Raiz de asfódelo (reescrito)
Capítulo 5 - Raiz de Asfódelo
Já eram meados de outubro, várias semanas após o passeio a Hogsmeade, e os dois grupos estavam passando cada vez mais tempo juntos. Durante o café da manhã, Jessy estava reclamando sobre os hábitos alimentares de Rabicho, que comia como um condenado, enquanto James tentava puxar assunto com Lily, que tentava não rir das gracinhas que ele fazia e se fingir de indiferente enquanto lia seu Profeta Diário. Emilly conversava animadamente com Alice, Remus e Sirius sobre o que eles fariam nos NIEMs, e Frank lia a carta que recebera de seus pais pelo correio.
Então Dumbledore se levantou e todos no salão se calaram, os olhos vidrados no diretor esperando que ele fosse anunciar algo sobre o Torneio.
- O Cálice de Fogo nos deu a graça de avisar que esta noite ele estará pronto para decidir quem serão os campeões, então estejam todos aqui para o jantar. Boa sorte a todos. - anunciou o diretor, sereno como sempre, e se sentou novamente, deixando todos os alunos se perguntando como diabos o Cálice avisava alguma coisa.
Agora que a bomba estava solta, Hogwarts ficou mais agitada que o normal. Comentários animados encheram os corredores durante todo o dia, e alguns alunos até começaram a fazer apostas sobre quem seria escolhido. Toda alegria, contudo, dura pouco, e para os alunos do sétimo ano foi a aula dupla de Poções no primeiro horário que estragou a alegria de todos. Slughorn passou a primeira aula todinha passando uma teoria chata sobre preparo de poções avançadas, e todos estavam quase morrendo de tédio. Foi só na segunda aula que ele fez aparecer no quadro as instruções para a poção que eles teriam que preparar.
- Hoje vocês farão a poção do Morto-Vivo. Tenham muita cautela, essa é uma poção perigosíssima! Quero que a façam em duplas de garoto e garota.
A turma se agitou com isso, e todos se levantaram para fazer as duplas. Remus se juntou com uma garota aparentemente legal da Sonserina, e Alice se sentou com Frank.
Jessy estava juntando coragem para chamar Sirius, mas quando finalmente foi em direção a ele, Sirius já estava se sentando com Emilly. A menina cruzou os braços e pendurou um bico enorme, ficando ainda mais feia que já era, e, morrendo de raiva, foi se sentar com Peter, que estava quase implorando para se juntar a ela. Enquanto isso, James estava ao lado de Lily tentando convencê-la a fazer dupla com ele.
- Por favor, Lily, é só uma dupla em poções, eu não estou te chamando pra um encontro ou coisa do tipo!
- Tudo bem, Potter, eu vou com você, se isso te fizer parar de falar no meu ouvido. - ela falou, e se surpreendeu ao notar um tom de brincadeira em sua voz.
Como é que o clima entre os dois tinha passado de ódio mortal para brincadeiras e provocações? Às vezes Lily se perguntava se ele realmente merecia toda a hostilidade com a qual ela o tratava. Bom, o James de dois anos atrás com certeza merecia, mas pessoas podiam mudar, não podiam? Ela resolveu deixar essas divagações para depois, e se concentrar em fazer a poção.
A duas fileiras de distância, Jessy e Peter mexiam seus caldeirões em silêncio, enquanto a garota espiava Sirius e Emilly de cinco em cinco segundos, com um olhar psicopata no rosto.
- Jessy, por que você fica assim, grilada no Sirius? Você devia tomar uma atitude, sair com alguém... - Peter se arriscou a falar, um pouco hesitante.
- O que você está insinuando Peter? O Sirius me ama, só não sabe ainda...
- Tudo bem, se você acha... Mas mesmo assim, você deveria comer mais, está muito magra...
- Cala a boca Peter!
Peter se calou e voltou a mexer seu caldeirão. Na fileira do fundo, Sirius e Emilly conversavam sobre o Torneio Tribruxo.
