Foice do Arcanjo.
Foice do Arcanjo.
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Aquele que procura trazer a ordem ao seu próprio mundo deverá viver em um mundo infestado de caos, pois sem caos não haverá a ordem.
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Nove figuras aparataram em um morro acima do vilarejo de Hogsmead todas vestiam vestes negras e carregavam no peito o símbolo do lorde das trevas, ali estava o temido esquadrão, da mais fiel comensal de todos os tempos, o esquadrão de Bellatrix Lestrange, formado somente pelos bruxos que ela considerava os mais fortes fora do círculo dos dez.
_Que lindo dia de sol. -Falou Bella se pondo a frente do grupo e sorrindo, os olhos azuis brilhavam com a expectativa de um combate. _Meus companheiros e amigos, aqui estamos para cumprir uma missão dada pelo próprio Deus Voldemort, estamos aqui para punir o herege que se pôs contra ele e que destruiu ao seu templo, aqui estamos para destruir Atlas e purificar esse lugar de sua presença com o fogo e a água. -Ela fez uma pausa, a qual ninguém se atreveu a interromper. _Destruam tudo em seu caminho, matem cada herege que encontrar aqui, não há aliados somente inimigos.
_Em nome de Deus. -Falaram os oitos comensais e aparataram, deixando Bellatrix sozinha no monte para observar a obra que estava para ser feita, para observar o poder de seu lorde inundar as linhas inimigas mais uma vez e a destruição se espalhar. Somente os fiéis sobreviveriam, o resto pereceria diante dos enviados de Deus.
_Eis que eu solto a sombra da morte para que devore as almas dos infiéis. --Disse para si mesmo quando uma casa fora para os ares na rua principal.
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_Que som foi esse? -Perguntou Dumbledore levantando a cabeça, em sua sala ainda estavam Snape, Lupin e Sirius, os dois últimos haviam acabado de voltar de outra ronda no castelo. O diretor olhou para um a janela, que dava para o vilarejo bruxo e viu uma expeça nuvem negra subir ao céu azul.
_Estão atacando o povoado. -Falou um quadro de algum diretor antigo.
_Snape, avise a guarda da fênix, peça para trazer alguns cavaleiros. Sirius e Lupin vão ao vilarejo e capturem quantos comensais vocês puderem, usem meios extremos se preciso. Os três bruxos não esperaram uma segunda ordem e saíram da sala do diretor.
_O que fará diretor? -Perguntou o quadro de Finneus Black.
_Acionarei as defesas do povoado. -Disse o diretor, agora em pé, olhando pela janela. Ele fechou os olhos e recitou algumas coisas em uma língua desconhecida para a maioria, mas era de certa forma melodiosa e forte. Um forte vento passou pelo castelo em direção a Hogsmead, em seguida o diretor abriu os olhos, estava feito. Não havia pensado que atacariam tão perto do castelo, aquilo significava que a guerra mais uma vez voltaria com força total.
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Os oito comensais de Bellatrix apareceram já dentro do vilarejo, algumas pessoas a princípio não ligaram, afinal era comum haver comensais naquele lugar considerado neutro por muitos. Porém tudo mudou quando um, que parecia ser o segundo líder do bando, apontou uma das mãos para uma loja, havia três pessoas na frente dela, ele sorriu como se gostasse do que estava por vir. Então algo muito rápido saiu de sua mão levantando poeira por todo caminho até a loja, atingiu as três pessoas e as lançaram quase em pedaços para dentro da loja, que logo explodiu. As chamas subiram altas e o chão tremera levemente, os comensais riram e as pessoas e estudantes entraram em pânico, correndo a procura de abrigo.
Aproveitando o pânico, os comensais destruíram mais uma loja e quem quer que estivesse nela. Alguns lançavam maldições da morte que pegavam muitos dos que tentavam fugir, entre eles um aluno sonserino que caíra sem vida. Então mais uma vez aquele que parecia ser o líder, apontou para mais uma loja, rindo alto, o feitiço saiu rapidamente de sua mão e quando ia acertar a loja explodiu em uma barreira invisível, que pelo impacto ficou visíveis como leves ondulações, como se fosse água, a barreira era de um azul muito claro, mas logo voltou a ficar invisível.
_Velhote impertinente. -Murmurou o comensal entre os dentes. _Mas ele não poderá fazer isso para sempre. -Olhou para os outros comensais. _Procurem os pontos primários da barreira e os destruam, vamos varrer esse local do mapa.
Um dos comensais correu até perto do Três Vassouras, mas parou ao ver alguém fora do bar. Sorriu para mais uma vítima e desaparatou atrás do rapaz, pensando que o pegaria de surpresa, mas quando reapareceu encontrou os olhos verdes direcionados para ele, um brilho quase que assassino nasceu no fundo dos olhos do rapaz. Tentou se afastar pela surpresa, mas batera na barreira, que era como uma parede de tijolo frio. Ouviu as pessoas dentro do bar se agrupar nas janelas ou até mesmo na porta para ver o que ia acontecer.
_Oi. -Falou o rapaz, então o reconheceu, ele era o alvo, era ele quem deveria morrer. _Adeus. -Ao dizer isso, Atlas esticara o braço para o rosto do comensal, um brilho azul tomou conta da mão dele e o comensal se viu acuado e aparatou, segundos depois de uma forte explosão ecoar por toda a vila alguns pássaros ao longe levantaram vôo por causa do barulho e os restantes dos comensais que estavam espalhados em volta do povoado a procura de falhas na barreira ou pessoas desavisadas ouviram, e até mesmo viram toda uma parte da barreira se tornar visível. _Isso, fuja, me divirta, vamos ver o quão bons são os comensais daqui.
O comensal desaparatara do outro lado da rua e, aproveitando que Atlas estava de costas, lançou um feitiço escarlate na direção dele, que não se moveu até o último segundo, quando desapareceu sem fazer barulho. Exclamações de surpresa foram ouvidas de vários lugares, principalmente quando Atlas apareceu em frente ao comensal, sorrindo de forma fria.
_Lute a sério ou morrerá. -Murmurou só para que o comensal ouvisse, este tentou acertar um soco no peito do adversário, mas o moreno apenas deu um passo para o lado e segurou o pulso do comensal com descaso. _ Lacero -O comensal urrara de dor, seus gritos aterrorizaram muitos, principalmente quando o braço dele fora arrancado com uma força descomunal. O comensal, ainda caído no chão, urrava de dor apertando o local onde um dia seu braço ficara. _Não vale nem a pena lhe matar, então que morra sozinho. -Disse o moreno chutando o comensal na ferida, o que o fez urrar mais ainda. Ao sair de perto, jogou o braço do homem ao lado dele, o sangue já manchava seus sapatos e, ao perceber isso, fez um barulho de desagrado.
Uma forte presença se instalou no local, era realmente poderosa, e o pegara de surpresa, logo outras presenças apareceram tão fortes que até quem estava dentro da barreira sentiu os efeitos, alguns ofegavam com o ar que parecia mais rarefeito, outros caíram inconscientes, mas Atlas nem ao menos se mexia. Observou sete sombras aparecerem há alguns metros a sua frente, avaliando a barreira em volta, ela seria o suficiente para proteger as residências, mas acreditava que a rua principal iria sofrer algumas mudanças.
_Legal, usam espadas. -Falou Harry em tom animado e audível, fazendo quem observava a luta de dentro das lojas olhá-lo como um louco. Em seu mundo nunca vira bruxos usarem espadas, se bem que ficou sabendo que na primeira guerra alguns comensais usavam esse tipo de arma, então deduziu que como a guerra nunca teve trégua, esses comensais deviam ter aumentado de número.
