Capitulo 3



CAPÍTULO 3



Acamparam em uma pequena clareira, ao lado de um riacho de águas turbulentas.
Hermione acomodou-se contra o tronco de uma grande árvore, tentando não pensar em como e por que se encontrava ali. A demonstração de força e coragem durara apenas um curto período de tempo. Naquele momento, o medo tomava conta dela.
Um arrepio percorreu-lhe todo o corpo. O vestido estava ensopado pela neve em que se afundara, ao cair do cavalo. Não tinha, porém, como trocar de roupa. A pequena valise que Harry apanhara continha apenas peças íntimas, meias, escovas e pentes, um punhado de grampos e duas combinações. O restante estava dentro de um baú, que ficara no bagageiro da diligência.
O crepitar de galhos partidos chamou sua atenção. Ela virou-se. Harry surgiu com os braços carregados de lenha, que colocou no chão, no centro da clareira. Depois, viu-o reunir folhas secas e alguns ramos. Tirou um palito de fósforo de uma das bolsas da sela, acendeu-o em uma pedra e jogou-o sobre as folhas. A chama se alastrou e, logo, a fogueira ardia.
_Sente-se aqui, perto do fogo, para secar suas roupas - disse ele, sem se virar.
Hermione lançou um olhar na direção dele. Não pretendia atender à sugestão, porém um novo arrepio percorreu-a. Percebeu que se arriscava a ficar seriamente doente, se não se aquecesse logo. Aproximou-se da fogueira e se agachou, ficando o mais perto possível das chamas. Manteve-se na defensiva, evitando dirigir os olhos para Harry. Conforme aumentava a escuridão, e os sons estranhos da noite faziam-se ouvir, mais e mais era difícil esquecer que se encontrava absolutamente sozinha, no meio de um bosque, com aquele homem. O que ele iria fazer com ela?
Tentou desviar aquele pensamento e procurou concentrar sua atenção em Lucas. Tentou imaginar como seria o rosto, os olhos, o sorriso do noivo. Deixou-se levar pelo devaneio, no qual ele lhe dizia de sua preocupação para com ela. Contaria a ele sua desventura e seria confortada. Ele lhe tomaria as mãos e iriam...
Alguma coisa apoiou-se sobre seus ombros. Com um grito apavorado, ela tentou pular para o lado, porém mãos muito fortes mantiveram-na imóvel.
_Use até que consiga parar de tremer como um bezerro molhado- murmurou Harry, colocando-lhe um casaco nas costas. - Trouxe outro, de reserva. Imaginei que as garotas da cidade não iriam saber como se vestir para enfrentar as noites de Montana.
A vontade dela foi jogar-lhe o casaco no rosto, mas, ao tocá-lo, sentiu a grossura do tecido. A friagem enregelava-lhe os ossos e tudo o que queria, naquele momento, era enfiar-se dentro de um macio e confortável cobertor de lã. A despeito da ironia insultuosa contida nas palavras de Harry, sabia que ele tinha razão. Realmente, ela não possuía um casaco adequado.
_Eu... - Cerrou os lábios, calando-se. Não iria agradecê-lo. Ele não merecia.
Também não esperava a atitude seguinte. Ele afastou-se e começou a montar o acampamento. Encheu um bule com água do riacho. Rolou uma pedra chata para o meio do fogo e, sobre ela, colocou o bule. Depois, retirou das bolsas da sela algumas latas de feijão e pedaços de pão, já endurecidos, e dois pratos. Pós-se a aquecer as latas. Quando o feijão começou a ferver, retirou as latas do fogo com a ajuda de um garfo retorcido e despejou o conteúdo nos pratos.
Ocupado em sua tarefa, ele tirou o chapéu. Ao ajoelhar-se ao lado da fogueira, a luz das chamas iluminou-lhe as feições. A barba cerrada escurecia-lhe o queixo, fazendo-o parecer perigoso. Os olhos verdes e a boca cerrada nada deixavam transparecer. Ela não tinha a menor idéia do que ele poderia estar pensando e decidiu que não queria mesmo saber. Quando ele se levantou, percebeu que era um homem alto, bem mais alto que ela. Se tanto, ela lhe chegaria a altura da linha do pescoço. Também já pudera sentir sua força física, que se impusera a ela, sem hesitar, na diligência.
