A Queda de Braço



Disclaimer: Lily Evans, James Potter, Sirius Black, Remus Lupin, Pedro Pettigrew, Alvo Dumbledore, Minerva McGonagall, Hagrid, Voldemort, Filch entre outros personagens da série Harry Potter, bem como os cenários de Hogwarts, pertencem única e exclusivamente à Joanne Rowling. A série Harry Potter é publicada originalmente pela Bloomsbury Publishing, e no Brasil pela Rocco.
As personagens Ártemis Prewett, Tracy Chambers, Elise Black e Kate foram criados pela autora original, e essa estória não possui fins lucrativos.

N/T: Tradução da fanfiction “Cuando me di cuenta de que estabas ahí” de Hermione-weasley86. Todos os créditos da história a ela. Eu apenas estou traduzindo porque adorei a fic!



Capítulo 1 : A queda de braço

Lily chegava bufando irritada à plataforma da locomotiva vermelha. Sua irmã resolvera ficar doente justo nesse dia (para incomodá-la, claro) e seu pai não pôde levá-la até a Estação King Cross. Não desejava nem ao seu pior inimigo uma viagem de duas horas e meia num ônibus com uma coruja que se acha um rouxinol, um baú do tamanho de Santiago Bernabeu, com TPM e sem ar condicionado. Definitivamente não era um bom começo para seu último ano em Hogwarts.
Lily era, por assim dizer, alguém que passa despercebida, por vontade própria. Era uma garota bonita, mas poucos percebiam, já que não se preocupava em se arrumar demais. Seu conceito de tratamento de beleza era uma ducha diária, pentear o cabelo numa trança e se depilar. Além disso, e para o desgosto de sua mãe, se empenhava em vestir-se sempre com roupas esportivas largas para esconder sua magreza, que de certo modo a envergonhava. Mas não era porque não comia, já que o lema de Lily era “se está num prato e não se mexe, devore-o”; era por sua hiperatividade: era a melhor aluna do seu ano e da escola toda, estava no clube de Astronomia, Aritmancia e Feitiços, além de praticar quatro horas por dia, e em segredo, ballet. Por que em segredo? Fácil! Para a ruiva qualquer coisa que a fizesse se destacar acima dos demais lhe dava alergia. Era feliz em seu anonimato, havia recusado a monitoria em seu quinto ano por esse motivo. Além disso, não suportava escutar os comentários “É sério? Você faz ballet?”, sabia que não se destacava precisamente por sua feminilidade, mas não ligava.

...

Chegou a uma cabine vazia e guardou sua bagagem sem problemas (o ballet havia fortalecido todos os seus músculos) e pegou seu walkman do bolso (adorava cantar) e um livro do tamanho de uma enciclopédia intitulado Teoria Elementar de Transfiguração Avançada. Entretanto ainda eram 10h45min, logo Elise, Kate e Ártemis demorariam um pouco para chegar. Eram amigos desde o primeiro ano e os quatro foram para a Grifinória, mas Lily era a única “sangue-ruim”. Elise também amava livros, mas tinha uma queda pelo que Lily chamava de Declínio das Letras, ou seja, Runas Antigas, História da Magia e Estudo dos Trouxas. Era uma garota baixinha, mas energética, com olhos e cabelos escuros, gostava de música (tocava piano e guitarra muito bem). Kate era outra história... Compartilhava a fixação de Elise pela música (era comum as três amigas se juntarem para tocarem alguma coisa), mas tinha alergia a livros. Estudava o necessário e passava raspando graças à ajuda de seus amigos. Seu sonho era ser cantora e música, sabendo que era àquilo que se dedicaria ao sair do colégio. Além disso, como seu pai era um diplomata do Ministério, não teria que se preocupar com suas despesas. Era loira e alta, e sua língua não ficava parada como deveria... O último era Ártemis, um garoto... diferente. Não era tão unido às garotas como elas eram entre si, mas eram grandes amigos. Ártemis era inteligente e fascinado por todo o tipo de animais estranhos e plantas, assim que, mesmo vindo de uma família de bruxos, estava decidido a estudar Biologia numa universidade trouxa. Ártemis tampouco era muito popular, sobretudo por ser calado e reservado com quem não conhecia bem, mas era um garoto, como dizer, fofo. Não um gostosão sexy, mas um garoto de olhos claros e corpo definido (devido às suas infinitas excursões até a Floresta Proibida para ver o que Kate definia como “um bando de monstros dispostos a comer seus olhos na salada”).