- Aposto que o campeão de Hogwarts vai ser um nerd da Corvinal – ele disse, pulverizando uma raiz de asfódelo com a varinha.
- Sério? Eu acho que, pelo que o Dumbledore disse, é preciso mais que ter decorado um monte de feitiços pra entrar no torneio, entende? Acho que o campeão tem que ser alguém corajoso e esperto... Aposto que vai ser alguém da Grifinória. - ela falou, medindo três colheres de veneno de acromântula e despejando no caldeirão.
- Então você acha que eu tenho alguma chance? - disse Sirius, levantando uma sobrancelha.
- Sei lá, acho que todos nós temos alguma chance. Estou começando a me arrepender de ter colocado meu nome no Cálice... Estava lembrando de uma história que meu pai me contou quando eu era pequena, sobre um cara que ele conhecia que participou desse torneio e ficou dois anos no St. Mungus.
- Bom, mas se você for escolhida pelo cálice, isso com certeza não vai acontecer. Quero dizer, você é a garota mais esperta da Grifinória, talvez da escola toda.
- Deixa de ser exagerado, Sirius. Além do mais, a garota mais esperta aqui é a Lily. - ela falou, corando um pouco.
- A Lily é muito inteligente, mas não chega aos seus pés quando se trata de coragem. Lembra quando nós encontramos aquela passagem secreta que vai para a Casa dos Gritos, quando estávamos no primeiro ano?
- Lembro! - Ela disse rindo – você não queria entrar de jeito nenhum quando a gente descobriu que era a Casa dos Gritos, e eu tive que te arrastar pra poder conhecer a casa toda!
- É, e você ficava resmungando que eu morava na Mansão Black e tinha que aguentar coisa muito pior que uns fantasminhas... - Sirius falou, os dois estavam rindo muito.
- Merlin, eu quase tinha me esquecido disso! A gente era muito besta nessa época, né?
Ele concordou e os dois deixaram o assunto morrer, se concentrando na poção. Foi então que, quando estava procurando o frasco de escamas de basilisco, o braço de Emilly esbarrou numa raiz de asfódelo, que caiu no chão.
Os dois se abaixaram ao mesmo tempo para pegá-la, e ao mesmo tempo colocaram suas mãos na raiz. Seus dedos se tocaram por acidente, e esse pequeno toque fez com que uma corrente elétrica passasse pelo corpo de ambos. Levantaram a cabeça, espantados. Estavam tão próximos que podiam sentir a respiração um do outro. Foram subindo devagar, nenhum deles havia soltado a raiz ainda. Sirius a soltou, e percebeu que Emilly estava fortemente corada. Ele sentiu que sua face também estava quente suas mãos suavam. Emilly o olhou nos olhos, as mãos dela tremiam. Nenhum deles conseguia pensar em nada, e ficaram calados pelo resto da aula, aquela tensão fazendo o ar entre eles ficar pesado.
Emilly saiu ainda um pouco anestesiada da aula de Poções, e só foi despertada pela fúria louca de Jessy, que, assim que elas saíram da aula, começou a gritar com ela.
- O que você acha que estava fazendo sentando com o meu Sirius?
- Eu estava fazendo a poção do Morto-Vivo, como todo mundo. Pode parar de fazer escândalo, Jessy, eu faço dupla com que eu bem entender e não te devo satisfação nenhuma sobre isso.
- Mas você sabe que ele é o amor da minha vida, a razão do meu viver, você devia ter deixado ele se sentar comigo! - Jessy falava com um tom preocupantemente paranoico.
- A culpa não é minha se a razão do seu viver me chamou pra sentar com ele! Você tá fazendo tempestade em copo d'água, Jessy, se quer um motivo pra brigar comigo, arrume um que faça sentido! - Emilly estava começando a perder a paciência.
- Mas isso faz sentido! Você me magoou, Emilly!
- Jessy, você se magoa até com as mosquitas que voam perto do Sirius! Para de fazer draminha e anda logo, antes que a gente se atrase pra aula de História da Magia!