_Matem-no, só precisamos da cabeça dele. -Falou o que parecia ser o líder, mas por alguma razão o moreno sentia que ele não era o líder. Dois dos comensais desapareceram e reapareceram ao lado do moreno, que não resistiu quando eles lhe agarraram pelos braços, cada um de um lado os prendendo com força, um terceiro comensal apareceu à frente dele.
_Você por um acaso é parente de Zabine? -Perguntou Harry com uma calma inabalável, olhando para o comensal a sua frente, era a copia de Zabine no seu mundo, só que alguns anos mais velho. O comensal ficou branco quando ouviu isso.
_Morra. -Disse rapidamente antes que ele falasse muito e apontou a mão para o rosto do moreno. _ Lâminare .
_ Protecto . -Falou Harry sem se importar se o feitiço estava à queima roupa. Houve uma forte explosão, uma nuvem de pó e um corpo saiu voando de dentro da nuvem, batendo numa das barreiras. A poeira baixou rapidamente, como se a última presença que se instalou no local fizesse o ar ficar tão pesado quanto chumbo, essa era a presença de Atlas.
A presença era tão poderosa quanto à dos comensais, levando a crer que ele tivesse o mesmo nível de força, mas havia algo mais nela, algo mais do que sufocante. Não era ódio, dor ou desespero, não era nenhum sentimento conhecido, era algo ilógico provavelmente insano, pois era uma vontade que superava a razão, um desejo que ultrapassava o real. E por ser algo tão desconhecido e vago transformava aquela aura em algo perigoso, cortante e destruidor. A poeira não mais existia, o comensal que batera de encontro com a barreira fora o próprio Zabine, como muitos identificaram, alguns flashs vieram de alguma loja e o Potter ainda estava seguro pelos dois comensais.
_O que você é? -Perguntou um dos comensais, afrouxando o aperto no braço dele, o outro fizera o mesmo. O moreno dobrou levemente os joelhos e pulou para trás, dando um mortal no ar e fazendo seus braços escaparem das mãos dos comensais que olhavam a cena com atenção, como se estivesse em câmera lenta. Quando Harry tocou o chão, um dos comensais apontou a mão para ele e lançou uma maldição que foi repelida por algo invisível, mas sumiu antes de acertar o bruxo que a lançara.
Harry dera uma rasteira no comensal da direita e se levantou antes mesmo que este tocasse o chão, desviando habilmente de um feitiço que vinha do comensal em pé. Nesse meio tempo o outro comensal tocara o chão, o moreno aproveitou e o chutou no peito, o fazendo percorrer alguns metros arrastando no chão. Quando este parou, cuspiu sangue. O último dos três comensais parecia paralisado, então era por isso que o chamavam de “O Deus da Morte”, além da energia extremamente sinistra que não demonstrava nem bondade nem maldade, tinha aqueles olhos verdes e frios.
_Vocês são patéticos. –Resmunga aborrecido. Apesar dos comensais parecerem ter o mesmo nível que ele, os pobres coitados pareciam não ter muita coordenação em ataques, como se estivessem acostumados em matar no primeiro feitiço, o que dificultava agir se alguém desviasse ou defendesse.
Quando estava para desistir daquela luta, sentiu algo em seu rosto, algo escorrendo pela face esquerda. Levou uma das mãos ao local e tocou o que parecia ser um ferimento, trouxe a mão em frente dos olhos e viu sangue. Olhou para os comensais imaginando quando eles fizeram aquilo, porém para total desespero por parte do comensal ainda paralisado de medo, Atlas sorriu.
Foi rápido, ele só teve tempo de desviar por pouco. Sentiu parte de sua camisa rasgando e um fino corte aparecer em seu peito. Logo a sua frente estava Zabine, com a espada em mãos e o olhar queimando em fúria quase insana, ele soubera fazer o movimento com maestria. O comensal paralisado pareceu acordar quando o companheiro apareceu e olhou para o outro que fora chutado como lixo, este também se levantava um pouco vacilante no começo, mas logo se firmou. Zabine avançou em sua direção mais uma vez, só que dessa vez manejando a espada habilmente com uma só mão. Harry desviou vendo o fio da espada a passar a apenas cinco centímetros de seu pescoço, em seguida o punho de Zabine lhe acertou a face, sentiu os próprios pés deixando o chão e o corpo ser jogado para trás.
Não percorreu nem um metro de queda e ouviu o barulho de aparatação, o comensal a qual ele havia chutado aparecera praticamente ao seu lado e com uma das mãos abertas apertou o peito de Harry o forçando a mudar de direção rapidamente e cair com uma força incrível no chão. Sentiu a dor se espalhar pelo seu corpo e viu o sorriso do comensal.
_ Expulsorium . Quando o comensal disse isso, sentiu o impacto de um enorme punho invisível acertar o seu peito onde o comensal ainda estava com a mão, em seguida sentiu o corpo afundar mais ainda no chão e sentiu o leve gosto de sangue em sua boca, mas não soltou nenhuma exclamação de dor ou incômodo. Viu o comensal se levantar, logo Zabine, que provavelmente era pai de Blase, entrou em seu campo de visão e, por último, o comensal que havia se paralisado quando liberara sua aura, os três observaram a ele estendido no chão, provavelmente com algum corte no rosto e aparentemente derrotado.
_Vejam o homem chamado de Deus da Morte caído perante os nossos pés, emissários de Voldemort, cavaleiros da nova ordem enviados de Deus. -Falou Zabine, um frio percorreu a espinha de todos que observavam aquilo. _Agora, senhor Deus da Morte, tem algum último pedido antes de morrer?
_Será que Bellatrix poderia aparecer? -Perguntou o moreno, deitado e sorrindo, um filete de sangue lhe desceu pelo canto da boca e a calma em seus olhos não era humana, na opinião dos comensais. _Sabe, ela fica lá em cima parada, provavelmente entediada, queria ver ela se divertir um pouco.
_Morra. -Diz Zabine em cólera, levantando a espada acima de sua cabeça, depois a descendo com força. Muitos fecharam os olhos, mais flashes vieram de alguma loja e em seguida um som metálico e alto preencheu o local, era como o som de um sino.
Vários pedaços de metal voaram em cima dos três comensais, caíram fincado no chão, era praticamente metade da espada de Zabine. Em seguida a presença do Potter aumentou um pouco mais e os três comensais foram jogados para lados opostos, dois bateram numa barreira, o outro caiu no chão a uns dois metros de onde estava. Harry se levantara sacudindo a poeira das vestes como se aquilo não fosse nada, apesar dele sentir que provavelmente alguma costela quebrara, não se lembrava da última vez que fora ferido, talvez na última batalha.
_Você. -Disse para um dos comensais, em seguida este veio até o moreno como se arrastado no chão por uma força invisível. _Levante. -O homem levantou no ar e o olhou com pavor. _Você é um dos mais fracos do grupo. -Disse sem se importar muito. _Não se preocupe, não tenho vontade nenhuma de matar alguém que perdeu a vontade de lutar. -Diz olhando para o chão, onde uma poça se formava, o desgraçado estava urinando nas calças, por isso não pôde conter o sorriso zombeteiro e o olhar reprovador que se daria a uma criança levada. _Mas vamos nos divertir. -Disse fazendo um aceno com o dedo e o comensal começou a rodar que nem um peão e cada vez mais rápido. _Roda pião, rápido, rápido, vamos lá pião. -Depois de quase um minuto fazendo isso pareceu se enjoar, ninguém do grupo dos comensais fazia nada para ajudar o companheiro, então parou. O homem já havia passado todos os estágios de verde e agora estava branco como cera, então despencou do ar inconsciente.
