Bruxo Ferido



Capitulo 1:

Gina estava sentada no sofá do Lago Grimmauld número 12 inquieta. Olhava para o velho relógio de parede a todo instante.

A sua volta estavam alguns poucos membros da ordem da fênix que haviam restado.Entre eles estavam alguns de seus irmãos, sua mãe e seu pai. Uns estavam recostados na parede e outros sentados nas cadeiras e em outros sofás.

Já haviam se passado dois anos desde que os três amigos tinham começado a caçada das horcruxes. Eles já tinham destruído quase todas durante esses dois anos, só restavam ainda intactos a cobra Naguini e o próprio lorde das Trevas.

O silencio reinava em toda a sala, ninguém pronunciava alguma palavra já fazia algum tempo, todos pareciam perdidos em seus pensamentos. Mas Gina sabia o porque de todo aquele silencio. Todos estavam tentando imaginar o que estava acontecendo, o porque de tanta demora pra receberem noticias.

Gina ainda tinha em suas mão um pequeno papel amassado que tinha pegado das mãos de Harry antes de ele sair apressado. Nele continha poucas palavras escritas em uma caligrafia meio escarranchada de garoto. A pequena frase que parecia que havia sido escrita as pressas, havia deixado Harry seu irmão e Hermione nervosos.

Algumas horas atrás estavam todos sentados em volta da mesa da cozinha comendo o delicioso lanche que a senhora Weasley havia preparado quando Harry, Rony e Hermione entraram apressados pela porta da cozinha usando suas capas de sair e com umas caras preocupadas.

-Vamos ter que sair –Harry disse com um tom de voz seco

-A onde vocês vão? –perguntou Quim Shackebold se levantando da cadeira percebendo que se tratava de algo sério.

Os garotos entreolharam-se e hesitaram um pouco.

-Recebemos uma informação que precisamos ir conferir –Harry disse e depois de pensar um pouco entregou o bilhete para Quim.

-Eu irei com vocês -disse devolvendo o bilhete para o garoto após lê-lo.

-E nós também –Gui, Carlinhos e Jorge falaram ao mesmo tempo se levantando.

-Seja lá o que for vão precisar de toda a ajuda possível –Carlinhos falou

-Não! –Harry disse com uma voz firme –Não quero que mais ninguém se machuque com essa historia. Não sabemos se é verdade ou se é alguma cilada. Iremos apenas nós três!

-Não irei deixar vocês irem sozinhos. –Quim estava falando serio colocando sua capa –Se for uma cilada deve haver um monte deles para cercarem vocês.

-Nós nos viramos na hora! –desta vez era Rony quem falava –Só não queremos que mais alguém se machuque.

-Os próximos serão vocês se continuarem a serem teimosos –a senhora Weasley falou colocando as mãos na cintura –Nos somos um grupo e um deve ajudar o outro!

-Mas...

-Vamos deixar pelo menos o Quim vir conosco –Hermione passara a frente dos dois amigos interrompendo Rony –Se for realmente verdade o que está acontecendo vamos precisar de alguma ajuda.

-Esta bem –Harry concordou depois de algum tempo relutante –Mas só o Quim! Pelo que li, se for verdade e não uma cilada deve haver poucos comensais por lá.

-OK –Quim respondeu e fez um pequeno aceno com a cabeça.

-Podemos ao menos saber onde vão? –senhora Weasley disse

-É melhor não. –e dizendo isso eles passaram pela porta deixando os outros para trás.

-Gina! –a garota escutou sua mãe a chamando, mas nem deu atenção, já estava atravessando a porta seguindo Harry.

Passou pela porta e viu Rony, Hermione e Quim atravessarem a porta que dava para a rua. Antes que Harry também o fizesse a ruiva o chamou.

-Harry! –o garoto olhou para trás com sua expressão seria que havia adquirido desde que havia ido a caça aos horcruxes –Espera!

-O que foi? –ele também tinha adquirido um tom seco de voz, não era mais o mesmo Harry de dois anos atrás.

-O que esta acontecendo? –perguntou a garota parando na frente do moreno –Eu quero ir com vocês e ajudar.

-Gina...-o garoto tinha uma expressão calma agora –Não quero que se machuque, não quero que se arrisque. Muitos já morreram nesta caçada que pertence apenas a mim. Seu irmão e Hermione já se arriscam demais para tentarem me ajudar.

