A Suspeita
A Suspeita
Passos apressados. Um corredor úmido e vazio. Respiração ofegante. Outros passos. Os primeiros se calam, a respiração idem.
- Onde ela está? – disse um homem de roupas importantes
- Eu não sei! Numa hora ela estava ali em outra ela não estava mais! – disse um outro com um uniforme de soldado
- Ache-a agora!
- Sim senhor! – e saiu correndo
O outro homem voltou por aonde veio. Quando os passos se calaram novamente, uma Giovanna de 17 anos caiu suavemente no chão de pedra. Seus cabelos estavam na altura de suas orelhas, cortados de um jeito desleixado deixando algumas partes maiores ou menores do que as outras. Estava coberta de machucados semi-curados, e usava trapos brancos manchados com seu sangue. Mais parecia uma vitima de assassinato que sobreviveu.
Ela voltou a andar pelo corredor. Ela seguiu o homem vestido com roupas importantes. Ela andou por um tempo e subiu uma escada, andou por mais um corredor e viu uma porta no fim.
Ela a abriu num ímpeto. Aquele homem a olhou, sentado em sua mesa. Ele cruzou as mãos por cima da mesa. A conversa foi em italiano.
- Finalmente você chegou!
- Esperando por mim?
- Presumi que viria até aqui... – o homem disse calmamente. Ele tinha os longos cabelos castanhos médios presos nas costas e a observava com olhos verdes acastanhados penetrantes.
O homem abriu uma gaveta por trás da mesa, Giovanna deu um passo atrás pensando que era uma arma, mas o que ele tirou de lá foram dois bolos de cartas.
- Sabia que as cartas foram diminuindo de acordo com os anos que passaram? – ele disse em meio a um sorriso debochado.
Ele era um homem muito bonito e o mais impressionante, ele mal aparentava passar dos trinta anos.
- Leônidas... Passe-me essas cartas!
- Claro que não! – ele se levantou e tirou algo da gaveta, era uma espada – Já que finalmente você juntou força o suficiente para sair de sua prisão está na hora de resolvermos isso como já devíamos ter feito há muito tempo!
Ele jogou a espada, ela era de estilo oriental e tinha um cinto, ela o prendeu na cintura enquanto ele sacava uma outra uma outra espada.
Leônidas deu a volta na sua mesa, sua espada também era de estilo oriental, mas a de Giovanna era maior.
- Vejo que ainda pode usar sua espada, pensei que depois de tanto tempo ela te renegaria.
- E vejo que finalmente você conseguiu juntar poder espiritual suficiente para ter uma espada. O que aconteceu? Morreu?
- Pode se dizer que sim... Mas quem sabe? Pronta?
- Vem com tudo!
Ele desembainhou a espada e foi para cima dela, ele nem pode vê-la desembainhando a espada e seu golpe já tinha sido bloqueado.
- Andou tomando aulas de esgrima?
- Calada!
Ele a atacou de novo, o mesmo se repetiu. Giovanna nem saiu do lugar.
- Acho que você vai precisar de mais do que isso pra me vencer.
- Se é assim que quer.
Ele colocou a espada na bainha e a tirou rapidamente causando uma explosão. Ele pensou que o golpe tinha acertado e sorriu, Giovanna apareceu por trás dele e posicionou a espada por bem debaixo do pescoço dele.
- Será necessário que eu te lembre que o poder da espada é equivalente ao do dono que o criou? Você aumentou seus poderes, mas não será suficiente. Do jeito que estamos, não será necessário que eu mostre os meus verdadeiros poderes.
- Vai me matar? – ele disse sorrindo
- Não... Agora. Você vai assumir derrota e vai me deixar ir.
- Eu perdi você pode pegar essas cartas e ir.
Giovanna voltou-se para a mesa. Pegou as cartas, olhou para Leônidas.
- Guarde essa espada, você vai comigo até um lugar. Vamos conversar...
Ele olhou para ela com um olhar surpreso. Mas ainda assim guardou sua espada. Eles saíram pelo portão principal do Senado, Leônidas dispersando alguns soldados com quem cruzaram pelo caminho.
Ao saírem nas ruas ele perguntou:
- Aonde você vai vestida assim?
- Trouxe sua carteira? – ela perguntou com um sorriso
- Me trouxe pra me explorar?
- Claro que sim! Você perdeu lembra-se?
Ele deu um muxoxo e foram até a alfaiataria. Chegando lá o alfaiate quase teve um enfarte ao ver Giovanna vestida naqueles trapos manchados de sangue. Mas depois se recobrou do susto ao olhar nos olhos da menina.
