A seleção

Capítulo um

A seleção



A noite era intensa, mas mesmo assim, o expresso de Hogwarts apareceu sobre os trilhos, às portas se abriram e os alunos desceram.
--- Até que enfim chegamos! – diz uma voz zangada.
--- Venham, venham! Sigam-me! – Diz Hagrid apressadamente.
Os alunos seguiram Hagrid até ele notar uma garotinha.
--- Olá Lili. – Cumprimenta ele.
--- Quem é você? Te conheço de algum lugar?
--- Oh! Desculpe-me. Sou Rúbeo Hagrid, guardeão das chaves e das trevas de Hogwarts e um grande amigo do Sr.Potter, seu pai.
--- Ah, muito prazer!
Hagrid correu para frente dos alunos.
--- Calma calma. Parem aqui. Escutem-me: vocês irão, de quatro em quatro, subir nessas carruagens para voarmos até a escola.
--- Mas como? Aí só há carruagens! – Exclama um aluno.
--- Bom, são trestálios quem está guiando essas carruagens, por isso a maioria de vocês não estão vendo. Mas andem logo, andem logo!
Os alunos se agruparam e obedeceram à Hagrid.
As carruagens logo subiram e desapareceram no céu azul-escuro.
Ao chegarem à nova escola, os alunos se depararam com um Centauro.
--- Alunos novos sigam-me, por favor. – Diz Firenze com um sorriso no rosto.
Firenze os levou ao salão principal, onde se encontraram com a diretora de Hogwarts: Minerva Mcgonagall.
--- Atenção, silêncio por favor. Não irei tomar muito o tempo de vocês. Hoje, vocês irão ser selecionados para suas casas. E sejam bem-vindos à Hogwarts.
Minerva sentiu falta dos belos discursos de Dumbledore. Logo depois deu o sinal para que Firenze começasse á falar.
--- Ao chamar seus nomes, dêem um passo à frente. – Começa Firenze com simpatia. --- Lilian Potter.
Lili se aproximou e sentou-se em uma pequena cadeira de madeira e em sua cabeça foi colocado o Chapéu Seletor.
Como de costume, ele limpou a garganta e cantou um pouco para divertir os novos alunos.
--- Sejam bem-vindos! – Começou o chapéu após cantarolar. --- Quero dizer algumas palavras: Confiem em seus corações, e não duvidem daqueles que já mostraram o seu potencial.
Após um grande silêncio, ele continuou:
--- Bom, vamos começar. Lilian, Lilian... Não há o que falar. Grifinória!
Todos aplaudiram e antes que Lili descesse as escadas, o Chapéu Seletor se desculpou com um sorriso e sua voz grave.
--- Lilian, desculpe-me por ficar muito tempo em sua cabeça!
Todos riram. E com um sorriso Lilian se virou para ele.
--- Sem problema!
--- Ralph Malfoy! – Chamou o Centauro.
Um garoto de cabelos negros e olhos azuis dá um passo a frente e senta na cadeira.
--- Um... difícil. Mas já sei! Grifinória.
Todos ficaram impressionados. Os alunos se perguntavam como um Malfoy pôde ser escolhido para a Grifinória.
--- Lina Thióravant.
--- Corvinal!
--- Hugo Weasley.
--- Corvinal!
Quando a seleção dos alunos acabou, Minerva ergueu-se mais uma vez.
--- Antes do banquete ser servido, irei apresentar os novos professores e confirmar a permanência de dois. – Começa ela. --- A nova professora de Defesa contra as Artes das Trevas será Morgana Olzzon.
A nova professora, que mais parecia Severo Snape, em sua forma feminina, acenou lentamente com a mão e logo depois ajeitou sua blusa de gola alta.
--- O novo professor de porções será Richard Vascolli. Os professores de Adivinhação serão ainda Sibila Trelawney e Firenze. E nosso exelente professor de Herbologia também continuará sendo Neville Longbottom.
Ele acenou com a mão após aplausos e sorrisos dos alunos.
--- Agora, que se inicie o banquete!
Diversos pratos com comidas surgiram sobre a mesa e todos se serviram.
--- Parabéns Lilian! – Cumprimentou um dos alunos por ela entrar para a Grifinória.
--- Obrigada.
--- O olhar de Lili parou em um menino que olhava atentamente para ela. Ele estava sério e não dava para saber qual a intenção do garoto.
--- Aquele é Ralph Malfoy. – Comentou no ouvido de Lili uma aluna que estava ao seu lado.
--- Eu sei, Anette.
--- Dizem que os Malfoy são a própria encarnação de Salazar Slytherin, o fundador da Sonserina. Por isso não entendo como o Chapéu Seletor o colocou na Grifinória.
--- Vai saber... – Comenta Lili.
Ralph fez um sinal de negação com a cabeça ao perceber que as duas falavam dele e voltou o olhar para o prato. Mas Lili continuou olhando para ele, adimirando algo que nem ela mesma sabia explicar o quê.
Após o banquete, Minerva alertou os monitores para levar os alunos aos seus dormitórios.
E uma escuridão chamada noite cobriu todo o castelo, de forma que até as águas que ficam ao redor dele, tornou-se da mesma cor.