-Não me importo em me arriscar! Não tenho medo! Só quero fazer alguma coisa mais do que ficar aqui dentro. Eu agora faço parte da ordem e quero ajudar! Não sou mais uma garotinha indefesa!

-Eu sei, Gina! Mas não quero que você se machuque. –mesmo fazendo dois anos que tentava esquecer a ruiva ela não conseguia. Tentava ser seco não demonstrando seus sentimentos, isso estava dando certo e não queria fraquejar agora.

-Só se cuide então. –Gina segurou na mão do moreno e lhe deu um beijo na bochecha –Boa sorte. –sussurrou no ouvido dele.

Soltou a mão dele e ficou com o pequeno pedaço de papel em sua mão.

-Não mostre a ninguém –ele disse olhando o papel –Eles vão querer ir atrás de nós.

Gina assentiu com a cabeça. Deu um suspiro e viu ele passar pela porta e desaparecer de vista.

Olhou para o pedaço de papel amassado e o abriu.
Não conhecia a caligrafia, era um pouco feia, mas legível.

Leu as poucas palavras que diziam:

Potter,

Estou na Mansão Malfoy junto com o Lorde das Trevas.
Estamos duelando, mas eu sei que só você pode derrotá-lo, então venha ao meu encontro o mais rápido possível.

Draco Malfoy

Quatro horas já haviam se passado, e nenhuma noticia. Gina acabara de ver a hora no relógio, já eram nove e três e não se escutava algum ruído já fazia uma hora.

-Já chega! –a senhora Weasley exclamou levantando-se do sofá –Vou atrás deles! Não agüento mais esperar sem saber o que está acontecendo!

Todos olharam para a senhora Weasley, muitos pareciam que estavam voltando de um transe que tinha durado horas.

-Não! –o senhor Weasley falou com uma expressão séria –Eles pediram para esperarmos sem agirmos. –ele olhou para a esposa -Você nem sabe onde eles estão. Seja lá onde estiverem eles devem estar bem. Vamos esperar! Se alguma coisa acontecer nós ficaremos sabendo.

-Não, Arthur! –a mulher tinha uma expressão de medo, raiva, preocupação, não dava para se saber ao certo, a mulher estava apavorada –Meu filho está sei lá onde junto com seus melhores amigos e um membro da ordem! Não quero perder mais nenhum filho e nenhum amigo! –a mulher olhava o marido com os olhos vermelhos e cheios de água.

-Mãe... –Gina falou antes que o pai seguisse com a discussão –Fique calma. Está tudo bem.

A senhora Weasley olhou para a filha com os olhos marejados, a sua expressão de raiva tinha ido embora, agora só tinha a de preocupação e de medo.
A ruiva levantou-se do sofá e caminhou em direção a mãe com uma expressão calma e consoladora. Chegou perto da mãe, segurou sua mão e disse olhando em seus olhos.

-Fique calma. Não fique nervosa. –Gina forçou um sorriso para mãe tentando parecer calma, estava tão preocupada quanto, mas sabia que teria que manter o controle –Confie neles, eles já são bem grandinhos e sabem se cuidar. E se acontecer alguma coisa temos que estar calmos para podermos ajudar.

A senhora Weasley abraçou a filha e esta retribuiu o abraço.

-O que seria de mim sem você, minha filha? –a mãe disse com uma voz rouca.

-Uma mulher que não precisaria se preocupar com as maluquices que sua filha retardada faz.- Gina respondeu sorrindo.

A senhora Weasley sorriu soltando a filha e sentou-se novamente. Gina encaminhou-se para o sofá onde estava sentada e encostou-se ao braço do sofá.

Não havia se passado nem dois minutos e escutaram barulhos do lado de fora da casa. Todos olharam em direção à porta, e escutaram o barulho de alguém subindo a escada da entrada. Todos empunharam as varinhas as apontando em direção a porta.

A porta se abriu e por ela passaram primeiramente três pessoas. Quim e Rony carregavam um corpo. O garoto estava com manchas escuras pelas vestes negras que pareciam ser sangue, tinha muitos ferimentos pelo rosto fino e a roupa estava muito rasgada.

Todos arregalaram os olhos quando o olharam desacordado com seu cabelo caindo aos olhos. Muitos já haviam baixado suas varinhas incluindo Gina e a senhora Weasley.

