Um retorno nunca tarde e junto
Rony olhava a janela do seu dormitório depois das aulas. Não tinha contato com ninguém durante esses cinco anos. Sentia saudades de tudo. Principalmente de Hermione. A garota que o ensinou a ter sentimentos. Alias, ele tinha, mas não sabia usar.
-Rony – chamou Carlinhos entrando no quarto – Você esta bem? Ora mas o que é isso? – disse vendo as malas e mochilas de Rony em cima da cama.
-Eu vou voltar pra casa.
-Mas Rony... Você ainda tem muita coisa pra aprender e...
-Não Carlinhos. Quero voltar, não agüento mais ficar aqui. Sinto saudades de muita coisa e isso esta me matando.
-Eu também senti falta de tudo. Mas não voltei...
-Pense o que quiser. Eu to indo pra casa.
-Rony não se pode aparatar aqui.
-Eu dou um jeito. Vou andando ate conseguir aparatar.
Rony colocou a mochila nas costas e pegou as duas malas na cama e saiu.
Desceu as escadas e saiu pela enorme porta em forma de dragão. Tinha gostado de aprender sobre eles, mas gostava mais de ficar em casa.
Andou durante um tempo pela pequena floresta que cercava o castelo em que morou esses cinco anos.
Um rugido o fez deixar a mala cair de sua mão. Seria o Rabo-Corneo que viera cobrar o corno que ele arrancou? Se fosse estava ferrado.
Pegou a mala e tentou aparatar, mas o lugar em que estava ainda não era permitido. Correu pela floresta banhada pelo sol e viu a sombra do dragão passar sobre as arvores.
-To ferrado – disse Rony – To ferrado.
Correu ainda mais, quando o dragão mergulhou entre as arvores e parou na sua frente.
-Petrificus Totalus – disse ele. Mas nada aconteceu com o dragão. Ele também não reagiu. Encarava Rony como se fosse divertido o desespero do rapaz.
-Você acha engraçado né? – gritou Rony – Tenho que sair daqui. Voltar pra casa e você ai, me olhando e rindo de mim.
O dragão moveu a cabeça como se dissesse a Rony para que subisse em suas costas.
-O que? Subir em você? Nem pensar.
-Para com isso garoto – disse uma voz que vinha do meio das arvores.
-Carlinhos? O que faz aqui?
-Eu te segui, pra ver se chegava bem ate metade do caminho. Vai sobe logo nas costas do dragão ele te leva ate o povoado onde você pode aparatar.
-Mas ele pode me matar. Eu tirei um corno dele lembra?
-Não – disse Carlinho esticando o que deveria ser o corno – Você tirou um graveto do rabo dele. Estava machucando ele, todos tentamos, mas ninguém conseguiu. Seria uma forma de ele te agradecer.
-Puxa – disse Rony – De nada.
O dragão bufou como se risse de Rony.
-Agora vai logo. Se for rápido chega para o jantar na Toca. Entrega isso pra mamãe – disse ele dando uma carta pra Rony – Diz ai que estou bem e que vou passar o Natal com ela.
-Ok – disse Rony enquanto subia no dragão – Ate o natal então.
O dragão levantou vôo pelo céu deixando Carlinhos e cinco anos pra trás.
________________//_________________//___________________________
-Mande um abraço para Molly, Harry – gritou Lílian da porta antes de Harry aparatar.
Mas uma vez a sensação de estar entrando em um cano. Mas Harry já havia se acostumado.
Quando abriu os olhos estava no jardim da Toca. Já estava anoitecendo. Harry foi ate a porta e bateu.
-Boa noite querido – disse Molly ao abrir a porta e ver Harry – Quanto tempo.
-Boa noite Sra. Weasley. Minha mãe lhe mandou um abraço.
-Agradeça a ela. Lílian sempre gentil. Mas vamos entrando.
Molly guiou Harry ate a sala. E a cena foi como Harry esperava.
-Olha só quem esta aqui querida.
Ginna levantou do sofá em um salto. Seus cabelos estavam soltos e iam ate as costas. Vermelhos vivos, como Harry recordava.
Os dois ficaram se olhando por um tempo. Harry teve certeza de que Ginna também estava lembrando dele e das coisas que gostava nele.
-Oi Harry – disse ela se aproximando dele. – O que faz aqui?
-Vim ver seu pai – Harry parou ao ver que a garota ficara desapontada – Mas estou feliz em te ver, muito...
-Eu também. – disse Ginna com os olhos brilhando como Harry sempre lembrava dela.
-Vamos jantar então – disse Molly.
-Eu não quero incomodar...
-Não é incomodo querido. Vamos...