Jessy fez uma careta chorosa e saiu, pisando alto, deixando Emilly, Lily e Alice se entreolhando, espantadas.
- Ela está ficando mais louca a cada dia. - disse Alice, e as três subiram as escadas em silêncio rumo à próxima aula.
**
O professor Bins fazia um discurso interminável e monótono sobre a Revolução dos Duendes. Boa parte dos alunos cochilava, e os que estavam acordados rabiscavam desenhos nas bordas dos livros, trocavam bilhetinhos ou pensavam na morte da bezerra. Na terceira fileira, Emilly Carey estava com o rosto escorado nas mãos e os cotovelos apoiados na mesa, e, pelo seu rosto, ela parecia estar concentrada em cada palavra que o professor dizia. Sua mente, no entanto, estava andares abaixo dali, naquela aula de poções.
O que exatamente havia acontecido ali? Quando suas mãos se tocaram sobre a raiz de asfódelo, Emilly sentira algo que ela não conseguia explicar, como se aquele pequeno gesto fosse a coisa mais certa e mais errada que poderia acontecer. Ainda assim, ela nunca pensou que pudesse ter esse tipo de sentimento em relação a Sirius Black. No primeiro ano, quando eram amigos, ela o via como um irmão, e depois disso ela o via como um cara esnobe e galinha. Mas e agora, como ela o via? Quanto mais tempo eles passavam juntos, mais ela via o quanto ele tinha amadurecido, e mais ela se lembrava do quanto era divertido e confortável estar com ele e, principalmente, se lembrava do quanto ele fora importante para ela.
Emilly estava sozinha, sentada no pedestal de uma enorme estátua de javali, olhando a chuva cair lá fora pelos bonitos vitrais na parede ao lado. Ela abraçava os joelhos com uma mão, enquanto a outra mexia no pesado pingente que estava sempre em seu pescoço. Espelhando as gotas de chuva que escorriam do lado de fora da janela, ela deixava que lágrimas escorressem por seu rosto.
A menina ouviu passos se aproximando, e tratou de limpar as lágrimas antes que alguém a visse. Sua mãe havia ensinado que a coisa mais importante para uma dama era manter sua imagem, e na época Emilly ainda achava que podia agradar a mãe se fizesse o que ela dizia. Os passos no corredor pareciam estar indo exatamente em direção a ela, e ficavam cada vez mais próximos. Ela virou o rosto para ver quem se aproximava. Um menino da sua idade, com cabelos negros caindo sobre os olhos azuis, um menino que ela conhecia muito bem. Ele se aproximou mais e sentou-se ao lado dela. Emilly tentou evitar os olhos dele, e continuou olhando para a chuva no vitral.
- Emy, o que aconteceu? - perguntou Sirius, e ela podia sentir a preocupação na voz dele.
- Nada. - sua voz passava muito mais confiança do que ela realmente sentia.
- Você estava chorando, Emilly, e eu sei que você não chora por “nada”.
- Não é nada de mais, eu só preciso ficar sozinha. - ela abaixou o rosto, ainda evitando seu olhar. Emilly não conseguia mentir para ele assim, e não conseguiria mentir se olhasse naqueles olhos azuis que sempre pareciam ver dentro de sua alma. Não queria que seu amigo a visse desse jeito, ela não queria expor suas feridas.
- Eu não vou te deixar sozinha desse jeito, Emilly. Me conta o que aconteceu. - a voz dele era doce e imperativa ao mesmo tempo. - Olha pra mim, Emy.
Ela não conseguiu evitar, era como se houvesse um feitiço nas palavras dele. Emilly virou-se e seus olhos castanhos se prenderam nos azuis dele. Foi aí que ela se esqueceu do que sua mãe dizia sobre aparências e se permitiu fazer o que seu coração estava mandando: desabafar.
- Hoje é o dia que... - ela suspirou – Estão completando dois anos que meu pai... que ele se foi.