-Ele esta morto? –a senhora Weasley perguntou indo ate os três para ajudar a carregar o garoto

-Não! –Harry apareceu por trás dos três seguido por Hermione –Só está desacordado.

-Harry...-Gina foi até o moreno –O seu braço está ferido. –ela disse examinando melhor o braço dele

-Foi só um arranhão –ele respondeu –O Malfoy é que não esta bem. Ele precisa de cuidados.

-Está bem –disse a senhora Weasley –Gina, venha me ajudar. –e dizendo isso conjurou uma maca onde deitou Draco.
Gina olhou para a mãe subindo as escadas com Draco desacordado em uma maca a sua frente, ela os seguiu entrando em um quarto vazio e fechando a porta atrás de si .

A senhora Weasley o estava deitando na cama e desfez a maca que tinha conjurado. Gina foi ajudar a mãe a arrumá-lo na cama, colocou um travesseiro confortável e macio em baixo da cabeleira loira dele.

-Pegue um pouco de água com um pano para limparmos um pouco desse sangue. –a senhora Weasley falou

Gina concordou com a cabeça e desceu em direção a cozinha. Passou pela sala e escutou Harry relatando um pedaço do acontecido

-Então, entramos e vimos ele quase caindo no chão fraco...

Mas nem parou para continuar a escutar, passou direto para a cozinha.

Pegou uma bacia e colocou um pouco de água morna e pegou uma toalha limpa e voltou para a sala.

-Encontramos o corpo dela caído no chão. Eu verifiquei e ela estava morta...

Novamente não parou para escutar Hermione falar e subiu as escadas.
Entrou e fechou a porta. A senhora Weasley já estava preparando alguma poção que tinha um cheiro muito forte e podre, e ao lado tinha uma pequena vasilha com uma espécie de pomada verde feita de ervas.

-Tentei fechar os cortes com um feitiço, mas não deu resultado. Ele foi muito atingindo por vários feitiços seguidos vou ter que usar umas ervas que conheço –a senhora Weasley disse vendo a filha entrar no quarto -Limpe as feridas do rosto dele com o pano úmido.

E assim o fez. Jogou o cabelo que estava sobre os olhos dele para trás e limpou o rosto dele que estava molhado de suor e sangue.

O loiro não moveu um milímetro enquanto a senhora Weasley examinava os seus ferimentos do rosto e passava as ervas em vários dos seus cortes.

-Termine de limpá-lo e de cuidar de seus ferimentos. –a senhora Weasley disse levantando-se da cama –Vou ver como os outros estão e dar uma olhada no braço do Harry. Quando ele acordar faça-o tomar toda aquela poção. Obrigue-o se for preciso, isso vai ajudar na recuperação.

-Ok, mãe. –a ruiva havia sentando-se na beira da cama e pegando o pano.

A senhora Weasley fechou a porta e Gina pode escutar os passos da mãe descendo a escada.
Olhou para o loiro a sua frente, ele tinha uma expressão triste e magoada. A garota reparou pela primeira vez o quão bonito ele era, com seu rosto pálido e fino e seus cabelos loiros caídos sobre os olhos.

Retirou a camisa do garoto a sua frente e começou a limpar seu abdome. Ele estava cheio de sangue e com muitos cortes profundos por grande parte do corpo.

Depois de limpá-lo, passou a pomada que sua mãe havia preparado. Enquanto passava cuidadosamente a pomada em cada ferimento, ia reparando em cada curva do abdome do loiro, estava imaginando quanto tempo ele havia levado para conseguir aquele tanque.

Quando já estava quase acabando de enfaixar alguns dos ferimentos mais profundos, o loiro começou a se remexer um pouco.

Draco abriu os olhos lentamente e viu uma ruiva sentada a sua cama cuidando de seus ferimentos. Ele estava sentindo uma forte dor de cabeça, parecia que haviam brincado de pedreiro e sua cabeça tinha sido o martelo.

Gina olhou para o loiro já acordado. Ele estava com uma cara péssima, alem dos arranhões estava com uma expressão emburrada e triste ao mesmo tempo.

-Como está? –perguntou secamente a ruiva

-Como você acha? –ele respondeu amargo

Ela resmungou algo levantando-se da cama

Draco tentou levantar-se da cama, mas sentiu fortes dores pelo corpo e gemeu um pouco. Gina veio correndo para botá-lo de volta à cama.

