Capitulo 23 - Parte II
Obs1:Capitulo dedicado a Fernanda Destro, pelos seus elogios e a sua constante presença nos comentarios!!!!Obrigada amore!!!!Adoro você!!!
CAPITULO 23 - PARTE II
O vestido, queimado e cheio de cinzas, tinha marcas de poeira. Os punhos estavam rasgados, o colarinho desabotoado. O medo, estampado em seus olhos, mostrava que Hermione não viera de boa vontade nem sem resistir. Marcas avermelhadas de dedos destacavam-se em seu rosto. Harry praguejou. Stoner iria pagar com a própria vida por tê-la esbofeteado.
Stoner fingiu não ver mais ninguém a não ser Harry.
_Quero os papéis que você roubou de mim - gritou.
Com um movimento furtivo, Harry aproximou a mão do coldre.
_Não faça isso - avisou Stoner - ou eu a mato. Você sabe que eu não hesitaria, Potter. Dê-me os papéis, e eu lhe devolvo a garota.
Franzindo a testa, Harry pensou rapidamente. O que havia de tão importante naqueles papéis? Eram apenas algumas cartas e umas poucas escrituras. De repente, compreendeu tudo. As escrituras! Stoner precisava delas para provar que as terras eram dele. Tinha de ter os documentos para poder vender as propriedades para a estrada de ferro. Antes que pudesse ralar, Lindsay interpôs-se entre eles.
_Já chega, Stoner! - gritou. - Solte a moça.
_Saia do caminho, Lindsay - retrucou Lucas, agitando o revólver. - Vá encher a cara. É só para isso que você presta.
Lindsay não se moveu.
_Recebi um telegrama. A polícia federal está vindo para prendê-lo. Parece que seus amigos não lhe contaram tudo. Por exemplo, que estavam adquirindo as terras com dinheiro roubado. Você deveria ter mais cuidado com as pessoas com quem faz negócio.
_Você está mentindo - zombou Stoner.
_De jeito nenhum. E nem posso dizer que sinto muito. O povo de Whitehorn vai ficar contente em vê-lo pelas costas.
_Saia da minha frente, seu verme - gritou Stoner, estremecendo de fúria. - Potter, quero os papéis.
Harry havia sacado a arma, mas não podia atirar. Lindsay e Hermione estavam no caminho da bala.
_Não faça nada - ordenou Lucas - ou eu mato a garota. Juro que mato.
Sacando o revólver, o delegado gritou:
_Então, terá de atirar primeiro em mim. Não vou... - Stoner disparou. Lindsay soltou um grito e calou-se, a mão sobre o peito. Depois, caiu de joelhos e, então, desabou no chão.
Gritando, horrorizada, Hermione contorceu-se, tentando escapar. Stoner agarrou-a pelos cabelos. Ela esquivou-se, deixando Stoner exposto por uma fração de segundo. Mirando com precisão, Harry atirou.
Como Lindsay, Lucas Stoner demorou a cair. Um circulo vermelho coloriu-lhe a camisa. Depois, o sangue brotou, aos borbotões, encharcando-lhe o peito. Seus olhos dançaram nas órbitas, e ele caiu de costas. Hermione desabou no solo, soluçando descontroladamente.
_O que você pretendia? - perguntou Daisy, terminando de enfaixar o braço de Leland. - Stoner estava armado!
O médico deu de ombros, tentando sorrir.
_Eu não podia, simplesmente, permitir que ele levasse Hermione. Tinha de tentar impedi-lo, lutar com ele.
_E acabou com uma bala no corpo.
_É só um pequeno buraco - replicou Leland, olhando a bandagem. - Em poucos dias, estarei novo em folha.
Daisy inclinou-se, acariciando-lhe os cabelos. Depois de saber que Remo e Hermione estavam a salvo, de volta à cidade, ela se desesperara. Ninguém sabia o paradeiro do médico. Fora ela que o descobrira na sala dos fundos de seu consultório. A poça de sangue, ao redor dele, tinha feito com que ela quase perdesse os sentidos. Por um instante, pensara que Leland estava morto.
