Capitulo 2
CAPITULO II
“Não aceite um convite em cima da hora. Deixe-o pensar que você está ocupada e que vai tentar arrumar tempo para vê-lo. — Diário de Megan Madacy, Primavera de 1923”
Quando acordou na manhã seguinte, Hermione sentiu-se descansada como não se sentia em meses. Enquanto se vestia, viu o diário na mesinha-de-cabeceira e sorriu. Que ingenuidade a de sua avozinha, imaginar que uma receita tão simplória garantiria um casamento feliz com o homem de seus sonhos! E ela seria mais ingênua ainda se acreditasse que, seguindo os conselhos da receita e ignorando Harry, ele se interessaria por ela.
Já era tarde quando Hermione desceu para preparar o café da manhã. Ela própria não se dera conta de que estava tão cansada e necessitada de sono. Naquela manhã sentia-se bem-disposta e com energia, e decidiu que trabalharia no jardim.
Usando short e camiseta regata, Hermione passou a manhã inteira podando, plantando, cortando a grama e aproveitando para ganhar um pouco de cor. Era agradável movimentar-se sob o sol quente, deixando a mente divagar, dando asas à imaginação.
A uma hora da tarde, ela entrou e preparou uma salada com legumes e atum enlatado e uma limonada. Estava satisfeita com o resultado de seu trabalho. O jardim parecia ter recebido os cuidados de um profissional; com a grama aparada e os arbustos podados, os canteiros de flores ganharam nova vida e cor.
Hermione serviu-se de um segundo copo de limonada e foi sentar-se numa espreguiçadeira à sombra de um frondoso carvalho. Tinha muito tempo para descansar antes de tomar banho e arrumar-se para ir jantar com Gina e Draco no Fibbing Fisherman Café. Sentia-se cansada, mas era um cansaço muito diferente do que sentia em Nova York, um cansaço físico que fazia bem à mente.
Hermione acabou adormecendo e acordou algum tempo depois, sentindo-se revigorada. Voltou para a cozinha e fez um pouco de café, que tomou com biscoitos de melado, especialidade de sua tia. Depois de secar e guardar a pouca louça que usara, saiu novamente para o jardim, com uma xícara de café na mão. Estava se sentando na espreguiçadeira quando ouviu o carro de Harry chegar e estacionar, na entrada da casa ao lado. Ela ficou imediatamente paralisada, a não ser pelo tremor das mãos. De repente, lembrou-se da "receita" de vovó Megan. Devia seguir os conselhos dela, ou não? Qual seria o resultado de evitar e ignorar Harry? Ele se sentiria desafiado e interessado, ou ficaria feliz e aliviado por ela finalmente deixá-lo em paz? Desviou o olhar e levou a xícara de café aos lábios, estremecendo quando ouviu a voz dele.
— Se você vai ficar aí mais algum tempo, já vou lhe fazer companhia! Só vou trocar de roupa.
Hermione olhou para ele, o coração saltando dentro do peito. Os cabelos escuros estavam levemente desalinhados, o terno elegante realçava o corpo alto e atlético e o ar de profissional bem-sucedido e seguro de si.
Ela limitou-se a assentir com a cabeça e recostou-se, segurando a xícara com as duas mãos, observando as nuvens brancas que se moviam lentamente no céu, tentando recordar o que a bisavó escrevera no diário. Não podia negar que Harry fora a paixão de sua adolescência e que até agora a afetava como nenhum outro homem o fizera. Ele era o objeto de seus sonhos e fantasias, mas imaginar que se apaixonaria por ela e que viveriam felizes para sempre seria uma infantilidade inadmissível para uma mulher com quase trinta anos de idade. Por outro lado, não custava nada ver até onde aquilo levaria. Harry estava demonstrando um interesse que nunca demonstrara antes. Não que ela acreditasse que esse interesse tivesse sido despertado pela atitude indiferente dela. Provavelmente ele estava sendo atencioso pelo fato de ela estar sozinha na casa, com os tios viajando. Estava cumprindo seu dever de vizinho.
Harry atravessou o gramado dez minutos mais tarde, o olhar fixo nela. Ele mudara de roupa e usava uma bermuda caqui e camiseta amarela. Hermione sentiu dificuldade para respirar e sua boca ficou imediatamente seca.