-Nem pense em se levantar!- a garota o estava empurrando de volta para o travesseiro –Você ainda está fraco e com muitos ferimentos. Tome! –completou entregando a ele um copo.

-Você é tão delicada –ele disse deitando novamente e pegando o copo

-Você não imagina –ela respondeu.

-O que é isso? –ele perguntou cheirando o liquido no copo e fazendo uma cara de nojo –É veneno?

-Gostaria que fosse, mas não é! –respondeu - Isso é para aliviar um pouco suas dores e te ajudar na recuperação.

-Não vou tomar isso! –ele exclamou –Tem um cheiro podre!

-Vamos ver se não! –ela pegou o copo e o colocou na boca do loiro fazendo-o tomar um pouco do liquido.

Ele engoliu um pouco quase se engasgando.

-Gostoso? –ela perguntou rindo

-Delicioso! –ele disse entre tosses com um tom sarcástico –Porque não experimenta um pouco?

-Não, muito obrigada. Tem que sobrar mais para você. –ela estava rindo um pouco –Agora serio. Tome. Vai ajudar a aliviar a dor.

Ele pegou o copo e olhou desgostoso.

-Por que esta aqui cuidando de mim? –ele quis saber tampando o nariz e bebendo o resto do liquido

Ela deu de ombros e pegou uma coberta em uma gaveta.

-Você estava ferido e eu e minha mãe te trouxemos pra cá. Depois ela foi lá ver como os outros estavam e me pediu para que ficasse aqui terminando de te limpar e cuidar dos seus ferimentos.

Ele tinha acabado de tomar a poção e estava fazendo uma careta retorcendo o nariz.

-Esse negócio tem um gosto horrível! –ele disse colocando o copo ao seu lado em uma mesinha

-Não senti gosto nenhum. –Gina disse colocando a coberta aos pés de Draco

-Morri de rir! –ele disse sarcástico

-Espere um pouco que já volto.

-Como se eu fosse sair daqui para ir a algum lugar com essas dores.

-Sei lá! –disse parando na porta e olhando para ele –Do jeito que você é metido a bonzão achei que iria querer tentar levantar de novo.

Ela saiu do quarto e foi ate o quarto de Harry e pegou uma camisa e uma calça em uma das gavetas. Voltou e ele estava sentado na cama com os braços cruzados e uma cara emburrada.

-Toma. Vista isso. Deve te servir. –disse jogando as roupas para ele –São as roupas do Harry.

-Não vou usar as roupas dele!

-Então fique sem roupa! –respondeu sem pensar em como ele poderia entender isso

-Sei que você adoraria ver essa cena, mas não vou realizar seu sonho. –ele disse com seu sorriso de lado.

Ela voltou-se para ele irritada e respondeu:

-Coitado! Nem nesse estado perde esse seu senso de humor! –disse dando uma risada sarcástica.

-Pensa que não notei? –ele fez uma cara safada

-O que? –ela perguntou

-Não se faça de sonsa! Vi muito bem você me admirando enquanto pensava que eu estava desacordado.

-Eu o que?! –disse se aproximando da cama do loiro -Ate parece! Eu? Admirando um Malfoy? Credo!

Ela estava o olhando irritada. Mais irritada consigo do que com ele, pois ela sabia que era verdade, mas não era para ele ter percebido.

-E eu preferia muito mais estar cuidando do braço do Harry. –ela virou-se para recolher a bacia.

-Sempre o Potter –ele exclamou revirando os olhos

-Claro!- ela voltou-se para ele

-Como se ele fosse mais bonito e charmoso que eu.

-Como se ele fosse não! –ela o corrigiu –Ele é!

Ela foi em direção a porta e a abriu.

-Descanse que depois minha mãe vem aqui para ver como está e lhe dar algo para comer.

-Sua mãe? Que ótimo! –ele exclamou –Pelo menos acho que ela não vai me enfiar a comida goela abaixo como você fez com a poção.

-Que ótimo para mim! Não vou que aturar um loiro irritante e mal agradecido novamente como você.

-Mas um loiro irritante muito charmoso você tem que admitir. –ele respondeu com um sorriso irritante

Ela bateu a porta quando ele disse isso.

-Eu detesto esse garoto! – o que tem de bonito tem de chato, completou em sua mente para ter absoluta certeza de que ele não iria escutar.