Elise entrou na cabine, sorrindo, vestida como uma típica francesa (de branco e preto e com uma boina).

— Bonjour, ma chèrie! — cumprimentou alegremente — Está aqui há muito tempo?

— Acabei de chegar – Lily deixou seu livro e sentou-se ao lado da amiga – Você tá muito chique!

— Paris é linda! – respondeu Elise com um olhar sonhador – Há tanto para se ver... Temos que ir lá, vocês ficarão encantados!

— Aonde temos que ir? – Kate acabava de entrar carregando a guitarra de Elise e a sua.

— A Paris! – respondeu Lily.

— Eu prefiro ficar aqui. Se tiver que arrastar mais dez metros todo esse equipamento, vou ficar toda quebrada...

— Perdeu a aposta – disse sorrindo Elise – terá que carregar as malas.

— Que aposta? – perguntou a ruiva cheia de curiosidade. Kate ficou vermelha e Elise começou a gargalhar.

— Apostamos que Kate se transformaria num tomatinho quando visse Black... E claro, perdeu...

— Ah não, Kate! – suspirou– Pensei que você já tinha superado isso. Black é um safado... S-A-F-A-D-O – dando tapinhas na cabeça da loira.

— Ele é meu primo! – se queixou Elise brincando.

— Não deixa de ser um idiota! – sentenciou – Ele, Pettigrew e Potter.

— E Remo – acrescentou Kate – ele também é um Maroto.

— Mas não é tão idiota – Elise concordou com Lily – e ao menos não anda por aí com ares de “O mundo é meu, não se atreva a me encarar que te esmago”, e não tem uma namorada estúpida e esnob...

— Seu primo continua com a Izabel? – perguntou Lily olhando preocupada Kate, que agora guardava os malões.

— Não, agora está com Monique Sword, uma corvinal “lindíssima, encantadora e com apenas dois neurônios funcionado” do sexto. É sério, Kate, se eu fosse você e meu primo se apaixonasse por mim, me sentiria ofendida. As garotas com que ele sai só têm cabeça pra fazer alisar o cabelo...

— Tá bem! – protestou Kate ao final – Black nem sabe que eu existo, assim é impossível que caia de amores por mim. Pois bem, Lily, você trouxe as fitas?


Ela sorriu e passou sua bolsa a Kate; dentro havia milhares de fitas de música gravadas e etiquetadas pela ruiva durante todo o verão.

— Obrigada! É o bastante para o ano todo!


Adoravam escutar música trouxa e inclusive aprendiam a tocar as canções que mais gostavam nos momentos livres. De repente, uma loira espalhafatosa e muito arrumada entrou na cabine.

— Bem, vocês... não lembro seus nomes... façam o favor de saírem da nossa cabine.


Tracy Chambers (assim se chamava a garota) apoiava-se, em um gesto estudado, as mãos no quadril. Atrás dela apareceram suas amigas, tão belas e populares quanto ela; haviam incluído uma nova dupla de corvinais. Formavam o grupo que Elise chamava de NTCMSP (Não Temos Cérebro Mas Somos Populares), a “elite” das garotas de Hogwarts. Ficavam com os “hiper-mega-ultra-populares” da escola, principalmente os Marotos. Desse grupo saíam suas namoradas.

— Tracy, querida, – respondeu Elise, com uma falsa cordialidade na voz – não vejo seu nome escrito em lugar algum.

— Mas esta – retrucou a loira – é justamente a cabine ao lado dos caras bonitões da escola, e eu quero ficar perto do meu namorado! Assim... fora antes que meu Jamie chegue!

— Sendo assim – suspirou Kate – nós podemos ir pra outro – não gostava nem um pouco de brigar por bobeiras.

— Como que pra outro? – berrou Lily – Olha aqui garota, não sei ao que você está acostumada, mas nós estamos aqui e aqui ficaremos. E se não te agrada, diga ao seu Jamie que mude ele de cabine, porque daqui eu não saio.


E sentou em seu banco tranqüilamente, indicando às suas amigas que fizessem o mesmo. Tracy, entretanto, já estava assumindo um feio tom de vermelho e as garotas que a seguiam murmuravam indignadas.

— Pois aguarde garotinha estúpida! – e a loira desapareceu com suas amigas pelo corredor.


Kate e Elise encaravam a amiga.

— Você as irritou – Kate sorria – agora sofrerá a vingança das NTCMSP.

