Oh Happy Day...



 


Capítulo Onze – Oh Happy Day...  


Cassandra deixou Hogsmeade tarde. O sol já havia se posto há algum tempo quando ela saiu da casa dos gritos. Indicada por Sirius, Cassandra passou por uma passagem secreta que dava direto nos jardins. Ela achou isso a coisa mais legal possível e, diante dessa facilidade, planejava encontrar-se com Sirius mais vezes.


Ela andava calmamente pelos jardins do castelo, observando a paisagem. Olhando em volta, Cassandra constatou que, pela primeira vez, não estava perdida. Ela viu a clareira onde havia se perdido da ultima vez, era realmente distante do castelo.


Ao entrar no castelo percebeu que muitos alunos estavam fora de suas casas, apesar da hora. Cassandra não viu Harry em lugar algum, imaginou que ele estivesse na detenção. Ela sorriu ao lembrar que havia conseguido ignorar um dia inteiro de detenção.


- Ora, ora, ora – ela ouviu uma voz afetada atrás de si – se não é a senhorita Cassandra Boscaretty  andando livremente pelo castelo depois de ter passado todo o horário da detenção fora...


- P-p-professora Umbridge? – ela se virou, nervosa – Nossa, professora. A senhora está linda, casaco novo?


- Onde a senhorita esteve?


- Eu? – ela apontou para si – bem, eu – ela pigarreou – eu tive que sair, encontrar um parente, uma prima, da França! Ela veio me entregar uns pertences, sabe como é. Testamentos. Demoram até serem lidos e as coisas entregues, e minha avó, que Merlin a tenha, morreu há alguns anos e só agora liberaram o que ela me deixou, inacreditável não? E se eu não fosse não teria mais direito, minha mãe ficaria tão triste, pobrezinha.


- É mesmo? – Cassandra confirmou com a cabeça – e onde está o objeto herdado?


- Guardado – ela disse incerta


- Poderia vê-lo? Afinal, gosto tanto de objetos antigos.


-Sim, eu – ela pigarreou novamente – eu entendo, claro que a senhora pode ver – ela enfiou a mão dentro da bolsa – tempinho chato, não? Sempre fico com tosse quando esfria – Umbridge concordou educadamente, Cassandra sentiu seus dedos esbarrarem uma espécie de pente que era usado, também, para prender o cabelo. Ela sorriu, nem se lembrava que aqui estava lá, jogado no fundo da bolsa desde o dia que havia partido para Hogwarts. Tinha uma aparência antiga, apesar de ter sido comprado em uma lojinha próxima à King’s Cross, somente para tirar a franja que caia nos olhos da menina – aqui está – ela mostrou à professora em sua mão.


- É muito bonita – ela estendeu a mão – se importa?


- Na verdade – ela recolheu a mão, se a professora o visse de perto ficaria obvio que era uma imitação de plástico – um pouco. Minha avó era muito apegada a esse pente, não deixava ninguém tocar, morria de ciúmes, sabe? – ela colocou delicadamente no bolso interno da bolsa.


- Entendo – ela se virou, Cassandra suspirou aliviada – uma ultima pergunta, quem deu permissão à senhorita para deixar o castelo?


Ela sentiu a pegadinha que se escondia por trás das palavras dela. Se dissesse que Dumbledore havia deixado ela faria uma queixa ao ministério, mas se dissesse que havia ido por conta própria com certeza seria expulsa de Hogwarts. Cassandra engoliu em seco, com alguma dificuldade.


- Como assim, professora?


- Quem deixou a senhorita sair do castelo – ela repetiu – é uma pergunta simples, querida


- Bem, o – ela pigarreou mais uma vez, sua garganta começava a doer de tanto repetir essa ação – o diretor Dumbledore me deu permissão. Foi um caso especial, assuntos de família, muito importante.


- Entendo – ela sorriu como se já tivesse todas as informações que precisava – bom, volte a detenção, sim?


Cassandra ficou alguns momentos parada no corredor, pela primeira vez não conseguia prever as consequências de suas palavras. Imaginava que aconteceria alguma coisa, disso tinha certeza, mas não sabia o que. Apenas rezava à Merlin que não trouxesse prejuízo nenhum para outros, como Sirius e Dumbledore.