_Além disso - continuou o médico -, com todos os cuidados que está me dispensando, eu diria que estou adorando a situação.
Puxou-a pela cintura com o braço livre, fazendo-a chegar mais perto. Ela não se fez de rogada. O pesadelo havia terminado. Stoner estava morto.
Pousando-lhe as mãos no ombro, inclinou-se e beijou-o com doçura. A sensação de ternura que a invadiu quase a fez chorar de felicidade. Finalmente, havia encontrado o amor.
_Você é minha - ele segredou, cobrindo-a de beijos. - Só minha. Vou me casar com você e vamos partilhar o mesmo leito todas as noites pelo resto de nossas vidas.
Ela se afastou o suficiente para olhá-lo dentro dos olhos.
_Leland, preciso contar-lhe uma coisa.
Fitou-o, procurando por algum sinal de aborrecimento. O que viu foi um semblante risonho e olhos cheios de amor e carinho.
_O que é, Daisy? Você pode me contar tudo o que quiser.
_É que eu... Eu tenho pesadelos algumas vezes. Com Stoner ou com a morte de James. E acordo aos gritos.
_Não diga! - ele murmurou, afagando-lhe a face. - Isso vai desaparecer a seu tempo. Mas, enquanto os pesadelos continuarem, vou abraçá-la no escuro de nosso quarto, até que você adormeça de novo.
Daisy jogou-se sobre ele.
_Adoro você, Leland. Não sei o que fiz para merecê-lo, mas eu o amo de verdade.
_Eu é que não merecia você, Daisy. Você é um verdadeiro milagre em minha vida. E agora que me pertence, não vou deixá-la ir embora. Nunca mais.
Beijou-a, procurando desabotoar-lhe os botões da blusa. Ela corou.
_Leland, você acabou de levar um tiro. Tem certeza de que quer... - interrompeu-se.
Ele sorriu com malícia.
_Embora o ferimento em meu braço possa atrapalhar um pouco, as partes de meu corpo que importam estão em perfeitas condições. E famintas, cheias de desejo por você, Daisy. Esperei demais por este momento.
Ela acariciou-lhe o queixo, depois os lábios e, em um gesto impulsivo, afastou as mãos dele e desabotoou, ela mesma, os últimos botões.
_Então, não vamos perder tempo.
Hermione afastou as dobras do acolchoado, irritada. Permanecera na cama por quase três dias e sentia-se cansada. Antes, estava desesperada para dormir e comer. Naquele momento, porém, queria caminhar um pouco. Só que Harry não permitia. Ele era um enfermeiro intransigente. Estava se portando como um estranho, distante demais, o que a afligia sobremaneira, Será que tinha imaginado a declaração de amor? Será que aquelas palavras significavam outra coisa? Ou as palavras haviam escapado, e ele se arrependera?
A porta do quarto abriu-se. Harry entrou com uma bandeja nas mãos. Ela olhou para o caldo e os biscoitos sem vontade. De que adiantava comer ou mesmo continuar vivendo, se havia perdido Harry?
_Como está se sentindo? - perguntou ele.
_Melhor. Quero me levantar.
_Amanhã - ele prometeu. Colocou a bandeja sobre a mesinha-de-cabeceira. - Fiz biscoitos. Você conseguirá mastigá-los.
Ela forçou um sorriso diante da brincadeira. O coração lhe doía, porém. Não queria comida, queria Harry de volta. Queria ouvi-lo repetindo que a amava, que se importava com ela.
Ele sentou-se na cama perto dela.
_Você não parece com fome.
_E não estou — disse, fixando o olhar nas mãos.
Apertou os dedos, soltou-os, inquieta. Talvez fosse melhor partir de uma vez. Seria mais fácil esquecê-lo longe dali. Não voltaria para Chicago, porém. Quem sabe devesse ir para o Texas. Tinha ouvido falar muito daquela região.
_Você, pelo menos, poderia olhar para seu prato.
_Não quero nada, obrigada, Harry.
_Hermione, por favor, olhe.
Suspirando pesadamente, ela olhou a bandeja. Havia uma tigela com o ensopado, uma xícara de café e um pequeno prato coberto com um guardanapo.