-Boa noite Weasleys – disse Artur ao aparatar na casa. – Harry que prazer em vê-lo.
-É bom revê-lo também
-Molly, trouxe visitas para o jantar.
-Tudo bem – disse a mulher – quem é?
Hermione acabara de aparatar na sala.
-Ola querida.
-Ola senhora Weasley.
-Venha vamos jantar.
Na mesa do jantar, o assunto era a casa que explodiu e o reaparecimento de Draco Malfoy.
-Mas ele foi dado como morto não foi pai? – perguntou Ginna.
-Sim minha filha – respondeu Artur – Mas ninguém encontrou o corpo dele. Só o de Lucio e com um estranho ferimento no peito.
-Ferimento? – disse Hermione – Que ferimento?
-Tinha cara de magia negra. Ele foi morto pelos dementadores se lembram?
-É difícil esquecer – disse Harry.
Mais alguém havia aparatado na sala. Harry esticou o pescoço e viu Neville e Luna vindo na direção da cozinha.
-Boa noite – disse Neville – Desculpe não avisar, mas é que fui a sua casa Harry e sua mãe me disse que você estava aqui.
-Ah sim – disse Harry – vim depois de receber a sua carta. Com o curso de Auro, eu nem sabia dessa tal casa.
-Vamos pra sala – chamou Molly – Lá poderemos conversar melhor.
Lá todos sentaram nos enormes sofás novos da casa. A confusão e discussão haviam aumentado com a chegada de Fred, Jorge e Persy.
-Parece que todos resolveram visitar essa casa hoje – disse Fred.
-E ainda falta o Roniquinho!
Hermione corou. Mas voltou a sua cor normal depois de mais alguém aparata na sala.
-Mas que boca em Jorge. – brincou Fred ao reconhecer Rony com as malas no chão e a mochila nas costas.
-Rony – disse Molly se levantando e abraçando o filho – O que faz aqui?
-Oi mãe – disse ele sem graça – Resolvi voltar. Não agüentava mais ficar longe de tudo.
-O querido, deixe-me olhar você – Molly se afastou e olhou Rony como se conferisse se o rapaz estava inteiro.
-Eu estou bem mãe, é serio. – Rony correu os olhos pela sala cheia. – Quanta gente.
-É dia de visitas – disse Fred indo ate o irmão
-Pena que você perdeu o jantar – continuou Jorge.
-Droga – exclamou Rony – Torci pra chegar na hora.
-Mas você só pensa em comer – disse Hermione saindo da porta onde estava.
-Mione – disse Rony meio hipnotizando por ver a garota. Alias que não era mais uma garota. – Você esta tão... Tão... Diferente!
Hermione sorriu. Viu as bochechas coradas de Rony e sabia o que ele queria dizer com diferente. Sempre fora difícil pra ele elogiá-la.
-Vou levar como um elogio e agradecer.
-Eu não quis ofender... Você esta linda.
-Vamos acabar com a melação... – brincou Jorge
-Sei que estão felizes em se ver, mas temos um caso mais serio pra resolver. Não que eu goste de seriedades...
Todos sorriram. Rony se sentou no chão, aos pés de Hermione. Enquanto Harry estava no braço da poltrona que Ginna ocupava. Luna, Neville, Percy, Fred e Jorge se espremiam no sofá.
-Qual é o assunto? – perguntou Rony.
-Draco Malfoy. – respondeu Artur.
-Mas aquele branquelo não tinha morrido?
-Era o que pensávamos. – disse Harry – Ate a tal casa que explodiu e ele foi visto saindo da casa.
-Mas como vocês têm certeza de que é ele?
Percy jogou o jornal para Rony na pagina da noticia.
-Esse garoto no canto da pagina. Olhe nos olhos dele.
-Mas é...
Todos balançaram a cabeça positivamente.
-Se for mesmo ele, esta horrível. Vestindo trapos e com essa cara de doente.
-Agora não sabemos onde esta e o que esta aprontando. – Começou Harry – Mas por conhecer Malfoy, podemos dizer que coisa boa não é.
-Olha só a hora – disse Molly – Acho melhor continuarmos a conversa amanha.
-Ótima idéia querida – disse Artur – Uma reunião na minha sala amanha. Deixe-me ver, às 15h tudo bem?
Todos balançaram a cabeça positivamente.
-Bem eu vou pra casa – disse Harry – Você me acompanham? – perguntou a Hermione, Luna e a Neville.
-Sim, vamos Luna.
-Eu acompanho vocês – Disse Rony ao ver Hermione na direção da porta.
No jardim, todos riam alto.
-Olha – disse Ginna – Eu lembro dessa arvore.