Ela sacudiu a cabeça, como se fosse para se livrar de tais pensamentos. Não achava que eles pagariam por seus atos e tentou se convencer que iria apenas cumprir mais umas semanas de detenção. Cassandra se espreguiçou demoradamente e avistou Filch com o canto do olho. Teria ido encontra-lo, mas já era hora do jantar, e ela precisava se alimentar.


A menina se jogou no banco entre Harry e Hermione, desejando boa noite a todos.


- Onde esteve? – Rony perguntou, com as bochechas cheias de batata.


- Lugares – ela deu de ombros


- Fazendo?


- Coisas – ela sorriu enquanto puxava um prato – isso é Pernil? – apontou para uma carne próxima a ela, Harry confirmou – ótimo, eu amo pernil!


- Não mude de assunto, Cassie – Harry disse assim que terminou de engolir seu suco – vamos, onde você esteve hoje a tarde toda?


Cassandra o encarou e deu de ombros, como se não encontrasse um motivo forte o suficiente para não contar a verdade.


- Hogsmeade


- Hogsmeade? – perguntou Hermione, confusa – fazendo o que?


Cassandra olhou em volta, como se fosse contar um segredo, mas colocou o dedo sobre o lábio e sussurrou


- Não posso dizer – ela sorriu – não agora!


Ela se levantou repentinamente, sem acabar seu prato, e foi se encontrar com Filch, para terminar  a detenção do dia.


 


*


A porta do salão comunal da Grifinória abriu com violência. Poucos alunos ainda estavam acordados àquela hora. Harry, Rony e Hermione eram os poucos que ainda habitavam o salão. Cassandra chutou uma almofada que estava em seu caminho antes de se jogar no sofá em frente à lareira, ao lado de Hermione. Ela pressionou os olhos com os punhos, emitindo um som de raiva.


- Eu odeio o Filch! – Gritou com os punhos ainda nos olhos – Odeio aquela gata maldita dele! E olha que adoro gatos! Odeio detenção, mas principalmente, o que eu mais odeio é a Umbridge!


- Eu vou arriscar – disse Harry lendo seu dever de casa – e dizer que você está irritada com a detenção.


Cassandra olhou incrédula para ele, mas logo uma expressão sarcástica e debochada se instalou no rosto dela.


- Não, mesmo? – ele confirmou com a cabeça – e como o major cabeça de abóbora chegou à brilhante conclusão?


- Ouch – ele colocou a mão sobre o peito, fingindo uma expressão de dor – essa doeu. Sabe, eu não me lembro de ver você tratando o Malfoy assim hoje, durante o treino de quadribol, muito pelo contrário...


Cassandra revirou os olhos e jogou as costas no encosto de sofá, tirando Harry de seu campo de visão. A última coisa que queria discutir era Draco Malfoy.


- Se é esse o tópico que vocês querem discutir – ela se levantou – eu vou dormir, tenho um dia cheio amanhã e estou exausta!


Ela subiu as escadas murmurando um fraco boa-noite a todos e sumiu de vista.


                             *


No dia seguinte Cassandra acordou cedo novamente, no entanto dessa vez não havia ninguém no salão comunal escrevendo cartas. Ela grunhiu ao atravessar a porta que dava para o corredor. Filch era uma das últimas pessoas que queria encontrar no domingo de manhã, e seria justo a primeira.


Cassandra vagou a esmo pelos corredores até encontrar o zelador. Bocejava e passava os dedos pelos cabelos cinza a todo o momento. Era realmente uma tarefa insuportável a que Umbridge havia arrumado para ela.


- Bom dia – murmurou Cassandra sentando-se na mesa da Grifinória depois de algumas horas patrulhando os corredores


- Nossa, sua cara está péssima – constatou Gina – detenção difícil?


- Mais chata do que difícil. – respondeu Cassandra coçando os olhos


Ela puxou algumas torradas para seu prato e começou a mastigá-las melancolicamente. Depois de alguns minutos sem ninguém dizer uma palavra centenas de corujas entraram pelas janelas, deixando cair vários pacotes, cartas e jornais nos colos dos alunos. Cassandra levantou os olhos, procurando por Atena, sua coruja, mas não a avistou em lugar algum, por isso abaixou a cabeça para comer novamente.