- Finalmente você ganhou minha menina!
- Olá senhor Vicene!
- Arranje roupas pra ela!
- Você não fala na minha loja! – disse o velho homem, ríspido – Aqui você só paga!
Leônidas resmungou algo como “Velho babão” e se sentou num banco perto da porta.
- Venha minha querida. Ah Gardênia vai ficar louca em vê-la! Gardênia venha aqui!
A nossa já conhecida enfermeira da ala Hospitalar de Hogwarts, saiu por detrás de uma cortinha que dava para a casa do alfaiate com um avental e uma expressão de indagação no rosto. Ao ver a menina correu para abraçá-la.
- O que fizeram com você?
- Viu Leo? Eu sou amada!
- Cala a boca!
- Ah! Você também está aqui! Pode ir depois te mandamos à conta!
Ele já estava se levantando, mas Giovanna disse:
- Ele fica! Eu tenho que falar com ele.
- Pelo menos troque essa roupa!
- Tudo bem! – e se virou para ele – Espere por mim aí!
Leônidas virou o rosto. Ela sorriu e entrou na casa com o a senhora.
- Sendo mandado por ela? Sua derrota foi tão feia assim?
- Fica quieto coroa!
Cinco minutos depois Giovanna volta com um vestido vinho. E se encaminha para a porta.
- Vem comigo.
Ele olhou profunda mente para os seus olhos verdes. Levantou-se e saiu atrás dela. Eles andaram pelas ruas em silêncio por um tempo. Até Giovanna tomar a palavra.
- Há quanto tempo faz?
- O que?
- Que nós não andamos assim pelas ruas?
Ele olhou para frente refletindo. Ela olhou para ele de rabo de olho sorrindo.
- Faz tempo que notei que você envelheceu demais!
- Acho que foi a preocupação ou então...
- Então...
- A culpa talvez.
- Por ter feito o que fez a mim?
- Por quem mais?
- Já disse que não te culpo. – na mente de Leônidas voltou um momento que passou quando ele tinha doze anos Eu não te culpo, já disse...
- Você dizer isso não muda nada!
Eles pararam em uma praça pública e sentaram em um banco.
- Primo, eu sei que não foi sua culpa. Foi culpa dela!
- Eu sei, mas você tem idéia de o quanto foi doloroso?
Giovanna segurou as mãos do homem a sua frente.
- Vinte anos não é? Parecem trinta!
- Não precisa humilhar.
- Fiquei com saudades do antigo você.
Os olhos de Leônidas se encheram de lágrimas ele segurou a nuca da garota em sua frente e a beijou. Foi um beijo terno e quente. Os dois sentiram como se nunca se separariam. Como o destino é terrível!
- Tchau amor, tenha um bom último ano letivo!
Giovanna o beijou.
- Tchau e se cuida.
Ela saiu e foi direta para uma massa de cabelos loiros ladeada por uma massa de cabelos ruivos de braços cruzados olhando pra ela.
- O que foi?
- Quem era o gato? – perguntou Brenda
- Meu namorado.
- Nome? – perguntou Gabby
- Leônidas Augusto.
- Ele é...
- Meu primo!
- Que? – exclamou Gabby – Você tá namorando seu primo?
- Sim, qual o problema?
- Isso é certo?
- Na minha família isso é normal! Meus pais eram irmãos! Vamos entrar!
Elas entraram na carruagem e sentaram em seus lugares habituais.
- Agora conte-me tudo! – disse Brenda
- Como começou?
- Bem, começou quando eu e ele lutamos depois que eu fugi da prisão que ele me mantinha presa.
- Que?
- Deixa eu explicar.
“Quando meus pais ainda eram vivos ele, Leônidas vivia comigo e com a minha família, pois ele estava órfão. Nós éramos os únicos sobreviventes da família Augusto. Mas na noite em que meus pais foram mortos eu acordei bem na hora e tentei parar a assassina. Eu não cheguei a tempo e meus pais já estavam mortos, num ataque de raiva, eu quase matei essa mulher, antes de desaparecer ela lançou uma maldição em meu primo que tinha chegado depois.”
“Ela ordenou que ele convencesse ás pessoas importantes que eu era perigosa e que ele mesmo iria me trancafiar, mas ele teria consciência de tudo o que fizesse.”
- Deve ter sido muito doloroso pra ele! – comentou Gabby
- É... foi.
- Mas para compensar o sofrimento – Brenda agarrou a cabeça de Giovanna – a nossa Giuzinha lhe fez um carinho.
Giovanna a empurrou.
- Deixa de ser boba. Por que você sempre faz isso?