— Acabei de fazer café — ela forçou-se a falar com naturalidade. — Se quiser, fique à vontade, está na garrafa térmica, na cozinha.
— Não, tomarei um gole do seu. — Harry arrastou a outra espreguiçadeira para perto dela. — Estou vendo que você deu um trato no jardim — acrescentou, estendendo o braço e tirando a xícara das mãos dela.
Seus dedos se tocaram e uma espécie de choque elétrico percorreu o corpo de Hermione.
— Hum... gostoso — ele elogiou.
— Obrigada. — Hermione passou uma mão pelos cabelos, sem jeito. — Há quanto tempo, não? Como você está?
— Bem...
Hermione notou, surpresa, que ele também parecia estar sem graça.
— E você, Hermione?
— Também...
— Gina disse que você vai ficar algumas semanas aqui.
— Sim. — Hermione aceitou a xícara de volta, tomando o cuidado de não encostar na mão dele.
— E depois... o que pretende fazer?
— Ainda não decidi. Estou pensando.
O olhar de Harry passeou pelo corpo de Hermione, detendo-se mais demoradamente nas pernas, nos joelhos dobrados. Ele nunca reparara como eram bem-feitas, como a pele dela parecia macia e sedosa. Observou os pés descalços apoiados na almofada plastificada que forrava a espreguiçadeira. Eram delicados, perfeitos, as unhas bem-aparadas sem esmalte.
— E o emprego em Nova York?
— Não há mais emprego. Fui demitida. Eu e mais metade da empresa.
— Bem, eu diria que metade das empresas estão fazendo a mesma coisa.
— E você? Continua sendo o advogado de maior prestígio de Charlotte?
Harry sorriu.
— Eu não chegaria a tanto.
— Para que a modéstia?
— Eu me esforço. Faço o que posso. Tem compromisso para hoje à noite? — Harry perguntou abruptamente, pegando Hermione desprevenida.
— Sim. Eu já havia dito a você que vou jantar fora.
— Com quem?
— Não que seja da sua conta, mas vou jantar com Gina.
Harry reprimiu um suspiro, sentindo-se sensivelmente mais relaxado. Hermione recusara seu convite, para jantar com a prima, o que era natural. As duas eram amigas desde a infância e deviam ter muito que conversar.
— E amanhã?
— O que é isso, um interrogatório? Por acaso estou no banco das testemunhas?
— É só curiosidade. Você chegou na quarta-feira... e já tem tantos compromissos! Amanhã?
— Você não desiste, mesmo, não é? — Hermione sorriu. — Amanhã vou sair com Cari Penning. Nós nos vimos ontem no clube de campo e ele me convidou para conversar sobre os velhos tempos.
Harry recostou a cabeça, com uma leve ruga na testa. Cari Penning tinha a mesma idade de Hermione. Os dois costumavam jogar tênis no clube, quando ela vinha passar férias na casa dos tios. Ele jogara com eles uma vez, desafiara-os para uma partida, julgando que sairia vencedor. Mas perdera.
— E domingo à tarde? Poderíamos jogar tênis.
— Pode ser.
Harry voltou a examinar Hermione, desta vez prestando atenção nos cabelos castanhos, cortados na altura dos ombros. Anos atrás ela os usava compridos até quase a cintura. Depois houvera uma época em que ela os cortara muito curtos. Curtos demais, para o gosto dele. Ele gostava do comprimento em que estavam agora. Era mais feminino.
Harry reparou também nos cílios longos e espessos que emolduravam os olhos cor de chocolate.
— Se não quiser jogar, podemos ir passear perto do rio, nadar... E depois tomar um lanche no clube. Eles têm um bufe maravilhoso à noite também, agora.
Surpreso, Harry deu-se conta de que só sossegaria quando Hermione aceitasse um convite seu. Normalmente ele não insistia com mulher alguma. Se ela recusava, ele considerava que ela é quem estava perdendo.
— Vou falar com Gina, mas acho que terei alguma tarde livre. Talvez no próximo fim de semana.
Aquela indefinição incomodava Harry profundamente, mas o orgulho impediu-o de persistir no assunto.