Ela não precisou dizer mais nada, Sirius a envolveu num abraço que trazia todo o conforto que palavras não conseguiam transmitir. Aquele era o abraço que ela não recebera de sua mãe, que ela não recebera de ninguém, e só agora ela descobrira o quanto ela precisava daquilo.
Os dois ficaram por um longo tempo em silêncio, apenas se abraçando, e Emilly se permitiu chorar no ombro dele. Naquele momento, com aquele simples abraço, ela estava recebendo o maior consolo que já tivera desde e morte de seu pai. Quando ele morreu, Emilly sabia que havia ficado sozinha no mundo, que teria que encontrar força em si mesma e em mais ninguém. Mas agora ela provava o quanto era bom poder se apoiar em alguém e saber que ele estava ali por ela.
Naquela noite chuvosa, sete anos atrás, Sirius a confortara quando ela achou que estaria sempre sozinha, e em todos os anos seguintes, naquele mesmo dia, ela voltava àquele lugar e ele esperava por ela, sentado sobre a estátua de javali, com seu abraço e suas palavras de consolo. Como ela podia ter acreditado por tanto tempo que a amizade deles morrera? Apesar de tudo que havia mudado durante esse tempo, ele sempre estivera ali para Emilly, eles sempre tiveram uma ligação mais forte que quaisquer grupinhos e panelinhas de Hogwarts. Ainda assim, o que explicava o que ela sentiu na aula de Poções?
**
Depois das aulas, todos os alunos foram imediatamente para o Salão Principal, todos ansiosos pela seleção do Cálice de Fogo.
O jantar pareceu durar uma eternidade, a cada segundo um aluno espichava o pescoço para ver se Dumbledore já tinha acabado de comer para anunciar os campeões. Ninguém se concentrava em apenas comer (só Peter), mesmo aquele sendo um banquete especial, em todos os rostos havia uma expressão de impaciência, ansiedade, desassossego. A coisa que todos os presentes no salão mais queriam naquela hora era que os pratos fossem retirados e os campeões anunciados (exceto Peter).
Depois de muito tempo, os pratos voltaram ao seu estado de limpeza inicial, os alunos começaram a conversar todos ao mesmo tempo, até que o diretor se levantou, e então o salão mergulhou no mais completo silencio. Ao lado de Dumbledore estavam os diretores de Durmstrang e Beauxbattons, que pareciam tão tensos quanto os demais. Enfim o diretor falou:
- Creio que o cálice esteja quase se decidindo. Quando os campeões forem anunciados, peço que se dirijam à câmara ao lado onde receberão as primeiras instruções.
Ele então fez um gesto amplo com a varinha, e na mesma hora quase todas as velas se apagaram, mergulhando o salão na penumbra. O Cálice de Fogo brilhava mais intensamente do que qualquer coisa ali, as chamas branco azuladas faiscavam tão vivamente que até faziam os olhos doerem. Todos o observavam.
- A qualquer momento agora. – alguém sussurrou.
As chamas dentro do Cálice repentinamente tornaram-se avermelhadas, faíscas saltavam de dentro dele. No momento seguinte, uma língua de fogo se ergueu e expeliu no ar um pedaço de pergaminho chamuscado. Ninguém mais ousava respirar. Dumbledore apanhou o papel e leu em alto e bom som:
- O campeão de Durmstrang, ou devo dizer, campeã, é Natasha Schlemmer!
O salão irrompeu em aplausos, principalmente dos alunos de Durmstrang, enquanto uma garota de cachos ruivos e rosto cheio de sardas se levantou com um grande sorriso. Ela foi cumprimentada brevemente pelos três diretores e passou pela porta que levava à câmara ao lado.
Os aplausos e comentários cessaram. Todas as atenções se voltaram novamente ao Cálice, que tinha voltado a se avermelhar. Um segundo pedaço de pergaminho voou de dentro dele e foi parar nas mãos do diretor, que leu:
- O campeão de Beauxbatons é August Vansseur!