- Foi mentira o que eu disse? – Brenda fez uma cara de indagação divertida. (¬¬,)
- Não, tecnicamente...
Brenda e Gabrielle começaram a dar risadinhas divertidas.
- MAS EU NÃO FUI COM ESSA INTENÇÃO! Eu fui, por que...
- Por quê? – Gabrielle perguntou ansiosa, esse tipo de momento vindo de Giovanna era muito raro, ela estava corada.
-... Porque eu o amo, está satisfeita agora?
- Finalmente agente conseguiu uma declaração vinda da rainha de gelo! – exclamou Brenda
- Finalmente, finalmente!
Giovanna colocou a mão na testa e sacudiu a cabeça.
As Três mudaram muito com os sete anos que se passaram. Não só fisicamente, mas também emocionalmente. Gabrielle se tornou a mais alta das três, com cabelos cacheados chegando á cintura, peitos fartos e um sorriso encantador. Ficou mais falante, pois era muito mais observadora, e menos preocupada com as coisas, mais espontânea.
Brenda era um pouco mais baixa que Gabby e era a mais bonita, isso sempre foi evidente. O futuro de Brenda era óbvio. Ela cresceria como uma mulher lindíssima e como Giovanna dizia, peituda. Giovanna era a menor, e ao contrário de suas amigas seu corpo não mudou muito. Ela era magra e esguia.
Desde a primeira vez que foi vista por alunos do colégio que não eram suas amigas, Giovanna tem ouvido toda a flora de comentários sobre seu corte de cabelo. Sem contar que sua aparência pouco mudou. A menina era um pouco corcunda e estava mais pálida com o passar dos anos. E pra completar ela era monitora de alunos desde o quinto ano.
Assim que as carruagens pararam em frente a sede da Dedosdemel, Giovanna desceu da carruagem já usando o uniforme.
- Bora minha gente. Senão agente se atrasa!
- É a nossa monitora - brincou Gabrielle tirando a franja comprida do rosto.
- Sabe Gio, esse cabelo agora compôs muito bem o seu estilo, hehe, está mais sombrio, gostei! – sacaneou Brenda
- Você só pode estar querendo morrer!
- Não, eu concordo, em Beuxbatons faria o maior sucesso! – disse uma voz feminina atrás de Giovanna, que se virou para encarara a menina alta de cabelos longos e cacheados á sua frente.
- Quem é você? Nunca te vi!
- Muito prazer! Eu sou Jéssica Grandemoniére! Vim transferida de Beuxbatons.
- Jéssica? O que diabos faz aqui?
- Papai mandou eu vir estudar com você, não sei se você sabe mas ele tem grandes planos pra mim!
- O papai?
- Se conhecem? – perguntou Giovanna
- Essa é Jéssica, minha meia-irmã!
- Que? – exclamou Brenda
Giovanna olha de rabo de olho pras duas irmãs, mesmo tamanho, mesmo tipo de cabelo, mesmo porte real e o leve sotaque francês, definitivamente são irmãs seriam gêmeas se não fosse pela cor da pele, Jéssica era um pouco mais morena, e pelos traços do rosto, os de Gabrielle eram mais leves, podia-se dizer também que Jéssica era a mais bonita. Os cabelos diferiam na cor, os de Jéssica eram castanhos escuros e os de Gabrielle eram ruivos.
- Você tem uma irmã gêmea S.D.T? (N/A: Ser Das Trevas... eles fizeram essa sigla pra ficar mais sutil)
Chad disse se aproximando por detrás delas.
- Dá pra ficar no seu canto L.S.C? (N/A: Loiro Super Chato... fazer o que? Siglas estão na moda!)
Chad fez uma cara de quem foi atingido.
- Ele sempre se choca com essa piada, ele não aprende nunca? – Ross comentou se aproximando com Michael
- Você sabe que ele sofre de baixa estima... – Michael disse
- Baixa estima? Ele é a pessoa mais egocêntrica que eu já vi em minha vida!
- Digamos então, que ele é pouco sucessível a comentários negativos...
No quesito aparência física, nos meninos, todos mudaram. Ross conseguiu escapar do desastroso corte anual de cabelo da sua mãe, então ele estava com os cabelos abaixo do ombro. Michael estava com os cabelos bem curtos, para insatisfação geral de suas fãs que simplesmente adoravam suas madeixas. Aparentemente, Ross e Michael passaram o verão malhando feito bárbaros, pois todos notaram que os dois estavam belamente musculosos. Em contrapartida, Chad, nada mudara, exceto seu tamanho ele era um pouco menor que Michael e maior que Ross, este que pegara fama de baixinho, por ser bem menor que os outros dois.