Harry olhou para aquele líder dos comensais, em seguida aparatou e desaparatou, praticamente no ar, a altura do ombro do líder comensal, e tentou acertar um chute no rosto dele, mas este se protegera com a bainha da espada e repelira o moreno com força. O cara era quieto, mas bom, e isso o animava mais ainda. Quando tocou o chão avançou mais uma vez, estendendo a mão e lançando um mero feitiço estuporante que passou rente a cabeça do líder, mas quase acertou um dos comensais que estava atrás deste, porém ele defendera com um feitiço escudo. Sentiu um deslocamento de ar atrás de si e saltou dando um mortal de costas e passando por cima da cabeça de Zabine, que empunhava outra espada, provavelmente de um dos companheiros caídos, a espada estava onde segundos trás estava à cintura do moreno.
O líder comensal desaparecera e re-aparecera dois passos para trás de onde Harry ia cair, e, quando este estava chegando ao nível do chão, chamas roxas saíram da mão do líder e acertaram o moreno nas costas. Zabine desaparatara para o outro lado da rua dando espaço para que Harry fosse lançado aos pés dos outros comensais, envolto em chamas roxas, mas sem gritar nem um pouco apesar de estar ciente de que aquilo deveria doer muito, afinal ele conhecia a maldição negra. Levantou-se do chão ainda envolto em chamas, os comensais se afastaram dele surpresos e assustados, pensando que nada se levantaria depois de receber um feitiço daqueles, que devia dar a impressão de que a pessoa estava queimando viva.
_Chega. -Urrou Harry. As chamas foram jogadas para os lados e desapareceram. O olhar mortal dele estava direcionado para o espantado líder. _Não restará um para contar a história. -Falou o moreno, ele avançou para o líder com os punhos fechados, agora ele queria ver até onde ia aquele poder que Baha dissera que ele ganhara.
O punho já estava a meio caminho do rosto daquele maldito comensal quando uma nova presença se instalou no local, era quase que demoníaca e insana, muito mais poderosa do que a daqueles comensais, tão forte que tudo ao redor pareceu pesar, até o ar pareceu virar chumbo. Harry paralisou, sentindo olhos maníacos em cima de si, viu o restante dos comensais se levantar como se aquela presença os animasse, lhes desse mais força, até mesmo o comensal sem braço levantara muito branco e com os olhos fora de foco, parecia estar inconsciente, mas mesmo assim em pé. Há um leve zunido e Harry pula para o lado, em seguida algo poderoso tocou o chão, a onda de impacto o jogou de encontro com uma barreira o fazendo cair de joelhos. A poeira baixou lentamente revelando a responsável por aquilo. E, ainda de joelhos, Harry olhou para aquela mulher que ele tanto odiava e que tanto mudara, os anos fora de Azkaban ajudaram a manter a beleza que ela tinha. Cabelos negros alinhados que iam para baixo do ombro, os olhos tipicamente da família Black, a pela branca... Ali estava a mais fiel comensal da morte e também considerada uma das mais poderosas do mundo, a mulher que dizia que trazia o anjo da morte, Bellatrix Lestrange.
_Isso, verme, caia de joelhos perante mim. -Disse Bellatrix olhando para Harry, não estranhando o ódio que vinha daqueles olhos verdes. Era um ódio que ultrapassava a razão, pelo menos fora isso que ela pensara mais tarde. _Companheiros, eu com toda a misericórdia que possuo, dou uma chance de vocês se redimirem do seu erro. -Dizia olhando para cada comensal que começava a se reagrupar em frente a si. Dentro das lojas o frio da morte parecia cair sobre todos e o desespero passar por seus olhos e mais flashs vinham de alguma loja. _Matem-no de uma vez.
Os oito comensais avançaram para Harry, que agora já se encontrava de pé. Ele se defendeu de um golpe que não conseguiu definir de quem fora. Desviara de outro feitiço, mas fora atingido por um punho na altura do rosto e por um feitiço no peito, o lançando para longe de Bellatrix e caindo com o rosto virado para o chão. Sentia o gosto de poeira na boca, misturado com sangue. Os comensais ficaram mais fortes com a simples presença de Lestrange, provavelmente com medo, ou era algo inconsciente. Sentiu seu corpo ser içado no ar por dois comensais que o seguravam mais uma vez pelos braços e Bellatrix mais uma vez se pôs a sua frente sorrindo.
_Crucio. -Murmurou Bellatrix e ele não pôde conter o gemido de dor, aquela maldição era muito poderosa, soubera em seu mundo que era a especialidade da comensal e, provavelmente, nesse mundo ela era muito mais poderosa. A maldição o fizera cerrar os dentes de tal forma que pensou que iria rachá-los, mas mesmo assim se negava a gritar, não iria demonstrar fraqueza, não naquele momento e não depois de ter chegado tão longe. Por fim, sentiu algo frio em seu peito, tão frio quanto gelo, sabia o que era aquilo, que apesar de frio pulsava como um coração. _Vejam o todo poderoso Hades derrotado por mim, uma mera mortal. -Disse Bellatrix parando a maldição e fazendo Harry sentir os joelhos fraquejarem. _O que tem a nos dizer, Deus da Morte?
_Eu não sou um Deus. -Disse Harry em tom ofegante e levantando a cabeça, encarando Lestrange nos olhos. Ela sentiu um leve arrepio na espinha, aqueles olhos, já vira ódio neles, mas aquilo não era ódio, provavelmente algo que ia além disso. _Sou apenas um humano que pode ser pior do que qualquer deus ou demônio. Os comensais que o seguravam gritaram de dor e o soltaram. Bellatrix olhou para eles e viu que as roupas deles tinham sido queimadas, então algo pulsou a sua frente, vinha do moreno.
_Recuem. -Gritou para os dois comensais, estes desaparataram com a líder e apareceram de novo há um pouco mais de vinte metros de onde Harry estava.
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Em cima de uma construção, alguém observava tudo aquilo. Era um ser alto, envolto por faixas negras até a cabeça e uma capa que caía até os seus pés, os olhos de um vermelho intenso observavam aquilo por entre as faixas que cobriam quase todo o rosto. A aura ao seu redor era intensa, mas ninguém parecia perceber, também quem iria perceber ele ali, uma existência diferente desse mundo, então alguém aparece ao lado dessa estranha figura, esse alguém parecia translúcido como um fantasma, mas se podia ver claramente os cabelos prateados e o rosto jovem, as vestes nobres. Ali estava alguém que nem mesmo o estranho ser coberto de faixas esperava, ali estava Baha, a senhora do tempo.
_O que fazes aqui, Vegsvin, conhecedor do caminho dos mortos? -Disse a Deusa olhando para o ser enfaixado, esse a olhou com desinteresse.
_Nada que venha aos seus assuntos. -Disse o ser, a voz era forte, baixa e fria como a sentença de um juiz acostumado a não ser contestado.
_Quando o terceiro juiz dos mortos caminha no mundo humano, creio que é do meu interesse. -Disse Baha olhando para o Potter em pé, um pouco detonado, ele parecia que faria algo. _Foi meu irmão que o mandou?
_Sim. -Responde o juiz dos mortos. _Ele quer que eu convença seu protegido a não mais usar o nome do deus ancião dos mortos.
_Que tolice. -Falou Baha com descaso. _Os deuses anciões já não mais habitam esse mundo e não se importam por alguém receber seus nomes. Tudo que meu irmão quer é se manter absoluto com o seu titulo de O Deus da Morte.
_Alguém tão fraco não merece carregar tal título. -Disse Vegsvin, olhando intensamente para o Potter. _A linha da vida dele está tão fina que qualquer dia ela se romperá por algo banal.
_Faça o que quiser. -Disse Baha, não tinha intenção nenhuma de interferir. _Mas lembre-se, meu caro juiz dos mortos, que você é apenas imortal, não invulnerável.