Assim que as aves começaram a ir embora uma grande coruja marrom com enormes olhos amarelos pousou no ombro de Cassandra. Ela trazia um envelope no bico. A menina o pegou e encarou curiosa. Não possuía remetente. A única coisa escrita no papel era “Cassandra Boscaretty, Hogwarts”. Ela olhou os dois lados da carta.


- De quem é? – Harry perguntou distraído. Cassandra deu de ombros


- Não sei, não tem remetente algum, e eu também não conheço essa coruja. Talvez esteja assinada – ela sorriu, curiosa. A coruja abriu as longas asas e levantou vôo.


Ala abriu a carta cuidadosamente. Dentro dela havia um pergaminho preto escrito em tinta dourada. Não havia nome algum, apenas um rico e ornamentado DM no fim da carta. Cassandra e Gina se entreolharam e ambas fizeram exatamente a mesma expressão, como se dissessem “nada mau”. Cassandra limpou a garganta para ler a carta, mas antes que decifrasse a primeira palavra Fred já havia puxado o papel de sua mão. Ele se levantou a apoiou o um pé sobre o banco, como se fosse declamar o que estava escrito.


- Minha querida Cassandra. Já sabemos que não é uma cartinha da mamãe!


- Até por que se fosse começaria com “O que se passa na sua cabeça, sua infeliz?” – ela murmurou fazendo com que aqueles em volta soltassem algumas risadinhas. Fred limpou a garganta e continuou


- Minha querida Cassandra – ele repetiu – eu... e pronto, é até aí que o meu francês vai. – Cassandra riu enquanto puxava a carta para si   


- Imprestável – ela arrumou a carta e a encarou por alguns segundos – deve ser alguém de Beauxbatons, ou alguém tentando tirar uma com a minha cara


- O que diz?


- Bom, seja lá quem for realmente sabe como falar complicado, fazia tempo que eu não lia uma linguagem tão empolada e rebuscada quanto essa


- Alguém tentando te impressionar – Gina riu


- Me impressionar, é...? – Cassandra assumiu uma expressão de concentração enquanto, sem perceber, seu olhar rolava até a mesa da Sonserina, recaindo sobre Draco


- Anda logo – Harry chamou, ela virou os olhos rapidamente, corando um pouco – o que diz?


- Er – ela passou os olhos novamente pela carta – trazendo pra uma linguagem mais atual seria algo do tipo “Vendo o que o seu aniversário está chegando, Cassandra, eu gostaria de desejar-lhe, adiantado, os meus mais sinceros parabéns e que grandes alegrias cerquem sua vida. Estou certo que, assim como nos anos anteriores, uma grande festa será realizada para comemorar a data. No entanto, esse ano será diferente pois é uma data mais especial que o normal, afinal, são os quinze anos de uma garota e não há aniversário mais prezado, e aguardado, que esse. E, portanto, pretendo fazer uma surpresa que não será esquecida nem em centenas de anos! Fazendo votos de encontrá-la antes do tão esperado dia, DM”


Eles se entre olharam. Harry suspirou pesadamente, como se fosse falar alguma coisa, mas Fred o interrompeu.   


- Pela calças de Merlin, Cassie, há quanto tempo você conhece o rato do Malfoy?


- O que? – ela olhou incrédula – dá onde você tirou essa conclusão?


- DM? – disse Harry – quem mais seria?


- Como eu vou saber? Eu o conheci no trem! E tem mais, a carta está toda em francês, faz muito mais sentido que seja de alguém Beauxbatons, não é?


- Cassandra – chamou Hermione, pensativa – aquele amigo seu da foto, Derek, certo? – ela confirmou com a cabeça – qual é o sobrenome dele?


- Malcolm, por quê?  


- Pode ser ele, não pode? Bem, nome com “D” sobrenome com “M”, francês, tem uma queda por você...


- Ora bolas! – ela bufou – baseado em que você diz que a pessoa da carta é afim de mim?