— E o que elas me fariam? – perguntou Lily despreocupada – Arruinar minha popularidade? Não terão muito trabalho se é isso que querem.

— Ou podem atacá-la com seus batons! – riu Elise.

— Sim – suspirou Lily – Acho que terei que sair correndo atrás de um esconderijo.


Depois do comentário sarcástico, continuou conversando com suas amigas sobre música, mas não se passaram nem dois minutos e ouviram um grupo considerável de pessoas se aproximando da porta da cabine. A porta se abriu.

— Oh! – murmurou Elise – O Quarteto Fantástico.


Eram os Marotos acompanhados pelas garotas indignadas.

— Olá parente – Sirius se dirigia sarcástico à sua prima – Como não pensei que tinha dedo seu nessa história?

— Olá coisa com a qual compartilho um tanto por cento de material genético que espero que jamais se revele – sorria abertamente; as garotas de fora da cabine se perderam no meio do comentário – não entendo ao que se refere – respondeu.


Sirius bufou. Estava farto de passar vergonha por causa de sua prima. Era um garoto temperamental, muito bonito, com cabelos pretos e os olhos de um azul profundo. Muitas garotas do colégio suspiravam por ele, que vivia distribuindo sorrisos. Como James, se achava o gás da Coca, e achava impossível alguma garota resistir ao seu charme. James também estava na porta, tinha a mesma atitude em relação às mulheres que Sirius, mas era mais arrogante. Também era bonito, com um belo corpo e um sorriso adorável. Remus estava apoiado em uma parede do corredor e apenas observava a cena; era o mais calmo, mas também um gato, ainda que as garotas com as quais saísse fossem do NTCMSP. Era o mais alto de todos, mas também o mais magro, tinha os cabelos castanhos e uns olhos dourados adoráveis. Cumprimentou Lily com um aceno de cabeça e ela lhe devolveu o cumprimento. Eram amigos de turma e freqüentavam os mesmo clubes. O quadro era completado por Pedro, mais baixinho e menos atrativo que os outros, mas também bonito.
Kate, Lily e Elise não gostavam muito dele, que tinha a personalidade de uma batata assada!

— O que fizeram com as meninas? – perguntou James contrariado.

— As “meninas” – respondeu Lily – vieram aqui com a intenção de nos tirar da nossa cabine.

— Custa tanto trocarem? – perguntou Sirius irritado – Querem ficar ao nosso lado.

— Custa tanto elas moverem seus traseiros de “Miss Universo” até a cabine de vocês? – contestou Elise levantando-se e encarando a seu primo.

— São umas invejosas – berrou Pedro – por não poderem ser tão fantásticas quanto elas. – as garotas do corredor deram um sorriso cúmplice a Pedro – Querem irritá-las.

— Ah, claro, tenho uma inveja... – comentou sarcasticamente Kate – Já marquei minha sessão de lobotomia pra ficar tão “fantástica” quanto elas.

— James – Remus falava pausadamente enquanto se aproximava da porta – creio que elas têm razão, se estava aqui antes...


Elise e Lily sorriram agradecidas.

— Só fazem isso para irritar – murmurou Sirius – até parece que não conhece minha prima...

— Você não é o centro do universo, garotão – contestou Lily.

— Sim, tenho coisas melhores para fazer que te irritar. Observar o ciclo reprodutivo das lesmas suecas, por exemplo... – disse Elise.

— Bem, então vocês vão sair por bem? – perguntou James perdendo a paciência. Estava acostumado a ter tudo o que queria, quando e como queria...

— Não! – responderam as três juntas.

— Então sairão à força – respondeu Sirius.

— Se atreva a me tocar que te deixo acabo com suas futuras gerações, priminho...

— Esperem. – Remus olhou pra Lily, com um ar de inteligente – Por que não resolvemos isso com uma queda-de-braço?

— Uma queda-de-braço?!? – perguntaram todos exceto Lily, Elise e Catherine, que perceberam as verdadeiras intenções do lobisomem.

— O que foi? Vocês têm medo? Vamos... Quem se atreve disputar contra mim? Quem ganhar fica com a cabine.

— Garota... – começou James.

— Me chamo Evans, se à Vossa Majestade lhe custa lembrar – comentou sarcástica.

— Evans, não sabe onde está se metendo. A menos que guarde um braço de ferro embaixo dessas vestes três números maiores, coisa que eu duvido, não ganha de mim.

— Pois se você está tão convencido assim, mostre-nos sua força provocou Elise.