Vegsvin sentiu os olhos duros da deusa sobre si e se sentiu incomodado, ninguém poderia ir contra os seus julgamentos, mas os julgamentos de Baha estavam acima do seu. _Veja, ele já notou sua presença. -Disse a deusa apontando para o chão, onde Harry Potter olhava na mesma direção em que os dois estavam, mas depois desviou os olhos. _Agora, meu caro, saiba o porquê dele ser considerado por muitos de sua espécie como o deus da morte.
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Os comensais não entenderam o porquê do Potter simplesmente olhar para o alto de uma loja, por um instante pensaram que eram reforços, mas não tinha nada ali. Em seguida os olhos verdes cravaram neles, até mesmo Bellatrix sentiu medo. Havia um silêncio infernal, as auras assassinas e os pequenos sinais de um combate na rua principal, pelo menos no chão, já que as lojas estavam protegidas. O moreno apontou a mão para o próprio peito e sua camisa se desfez, caindo em pedaços no solo e, mesmo a distância, ela viu aquilo no pescoço dele. Perguntou-se como não vira antes, mas ainda sim não entendia o porquê da energia dele ter ficado mais assustadora.
No pescoço do Potter havia uma corrente negra como a mais profunda escuridão e um pingente vermelho escarlate. Ele sorriu na direção dos comensais, iria levá-los ao esquecimento em breve.
_Urre... –Murmurou, mas sua voz foi ouvida por todos como um eco do além. _Kerberos. -Ele retirou o pingente do pescoço, a corrente negra veio junto sem oferecer resistência e um forte clarão verde preencheu o local. Então uma energia opressora percorreu todos os cantos, selvagem feito a de um lobo, fria feito o gelo e sem sentimentos como a de uma besta. O chão parecia tremer, o coração de quem estava por perto pareceu não bater e os pulmões não funcionavam.
Quando os comensais conseguiram enxergar, viram o que lhes trouxe medo. Estava, ereto como um rei, o homem conhecido como O Deus da Morte. Seu sobretudo balançando sobre um vento inexistente, seus ferimentos praticamente fechados, os olhos sem brilho como se a vida houvesse se esvaído e segurando uma enorme foice escarlate como sangue, feita de algo desconhecido desde o cabo até a própria lâmina, que diferente do resto era negra como o ébano e muito grande. Harry olhou para a foice e depois para os comensais, levantou a arma um pouco e em seguida a fincou com força na terra, um leve tremor foi sentido pelos comensais, que o viram soltar a grande arma, a qual continuou em pé, enquanto o Potter desaparecera de repente. Todos olharam em volta a sua procura, então Bellatrix pula para a esquerda, alguns comensais a seguiram, mesmo não sabendo o porquê. O único que não se movera fora Zabine, do nada o corpo dele foi arrastado por alguma coisa, uma nuvem de terra subiu e todos viram Atlas deslizar sobre a terra, arrastando Zabine, que era segurado pelo pescoço.
_Tua vida agora pertence a mim. -Murmurou Harry, os olhos de Zabine demonstravam o mais absoluto terror. _Diga-me seu último desejo. -Falou o moreno com um sorriso sem vida em seus lábios.
_Me mate. -Pediu Zabine. Já esperava aquilo ao sentir a energia, ao ver os olhos. Queria seu descanso, já lutara demais e vivera demais, vira coisas que não queria ver e fizera coisas que, naquele momento, passavam diante de seus olhos e se arrependera de cada morte e dor que causara, pois estas ecoavam por seus ouvidos e o desesperava.
_Há coisas piores do que a morte. -Disse o moreno, soltando Zabine, dando as costas para ele, não ligava mais para o comensal. _Aquele que procura a morte, deve ser condenado a caminhar sem encontrá-la. -O comensal caíra no chão, tremendo, aquela energia era desumana, era algo que não continha dor, nem desespero muito menos alegria e tristeza, era algo neutro.
_Como alguém pode abandonar a própria vida em uma luta? -Perguntou olhando para Harry, este apenas sorriu ainda de costas.
_Alegre-se. -Disse Harry ainda de costas. _Pois no momento que eu lutar por minha vida ou pela vida de alguém, será o momento que tudo ao meu redor será destruído. -Zabine sentiu uma enorme pressão sobre si e mais uma vez caiu de costas, afundando inconsciente no chão.
Uma forte movimentação a sua esquerda faz Harry notar o comensal quase morto e sem braço avançando em sua direção, levantou uma das mãos na direção dele e um feixe prateado acertou o homem no peito, então um último resquício de sangue saiu do pobre comensal, que voou com força para uma das barreiras e caiu morto.
Em menos de um minuto, dois comensais caíram de forma tão fácil e simples, que assustou os comensais restantes e aqueles que observavam de dentro da barreira. Em seguida o Potter sumira de novo e reaparecera mais uma vez ao lado da grande foice, os comensais se olharam e em seguida olharam para Bellatrix que não precisou dizer nada. Quatro comensais avançaram em direção a Harry. O primeiro lançou a maldição da morte, Harry tirou a foice do chão e girou ao redor de si mesmo, e quando o raio verde estava perto, colocou a lâmina negra na frente do corpo, vendo-a devolver a maldição fatal, que parecia mais forte ainda. Aquele que a havia lançado caiu morto instantaneamente.
Os outros três comensais, que haviam parado por um instante, olharam assombrados, afinal ninguém deveria ser capaz de rebater uma maldição da morte, muito menos com uma arma. O moreno aproveitando a distração, levantou a foice acima da cabeça e desceu rapidamente a lâmina, em seguida um grande feixe negro passou a rua principal, os comensais desviaram por pouco e uma grande fenda se abriu no solo desde onde o Potter estava até uns cinqüenta metros a frente. Os três comensais, surpresos com o golpe, não notaram que o Potter agora avançava na direção deles.
Harry apareceu na frente da primeira vítima, ignorou os olhos que transmitiam o mais puro pavor e, literalmente, partiu o comensal no meio. As duas metades mal caíram no chão e ele já pulou, dando um mortal no ar, escapando de mais uma maldição da morte. Ao tocar o chão some, o segundo comensal cai sem uma perna, em seguida o moreno aparece ao lado dele e com o cabo da espada acerta a cabeça do comensal, que perde os sentidos. O terceiro e último comensal se viu acuado, deu alguns passos para trás antes de bater na parede, o Potter pulou mais de dois metros e ia cair praticamente em cima dele. O comensal fecha os olhos apavorado, iria morrer, sabia disso, mas não queria, em seguida ele ouve o zunido da lâmina da foice cortando o ar, então um som alto como o de um sino, sente um leve tremor às suas costas, mais uma vez o som de metal rasgando metal, escorregou no chão e abriu os olhos.
Realmente era algo para se sentir apavorado, lá estava o Potter a sua frente, a foice a alguns centímetros de sua cabeça, mas algo estava estranho, ela estava fincada em algo azul claro. Aparatou tentando se manter o mais longe possível do moreno, então desaparatou do outro lado da rua e viu a barreira em que havia se encostado a alguns segundos com um enorme rasgo que seguia o caminho da foice do rapaz. Aquela maldita arma fora capaz de cortar uma barreira que já estava totalmente amostra, ele notou a enorme cúpula azul anil que cercava metade da aldeia. O Potter tirou a foice do local e fez um leve som de desagrado, analisando o estrago que fizera na barreira, deu de ombros e se virou. Caminhou na direção do comensal com uma calma inabalável, enquanto a barreira atrás dele começava a rachar e a trincar, o som era como de vidro triturado, por fim ela estourou em milhares de pedaços pequenos e caiu como neve no chão.
_Monstro. -Murmurou o comensal, se esquecendo completamente da magia e de qualquer outra coisa. Covardemente, ele aparata atrás de Bellatrix, que também estava chocada, nem mesmo ela seria capaz de rebater uma maldição da morte e literalmente destruir uma barreira daquela forma.