- Seja lá quem for – Gina interrompeu – tenho certeza que vale muito mais a pena dar uma chance pra ele do que para o Malfoy – ela deu de ombros.


Cassandra revirou os olhos e voltou a se concentrar nas torradas, mas dessa vez não estava mais melancólica, mas sim curiosa. E muito.


                                                                                        *


A segunda feira amanheceu um pouco melhor que o fim de semana, pois Cassandra não teria detenção durante a semana. Ela se espreguiçou na cama com indolência, se perguntando se teria alguma semana, antes das férias, que conseguisse passar sem uma única detenção.  Ela balançou a cabeça, acreditando que não.  Ela suspirou enquanto se levantava.


Lilá estava no banheiro trocando de roupa enquanto Cassandra esperava ao lado da porta com o uniforme nos braços, apenas ela ainda estava de pijama. Hermione estava sentada sobre a cama impecavelmente arrumada, brincando com Bichento. Cassandra olhou para a própria cama, parecia incrivelmente desleixada ao lado da de Hermione. Ela deu de ombros antes de desviar os olhos. Lilá saia do banheiro.


Hermione e Cassandra desceram as escadas conversando animadamente. Harry e Rony esperavam por elas no pé da escada.


- O Snape vai me matar – disse Rony


- Por quê? – perguntou Cassandra curiosa


- Isso – ele balançou um pergaminho rabiscado sob o nariz dela. Ela se afastou um pouco e segurou o pergaminho e o encarou – ele pediu pra entregar ates da aula, tenho certeza que é pra corrigir logo e poder me humilhar o quanto antes – Cassandra revirou os olhos, sorrindo


- Ora, Rony, não seja tão pessimista, não está nem tão ruim assim!


- É claro que está! – ele disse recolhendo o pergaminho e pegando o de Harry também, como Rony e Hermione eram monitores deveriam recolher as redações de todos os alunos da Grifinória e entregar para o Snape antes da primeira aula – e por falar em redação, onde está a sua? Você fez? Por que eu não te fazer em momento algum!


- Fiz ontem, depois da detenção. Acho que vocês já estavam dormindo. Fui pra biblioteca, já era bem tarde! Fiquei surpresa ao encontrar o Draco lá fazendo exatamente a mesma coisa!


- Oh – Harry fez, debochado – Mas que coincidência, não é mesmo?


- Você quer dizer...? – Cassandra incentivou


- Ora, Cassie, é obvio que ele fez de propósito! Sem contar que, aposto que você o Malfoy estudaram muito...


- Pra sua informação, sim eu estudei, e se não acredita porque você mesmo não checa? – ela puxou um pergaminho enrolado de dentro da mochila e jogou para Harry. Ele e Rony juntaram as cabeças para ler o conteúdo do pergaminho. Já estavam quase na mesa da Grifinória.


- Isso está brilhante, Cassie – Rony exclamou – será que você poderia me emprestar? Sabe, só algumas passagens...


- Nem pensar! – ela entregou o pergaminho para Hermione, que correu para a mesa do professores para entregar os trabalhos da turma para Snape, que saia apressado do salão – me deu muito trabalho fazer isso. Quem sabe se vocês não implicassem tanto comigo, eu talvez emprestasse ou até mesmo trocasse, mas fazer o que, né? – disse Cassandra se sentando à mesa e puxando um prato para perto de si.


Hermione voltou rapidamente para a mesa. Assim que ela sentou uma enorme coruja pousou ao lado dela, trazendo o jornal. Ela tomou um susto e pegou o jornal rapidamente, Cassandra imaginou que ela estivesse esperando por aquela edição do jornal mais que as outras. Não demorou muito para entender o porquê. Uma enorme foto de Umbridge vinha estampada na capa do jornal e logo depois a seguinte reportagem


"MINISTÉRIO VISA REFORMA EDUCACIONAL


DOLORES UMBRIDGE APROVADA COMO GRANDE INVESTIGADORA”


- Umbridge, grande Investigadora? – disse Harry sombriamente, a torrada comida pela metade escorregando entre seus dedos – O que isso significa?


Hermione continuou a ler:


 “Num movimento surpreendente na noite passada o Ministério da Magia aprovou nova legislação dando a si um nível de controle sem precedentes sobre a Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts.


