo, em Tom de desafio.
- Porque você é um metido babaca que acha que é o melhor só porque foi aceito em um time de Quadribol. Você está esquecendo o seu lugar, Rodolfo - concluiu Tom.
- E qual é o meu lugar? - desafiou Rodolfo.
- Caído no chão do campo de Quadribol e ouvindo as vaias do público. Pelo menos hoje esse é seu lugar. - informou Tom. - No futuro, se você estiver afiadinho assim comigo, seu lugar pode ser debaixo da terra, criando raíz pelas botas, com uma suja lápide com seu nome gravado logo acima.
Rodolfo pareceu meio amargurado.
- Você me mataria? Isso é o que você julga ser um amigo? - perguntou Rodolfo.
- Você não é o bastante para ser um amigo de Tom Servolo Riddle.
- E o que eu sou para você? - perguntou Rodolfo. - Um peão no seu jogo de xadrez maluco?
- Não - respondeu Tom. - Você nunca nem sequer foi uma peça. Nunca sequer esteve jogando.
- E qual é a meta desse seu joguinho? - perguntou Rodolfo.
- Dar o Xeque-Mate. Derrubar a mais forte peça do exército inimigo e assim tomar o controle - respondeu Tom. - Se você tiver o mínimo de respeito por mi até aí, talvez você viva para ver esse momento.
- E qual é a peça mais forte do exército inimigo? - questionou Rodolfo.
- Não sei ainda. Até lá tudo pode acontecer - comentou Tom. - Mas sinto que essa peça tem alguma ligação com alguém que conhecemos. E julgando o fato de serem inimigos, podem muito bem ser decendentes do Longbosta ou até do Potter.
- E por que você sente isso?
- Sinto uma ligação à um deles. Não é ódio, eles não são o suficiente para me dar ódio. Mas também não é garantido que seja algum deles. Pode ser qualquer um. Pode ser o Longbosta, o Potter, o Dippet ou até o Dumbledore.
- Você não vai querer se meter com o Dumbledore, cara - comentou Rodolfo. - Ele é o bruxo mais forte do mundo.
- Eu não temo ninguém, muito menos Dumbledore - respondeu Tom.
- Você está quase me fazendo rir de novo - comentou Rodolfo.
- Eu estou falando sério. Um dia todos vão me temer - comentou Tom.
- Cara, eu to... - começou Rodolfo, mas Tom interrompeu:
- Chega de conversa. Se prepare logo para esse seu joguinho perdido. Não quero mais bater papo com algum lixo insignificante como você.
Tom se levantou da poltrona na sala comunal e correu para o quarto. Rodolfo permaneceu sentado onde estava.

Meia hora depois Tom estava a caminho do campo com Jonas ao seu lado. Jonas acompanhava os urros da torcida sonserina, até que Tom falou:
- Não há razão para gastar seu fôlego por um jogo perdido.
Jonas olhou incrédulo para Tom.
- Afinal, você está torcendo pra quem? - perguntou Jonas.
- Pra time nenhum, tenho outras coisas na cabeça que não Quadribol - comentou Tom.
- E você não vai me contar, né? - perguntou Jonas.
Tom parou, tocou no ombro de Jonas e respondeu:
- Não.
Eles entraram no campo, que já estava lotado. No entanto, estava silencioso. Tom e Jonas se sentaram novamente ao lado do locutor, que era ninguém menos que Frank Potter. Ele ligou o megafone mágico e falou.
- Recebemos a notícia vinda do vestiário do time da Sonserina. Parece que o jogador Abraxas Malfoy está passando mal. Estamos esperando saber se ele vai entrar em jogo hoje.
De repente, as torcidas da Corvinal, Lufa lufa e Grifinória começaram a vaiar. O jogador Judes Mencet subiu a escadaria até o locutor e sussurrou algo no ouvido de Potter. O garoto imediatamente pegou o megafone mágico e falou:
- Peço que esperem vinte minutos. A decisão do time da Sonserina ainda não chegou. Parece que se o capitão não jogar, ou eles perdem por WO, ou eles vão adiar o jogo.
O estádio vaiou novamente, e começou a ecoar uma torcida: "SONSERINA É FREGUÊS!"
- O que será que houve com o Malfoy? - perguntou Jonas.
- Não sei - respondeu Tom.
O estádio estava inquieto.