O medo voltou mais forte, acrescido de uma sensação de desamparo, Hermione olhou ao redor. Não havia ninguém que a pudesse ajudar e nem para onde correr.
O céu, iluminado pelas estrelas, parecia escarnecer dela. No meio da floresta inóspita, a quem iria importar o destino de uma desconhecida?

A mulher mergulhara em um silêncio total e completo. Harry disse a si mesmo que aquilo era bom, que o silêncio dela era bem melhor do que suas ironias. Porém, para dizer a verdade, passara a maior parte dos últimos dois anos tendo a solidão como companhia e estava cansado de tanta quietude. Não havia o que dizer. Pelos olhos furtivos que dirigia a ele, podia perceber que estava apavorada. Pelos menos, poderia tentar minorar seus medos. De que forma, não sabia. Tentou imaginar como dar-lhe um pouco de conforto. Sentiu, sobre si, outro daqueles olhares de relance. Hermione havia colocado o prato vazio no chão. Para que ela pudesse comer, desamarrara seus pulsos. De onde estava, não conseguiu ver se ela tomara ou não o café. Apanhou o bule, levantou-se e caminhou até ela.
Ao ver que ele se aproximava, Hermione estremeceu. Lentamente, pôs-se em pé, enfiando os braços na manga do casaco, grande demais para ela. Vestida assim, parecia infantil e pequena.
_Mais café? - ele perguntou levantando o bule.
Ela deixou cair a caneca no chão e fechou os punhos, defensivamente.
_Pare com isso - pediu, com voz sumida. - Pare, já!
_Do que está falando? - surpreendeu-se Harry.
_Disso. - Ela fez um gesto, englobando o acampamento, os cavalos e a si mesma. - De tudo isso. - Limpou a garganta, e a voz soou mais forte. - Não estou com medo. O que quer que você pretenda fazer comigo, não me amedrontará. Não suporto mais, porém, ficar esperando e imaginando o que me espera. Acabe com isso!
Ele deu um passo atrás e ficou a olhá-la, estarrecido. Os grandes olhos castanhos de Hermione estavam escurecidos de medo, porém seu rosto resplandecia à luz da fogueira. O lábio inferior tremia de forma perceptível. Parecia prestes a cair no choro, Harry praguejou, intimamente. Desde o inicio, relutara em fazer o seqüestro. Se ao menos houvesse outra maneira de obrigar Stoner a escutá-lo...
Não havia. Os últimos seis meses eram a prova daquilo. Stoner era muito esperto para cometer um erro, e Harry não tivera outra escolha.
_Não vou machucar você - disse.
Ela deixou escapar uma estranha risada, que mais parecia um soluço estrangulado.
_Claro. Ouvi dizer que os homens sempre dizem isso, antes de violentarem uma mulher. Que não vão machucá-las. Que ela vai até gostar. - Levantou o queixo, em uma atitude de desafio. - Não me importo. Não tenho medo de você! Se vai violentar-me, ou matar-me, que seja. Mas faça isso agora!
As palavras atingiram-no de tal forma que Harry sentiu o rosto queimar de vergonha,
_Não vou fazer nada disso - ele retrucou, virando-se e aproximando-se do fogo. Colocou o bule sobre a pedra e enterrou ambas as mãos nos bolsos da calça.
_Não vai me matar? Nem me violentar?
_Não pretendo feri-la, de jeito nenhum, Você entendeu tudo errado.
_Desculpe-me por ter interpretado mal o seqüestro! - ela exclamou, a voz vibrando de ironia. - Talvez você só quisesse me mostrar a beleza da região. Claro! Como sou tola. Permita-me admirar o céu, a noite, a luz das estrelas. Que adorável! Você é um perfeito anfitrião.