Cerrando os dentes, James se ajoelhou no chão, em frente a um malão que Kate havia colocado. Lily já havia arregaçado as mangas, deixando à mostra seu magro, mas forte braço, e apoiava o cotovelo sobre o baú. James a observou e descobriu seus potentes bíceps ali. As garotas do corredor suspiraram extasiadas e Lily levantou uma sobrancelha.

— Não quero te machucar, Edams – James sorria.

— É Evans, e não se preocupe comigo.


Remus se aproximou e fez sinal para começar. James fez força apenas para vencer de uma garota e esse deslize fez com que a ruiva abrisse uma boa vantagem. Rapidamente aumentou sua força e mirou seus olhos a sua frente. Sua cara era inexpressiva e não demonstrava fazer nenhum esforço, e sem demora estava novamente a ponto de vencê-lo. O garoto fez mais pressão, mas ela continuou mantendo seu braço no mesmo lugar. Tiago entendeu que aquela ruiva estranha estava caçoando dele, poderia ganhar quando quisesse... Só estava prolongando sua humilhação um pouquinho mais. A olhou com raiva e ela sorriu. Em um segundo percebeu o impacto de seu braço contra o malão.

— E... Ganhamos! – anunciou Kate.


Todos estavam surpresos. Essa garota alta e magra ganhou de um dos melhores jogadores de Quadribol do colégio. Sirius abriu a boca, atônito. Só Lupin sorria, sabia da força da menina (desconhecia que era devido ao duro treinamento de ballet) porque no clube de Astronomia era ela quem carregava sempre e com grande facilidade os pesados telescópios e certa vez lhe desafiou a uma queda-de-braço, só por brincadeira, e teve que fazer bastante esforço para vencê-la (e isso porque ele tinha muito mais força que um humano normal, devido ao fato de ser um lobisomem).

— Agora, se não se importam, – começou Elise – vão saindo da nossa cabine. Nosso amigo está querendo entrar.


Ártemis estava perto da prova e olhava com surpresa a cena. Remus deu um passo ao lado, para ele entrar.
James, contudo, mirava os olhos verdes de Lily com fúria, enquanto ela continuava indiferente.

— Potter, você precisa de mais treinamento. Com esse braço não vai pegar o pomo nem que ele pouse sobre sua vassoura – Lily sorria docemente.

— Egens...

— É Evans. Você tem Alzheimer?

— É que você não é suficientemente importante para que eu me lembre. – respondeu tentando feri-la.

— Ainda bem! No dia em que eu for importante para você me atirarei nos trilhos do trem! – a garota permanecia com o sorriso no rosto.

— Você não sabe com quem está se metendo – todos observavam à discussão perplexos. Ninguém se metia com um Maroto. A menos que quisesse ser ridicularizado na frente de toda a escola.

— Quem não sabe com que se mete é você... Nem ao menos aprendeu o meu nome – suas amigas, Ártemis e Remus sorriram pelo trocadilho.



James saiu enfurecido, dando um soco na porta da cabine, acompanhado por sua inseparável corte. Remus se deixou ficar para trás.


— Obrigada, Lupin – Lily sorria.

— Me chame de Remus, como sempre, Lily. Não foi nada, vocês tinham razão. E às vezes devemos lembrá-los de que são mortais.

— Igualmente – disse Elise. – Você foi muito bonzinho com a gente.

— Não foi nada. – balançava a cabeça – Bonita boina! – e se foi pelo corredor com as mãos nos bolsos.

— Bem, – Ártemis havia sentado ao lado de Lily – vão me contar o que aconteceu ou não?


Kate tomou ar e lhe contou a história inteirinha. Ártemis caiu do assento de tanto rir quando soube da “queda-de-braço”.

— Mas Lily, agora duas ameaças estão sobre sua cabeça: a vingança dos Marotos e a das NTCMSP. – Kate falava com um tom de filme de ação.

— Definitivamente preciso procurar um bom esconderijo – e despreocupadamente pegou seu livro-tijolão.

...


N/T: Por favor, gente, comentem. Eu procuro sempre repassar os comentários à autora, porque ela gosta de saber o que acham da fic dela. Estou traduzindo essa fic por dois motivos. O primeiro é porque, logicamente, eu a adorei quando li. O segundo é que, essa fic é tão boa, que já existe em três idiomas: Espanhol, Inglês e Francês. Por que não em Português? Beijãoo e por favor, votem e comentem.

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