— Tem defendido muitas causas no tribunal? — indagou Hermione.
— Sim. Se tiver tempo, apareça por lá qualquer dia. Tenho audiências marcadas para a semana inteira.
— Eu fui ver você, uma vez.
— Eu me lembro. Você e Gina se sentaram no fundo e deram risadinhas o tempo inteiro.
— Nós não fizemos isso — Hermione protestou, indignada. — Achei você tão bom quanto... Perry Mason.
Ela consultou o relógio de pulso e ergueu o corpo, sentando-se na beirada da espreguiçadeira. Harry também apoiou um pé no chão, quase encostando o joelho no dela.
— Vai a algum lugar?
— Preciso me arrumar para esperar Gina.
— Desfaça o compromisso com Gina. Vá jantar comigo — Harry falou impulsivamente.
— Não posso. Gina quer que eu conheça Draco.
— E isso é importante?
— Claro. Eu prometi a ela que iria. Está tudo combinado.
— Então convide-me para ir junto com vocês.
Ele deslizou os dedos pelo braço de Hermione, deliciando-se com o toque. Ela tinha a pele macia, e pensamentos inconvenientes ameaçaram começar a atormentá-lo.
— Mas não fui eu quem fez o convite — lembrou ela, com dificuldade para respirar. — Fui convidada.
— Você vai passar vários dias aqui. Terá tempo de sobra para conhecer Draco. Jante comigo hoje, por favor.
— Eu não posso, Harry. Eu...
Ele segurou-a pelo braço, impedindo-a de levantar-se.
— Você só não pode se não quiser.
Gentilmente, ele acariciou o pulso de Hermione, e notou o brilho que surgiu nos olhos dela, bem como o movimento levemente arfante de seu peito. Mais um pouco e ela cederia. Harry reconhecia os sinais, familiarizado que estava com o confronto com pessoas sob fortes emoções.
Subitamente, ele sentiu vontade de beijá-la, de experimentar o sabor daqueles lábios femininos, que pareciam ansiosos para ser tocados.
— Você fala comigo como se estivesse induzindo uma testemunha.
Harry sorriu, satisfeito ao detectar a fragilidade no tom de voz dela. Ela falaria naquele tom se ele a levasse para a cama? Ficaria tímida, insegura? Ou teria uma atitude ousada?
— Oh, as testemunhas são muito mais difíceis de induzir!
Hermione apertou os lábios, contrafeita. Que homem arrogante! O que ele estava pensando? Que só porque ela tivera uma paixão de adolescente por ele anos atrás faria o que ele quisesse agora a um simples estalar de dedos?
— Não, Harry — falou com firmeza. — Não vou desmarcar meu compromisso com Gina. Se eu tivesse combinado alguma coisa com você, você iria gostar se eu desistisse na última hora?
— Gina é sua prima, não vai ficar zangada com você.
— Não importa, Não vou mudar de idéia.
Hermione pôs-se de pé, com determinação. Não falharia com Gina, independentemente dos conselhos que lera no diário da bisavó.
Não conseguiu, no entanto, dar um passo. Sentiu-se fortemente puxada pelo pulso e, quando se deu conta, estava sentada no colo de Harry. Não teve tempo nem sequer de protestar, pois os lábios dele cobriram os seus num beijo selvagem, impedindo-a até mesmo de respirar. Pouco a pouco, porém, o beijo foi se suavizando e, num gesto instintivo, semiconsciente, Hermione enlaçou Harry pelo pescoço, retribuindo com ardor. Durante um longo momento, foi como se a terra parasse de girar e o tempo paralisasse.
Um turbilhão de emoções explodiu dentro de Hermione. A surpresa inicial foi logo substituída por uma onda de desejo que sacudiu o seu corpo. Ela teria ficado nos braços de Harry para sempre. Naquele momento, se ele quisesse, teria se entregado a ele sem refletir duas vezes, sem pensar nas conseqüências.
Por isso, a sensação de vazio quê a invadiu quando ele interrompeu o beijo foi enorme.
— Você pode não cancelar seus compromissos — ele declarou, sério. — Mas pelo menos vai se lembrar de mim, durante eles.