'O Ministério está ficando preocupado com o que vem acontecendo em Hogwarts', disse o Assistente Junior do Ministro, Perca Weasley. 'Ele está agora respondendo à inquietação proclamada por pais ansiosos, que sentem que a escola esteja indo em uma direção que eles não aprovam'.


Essa não é a primeira vez nas últimas semanas que o Ministro, Cornélio Fudge, tem usado novas leis para executar melhoras na escola de Magia. Em 30 de agosto o Decreto Educacional número 22 foi aprovado para assegurar que, caso o atual diretor não possa colocar um candidato para o posto de professor, o Ministério deve selecionar uma pessoa apropriada. 'Foi assim que Dolores Umbridge foi apontada para o corpo de professores de Hogwarts', disse Weasley na noite passada. '“Dumbledore não conseguiu encontrar alguém então o Ministério colocou Umbridge e, lógico, ela está sendo um sucesso imediato’”


- Se ela esta sendo um sucesso eu quero ser um macaco! – Cassandra suspirou


- Espera, não acabou – disse Hermione


"’ um sucesso imediato' Revolucionou totalmente o ensino de Defesa contra Artes das Trevas e providencia ao Ministério um relatório completo sobre o que realmente acontece em Hogwarts.


'É a última função que o Ministro formalizou com a aprovação do Decreto Educacional número 23, que cria a nova posição de Grande Investigador de Hogwarts. '


'É uma excitante nova fase no plano do Ministro para identificar o que alguns chamam de decaimento moral em Hogwarts', disse Weasley. 'O Investigador terá poderes para investigar seus companheiros educadores e ter certeza ele correrá riscos. Foi oferecida essa posição a professora Umbridge em adição ao seu posto de educadora e estamos felizes de saber que ela aceitou. '


As últimas cartadas do Ministério receberam apoio entusiástico de pais de estudantes de Hogwarts


'Eu estou mais tranqüilo agora que eu sei que Dumbledore está sendo sujeito a uma avaliação justa e objetiva', disse Lúcio Malfoy, de sua mansão Wiltshire na noite passada. 'Muitos de nós, visando o melhor interesse de nossas crianças, estamos a par de algumas decisões excêntricas de Dumbledore nos últimos anos e estamos satisfeitos de saber que o Ministério está sendo mais vigilante. '


Junto a decisões excêntricas está sem dúvida alguma à indicação controversa de alguns professores previamente descritas nesse jornal, que inclui o emprego do lobisomem Remo Lupin, do meio-gigante Rúbeo Hagrid e do ex-Auror 'Olho-Tonto' Moody.


Rumores dizem, é claro, que Alvo Dumbledore, anteriormente Bruxo Chefe Cacique Supremo, Confederação Internacional de Bruxos, não é mais apto para dirigir a prestigiada escola de Hogwarts.


'Eu acho que a indicação do Investigador é a primeiro passo para assegurar que Hogwarts tenha um diretor em que possamos confiar' disse o Ministro noite passada. '


Membros da Confederação Internacional de Bruxos, Griselda Marchbanks e Tibério Ogden renunciaram em protesto à introdução do posto de Investigador em Hogwarts.


'Hogwarts é uma escola, não um posto avançado do Escritório de Cornélio Fudge', disse Madame Marchbanks. 'Isso é um absurdo, nojenta maneira de desacreditar Alvo Dumbledore. ' (Para uma versão completa sobre a alegação de Madame Marchbanks sobre a subversão de grupos de duendes veja a página 17)"


- Bem, agora nós sabemos por que temos a sapa velha no nosso pé, só resta saber com se livrar dela!- disse Cassandra


- Como nos livrar dela? Não dá! Você não viu? Ela pode até inspecionar as aulas e, aposto, demitir os professores! - disse Hermione.


Mas, apesar disso tudo, um grande sorriso se formou no rosto de Rony


Cassandra estalou os dedos algumas vezes enfrente aos olhos de Rony, como se quisesse trazê-lo de volta à razão.


- Mal posso esperar para ver McGonagall inspecionada - disse com alegria. - Umbridge nunca saberá o que lhe atingiu.