Eles esperaram. Depois de quinze minutos, subiu noutro jogador. Dessa vez foi um tenso Walden MacNair. Ele sussurrou para Potter, que falou:
- Chega de espera. Parece que o capitão Abraxas Malfoy vai entrar em campo e vai jogar.
O estádio berrou em uníssono: "ALELUIA!"
Então, os jogadores começaram a entrar. E Potter narrou:
"Os jogadores entram em campo. Do lado azul e branco, os artilheiros Simmon, Harshly e Ivan; os batedores Koy e o capitão Harold; o apanhador Chang e a goleira Makary! E cade a torcida?"
A torcida da Corvinal urrou.
" E do lado verde e prata os artilheiros Lestrange, Parkinson e Tyrsa; os batedores MacNair e Merg; o apanhador Mencet e o capitão-goleiro Malfoy! E a torcida?"
A torcida da Sonserina berrou. Tom só olhava para Jonas pulando ao seu lado.
"Parece que a juíza Hemme está gripada, então quem vai apitar o jogo é a profª Merrythought!"
A professora entrou em campo, carregando um baú velho na mão direita e acenando aos espectadores com a mão esquerda. Ela empinou a vassoura e foi para o centro do campo. Ela falou alguma coisa aos capitães, que apertaram-se as mãos. Ela levou o apito a boca e soprou.
"E COMEÇA O JOGO! Corvinal começa com a posse da bola com Hashly. Ele toca para Simmon. Ele volta para Hashly e... interceptação de Parkinson. Ela rapidamente passa para Lestrange, que avança pelo campo, ele dribla Ivan, se posiciona na frente da goleira, vai arremessar, e é... ele passou? É! Passou para Tyrsa, a goleira Makary vira a direção e vai colidir om Tyrsa. A artilheira não vai conseguir e... BELO BALAÇO DE MACNAIR! Ele acerta a goleira no braço, ela toma impulso para o lado, deixando o aro livre. Tyrsa arremessa e É GOL PARA A SONSERINA!"
A torcida à volta de Tom urrou, enquanto o resto do estádio xingava.
"A posse é da goleira Makary. Ela passa pra Simmon, que passa pra Ivan. MacNair rebate um balaço... mas passa longe do artilheiro. Ivan avança pelo campo e passa para Luara Hashly. Ela toma a posse da goles, avança pelo campo. MacNair bate um balaço para as costas da artilheiras, e ela desvia. O BALAÇO ACERTOU O GOLEIRO MALFOY! Parece que foi um tiro certeiro na boca do estômago. A artilheira arremessa a goles e É PONTO PARA A CORVINAL!"
Mas dessa vez o barulho não ecoou. Parecia que Abraxas Malfoy não estava bem. Walden se aproximou dele e perguntou alguma coisa. Ele fez sinal positivo com a cabeça e mandou o jogador ao ataque.
"Acho melhor alguém atender aquele garoto. Ele não parece bem. Mas o jogo vai ter continuidade. Abraxas se inclina na vassoura, vai passar a bola para... ele vomitou?"
E o estádio ecoou com suposições de nojo e preocupações. O garoto havia mesmo vomitado.
"O prof. Dumbledore está entrando em campo, acompanhado de Madame Morfy."
Dumbledore se dirigiu à baliza do campo da Sonserina e conversou com o goleiro. Quando terminou, apontou a varinha para sua garganta, murmurou algo e falou, e sua voz ecoou pelo estádio.
"Daremos continuidade ao jogo. Caso o goleiro dê sinal de vulnerabilidade novamente cancelaremos o jogo. Quietus!"
E ele se retirou de campo, com a enfermeira às suas costas.
"Malfoy passa para Lestrange." voltou a narrar Potter. "Ele avança pelo campo e toca para Parkinson, que passa para Tyrsa, que volta para Parkinson, mas Harshly intercepta a goles. Ele avança pelo campo. Ele arremessa e É PONTO PARA CORVINAL!"
A torcida azul urrou de felicidade.
"Malfoy passa para Tyrsa, que avança pelo campo. Koy bate um balaço que vai em direção de Harold, que rebate o balaço QUE ACERTA TYRSA. A artilheira cai da vassoura e se segura na vassoura do goleiro. Urgh... o goleiro vomitou na artilheira, e ambos caíram."
Em baque surdo sinalizou que eles se chocaram com o chão. Tyrsa começou a se levantar, mas...
"Por que Malfoy não se mexe? Não foi uma queda tão alta. Ele está morto?"

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