Ele deu um tapinha nas costas de Hermione e obrigou-a a levantar-se, fazendo o mesmo. Sem mais uma palavra, deu meia-volta e afastou-se em direção a sua casa.
Paralisada, com os lábios entreabertos, Hermione ficou observando-o até vê-lo entrar e desaparecer dentro da casa vizinha.
Durante anos, ela sonhara com aquele beijo. Chegara a acreditar que nunca aconteceria. Mas acontecera, finalmente... E que beijo! Hermione sabia que aquele beijo a deixara imune a todo e qualquer outro que ela viesse a receber, de outro homem.
O que a incomodava eram os motivos que haviam levado Harry a beijá-la. O homem era a arrogância personificada! Que convencido, achar que ela ficaria derretida a ponto de pensar nele quando estivesse com outra pessoa.
O pior é que era verdade!
E o pior, também é que Harry não queria nenhum compromisso sério. Queria apenas divertir-se um pouco, sentir o sabor de uma conquista difícil. Em parte, vovó Megan tinha razão. Os homens só davam valor ao que não podiam ter.
Hermione atravessou o gramado em direção à casa, tentando convencer a si mesma de que o que sentia por Harry era uma obsessão, uma atração física passageira, um sentimento que nada tinha a ver com amor, com respeito mútuo ou comprometimento futuro. Ela se lembrava dos comentários que o ouvira fazer, quando era adolescente. Harry não era do tipo de homem que pensava em se casar e ter uma família. Tudo que queria era aproveitar a vida.
Por outro lado, alguma coisa mudara, e ela não sabia o que era. Por que ele a procurara? Normalmente, evitava-a o quanto podia. Dessa vez, convidara-a para sair e insistira para que ela aceitasse o convite. Hermione não sabia o que ele tinha em mente, mas, fosse o que fosse, valera a pena o beijo! E, sem dúvida nenhuma, ela pensaria nele o tempo inteiro, não só naquela noite como nos próximos dias e noites.
Enquanto tomava banho, Hermione refletia sobre o que lera no diário da bisavó. Por mais que parecesse tolice, a verdade era que a atitude de Harry mudara depois que ela começara a ignorá-lo. Talvez fosse interessante seguir os conselhos e ver o que aconteceria.
O jantar foi divertido. Draco era simpático e engraçado e pareceu aprovar imediatamente a idéia de Hermione acompanhá-lo e a Gina. Era bastante alto, tanto quanto Harry, mas mais corpulento e com cabelos loiro-acinzentados. Era bem-apessoado mas nem de longe se comparava com Harry, cujo charme era irresistível. Não parecia dar atenção especial a Gina, que, por sua vez, não desviava o olhar dele, visivelmente embevecida.
Hermione perguntou-se se o sentimento da prima seria recíproco; e, se fosse, quanto tempo se passaria antes que Gina se cansasse de Draco e se apaixonasse por outro.
Hermione estava usando um dos vestidos novos que comprara, que a fazia sentir-se feminina e atraente. Ela divertiu-se com as histórias de Draco e também deu boas risadas com a prima ao recordar as aventuras de ambas quando crianças e adolescentes.
Quando já haviam acabado de jantar e Gina pediu licença para ir ao toalete, Draco virou-se para Hermione com um sorriso provocante.
— Eu já tinha ouvido falar de você.
— Já?
— Sim. Através de Harry Potter.
— Oh... — O rosto de Hermione ficou ruborizado, e ela engoliu em seco. A lembrança do beijo assaltou-a com violência e seu estômago se contraiu. — Harry falou com você sobre mim?
— Sim, quando estávamos na faculdade.
— Oh... Bem, não acredite em tudo que ele lhe disse. — Ela riu, imaginando o que Harry teria contado ao amigo dez anos antes.
— Ele contou que você vinha passar as férias na casa de sua tia e corria atrás dele o tempo todo.
Hermione fez uma careta.
— Eu tive uma paixão por ele, quando era garota.
— Eu sei. Ele me contou. — Draco sorriu. — Mas eu me perguntava se, no fundo, ele não gostava disso. Ele falava muito de você.
— Hum... — Hermione tomou um longo gole de refrigerante, pensativa. Draco conhecera Harry relativamente bem, na época de faculdade. — Você conheceu a moça de quem ele gostava?