Logo o sol da manhã entrou pelas janelas de Hogwarts e os alunos novos já estavam de pé e vestidos para um dia de aula, assim como os demais alunos.
Enquanto Ralph andava pelos enormes corredores da escola, procurando a sala de aula, não conseguiu não olhar para Lili que estava meio sozinha sentada.
--- Oi... – Se aproxima timidamente Ralph.
Lili levantou a cabeça para olhar para o garoto, e não tinha como não se surpreender com olhos tão azuis.
--- Oi. – Responde Lili voltando o olhar para o nada.
--- Você é lida... quer dizer, o que está fazendo sozinha aqui? – Pergunta Ralph completamente atrapalhado. – Não vai para a aula?
Lili sorri e responde com sua simpatia:
--- Estou esperando a Anette para irmos juntas, mas até agora ela não apareceu.
--- Posso lhe fazer companhia? Só até ela chegar...
--- tudo bem.
Ralph se sentou ao lado de Lili. E para não ficar um clima chato, começou a conversar.
--- É engraçado este lugar. Mesmo depois de muitos e muitos anos, Hogwarts nunca deixou de ser Hogwarts.
--- Como assim?
--- Hogwarts é um castelo bem antigo, e mesmo depois de tantos anos, ele continua do mesmo jeito: as paredes, os objetos, os quadros, as escadas. Bem primitivo. Esse prédio já deveria estar em ruínas!
--- Ele não está graças à feitiços poderosos. Dumbledore deve estar torcendo para que essa escola nunca feche.
--- Dumbledore foi um grande bruxo. Mesmo que falem mal dele...
--- Você é filho de Draco Malfoy, não? Nossos pais eram rivais quando estudavam aqui.
--- Devemos ser também?
--- Não, acho que não. – Responde Lili com um sorriso.
Anette não apareceu. Lili e Ralph ficaram conversando e acabaram perdendo a hora da aula.
Descendo as escadas vinha um garoto de cabelos longos e negros furioso à procura da jovem irmã. Ao ver Lili com um Malfoy, Alvo Severo enlouqueceu de vez.
--- O que você está fazendo com esse Malfoy, Lili? Fiquei sabendo que não foi à aula.
--- Desculpe Alvo. Perdi a hora. Mas não fale assim com Ralph. Ele pode ser um Malfoy, mas...
--- Eu falo assim com quem eu quiser! E prepare-se para receber um berrador da mamãe!
Não, Alvo! Não conte à mamãe nem ao papai, por favor.
--- Suba ao seu dormitório, Lili.
Ela abaixou a cabeça e obedeceu.
--- E você nunca mais se aproxime da minha irmã, seu Malfoy idiota. – Falou Alvo com seu dedo no ombro de Ralph.
--- Mas pelo menos eu não julgo você por ser um Weasley.
Alvo olhou furioso para os olhos azuis de Ralph. Abaixou o dedo e se retirou rapidamente, fazendo sua capa voar com seus movimentos.

--- Olá alunos. – Começa Neville. --- Hoje iremos falar sobre as Bubotúberas. Talvez um assunto adiantado para o ano de vocês, mas decidi assim. Por favor, coloquem essas luvas de couro de dragão, é para a segurança de vocês.
--- Lilian me desculpe mais uma vez. O Filch mandou-me ir direto para a sala, não me deixou explicar.
--- Tudo bem, Anette. Você já falou isso mais de cinco vezes!
Neville faz um barulhinho com a garganta ao ver as duas alunas conversando.
--- Como vocês podem ver, há uma pequena Bubotúbera na frente de cada um. E olhem como essa planta lembra enormes lesmas pretas!
Discretamente, um papelzinho saiu voando até chegar nas mãos de Lili. Ela abriu para ler o que havia escrito.
‘’ Lilian, por favor, encontre-se comigo essa noite.
Ass: Ralph. ‘’
No final do bilhete havia ainda uma carinha animada desenhada, que ora ficava séria, ora sorria. Lili respondeu e o bilhete voltou voando.
--- Vocês estão vendo que seu caule é recoberto de bolhas cheias de líquido verde-amarelo. Esse líquido chama-se pus de Bubotúbera, lembrem-se disso.
O bilhete ia e vinha a toda hora, e Neville já estava cansando de ver o papelzinho enfeitiçado voando para lá e para cá.
Quando o bilhete já estava mais uma vez chegando às mãos de Ralph, ele pegou fogo, sobrando apenas cinzas.
--- Não aceito conversas na minha aula, Ralph e Lilian! – Avizou Neville irritado. --- Bom, continuando, se o pus não for diluído, ele provoca reações na pele como bolhas...