- Bem, vamos lá - disse Hermione, saltando da cadeira -, melhor nos apressarmos, se ela inspecionar a aula de Binns não queremos nos atrasar.


- O que ela estaria fazendo na aula do Binns?! – Perguntou Cassandra se levantando cansada


- O que ela está fazendo em Hogwarts?! – perguntou Hermione apressada


- Obviamente tornando a minha vida mais difícil! – respondeu Cassandra se arrastando atrás de Hermione


Hermione os guiou, apressada, escada acima, mas Umbridge não estava na aula na Binns, que transcorreu monotonamente exatamente como na semana anterior. Ao chegarem na aula de poções constataram, aliviados, que ela também não estava lá. O único professor presente era Severo Snape.


Ele passou entregando as redações.


- Eu lhes dei as notas que vocês teriam recebido se tivessem apresentado esse trabalho em seus N.O.M.s. Isso deve dar a vocês uma idéia realista do que esperar em seus exames.


Snape chegou à frente da classe e se virou para encarar a turma.


- O rendimento geral dessa tarefa foi horroroso. A maioria de vocês teria falhado se isso fosse seu exame. Espero que haja um maior esforço para a redação dessa semana sobre a grande variedade de antídotos contra venenos, ou eu terei que começar a dar detenções para os idiotas que tiraram H.


Cassandra havia se sentado ao lado de Draco, pois Harry e Rony haviam sentados juntos e não havia mais duas cadeira juntas para que Hermione e ela se sentassem juntas. Ela encarou sua redação, um pequeno “E” preto estava marcado ao lado do nome dela no fim do pergaminho.


- Não valeu à pena fazer comigo e não com eles? – perguntou Draco olhando a nota de Cassandra. Ela deu de ombros.


- Como eu vou saber? É uma boa nota?


- Bem, é, muito boa. Significa “Excelente”, melhor que essa só “Ótimo” – ele virou a própria redação e apontou para um “O” preto escrito no topo da página.


- Ei – ela puxou o pergaminho dele e o encarou – por que a sua nota é maior que a minha se nós fizemos juntos?


- Eu sei lá – ele deu de ombros – vai ver é por que você está na Grifinória.


- Mas isso não é justo! – disse Cassandra em voz alta


Snape se virou para ela bruscamente, Cassandra engoliu em seco, mas sustentou o olhar.


- Gostaria de questionar alguma coisa, senhorita?


- Na verdade, sim professor. Porque eu tirei “E” se a minha redação está tão boa quanto à do Draco e ele tirou “O”?


- Quem diz se a sua redação está tão boa, ou não, quanto à do Senhor Malfoy, sou eu, senhorita. A senhorita não tem motivo algum para questionar meus critérios de correção!


- E quais seriam esses critérios, senhor? Minha casa?


- O meu critério de correção interessa somente a mim e aos demais professores, não existe nenhuma razão plausível para que eu os discuta com a senhorita.


- Não é questão de discutir critérios, senhor, eu só quero saber o porquê da minha nota, só isso!


- Corrija-me se estiver errado, mas a senhorita já detém cerca de quatro semanas de detenção na sua primeira semana de aula, estou certo?


- Sim senhor.


- Gostaria de acumular mais alguns dias?


- Não senhor.


- Neste caso eu sugiro que comece a fazer a sua poção em silencio e assim permaneça até o fim da aula, ou eu poderei baixar a sua nota. Fui claro?


- Sim senhor.


Snape bateu no quadro com a varinha e as instruções apareceram. Cassandra as leu em silencio e começou a pegar ingredientes, misturando-os no mais profundo e sepulcral silencio, não fazia barulho sequer para respirar. Centenas de contra-argumentos já haviam passado pela cabeça dela, mas um dia a mais sequer tendo que aturar Filch amaldiçoando pirraça era o tipo de coisa que matinha qualquer um calado. Ao terminar sua poção ela a engarrafou e levou para a mesa de Snape. Ambas as poções, dela e de Draco, tinham exatamente o mesmo tom de azul turquesa.


- Vejo que a senhorita conseguiu manter-se calada até o fim da aula, estou impressionado.