Ela sentiu o suor brotar em seu rosto e recuou um passo perante aqueles olhos verdes e o maldito Atlas pareceu perceber isso e sorriu.
_Comensais deban... -Bellatrix não terminou de dizer, pois logo fora içada pelo pescoço. Harry estava a sua frente, demonstrando um prazer incrível nos olhos por fazer aquilo. Era sua vingança, naquele mundo ele poderia matar todos aqueles malditos, os faria pagar por terem tirado tudo dele. Então o som de porta abrindo e de um sino chegou ao seu ouvido, virou a cabeça o suficiente para ver que do lado da rua que não mais tinha barreira saiu uma criança, no máximo nove anos, que corria em direção a um corpo de uma mulher, gritava algo. Porém não ouvia nada além de seu coração, ao ver ela saindo atrás daquela criança. Bellatrix, desesperada por ar, notou o que ele olhava e, com esforço, levantou a mão. _ Existinsion .
Quando Harry ouviu aquele feitiço sair da boca de Bellatrix, sentiu seu mundo parar, um medo mórbido tomou conta de seu corpo, lembranças do massacre vinham a sua mente, e, por fim, ele viu o corpo de Hermione. Seu coração pulsou rápido, não sentiu largar Bellatrix, nem viu a maioria dos comensais debandarem, deixando somente quatro para trás, sendo que dois já estavam mortos. Também não ouviu juras de vingança e morte em sua direção, ele só sentiu o vento bater em seu rosto e o chão debaixo de seus pés em contatos mínimos.
De repente estava em frente a Hermione, que segurava a criança nos braços, tentando levá-la de volta para o bar. Os olhos dos dois se encontraram por milésimos de segundos e foi o suficiente para ela notar o enorme vazio e a dor naqueles olhos verdes, em seguida ele a derruba no chão com a criança e o feitiço estoura em suas costas, o lançando para frente, a dor lhe invadiu o corpo, enquanto rolava pela rua devastada com a pequena luta.
O silêncio reinou, ninguém parecia respirar. Hermione levantou tossindo um pouco, sentia o leve gosto de terra na boca, mas não ligou, notou que a criança tremia muito em seus braços, olhou em volta tentando saber o que acontecera, viu a rua em ruínas, uma enorme fenda no centro da rua, notou os corpos de alguns mortos, entre eles comensais. Ao olhar para o outro lado se lembrou do feitiço em sua direção e se levantou rapidamente, abandonou a criança no chão, pessoas começavam a sair do Três Vassouras olhando para fora com medo. Hermione correu para onde estava o corpo do professor Potter, ele estava a quase dez metros de si, mas parou quando chegou perto dele. Por alguma razão teve medo de que ele estivesse morto, não sabia o porquê, vira tudo que ele fizera, fora cruel de certa forma, mas sentia algo diferente. Lembrou-se da dor e solidão refletida em seus olhos, ia se abaixar para tocá-lo, pronta para chamar alguém, afinal ele fora atingido por um feitiço de extinção, que em meros humanos era devastador, viu a foice dele a alguns passos e se sentiu hipnotizada por ela, então algo a sobressaltou, fazendo-a se levantar rapidamente.
Harry sentia cada célula de seu corpo dolorida, maldito feitiço. Virou-se e sentiu alguém perto de si, abriu os olhos e encarou Hermione, por um instante ele pensou ter voltado no tempo ao ver preocupação em seus olhos castanhos, mas sabia que não era aquilo. Sentou-se e olhou meio zonzo o local, os malditos fugiram, sentiu raiva não só de si, mas de Hermione também. Ela não devia ter saído do bar, não depois de tudo que ele passara e passa, claro que ela não teria como saber, mas mesmo assim achou falta de consideração. Pôs-se de pé rapidamente, olhou para a foice um pouco afastado dele e em seguida ela já estava em suas mãos.
_Professor, o senhor es... -Hermione nunca terminou de fazer aquela pergunta, pois se sentiu intimidada com aqueles olhos sobre si, pareciam carregar frustração, alívio e raiva.
_Por um acaso você é estúpida ou o que? -Perguntou Harry, a voz carregava irritação, e ele viu Hermione se incomodar. _Você espera sair no meio de um combate mágico e esperar que ninguém lance um feitiço em você?
_Eu...
_Você poderia ter morrido, Granger. Se não fosse eu, você estaria morta agora. -O tom de voz duro e forte fez Hermione se sentir arrependida, mas não tinha o por que se sentir daquele jeito, então encarou os olhos verdes com a mesma intensidade.
_Antes eu do que uma criança inocente. -Rebateu a garota, apontando para a criança, só então o moreno notou ser um menino de cabelos loiros escuros que chorava no que parecia ser o corpo na mãe. _Alguém tinha que ajudá-lo.
_Antes de pensar em ajudar alguém, pense se você pode. -Falou o moreno irritado. _Pois de nada adianta ajudar alguém, se acabar morrendo no processo! -Ele deu as costas para a garota que bufou indignada. _Amanhã, antes do café, eu quero a senhorita na minha sala, iremos conversar sobre sua atitude imprudente e nem ouse questionar. -Ao terminar de dizer isso, o rapaz aparatou deixando Hermione sozinha. Logo Marcus chegou perto da namorada e ia tocá-la, quando a sentiu recuar um pouco, não demorou muito e pelo menos dezenas de guerreiros da fênix apareceram no local a procura dos comensais, mas fora tarde demais.
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Sirius e Remo apareceram juntos com a guarda da fênix e se espantaram ao ver o tamanho da destruição que se encontrava naquela única parte do vilarejo que não era protegida pela barreira. Corpos, não tantos quanto eles viram em Paris, mas havia alguns e notaram que entre esses corpos estavam o de um ou dois alunos, não viam de que casas, mas não importava, pois quando a morte chega ela não distingue casa ou posições, ela apenas te leva. Os dois amigos se olharam ao ver aquela enorme fenda no chão e sentirem o resquício de uma aura extremamente opressora, que se afastou do lugar. Não ficaram ali para interrogar testemunhas, sabia que a guarda faria isso, então cada um deles pegou uma pena azul de seus bolsos e sumiram em meio a uma chave de portal.
Ninguém precisava dizer a eles quem impedira aquele ataque, apenas aquele único resquício de aura fora o suficiente. Eles sabiam que aquele rapaz escondia algo e que Dumbledore devia ter ao menos uma teoria do que era.
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Harry aparatou em frente aos portões de Hogwarts e respirou fundo, frustração vinha dele, sabia que Hermione não tinha culpa, ela não sabia do que tinha acontecido, mas a simples idéia de vê-la morta mais uma vez o deixava louco. Por isso se odiou por ter se esquecido do por que ter ido para aquele mundo, ficara tão confortável ao ver aquelas pessoas vivas, vê-la viva, que se esquecera que não estava ali para simplesmente revê-los, estava ali para matar os comensais e o próprio Voldemort... estava ali para impedir que aquele mundo caísse na destruição como aconteceu com o seu. Saiu de seus pensamentos quando entrou nos terrenos da escola, respirou fundo para que sua aura diminuísse, a enorme foice ainda em suas mãos brilhou levemente e pareceu diminuir consideravelmente, mas não voltara a ser um pingente, ficara inteiramente escarlate e meio transparente como cristal, até mesmo a lâmina, ao todo a pequena foice não tinha mais do que quarenta centímetros e saindo do cabo da foice uma corrente negra.
Fez um movimento rápido e a corrente se enrolou em sua cintura, apertando levemente como um bizarro cinto, em seguida colocou a pequena foice na cintura de forma que não se cortasse com a lâmina. Dessa forma a foice iria sugar sua magia só que de forma menos brutal do que quando ela estava em forma de pingente. Mal percebeu quando chegou a frente das grandes portas da escola, passou por elas sem se importar muito, a aproximação de alguém fora sentida por ele, mas tentou ignorar. Em seguida o som de surpresa e descrença, ele resolve dar atenção a quem quer que fosse, era um professor que não sabia o nome, mas viu em seu braço direito a fétida marca negra.