Desceu as escadas e encontrou todos reunidos na sala.
A senhora Weasley estava enfaixando o braço do Harry enquanto dava um sermão nos três garotos.

-Vocês nunca mais façam isso –ela dizia como se estivesse dando uma bronca em crianças de dez anos de idade –Nos deixaram sem noticias! Não nos avisaram aonde iam, o que iam enfrentar...

-Ta legal, mãe –Rony exclamava com uma cara de quem não estava agüentando mais.

-Eles já estão crescidos, Molly! –agora era o senhor Weasley quem estava falando –Todos os três já têm dezenove anos e sabem o suficiente para poderem enfrentar comensais!

-É mãe! –Jorge falava –Eles já nos provaram como são maduros o suficiente para enfrentar Você-Sabe-Quem.

-Eu só não quero perder mais nenhum filho –os olhos da senhora Weasley estavam novamente se enchendo de lagrimas –Vocês sabem que tenho Harry e Hermione também como se fossem meus filhos. –ela esfregou os olhos e engoliu o choro

Todos sabiam que a senhora Weasley ainda não tinha superado a perda de um dos seus filhos. Fred o irmão gêmeo de Jorge tinha morrido pelas mãos de um comensal na batalha que tiveram em Hogwarts.

-Nós sabemos e agradecemos –Hermione colocou a mão no ombro da senhora Weasley –E também temos a senhora como uma mãe. Não é mesmo Harry?

-Claro –o garoto apressou-se em responder

-Gina! –a senhora Weasley exclamou quando viu a filha parada na entrada da sala segurando uma bacia, um pano e um copo – Como ele esta?

-Com dores, mas infelizmente a língua parece estar em perfeito estado! –ela disse com um ar irritado entrando pela sala –Ele vai sobreviver.

-Acho que ainda faço um bom trabalho – a senhora Weasley disse terminando de enfaixar o braço de Harry.

-Como você esta, Harry? –a garota ruiva perguntou

-Estou bem. Foi só um feitiço que me atingiu.

-Vocês devem estar com fome – a senhora Weasley levantou do sofá –Vou para a cozinha preparar o jantar. Estava tão preocupada que nem tive cabeça para preparar antes.

-Vou ajudar para andar mais rápido - Hermione disse se levantando

-Não precisa, Mione. –Gina disse a amiga –Você esta cansada, vai tomar um banho e descansar. Eu ajudo. Quando estiver pronto eu chamo você. E isso também serve para vocês três. –disse olhando para Harry, Rony e Quim.

-Às vezes é bom ter irmã só para esses momentos –Rony disse ao ouvido de Harry –Porque nas outras vezes só serve para encher o saco.

-Então retiro o que disse para você. Só irei avisar para os três –disse parando a porta da cozinha

Rony mostrou a língua para a irmã como se fosse uma criança e falou como resposta:

-O Harry me avisa quando você o avisar.

-Quem disse? –Harry olhou para o amigo

-Bem feito! –Gina disse virando-se para entrar na cozinha.

Depois de meia hora ajudando a mãe a enfeitiçar os materiais para o jantar ficar pronto, eles tinham servido à mesa um belo jantar.

-Gina, querida. –a senhora Weasley disse a filha vendo que ela já havia acabado seu jantar -Vai lá em cima e leve essa bandeja de comida para o nosso hospede enquanto eu acabo de arrumar a cozinha.

-Está bem –a garota disse revirando os olhos

Gina levantou-se e pegou a bandeja das mãos da mãe.

Subiu as escadas e entrou no quarto do loiro.
Ele estava sentado na cama, encostado no travesseiro que tinha ajeitado confortavelmente atrás de si olhando para o nada perdido em seus pensamentos. Ele nem viu Gina entrando, só foi perceber a presença da garota quanto esta parou na sua frente.

-Trouxe seu jantar –ela disse colocando a bandeja no colo dele

-Obrigado. –ele disse sério pegando o garfo

-O que foi? –ela perguntou reparando que ele estava estranho

-Não te interessa! –ele disse grosseiramente a ruiva

-Tanto faz! –ela disse se encaminhando a porta para ir embora

-Espere! –ele gritou atrás da garota sem pensar

-O que é? –ela perguntou seca

Ele pensou por um segundo no que iria responder e por fim falou.

-Vai descer?

-É o que pretendo fazer. Por quê?