— Selena Canfield? — Draco assentiu. — Sim.
— Como ela era? O que aconteceu?
— Acho que você deveria perguntar isso a Harry.
— Tem razão, mas ele não me contaria nada se eu perguntasse. Ele era mesmo apaixonado por ela?
Draco deu de ombros.
— Na época, pelo menos, acho que sim.
— E ela?
— Ela acabou voltando para o ex-noivo. Bastou o sujeito aparecer na frente dela e ela descartou Harry. O pior foi a maneira como ela fez isso. Ela humilhou Harry publicamente. E acho que foi só para provar para o outro que estava tudo realmente acabado entre eles.
Hermione sentiu o coração apertado por Harry, imaginando como ele devia ter sofrido. Como se não bastasse a mãe ter ido embora, deixando-o, bem como ao pai e ao irmão. Não era de admirar que Harry fosse tão cínico com relação às mulheres.
Ela suspirou, desejando que as coisas tivessem sido diferentes para Harry. Talvez, assim, ele também a visse de outra forma. Ou não. Mas ela se sentia solidária.
— Hermione, você revelou todos os meus segredos enquanto eu não estava aqui? — brincou Gina, sentando-se e sorrindo para Draco.
— Eu nem sabia que você tinha segredos — Hermione sorriu para ambos, notando como a prima flertava com o charmoso veterinário e como este não parecia muito interessado.
— Do que vocês estavam falando?
— De Harry.
— Harry Potter? — Gina arqueou as sobrancelhas. — Por quê?
— Por nada. Você me contou que ele e Draco se conheceram na faculdade. Estávamos apenas conversando.
— Harry comentava comigo sobre Hermione — Draco explicou a Gina.
— Aposto que ele fazia mais do que comentar — Gina retrucou. — Mi vivia perseguindo Harry, queria namorá-lo de qualquer maneira.
Hermione sentiu o rosto queimar.
— Obrigada, prima! — falou, entre séria e brincalhona. — Eu defendo você e você me atira aos leões.
— Mas é verdade! Eu nunca entendi o que você via nele. Era muito mais velho do que você e não ligava a mínima para as suas investidas. Aliás, que eu saiba, ele só teve aquela namorada... Selena.
— Vocês conheceram a mãe dele? — quis saber Draco.
— Não — respondeu Gina. — Eu era muito pequena quando ela foi embora. Lembro-me de ouvir mamãe falar sobre isso, desde que me entendo por gente. Ela diz que os três sofreram muito. Mas que tal mudarmos de assunto? Eu pediria uma sobremesa. E vocês?
Passava das dez quando Draco e Gina deixaram Hermione em casa. Ela convidou-os para tomar um café, porém Gina recusou, e Hermione compreendeu. A prima não via a hora de ficar sozinha com Draco.
Hermione lançou um rápido olhar na direção da casa de Harry e apressou-se a entrar, para não correr o risco de ser vista. A última coisa que queria àquela hora da noite era um confronto com Harry.
Quinze minutos mais tarde, ela se recostava nos travesseiros, com o diário nas mãos.
“Não aceite um convite em cima da hora. Deixe-o pensar que você está ocupada e que vai tentar arrumar tempo para vê-lo. Este conselho é de tia Caroline. Mas tia Thomasina acha a mesma coisa. Faça de conta que você já tem seus planos, mesmo que não tenha nenhum. E se houver mais alguém interessado em você, dê um jeito para que ele saiba. Os homens gostam de conquistar as mulheres que outros também querem conquistar.”
Hermione fez um movimento afirmativo com a cabeça. Aquilo era verdade. Harry insistira mais para que ela saísse com ele depois de saber que ela ia se encontrar com Cari. Interessante... Será que aquela receita devia ser levada mais a sério do que ela imaginara a princípio?
Se Harry a convidasse outra vez ela diria que não tinha tempo, que estava muito ocupada. E deixaria que ele pensasse! que estava lhe fazendo um favor tentando arrumar algum tempo para encontrá-lo.
Hermione sorriu, melancólica, e retomou a leitura do diário.
Obs:Calma que tem mais.......
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