- Pois é mamãe ficaria orgulhosa – murmurou a menina para si, enquanto se virava para arrumar seu material no fim da sala.


Os livros dela estavam espalhados pela mesa, até mesmo os que ela não usaria naquela aula, mas havia precisado tirar para pegar pedaços de pergaminhos e penas no fim da bolsa. Ela jogou quase todos os volumes dentro da mochila, com exceção do de poções, que não conseguia encontrar em lugar algum. 


Harry, Rony e Hermione a esperavam na porta.


- Vamos Cassie! – resmungou Rony – eu estou com fome!


Ela agachou e começou a apalpar o chão, debaixo da mesa.


- Podem ir! Eu encontro vocês no almoço, só tenho que achar um livro! – ele se sentou e começou a tirar cadeiras do lugar.


- Tem certeza? – perguntou Hermione


- Se você quiser a gente pode esperar – Harry encarava o vazio atrás da cabeça de Cassandra, desconfiado.


- Não, eu estou bem! O Rony ta com fome, vocês podem ir e eu encontro vocês.


- Bem, vocês ouviram – Rony deu de ombros – nós podemos ir comer, ela encontra conosco.


Harry lançou um ultimo olhar para Cassandra antes de se virar e seguir Rony, que já seguia em direção ao salão principal. Ela continuou remexendo papeis na mochila e puxando cadeiras antes de suspirar pesadamente e se sentar no chão.


- Por Merlin! Onde eu deixei esse livro? Estava aqui há alguns instantes! – ela olhou em volta


- Eu pensei que eles nunca fossem embora – Draco estava sentado em uma cadeira um pouco a frente, brincando com o livro entre os dedos. Ela olhou em volta, a sala estava vazia, somente os dois estavam lá.


- É claro – ela revirou os olhos, se levantando – agora as coisas começam a fazer sentido.


- O que faz sentido? – ele se levantou também. Ela esticou a mão para pegar o livro, mas ele o afastou, encarando-a pensativo


- Por que o Harry – ela se precipitou contra ele, mas ele evadiu novamente – não queria sair – ela repetiu a ação, ainda sem sucesso – a culpa é sua!


- Puxa – mais uma vez – o Potter realmente me odeia! – novamente.


- Muito – de novo – por que – e de novo – você – e de novo – é um grande – mais uma vez – ela segurou o livro, mas ele não largou, apenas o puxou com força, fazendo com que Cassandra tropeçasse e se apoiasse sobre Draco, empurrando-o contra uma mesa.


- Um grande? – ele repetiu provocante. Ela sorriu


- Narcisista egocêntrico


- Você acha? – ele disse falsamente ressentido, tirando uma mecha morena de cabelo do rosto dela.


- Não – ela sorriu – tenho certeza.


Draco deslizou a mão para o pescoço dela, como se fosse puxa-la para perto, mas antes que qualquer um dos dois pudesse sequer pensar a porta da sala se abriu os dois se afastaram rapidamente.


- Cassandra! – Blaise estava parado na porta – você viu a Alexa?


- Não – ela passou os dedos pelo cabelo, tirando-o do rosto rubro – ela não está no salão principal?


- Não! – ele deu de ombros, Cassandra mantinha a duvida se gostava ou não Blaise, mas começava achar que sim, apesar do jeito mandão e um tanto quanto intrometido – Ela sumiu, já procurei nas salas, já perguntei pra todos os amigos dela, ela sumiu! Se você encontrá-la avisa que eu a estou procurando?


- Aviso sim – ela sorriu, Draco revirava os olhos e lançava olhares de desagrado para Blaise a cada palavra que ele proferia.


- Obrigado – ele se virou, saindo da sala – a propósito – disse ainda de costas para eles – as pessoas têm  comentando bastante.


- Sobre o que? – perguntou Draco com uma expressão de tédio. Blaise virou a cabeça e os encarou, como se dissesse “Vocês sabem exatamente sobre o que”. Cassandra corou enquanto colocava o livro na bolsa.


Eles deixaram a sala em silencio. Já estavam no meio do caminho para o salão principal antes de alguém falar alguma coisa.