-Por nada. –ele disse dando de ombros e voltando sua atenção ao seu prato de comida

Gina o olhou curiosa e voltou para mais perto da cama dele.

-Agora eu que pergunto. –ele começou sem tirar os olhos do seu prato –O que foi?

-O que aconteceu? –ela perguntou sentando-se em uma cadeira perto da cama –Lá na sua casa.

-Como assim?

-O que aconteceu para você chamar o Harry e voltar nesse estado? E por que resolveu se voltar contra Você-Sabe-Quem?

-Uma longa historia.- ele disse remexendo a comida, mas sem comê-la.

-Temos tempo ate você acabar de comer para eu poder levar bandeja. A não ser que não queira falar sobre isso.

Ele pousou o garfo e ficou em silencio por algum tempo. Gina até pensou que ele não iria contar nada e que iria ter que perguntar a Hermione mais tarde.

-Ele a matou. –as palavras jorraram da boca dele, como se estivessem doidas para saírem a tempos –O Lorde das Trevas matou minha mãe.

Gina ficou parada, não sabia o que falar, apenas ficou quieta esperando que ele prosseguisse.
Ele abriu os olhos e olhou para o lado evitando o contato visual com a ruiva

-Ele a matou por minha culpa –ele exclamou e Gina percebeu que os olhos azuis estavam se enchendo de lagrimas –Ele a matou porque eu sou um incompetente e covarde. Porque eu sou um fraco e idiota. –os olhos dele podiam estar cheios de lagrimas, mas ele não vacilou, de seus olhos não saíram nem uma lagrima.

-Não! –ela disse o olhando perplexa –Não é culpa sua! –ela tinha uma voz consoladora, falava de um jeito que nunca esperou falar com Draco.

Ele olhou para ela, seus olhos não tinham mais lagrimas, apenas demonstravam tristeza e dor.

-Ele a matou porque ele não tem coração e não sabe amar! – os olhos amendoados dela encaravam os azuis dele –Porque ele não sabe o que é ter uma mãe.

-Mas se eu não tivesse sido fraco e cumprido as ordens dele ela estaria viva! Ela não teria tentado me defender da ira do nosso mestre e ele não teria a matado!

-Ex-mestre –a garota disse firme

-Como? –ele ainda a encarava

-Agora acho que você vai passar para o nosso lado, não é? –ela desviou os olhos dos dele –Depois de ele ter matado sua mãe, você vai querer derrotá-lo também.

-Quero derrotá-lo, mas não sei se vai ser ao lado de vocês. Não faço parte do seu grupo.

-Não precisa ser do nosso grupo.Apenas junte-se a nós ate conseguirmos derrotá-lo.

Ele não respondeu, apenas baixou novamente a cabeça para encarar seu prato.

-Vai esfriar –ele levantou a cabeça para a ruiva –Coma! Se não a comida vai esfriar. –ela disse se levantando indo em direção a janela fingindo que ia ajeitar a cortina.

Ele pegou o garfo em silencio e do mesmo modo comeu.
Gina ficou o observando comer. Ele era todo educado, não era igual a seus irmãos que comiam de um jeito que parecia que a comida iria sair correndo da mesa.
Durante o longo silencio que esteve enquanto Draco comia, Gina olhava a expressão triste do loiro em sua face inchada e cheia de arranhões. Percebeu pela primeira vez que por traz daquele garoto irritante que conhecia da escola podia existia um homem maduro com sentimentos, e o que o que ele havia demonstrado por tanto tempo era apenas o garoto que o pai queria que ele fosse, uma copia quase perfeita de Lucius Malfoy.

Assim que ele acabou de comer ela recolheu o prato e se retirou do quarto.

Draco encontrava-se novamente sozinho no quarto, ele estava com a cabeça a mil. Ele ajeitou-se na cama com um pouco de dificuldade por causa das dores.
Tudo se passava como um filme em sua cabeça, por mais que ele tentasse a cena da morte de sua mãe não saia de sua cabeça, ele sabia que isto o iria atormentá-lo por toda a sua vida.


[n]N/A: Oieee
Espero q tenham gostadpo do 1 cap...
Estou escrevendo essa fic com mto carinho pra vcs, e sempre q puder estarei postando.
E eu lhes imploroooo....
COMENTEM para fazerem uma autora felizzz
Bjoo a todos os leitore[n/]

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