A noite chegou, e nem todos em Hogwarts dormiam tranquilamente.
--- Hum...Hum...não, não...Não!
--- O que foi Hugo? Responda-me Hugo Weasley!
Ele acordou assustado.
--- Eu tive um sonho estranho...
--- O que você sonhou, Hugo?
--- E-eu... n-não lembro! Mas não se preocupe. Boa noite, Chris, ficarei bem. – Tranqüiliza Hugo se virando assustado para tentar dormir mais uma vez.
--- Boa noite Hugo.
Chris ficou preocupado com o amigo.

--- Até que enfim você chegou! – Disse Ralph para Lili.
--- Por que você marcou um encontro logo aqui, na Floresta Proibida?
--- Este lugar me atrai. Aqui não tem mais perigo e seu irmão não irá nos encontrar. Eu estava querendo conversar...
--- Tudo bem, mas não vamos demorar muito para não ficar tarde.
Ralph se aproximou de Lili e lhe entregou uma flor. Lili a pegou e sorriu para ele.
--- O que vocês estão fazendo aqui? – Pergunta Hagrig dando um susto nos dois os fazendo gritar. --- Vocês sabem que aqui é proibido para os alunos!
--- Mas... – Tenta justificar Lili.
--- Não tem mais, nem menos! Voltem já para a escola! Antes que eu fale para Mcgonagall!
Os dois obedeceram de cabeça baixa.

--- Bom dia alunos! Vamos dar início a nossa aula de vôo. – Aviza Madame Hooch. – Fiquem do lado esquerdo de sua vassoura, estiquem a mão direita sobre ela e digam: Suba.
--- Suba! – Começaram os alunos.
Algumas vassouras subiram logo, já outras continuaram no chão.
--- Agora, subam em suas vassouras e dêem um impulso para cima.
Os alunos fizeram, e logo havia vassouras por todo o lado.
Ralph e Cherry Madden combinaram uma competição de vassouras para ver quem daria uma volta por todo o castelo e chegasse primeiro ao ponto de partida.
--- Vai! – Ralph fez a largada.
As vassouras ganharam velocidade e quando já estavam perto da chegada, um aluno grita:
--- Ela ganhou! Ela ganhou!
--- Ela quem? – Pergunta Cherry.
--- Lilian Potter venceu!
--- Por que os Potters sempre saem vitoriosos? – Pergunta uma garota irritada.
--- Por que a inveja faz a nossa fama. – Respondeu Lili ainda na vassoura.
Todos riram da garota envergonhada.
A professora ficou impressionada com o vôo de Lilian e a chama para ser apanhadora da Grifinória.
--- Eu? Apanhadora? Bom, aceito!
Ralph deu um enorme sorriso para Lili e desceu com a vassoura, assim como Cherry.
Lili ainda deu uma volta no castelo, em grande velocidade. Quando já ia descer, Lili não viu um Mastro que estava bem na sua frente e bate com a vassoura, de modo que cai rodopiando.
--- Lilian está caindo! – Gritou Anette.
Mas já era tarde. Lilian caiu rápido e forte no chão. Todos correram para ver se ela estava bem.
--- A aula acabou. Acabou! – A professora disse desesperada.
--- Lilian! Responda-me! – Chamou Ralph.
Lili estava atordoada. Sua visão começou a escurecer e ela desmaiou.

--- Eu sabia! Sabia que ia acontecer alguma coisa! Eu sempre tive problema com vassouras! Ela deve ter herdado isso! – Falou Gina chorando.
--- Calma meu bem. Não pense besteira. – Consolou Harry.
Gina o abraçou chorando cada vez mais. E Ralph via aquela cena ao lado da cama de Lili.
--- Olhem! Ela esta voltando! – Disse Ralph entusiasmado.
--- Lilian! Exclamou Harry soltando Gina e indo até a filha.
--- Chamem a Madame Pomfrey! – Pede Gina.
--- Obrigado, Ralph, por ficar aqui com ela.
--- De nada Sr.Potter. Adeus!
E Ralph se retirou.
Enquanto Harry via-o ir embora, não conseguia imaginar que ele era um Malfoy. Ele até pensou que Ralph fosse um aproveitador, mas deixou isso pra trás.

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