Uma segunda onda de aplausos inundou o salão. O garoto alto e magricela, de cabelos pretos e rosto esnobe, foi cumprimentado pelos diretores e se dirigiu à câmara lateral. Então o Cálice novamente ficou vermelho, e dele jorraram faíscas pela terceira e ultima vez na noite. Todos prenderam a respiração quando a língua de fogo ergueu-se no ar e soltou o pedaço de pergaminho onde o nome do campeão de Hogwarts estava escrito. Dumbledore pegou o papel e anunciou:
- O campeão de Hogwarts é Sirius Black!
Nesse momento todos os alunos de Hogwarts aplaudiram, comemoraram, gritaram, enfim, fizeram um verdadeiro escândalo. Sirius parecia estar em estado de choque, ficou encarando Dumbledore com cara de bobo, como se o diretor tivesse dito a coisa mais idiota do mundo. James precisou dar um peteleco na cabeça do amigo para que Sirius se levantasse e fosse para a câmara lateral. Dumbledore tomou novamente a palavra:
- Excelente! – exclamou feliz – Tenho certeza que cada um de vocês dará o apoio que puderem aos nossos três campeões. - o diretor então se dirigiu para a câmara lateral onde os campeões o aguardavam, e deixou o Salão fervendo com comentários.
**
- A primeira tarefa não será revelada diretamente a vocês, é proibido pedir ou aceitar ajuda dos professores, e os participantes do torneio serão dispensados dos exames do fim do ano letivo. - dizia Bartô Crouch para os campeões, na câmara lateral.
Ele era um homem jovem, formal, empertigado, vestido com um terno e uma gravata impecáveis. O corte dos seus cabelos negros e curtos era quase absurdamente reto, o bigode fora recentemente aparado com cuidado e seus sapatos eram exageradamente lustrosos. O Sr. Crouch fora mandado pelo ministério como responsável pela organização e pelas regras do Torneio Tribruxo.
O homem estava sentado a uma mesa, com os três diretores de pé atrás dele. Os campeões estavam em banquinhos do outro lado da mesa, ouvindo as instruções que Crouch passava. Esse torneio parecia agora ser muito mais difícil que Sirius imaginara. Como é que ele ia se preparar para a primeira tarefa se ela não seria revelada?
Crouch continuou fazendo algumas recomendações e depois os dispensou, avisando que no dia seguinte eles seriam individualmente entrevistados e a matéria sairia no Profeta Diário. Essa última notícia melhorou bastante o humor de Sirius. Ele teria uma foto publicada no Profeta? Aquilo era totalmente demais, ele pensava enquanto voltava sozinho para o Salão Comunal, os corredores de Hogwarts já vazios. Sair no jornal era bom para o ego de qualquer um, afinal. A primeira coisa que fez ao chegar ao dormitório foi contar a notícia aos amigos.
- Eu não acredito! Sirius Black no Profeta? - falou James animado, sentado em sua cama.
- Parabéns cãozinho! - disse Remus com um largo sorriso no rosto. Os olhos de Peter brilhavam de admiração.
- Ah! Era evidente que eu ia ser escolhido... - brincou Sirius, recebendo um travesseiro na cara por James.
- Olha a fama subindo à sua cabeça! Não era você que achava que ia perder pra um nerd da Corvinal?
Os garotos estavam tão animados com a notícia que ficaram conversando até tarde, e só foram dormir porque não queriam perder a aula no outro dia.
**
Mais tarde, no dormitório feminino, todas as garotas dormiam, exceto Emilly, que encarava o teto. Lembrava-se da aula de poções. Havia se divertido muito conversando com Sirius, mas quando a raiz de asfódelo caiu, aconteceu algo que Emilly não sabia explicar. Sentiu algo que nunca sentira antes naquela sala, algo que ela não sabia o que era. Fechou os olhos e a imagem de Sirius veio em sua mente. Abriu-os novamente. O que está acontecendo comigo?
Enquanto isso, no Dormitório Masculino, todos dormiam, inclusive Sirius. Em seus sonhos, a aula de poções acontecia novamente.
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