Harry viu-se obrigado a admirar sua audácia. Ela tremia visivelmente, de medo e de frio, mas, ainda assim, enfrentava-o como um gatinho caseiro fazendo face a um coiote. Por um instante, pensou que a vida teria sido mais fácil para Claire, se ela tivesse um pouquinho que fosse do espírito de Hermione.
Apontou para um tronco que havia rolado até perto da fogueira, para que ela pudesse sentar-se.
_Não vou machucar você - repetiu, sentindo-se obrigado a lhe dar explicações - Não queria seqüestrá-la.
_Então, cometeu um engano. Que infelicidade... para todos nós.
Aquelas palavras, proferidas em tom gelado, quase fizeram-no sorrir.
_Eu tenho uma fazenda... ou melhor, tinha uma, junto com meu pai. Ficava a poucos quilômetros daqui. Uma grande área de terra com muito gado e muita água.
_Que ótimo para você - ela comentou, sarcástica como sempre. E, um tanto hesitante, sentou-se no tronco, encarando-o através das chamas.
_Há alguns anos, fui buscar uma manada de búfalos, no Texas. Queria cruzá-los com o plantel que já possuía e, assim, criar meu próprio rebanho.
Fez uma pausa, recordando-se dos planos que fizera aqueles com o pai; os sonhos que tinham acalentado em torno do sucesso como fazendeiros. Havia muitas oportunidades para que quisessem dar duro no trabalho Lembrou-se da mãe. E de Claire.
_E então? - Hermione perguntou. - Você trouxe a manada?
_Sim. Quase duzentas cabeças. Mas, quando voltei, a fazenda se fora...
_Como assim, se fora? O que quer dizer com isso? A terra estava lá, não é?
_Ah. sim... A terra estava lá. O gado, porém, fora dispersado e a casa estava destruída pelo fogo. E meu pai... morto.
Fixou o olhar nas chamas, e a visão daquela cena voltou-lhe à lembrança. O espanto diante da casa incendiada, as pastagens vazias, o silêncio quebrado apenas por uns poucos pássaros, voando lá no alto...
_O que aconteceu? - ela perguntou, ansiosa, endireitando-se no assento e encarando-o.
_Meu pai fora assassinado. Fora acusado, injustamente, de ajudar os renegados que estavam atacando outros fazendeiros da região. - A raiva começou a crescer no peito de Harry, aquecendo-o com aquela chama interior que o havia mantido vivo através do longo e frio inverno, - Eu conhecia meu pai tão bem quanto a mim mesmo. Era um homem decente que nunca infringira a lei. Jamais ajudaria os renegados. Perguntei aos amigos na cidade e descobri que sua prisão tinha sido decretada sumariamente. Foi submetido a um julgamento rápido e enforcado em dois dias. Tudo aconteceu quatro meses depois que eu partira para o Texas. Quando voltei, com a manada o povo praticamente tinha esquecido os detalhes
_Sinto muito por sua família - disse ermione contendo a respiração.- Mas o que tudo isso tem a ver comigo?
_Sei quem foi o responsável. Lucas Stoner é quem está por trás da morte de meu pai e também dos ataques a outras fazendas. Infelizmente não consegui ainda provas para incriminá-lo e pretendo reverter a situação com sua ajuda.
Hermione levantou-se de um salto.
_Não! Não quero nem ouvir falar nisso e muito menos vou ajudá-lo. Como ousa insinuar que o sr. Stoner não é um homem bom e generoso? Ele é honesto e trabalhador. Embora eu compreenda e até me compadeça com a morte de seu pai, isso não lhe dá o direito de seqüestrar uma mulher inocente.
_Você nunca se encontrou com Stoner - disse Harry, meneando a cabeça.
_E daí?
_Como pode afirmar que tipo de homem ele é?
Hermione levantou o queixo acintosamente
_Eu li a carta que ele me enviou. Eu o conheço.