- Acabou? – Giovanna perguntou com os braços cruzados e uma expressão vazia – Ótimo! Agora, expliquem-se vocês duas...
E olhou para Gabrielle e depois para Jéssica, essa que por sua vez estava olhando para os meninos cheia de interesse, principalmente para Ross.
(N/A: Quando Ross foi chamado de baixinho logo acima, quero deixar claro que é só em comparação a seus primos. Ele é mais alto que Gabrielle, que é a mais alta das meninas da série. Deixo vocês imaginarem a altura de Michel...)
Brenda percebeu os olhares de Jéssica para Ross e não gostou nem um pouco.
Voz de Daisy - Ou você vai lá matar ela, ou vou eu!
Pensamento de Brenda - Vamos esperar pra ver o quão longe aquela menina vai...
- Nosso pai é o mesmo, mas nossas mães não. Eu sou filha da esposa oficial da época e ela é a filha de uma das amantes do meu pai. Por coincidência fazemos aniversários quase no mesmo dia. Eu faço dia 17 de Janeiro e ela faz dia 8 do mesmo mês.
- Nasci primeiro, mas eu não fui reconhecida por ser apenas um caso, fomos criadas no mesmo lugar e tivemos o mesmo professor, mas isso realmente não importa...
- Eu a odeio... – Gabrielle disse com um sorriso leve.
- Eu odeio um pouco mais... – Jéssica disse do mesmo jeito.
Giovanna parou pra olhar as duas agora que elas estavam uma do lado da outra... são gêmeas quase idênticas, diabolicamente falando
- Agora vamos... – Gabrielle disse
- ... pra lojinha.... – Jéssica completou
- ... quero comprar pirulito de sangue! – as duas disseram em uníssono
Definitivamente gêmeas!
- Cabelo legal Augusta... – Michael disse
- O seu também não está nada mal.
- Não sabe reconhecer uma ironia quando ouve uma?
- Eu sei, e você sabe?
Michael olhou para a garota a sua frente com um olhar de raiva flamejante, já Giovana apenas o observou indiferente por alguns segundos, depois ela olhou para frente e seguiu suas amigas.
- Ó pobre Michael! – disse Chad pulando sobre o pescoço de seu amigo.
- Não consegue dizer seus verdadeiros sentimentos... – Ross diz abraçando Michael.
- Tudo porque ele se apaixonou por uma das meninas mais bonitas do colégio... – Chad disse fazendo uma pose sonhadora.
- Mas essa menina também é a mais assustadora de todos os tempos! – disse Ross fazendo uma careta.
- Calem a boca! – Michael disse ficando vermelho
- Mas você tem que concordar com a gente em uma coisa... – disse Chad
- ... ela não te trata tão mal desde o segundo ano, e não é tão cruel com você! – completou Ross.
- Têm razão... – ele olhou na direção da loja, Giovanna estava do lado de fora, esperando.
Gabrielle tem assumido uma postura estranha desde que viu sua meia irmã, é bastante estranho isso dela, sua família, o fato de viverem todos na mesma mansão...
Não é normal...
Gabrielle sempre foi a mais estranha, apesar de todas nós termos a nossa cota de estranhice bem alta!
Eu sempre fui mais aberta com relação ao meu passado, mas ela sempre escondeu e sempre soube desconversar muito bem toda vez que a pauta sobre o seu passado era colocada em xeque.
Pode ser apenas impressão, mas eu sinto a aura dela muito diferente esse ano, reparo isso desde a primeira vez que a vi esse ano. Está mais escura, mais sombria... a mais sombria de nós, é verdade...
Preciso confirmar o que está acontecendo, espero que a Brenda possa confirmar minhas suspeitas...
Daisy: - Já decidiu o que vai fazer com relação a essa menina nova?
Brenda: - Não exatamente... acho que vou deixa-la pôr as asinhas pra fora primeiro, depois eu vejo o que fazer com ela.
Daisy: - Boa idéia! Se ela por um dedinho pra fora da linha agente acaba com ela!
Daisy & Brenda: - YEAH!
~*~
Gabby:
Bom, depois de séculos o cap saiu. ^^
Bem não está grande, mas foi feito com MUITO esforço. ;)
Espero que tenham apreciado.
comentários? :D
Gio:
Bom, bota esforço nisso...
Ele está curto porque... eu quero dar um ar dramático á essa faze da história... Claro!
Vocês acham que eu daria a finalização assim tão fácil?
Sobre a capa desse capítulo, ainda falta escanear...
Eu fiz um desenho muito legal!
Por enquanto fica essa aí mesmo!
Até breve!
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