_Algum problema comensal? -Perguntou o moreno de forma mordaz, implorando para que o professor comensal tentasse fazer algo. Tal desejo assassino pareceu transpassar por seus olhos, pois o professor tremeu.
_Você devia estar morto. -Falou o comensal com uma firmeza muito falsa.
_A morte é algo belo e assustador. -Disse o Potter, agora se aproximando do comensal, que tremeu e prendeu a respiração, conseguia sentir a energia sinistra que saía do Potter. _Deixe-me mostrar a você o lado mais obscuro da morte, mas não hoje, outro dia quem sabe, afinal a morte não avisa, apenas te leva. -Disse Harry andando em volta do professor como um lobo cercando sua presa. _Mande um recado para seu lorde de meia pataca e seus amigos covardes. -Quando começou a dizer isso, parou em frente ao comensal. _Eu estou indo atrás deles e, se alguém se meter em meu caminho, cairá um por um, pois não terei piedade.
O professor piscou duas vezes, mas o Potter não estava mais ali, sentiu um arrepio na espinha ao vê-lo já a alguns lances de escadas acima, tentou pensar em como ele fizera aquilo, negou até o último instante ser legilimencia, afinal para isso precisava ter contato visual ou ele assim pensava.
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Harry sorria intimamente, finalmente algo de Voldemort o servira, a maldita capacidade de fazer legilimencia a distância desde que se tenha um vinculo com a pessoa, e ele tinha um vinculo com cada comensal de morte do mundo, um vinculo que ultrapassava até mesmo a esse mundo, um ódio profundo que carregaria pela eternidade. Sentiu mais alguém se aproximando, mas sabia quem era e fingiu não perceber, deixou ser seguido até que entrou em uma passagem, ouviu passos apressados atrás de si e se escondeu em uma das saídas da passagem, esperou para ver Snape passando apressado pelo corredor escuro da passagem e saiu de seu esconderijo.
_É feio seguir os outros, Severo. -Disse o moreno, assustando o professor de poções.
_Sem brincadeira, Potter. -Disse Snape de forma ameaçadora. _O diretor quer vê-lo agora.
_Então é chegada a hora. -Disse o rapaz começando a andar pelo corredor, Snape o seguia, não conhecia direito aquela passagem. Viu o Potter subir uma pequena escada e sair da passagem secreta, saiu junto com ele e ficou um tanto surpreso ao se encontrar no corredor que dava para a estátua que guardava o escritório de Dumbledore. _Passagem útil essa, não Snape?
_Como a conhecia? -Perguntou Snape em seu tom seco.
_Sei que ele descobriu e que contou a você. -Falou o moreno fazendo Snape olhá-lo por um instante, mas nada. -Mal a estátua viu os dois e pulou para o lado, eles subiram vagarosamente até chegarem a porta do escritório do diretor. O jovem Potter entrou, mas Snape ficou para trás, recebera ordens para que ninguém interrompesse a conversa.
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Dumbledore observou o jovem entrar em sua sala, sentiu a mesma energia quase que insana que sentira vindo de Hogsmead saindo do rapaz só que em intensidade menor. A foice do arcanjo estava em sua cintura, sabia que estava reduzida, sentia ela sugando magia dele em grandes quantidades. Viu Harry Potter lançar um feitiço na porta, era um feitiço azul anil que bateu na porta e do nada começou a tomar conta das paredes, sabia que era um feitiço aprova de som, não o via ser usado há anos, mas nada poderia ser ouvido do lado de fora.
_Sente-se. -Falou Dumbledore para o moreno, que se sentou em uma das cadeiras em frente a sua mesa. Analisou o rapaz atentamente e pela primeira vez viu algo em seus olhos, algo que o fez lembrar-se de seu antigo aluno, Tom Riddle. _Eu consultei o Oráculo e ele me disse que você é de outro mundo e que Baha falou que posso contar tudo.
_A velha deusa das eras está se movendo. -Murmurou o moreno, deixando Dumbledore curioso. _Muito bem, o que quer saber?
_Quem é você realmente e de que mundo você veio? -Perguntou Dumbledore aquele tom calmo de sempre não o largaria na conversa ou assim pensava.
_Eu sou Harry Potter filho de Lilian e Tiago Potter e o único humano capaz de sobreviver a uma maldição da morte. -Falou Harry, seu tom também estava calmo. _Com um ano de idade em meu mundo eu derrubei Voldemort pela primeira vez, graças a uma magia Arcana de minha mãe e da profecia.
_Sabe da profecia? -Falou Dumbledore, o moreno apenas confirmou com a cabeça. _Conte-me sua história.
_Tem certeza de que quer saber a minha história? -Perguntou Harry de forma sombria. _Ela está envolta em sombras e caos, dor e sofrimento, se você entrasse em minha mente veria pilhas de mortos e veria sua própria morte. -Uma sombra passou pelos olhos de Dumbledore quando ele soube, aquelas palavras eram verdadeiras.
_Eu apenas quero saber sua história, não duvido que sejas filho de Lilian e Tiago, pois sei que é de outro mundo. -Falou Dumbledore, mas em seu interior via que o que estava para ser dito ali seria grande.
_Então comecemos do começo. -Falou Harry de forma normal. _Vamos começar logo depois de minha mãe morrer e do seu primeiro grande erro após a primeira queda de Voldemort.
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Um urro de puro ódio preencheu o castelo de Lorde Voldemort, situado no extremo norte da Alemanha, onde o sol não aparecia por entre as nuvens negras causadas por feitiços e rituais malignos realizados naquele local e também por criaturas repugnantes e difíceis de se descrever que soltavam fumaça negra no ar. Seguido do urro de ódio veio um urro de dor indescritível que trouxe terror a quem o ouviu, em seguida um profundo silêncio que trazia mais terror do que qualquer urro. No entanto, quem adentrasse naquele castelo infestado de magia profana e comensais da morte e passasse pelos corredores escuros e luxuosamente decorados, chegando na sala do trono, poderia ver o por que dos urros de dor.
_Incompetente maldita. -Falava Voldemort em pé, segurando-a pelo pescoço e encarando os olhos azuis de Bellatrix Lestrange, uma de suas mais fieis comensais, que se tornou fraca como uma criança ao perder para um Potter. _Você merecia morrer por suas falhas. -Falou Voldemort de forma sem vida, deixando seus olhos vermelhos brilharem de cruel alegria a menção de tirar a vida de alguém tão patético. Mas soltou Bellatrix que caiu no chão mole e sem forças nem para ordenar seus pensamentos. Os outros comensais sobreviventes ao ataque a Hogsmead estavam espalhados pela sala do trono, tão perto da morte que essa quase lhes tocavam os lábios, e tão perto da insanidade pela dor, que já não divisavam o real do irreal, mas aqueles que ainda conseguiam falar murmuravam a mesma coisa.
“Hades, monstro demônio, Potter”
_Maldita seja a raça dos Potters que ousa me desafiar ao ponto de renascer do mundo dos mortos só para me atingir. -Urrou Voldemort em fúria, a sala do trono inteira tremeu com aquele urro. _MALFOY. -Não foi preciso um segundo chamado e Lucius Malfoy entrava na sala do trono, apertando o braço direito que parecia sangrar.
_Aqui estou, meu Lorde. -Falou Lucius de forma ofegante, parecia que sentia muita dor.
_O que seu filho pode falar desse Potter? -Perguntou Voldemort de forma mansa que causou arrepios em Lucius.