_O que é isto? - perguntou, apontando o pratinho.
_Por que não descobre?
Havia alguma coisa estranha na voz dele. Encarou-o, mas os olhos de Harry estavam impenetráveis.
Aproximou-se da mesinha e levantou o guardanapo. No prato, no meio de um ninho de algodão, brilhava o camafeu que havia sido da mãe de Harry. A superfície esculpida, de um pálido rosa, parecia ter vida sob a luz do lampião.
_É para ajudá-la a plantar suas raízes - disse ele, apanhando o broche e prendendo-o na camisola que ela usava. - Não era isso que você sempre quis? Uma família? A minha se foi e não sobrou muita coisa com que recomeçar. Mas você é bem-vinda se quiser fazer parte de meu destino. Aceite o camafeu que foi de minha mãe. - Tocou a peça com a ponta dos dedos. - Você poderá dá-lo à nossa filha mais velha, quando ela se casar. Ou conservá-lo com você. É seu. - Ele puxou o ar, com se estivesse nervoso. Depois, começou a pigarrear.
_Harry? - ela murmurou, fitando-o.
Mal podia acreditar. Ele lhe dera o camafeu, o mesmo que o pai presenteara à mãe quando haviam se casado. Tocou-o, sentindo os relevos da escultura, a textura do ouro.
_Oh, Harry, é tão lindo!
_Como você, Hermione. - Tomou-lhe o rosto nas mãos. - Vou repetir o que eu lhe disse. Eu amo você. Pensei que não podia mais amar, ou que o amor não importava, mas estava enganado. Importa, mais do que tudo. Não quero continuar a viver sozinho. Quero-a a meu lado. Por favor, diga que vai ficar em Whitehorn comigo, para sempre.
Ela agarrou-lhe as mãos.
_Claro que ficarei. Também amo você. E há muito tempo. Tinha medo de que não acreditasse em meus sentimentos, que pensasse que eu sé queria casar com o primeiro que me quisesse.
_Eu jamais pensaria uma coisa dessas de você. - Ele respirou aliviado. - Então, aceita se casar comigo?
Ela riu, um riso de felicidade.
_Só não concordaria em ser sua amante, sr. Potter.
Harry tornou-se rubro.
_Eu não faria uma proposta dessas a você.
_Eu sei. Estou brincando.
Ele beijou-a, de leve.
_Remo foi buscar Tonks. Voltam em dois dias. Acho que seria bom tê-los como padrinhos no altar.
_Eu ficaria muito feliz.
_Que bom.
Deixou as mãos deslizarem até a cintura dela, puxando-a para mais perto.
_Acho que deveria deixá-la descansar mais um pouco.
Pousando as mãos nos ombros fortes, ela sorriu, maliciosa.
_Já descansei demais. Acho que não vou conseguir dormir tão cedo.
_Verdade?
Olharam-se com ternura, ele procurando-lhe os lábios.
_Acho que não devo ficar aqui esta noite - disse, as mãos tentando abrir os botões da camisola.
_Por que não? A cama é larga - Hermione sussurrou. - E depois... Vamos nos casar dentro de alguns dias, não vamos?
_Nem sei como agradecer, Hermione, por ter cruzado meu destino, fazendo-me acreditar no amor.
_Vou ficar a seu lado para sempre - ela prometeu.
_Sei disso. Vou transformar seus sonhos em realidade.
Hermione aconchegou-se, sentindo-lhe o calor, as batidas do coração contra os seios, o cheiro másculo.
_Eu sei.
_Para sempre... - ele exigiu, pressionando a boca contra a dela.
_Para sempre... - ela repetiu, as palavras morrendo, sufocadas pelo beijo.
Nada era mais importante que demonstrar, de mil formas, quanto se amavam. Entre eles havia acontecido um milagre, o milagre do amor destinado a durar pela eternidade. E, na forma de um camafeu, essa herança maior haveria de passar para as gerações futuras.
Obs2:Oiiii pessoal!!!!Última parte do capitulo 23 postada!!!!!O próximo é o epílogo!!!!Espero que tenham curtido!!!!Segunda tem atualização!!!!Bjux!!!Adoro vocês!!!!
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