FLASH BACK
“Harry, Ginna, Mione e Rony, estavam em baixo de uma arvore lembrando momentos e ate sorrindo de coisas que tinha acontecido durante a guerra, coisas eu eles poderia ter feito e não fizeram.
-Sabem – começou Mione que estava deitada com a cabeça sobre as pernas de Rony – Apesar de tudo, foi bom. Nós nos conhecemos, viramos amigos, agora namorados. Tenho medo que tudo acabe.
-Não vai – disse Rony – A assombração que nos impedia de sermos felizes se foi. Sem deixar vestígio algum.
-É – disse Ginna – Rony tem razão. Agora nos temos tempo de sobra.
-Sim Ginna – disse Harry – Todo o tempo do mundo.
-Vamos fazer uma coisa – disse Mione se levantando de repente. – vamos prometer que será pra sempre. Nada, nem ninguém vai acabar com a nossa amizade e nem o nosso amor – terminou olhando pra Rony.
-Prometido – disseram os outros três juntos.
-E como prova disso - Ginna ficou em pé e tirou quatro flores arvore que os cobria – Vamos cada um guardar uma dessas – entregou uma para cada um e colocou a sua no cabelo.
As flores que eram rosa-claro ficaram inexplicavelmente azul-escuro e brilharam.
Os quatro ficaram ali, sem dizer nada, vendo o sol sumir no horizonte.”
-A promessa – disseram Rony, Hermione, Ginna e Harry juntos.
-Que promessa? – perguntou Neville.
-Fizemos uma promessa cinco anos atrás – respondeu Harry – De que não nos separaríamos. No entanto, seguimos caminhos diferentes e não cumprimos.
-Mas estão aqui de novo – disse Luna. – Quero entrar nessa também.
Ginna mais uma vez, pegou seis flores na arvore. Entregou uma a cada um e colocou a sua no cabelo. Mais uma vez elas mudaram de cor, tomando um tom azul-escuro.
-Nada nem ninguém vai nos separar – disse Mione.
-Nada – disseram os outros juntos.
-Nem Draco Malfoy – brincou Rony.
Mione o olhou. Estava tão diferente, tudo estava mudado. Mas tinha muita coisa ainda pela frente que mostraria que por dentro, ainda eram todos os mesmos...
____________________//_____________________________//_______________
Draco despertou em seu antigo quarto. Estava claro e as cortinas voavam pelo quarto com o vento que batia na janela. O garoto se levantou, sentia-se muito melhor do que antes. Dirigiu-se ao banheiro e se olhou no espelho.
-Ah – gritou Draco – Mas o que...? – o jovem passava a mão pelo rosto em seguida pelos cabelos.
Ele era belo novamente, seus cabelos loiros brilhavam como nunca e a aparecia doente que carregara nesses cinco anos havia sumido.
-O que aconteceu? – perguntou Draco correndo ate a mochila para apanhar o caco de espelho. – Pai, o que aconteceu.
-Ah – exclamou Lucio ao surgir no espelho – Agora você esta melhor. É ate mais agradável olhar você.
-Ta, ta o que aconteceu comigo? Como...
-O que você sentiu quando tocou o corpo?
-Senti algo correndo em minhas veias. Era estranho, como se tivesse passando algo por elas.
-Metade do seu coração – respondeu Lucio.
-O QUE? – gritou Draco aterrorizado. – Mas como? Isso não é possível... Como ainda estou vivo?
-Metade do seu coração se tornou Alexandrita e a outra metade...
-Diga logo... Pra onde ela foi?
-Para o corpo do primeiro Malfoy.
-Primeiro Malfoy? Então ele é um antepassado nosso?
-Exatamente. Agora vá ate meu quarto e pegue uma roupa qualquer. Depois, ao anoitecer, faça uma visita aos Weasleys. Eles vão adorar te ver, estão todos te procurando.
Draco foi ate o quarto do pai. Sempre quis vestir suas roupas. Pegou um terno preto no guarda-roupa e vestiu. Depois colocou um sobretudo longo por cima da roupa. Jogou água nos cabelos brilhantes e saiu.
Estava com fome. Foi ate a cidadezinha aos redores da casa e entrou em um pequeno restaurante.
-Eu conheço você – disse a garçonete
-Não – respondeu Draco grossamente – Você não me conhece. Você nunca me viu aqui.
-Você é...
-Seja lá quem for que a senhora esteja pensando que sou esta enganada. Quero um café e uma torta e não me faça mais perguntas.
A mulher anotou o pedido e saiu. Draco se acomodou melhor na cadeira. Era tão bom estar de volta. Por enquanto ninguém poderia saber que ele havia voltado, não ate o anoitecer.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!