_Nada de útil, a vida dele é um mistério. Meus contatos da aliança também não sabem de onde ele vem, é como se ele houve brotado da terra. -Falou Lucius em tom baixo. _Aparentemente ele diz vir de um antigo país anti-bruxo, mas isso é improvável. Ele parece ter um grande poder como já foi provado e vem ensinando magia sem varinha para os alunos da escola.
_Lance uma recompensa de 400 mil galeões pela cabeça dele. Eu quero o Potter vivo ou morto. -Lucius não ousou olhar para o lorde quando ele falou. Aquela recompensa era enorme, até mesmo caçadores da aliança iriam atrás dessa recompensa. _E também, eu darei poder e honraria inimaginável a quem me trazer o Potter, as quais superarão qualquer outra.
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Harry poderia dizer que nem mesmo em seu mundo vira os olhos de Dumbledore tão escuros quanto via agora, ele parecia profundamente pensativo como se sua mente não estivesse mais naquele mundo ou em seu próprio corpo, mas compreendia isso. Contara coisas que poucos deveriam ouvir, histórias de vidas que se perderam em vão, apenas para que o mundo mergulhasse no caos.
_Então o que pretende fazer agora? -Perguntou o moreno ao diretor, que pareceu voltar do labirinto de sua mente.
_Como assim? -Perguntou Dumbledore.
_Está livre para contar isso para quem quiser, mas creio que algumas partes devem ser ocultadas, não creio que alguém gostaria de saber como morreu. -Falou Harry de forma normal.
_Talvez algumas coisas devam ser reveladas. -Falou Dumbledore. _Mas e você, o que pretende de agora em diante?
_Farei Voldemort se ocupar comigo, assim conseguirei atrasar um pouco o que está por vir. -Falou Harry de forma pensativa. _Mas creio que talvez, em um ou dois anos, haverá a derradeira batalha e dela provavelmente o Armageddon deverá nascer.
_Você quer evitar isso? -Perguntou Dumbledore.
_Quero. -Falou Harry de forma cansada. _Dumbledore, você não tem muita escolha para as coisas que irão se seguir, você não poderá morrer, pois se não o mundo mergulhará em caos. Guerrilhas e comensais irão tentar dominar a aliança, enquanto ela estiver fragilizada com sua perda e os membros da aliança brigarão para ver quem fica em seu posto. -As palavras de Harry saíam como uma sentença imutável. _Afinal seu posto é de imenso poder, mas se Voldemort morrer haverá uma guerra entre comensais, guerrilheiros e membros da aliança sobre os territórios vagos e o posto de mestre das trevas, muitos tentarão tirar vantagem e o mundo mergulhará no caos independente de você estar vivo ou morto.
_De qualquer jeito o destino parece imutável. -Falou Dumbledore, mas seus olhos não transmitiam medo, apenas encaravam Harry de forma intensa. _E o que fará para mudar isso?
_Tenho meus planos, que se derem certo, farão a balança dos poderes ficar equilibrada e a briga por território será praticamente nula. -Falou Harry de forma lenta. _Mas por enquanto minha prioridade é Rony e Hermione.
_Por que esses dois jovens? -Perguntou Dumbledore de maneira calma. _Mesmo eles sendo seus amigos em seu mundo, aqui eles tiveram vidas diferentes e são desconhecidos para você.
_Por que se um dia eu perder o pouco de sanidade que me sustenta, eles serão os únicos que conseguirão me matar. -Dumbledore notara na conversa que o jovem Potter variava às vezes entre uma sanidade frágil e a insanidade perigosa, o rapaz lembrava vagamente Tom Riddle quando mais jovem e aquilo não era algo bom. _Pois eu, mesmo em estado insano, não conseguiria matá-los. -Harry ficou quieto por um instante, como se olhasse para além desse mundo. _Tenho um pedido e espero que aceite.
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Um som seco ecoou pelo quarto de Harry Potter, o despertando de um sono com sonho inquieto, se aquilo podia se chamar de sonho, estava mais para lembranças do passado, coisa que ele não gostava. O som de batida ecoou mais uma vez pelo quarto, o que também o incomodava, pois não tinha o mínimo humor para receber alguém. Por fim desistiu e se levantou, olhou meio sonolento em volta, os seus aposentos no castelo lembravam um pouco um apartamento ou flat. No dia que recebeu aquele quarto, pensou que Dumbledore o queria manter por perto e, por isso, deixar-lhe confortável. Foi pensando nisso que chegou a porta e a abriu descuidado.
Olhou um pouco para baixo para encarar a visitante um tanto incomum e não deixou de pensar na ironia de ter sonhado justamente com ela. Já, Hermione Granger, que estava com uma expressão um tanto impaciente e com o pulso a meio caminho da porta, o encarava de uma forma um tanto familiar, parecia desafiá-lo, mas então ela corou levemente e olhou para o peito do moreno, que sorriu. Há algum tempo pegara o costume de dormir sem camisa dentro do castelo e, provavelmente, era isso que a incomodava.
_Pois não, Hermione. -Falou o moreno de forma simples e lenta, tentando adivinhar do por que dela estar ali.
_Ontem o senhor me disse que queria falar comigo. -Falou Hermione desviando os olhos, apesar de ter gostado do peito definido do professor Potter.
_Mas se me não me engano, eu pedi para nos encontrarmos em minha sala. -Disse o moreno, que se lembrava dos acontecimentos do dia anterior e seu humor mais uma vez despencara e, provavelmente, Hermione notara, afinal ela mais uma vez o encarou nos olhos.
_Sim, mas o senhor pediu para encontrá-lo antes do café, e o café da manhã já terminou há quase duas horas. -Falou a garota de forma dura, mas mesmo assim Harry pareceu não ligar, o que a irritou, ele deu espaço na porta.
_Entre. -Falou o rapaz, não era exatamente um convite, parecia mais uma ordem, a qual ela não questionou, também não estava de bom humor.
Quando entrou no quarto do professor, ela notou rapidamente uma cama espaçosa no canto direito, no canto esquerdo havia uma escrivaninha, que tinha alguns papéis, pelo que notara eram trabalhos de alunos. O restante do aposento era vazio, sem nenhum adorno pessoal que poderia dizer quem era o professor ou se ele tinha amigos ou passado. Notou rapidamente duas portas, estranhou aquilo, nunca ouvira dizer que o quarto dos professores tinha algo a mais que um banheiro pessoal, nem que eles eram tão espaçosos.
_Sente-se. -Disse ele, a fazendo pensar onde deveria sentar, então uma outra poltrona apareceu no meio do quarto e ela se sentou. –Espere alguns minutos. -Disse o moreno entrando numa das portas, ela ouviu o som de água, provavelmente ali era o banheiro.
Enquanto ele não vinha, tentou achar algo que denunciasse quem ele era ou de onde viera, se levantou da poltrona e foi a escrivaninha, viu que os papéis eram provas com cerca de vinte questões, algumas sobre criaturas que ela mal conhecia o nome e sobre feitiços cuja simples fórmula parecia um trava língua. Ficou curiosa para saber as respostas, mas abandonou o processo para agora observar atentamente o sobretudo negro de longe. Pensou mil vezes antes de avançar em direção a poltrona em que ele estava, contornou a cama desarrumada, o que a fez ter certeza que o professor estava dormindo minutos atrás, e alcançou à poltrona. Tocou o sobretudo que parecia ser feito de algo fino como seda, ficou tentada em saber como aquilo podia guardar tantas coisas, afinal o Potter tirava de tudo um pouco de dentro dele, mas sua atenção foi atraída por um brilho vermelho a alguns passos atrás da poltrona. Perguntou-se como não vira aquilo logo que entrou no quarto, afinal uma foice daquele tamanho não era algo que alguém deixaria de notar.