- Que estranho – Cassandra se espreguiçou – onde será que a Alexa se meteu? – Draco de ombros


- Eu não sei


- Acho melhor eu procurar por ela, será que ela está – Cassandra interrompeu-se e encarou o vazio. Depois de algum tempo um grande sorriso maroto se espelhou pelo rosto dela – Eu já sei onde ela está! – e saiu correndo


Draco encarava as costas da garota, confuso, enquanto ela corria na direção do jardim. Aquele hipócrita, ela murmurava a todo o momento.


Ela correu até o lago, próximo de onde havia se perdido nos primeiros dias de aula. Harry e Alexa estavam lá, sentados, conversando animadamente. Ele sorria a todo o momento e ela gesticulava muito, indicando que contava uma história engraçada. Cassandra diminuiu o passo e parou, silenciosamente atrás deles.   


- Muito bonito senhor Potter! – gritou pulando. Alexa e Harry tomaram um grande susto.


- Qual o seu problema? – Alexa perguntou, com a mão sobre o peito, devido ao susto.


- Bem, vários – ela deu de ombros – mas no momento, você está com problemas bem maiores que eu.


- O que você quer dizer com isso, Cassie? – Harry indagou, se levantando, enquanto ajudava Alexa a fazer o mesmo


- Seu irmão – ela apontou para Alexa – ele está te procurando por todo o castelo!


- Blaise? – ela arregalou os olhos, assustada – ele sabe que eu estou aqui?


- Não, por enquanto, não duvido que vá demorar a te procurar nos arredores do Castelo.


-Droga – ela disse


- Façamos o seguinte, Harry, vai para o salão principal, Alexa e eu esperamos um pouco e vamos depois – ela sorriu – assim eu duvido que ele suspeite de alguma coisa...  


- Não há o que suspeitar! – Harry disse apressadamente, corando.


- Não – Cassandra respondeu sarcástica – é claro que não.


As duas meninas se sentaram em uma pedra que havia próximo a elas. Harry já estava quase no salão principal quando elas saíram de lá. Cassandra ficou surpresa por não se perder, mas imaginou que andar nos jardins durante o dia era muito mais fácil que durante a noite.


Quando chegaram ao salão principal Blaise estava sentado na mesa da Sonserina, com cara de emburrado, ao lado de um Draco indiferente. Cassandra cutucou as costas de Blaise. Pansy fez uma expressão de nojo ao ver as garotas se aproximando e, quando elas chegaram, um som que poderia imitar ânsia de vomito. Cassandra a ignorou.


- Aqui está ela – Cassandra apontou para Alexa – sã e salva!


- Onde você estava? – Blaise perguntou, se levantando


- Caminhando – Alexa deu de ombros – perdi a noção do tempo, nada de mais.


Cassandra riu disfarçadamente.


- Eu acho – Draco disse, com seu habitual ar superior – que elas devem estar com fome


- Oh não! – Cassandra respondeu rapidamente – eu estou bem, já vou para a minha mesa!


- Acho que seria melhor se você ficasse por aqui


- Não, não, eu estou bem, nem estou com tanta fome assim! – mas suas palavras foram traídas por um sonoro ronco de sua barriga. Draco riu


- Que horror – ela chegou um pouco para o lado – você mente.


- Não! – ela disse apressadamente – não, eu não minto, eu...


- Senta – ele interrompeu


- Mas eu...


- Senta! – Cassandra o encarou, desafiadora. Por Merlin, como era mandão! Ela se sentou, calmamente, ainda o encarando


- Mas eu não tenho prato – falou petulante – ele fez um aceno displicente com a varinha e um prato surgiu – ou talher – o mesmo gesto – ou cop... – mas antes que ela tivesse terminado de falar ele já havia repetido o aceno e materializado um copo


- Algo mais?


Ela olhou em volta, procurando um argumento, mas não o encontrou.


- Não, acho que não.


Ela comeu rapidamente sua refeição, conversando com Blaise, Alexa e Draco entre uma garfada e outra. Assim que viu Harry se levantando ela terminou de engolir o último pedaço de comida que estava em seu prato e, com uma breve despedida, se dirigiu para a aula de adivinhação.


 

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