Viu o cabo vermelho sangue, fora o brilho dele que lhe chamou a atenção. Ele parecia ser feito de cristal semi-translúcido e não de um metal ou madeira, já a foice em si era de uma lâmina tão negra que se a encarasse por muito tempo teria a impressão de que ela sugava toda a luz a sua volta, de certa forma era uma arma admirável, mesmo Hermione que não tinha treinamento sentia o imenso poder que pulsava como se fosse algo vivo.
_Eu não a tocaria se fosse você. -Falou Harry surpreendendo a garota, que pareceu acordar de um sono profundo, percebendo que sua mão quase tocava o cabo da foice. Ela podia sentir algo quente sair da arma e recuou a mão meio surpresa.
_Eu não queria...
_Sim, você queria. -Falou Harry de forma normal, observando a garota voltar para a poltrona sem encará-lo, provavelmente envergonhada por ser pega no flagra. –Não se preocupe, se quiser investigar sobre mim está livre para isso, mas não pude permitir que tocasse em minha arma. -O rapaz olhou em volta como se procurasse algo, só aí a garota notou que ele estava com uma camisa e uma calça, ambas negras, ele parecia gostar dessa cor. –Está com fome?
_Um pouco. -Falou Hermione de forma baixa, se perguntando até quando o professor ia enrolar até falar o que tinha que falar.
_Dobby, apareça. -Falou o moreno e em seguida houve um estalo seco e um elfo doméstico apareceu em frente dele.
_Chamou, mestre Potter? -Perguntou a pequena criatura que Hermione apenas observou com curiosidade, já ouvira falar dos elfos domésticos, mas nunca vira um pessoalmente, coisa que sempre quis, principalmente para falar contra a escravidão desses seres, mas deixou isso de lado no momento.
_Já pedi para não me chamar de mestre. -Falou o moreno, que pela primeira vez, aos olhos de Hermione, parecia sinceramente incomodado e constrangido. _Você poderia trazer duas bandejas com o café da manhã?
_Sim, meu senhor. -Dissera Dooby, em seguida desapareceu.
_Professor. -Começou falar enquanto observava o professor na cama e calçar os sapatos, este olhou para ela com certo descaso, o que a fez ficar ofendida. –Poderia me dizer o porquê de ter me chamado?
_Só para dizer o quão idiota você é em se sacrificar à-toa. -Falou o moreno se levantando da cama e estalando os dedos, a cama se arrumou sozinha. Com outro estalo do dedo o sobretudo viera a sua mão, para que o vestisse rapidamente, depois disso olhou para a poltrona em que o sobretudo estava segundos atrás e essa desapareceu e reapareceu em frente da que Hermione estava sentada. Caminhou até o lugar vago e se sentou, uma mesa não muito grande apareceu entre dos dois.
_Idiota? -Perguntou Hermione, que observou tudo quieta, tentada seriamente em pela primeira vez lançar um feitiço em um professor, afinal aquele Potter a irritara. –Você acha idiotice se sacrificar por outra pessoa?
_Acho. -Falou Harry sem hesitar, o que a incomodou profundamente. –Minha cara Hermione, você pensou no que o seu sacrifício iria proporcionar?
_Eu ia salvar uma vida. -Falou Hermione.
_Para alguém que se tranca em uma gaiola de vidro intocada pelo mundo, você tem pensamentos bem altruístas. -Falou o Potter encarando a garota nos olhos, o que a fez se incomodar com algo, principalmente quando seu coração bateu mais forte. –Hermione, de nada adianta morrer por alguém, se você for abandonar algo. -Ela pareceu não entender essas palavras. –Pais, amigos e namorado. -A última parte pareceu aos olhos da grifinória que o professor praticamente cuspira. –Isso seria o que você deixaria para trás, algo que não poderia recuperar, pois depois de morrer não existe mais nada, não existe paraíso ou inferno, apenas o vazio deixado por nossas mortes. Imagine o sofrimento dos seus pais e o quão Luna ficaria abalada.
_E quem é você para me dizer isso? -Perguntou Hermione, não acreditando que usou um tom irritado com um professor. –Alguém que esconde quem é e o que quer alguém que parece não se importar com nada além do próprio nariz.
_Eu, apesar de ter praticamente a mesma idade que você, já vivi muito, vi coisas que você nem poderia sonhar, sei de segredos aos quais você nem imaginaria, respostas para perguntas nunca feitas. -Falou e mais uma vez os olhos verdes se tornaram inexpressivos.
_Quais os seus objetivos? Você tem poder e sabedoria, você pode mudar o mundo, pode ajudar a aliança a manter a paz e o paraíso para refugiados.
_Você é como um pássaro... -Começou a falar Harry como se não a ouvisse. –Belo e fascinante, mas preso em uma gaiola que o impede de ver o mundo real a sua volta. -Ele fez uma pausa como se lembrasse de coisas que aconteceram há muito tempo. –E como um pássaro em uma gaiola, você sonha com o mundo além das grades, tenta aprender o que acha que tem que aprender, ouvir o que acha que tem que ouvir, mas nunca indo além do que realmente deveria ir, pois tem medo de destruir o mundo que criou, não só dentro de sua gaiola, mas ao redor dela.
_Isso não é verdade. -Disse Hermione, tentando se defender.
_Então, quando foi a última vez que você quis saber o que acontecia fora desses muros? -Perguntou o moreno de forma inquisitória. –Quando se preocupou com tudo além do mundo que você criou, além de sua família perfeita, de seu namorado porto seguro e do que a opinião imposta pelo próprio sistema da aliança? -Harry a olhou com uma intensidade que parecia analisar a própria alma dela, o que a deixou incomodada. –Você nunca tentou, nunca quis com medo que seu mundinho desmoronasse, mas eu te digo uma coisa senhorita Granger.
_Eu tenho medo. -Murmurou Hermione de forma baixa, vendo um sorriso nascer nos lábios do professor, que não se importou em ser interrompido. –Medo de que tudo em que eu acredito seja mentira, que minha vida seja apenas uma ilusão, um mero sonho.
_Não importa o quão bom seja o sonho, um dia todo mundo tem que acordar. -Falou Harry, agora seu tom estava um tanto diferente, indecifrável para a garota. –Venha comigo Hermione, e eu lhe mostrarei o verdadeiro mundo a sua volta, as reais verdades. Dar-lhe-ei conhecimento além de sua capacidade e com isso mostrarei que o mundo em que você vive, apesar de ser coberto de mentiras, pode se tornar o seu sonho. Tudo que peço, é que venha comigo. -Falou o moreno estendendo a mão para a garota, que se sentiu tentada em aprender e ver mais, em sair de seu próprio mundo.
_Para onde iremos? -Perguntou aceitando a mão do rapaz, que sorriu.
-Ver o mundo como ele realmente é, e se depois disso você quiser salva-lo, eu lhe darei duas escolhas. -Disse o rapaz, que com a mão livre tocou em algo dentro do sobretudo, depois ambos desapareceram da sala.
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N/A: OIIIIIIIIII pessoal eu disse q voltaria em breve bom não tão breve mas pelo menos faz so um pouco mais de um mês que não atualizo uma fic^^..........to avisando q semana que vem to viajando e que minha beta Nay é d+++++++++++ hauhauahua.................Agradeçam a ela pois se não fosse ela não teria atualização pra nenhuma fic..............então ate mais..;
N/A: Também quero indicar algumas fics vou dizer pelo nome aai vcs procuram aqui na floreios mesmo.
Herdeiros dos Imortais.
Príncipes do Apocalipse.
Revenge.
Bom so isso ate mais.
Comentários (1)
O que ele pediu para o diretor?Finalmente ele e a Hermione vão se aproximar agora só falta o Rony,para quem o diretor vai contar a história alem do Seboso acho que o Sirius e o Lupin tem de saber.A luta foi fantastica pena que a Bella escapou.
2011-03-23