_Senhorita, acho que a vida na cidade abalou seu cérebro. Você não o conhece e acredite, não vai gostar de conhecê-lo. Ainda vai me agradecer por tê-la seqüestrado.
_Agradecer? Ora, você não passa de um cachorro mentiroso. Lucas Stoner é um cavalheiro, e você não tem nem o direito de pronunciar-lhe o nome. Você é um criminoso, um mentiroso e sei lá mais o quê.
Harry estava atônito demais para protestar. Ela o estava comparando com Stoner e o patife ainda levava a melhor?
_Você deduziu tudo isso da leitura de uma simples carta?
Ela acedeu, os olhos castanhos soltando chispas.
_Meu noivo é um homem maravilhoso, e eu sou uma pessoa privilegiada por estar comprometida com ele.
Hermione sentiu-se mais confiante, depois de rebater as criticas feitas por Harry. Sentia-se menos abandonada ao falar de Lucas. A raiva também renovava sua força.
_Deve ter sido uma carta e tanto - Harry murmurou, ao voltar-se para o fogo para servir-se de um pouco mais de café.
Hermione sabia que a carta em questão não passava de umas poucas linhas, nas quais Lucas explicava o que desejava em uma esposa. Ela havia respondido com uma longa descrição de si mesma, de seu caráter e de sua vida em Chicago. Recebera, em resposta, a passagem da diligência. Apesar de não poder ter certeza das qualidades do noivo, dedicara horas a interpretar as palavras que ele usara e o que pretendia dizer nas entrelinhas. E quando uma voz interior lhe perguntou por que Lucas colocara um anúncio procurando por uma esposa, já que era tão especial e maravilhoso, ela afirmou de si para si que no oeste havia poucas mulheres. Além do mais, seu próprio futuro dependia do caráter de Lucas Stoner, e ela não podia se permitir nem sequer pensar que ele era qualquer coisa aquém de perfeito.
_Está ficando tarde - disse Harry. - Se quiser se refrescar, vá até o riacho. Precisamos seguir nosso caminho.
As palavras dele fizeram-na perceber que não tivera um momento de privacidade desde que fora retirada à força da diligência. Correu na direção do riacho, um tanto surpresa com a confiança demonstrada por Harry.
Ao chegar à margem, procurou por um local mais escondido. Dirigiu-se a um aglomerado de caniços. Estava ficando escuro. Olhou ao redor, temerosa das criaturas da noite que poderiam estar rondando nas sombras. Depois de aliviar-se, respirou o ar da noite, profundamente. Era bem mais perfumado do que qualquer banheiro da cidade.
Foi até a torrente e começou a lavar as mãos e o rosto. A água era gelada, porém clara e doce ao paladar. Matou a sede e, com relutância, voltou para o acampamento. Seria tão simples fugir, ela pensou. Bastaria desaparecer no meio da escuridão.
Um pássaro piou no alto de uma árvore, e alguma coisa roçou as folhas de um arbusto ao lado dela. Hermione saltou, aterrorizada. Tinha apenas duas escolhas: o inimigo, na pessoa de Harry Potter, ou o desconhecido da floresta. O homem pareceu-lhe menos assustador.
Ao chegar, porém, mais perto da clareira, diminuiu o passo. Ficou a imaginar se não teria sido melhor arriscar-se a enfrentar as criaturas da noite.
Lembrou-se do que ele dissera a respeito da família e da morte do pai. Ela não sabia absolutamente nada a respeito da própria família. Tinha sido abandonada no orfanato com apenas poucas semanas de vida, e nunca alguém viera procurar por ela durante seus vinte e um anos. Às vezes, tentava imaginar como seria manter laços de sangue. Ter pessoas que se importassem com ela e com seu bem-estar. Aquela era uma das razões pela qual estava tão ansiosa por casar-se. Lucas iria tomar conta dela. Melhor dizendo, ele iria amá-la e, finalmente, ela se sentiria pertencendo a alguém.
Ele não era o responsável pela morte do pai de Harry, daquilo ela tinha certeza. Não podia ser. Devia haver algum engano em toda aquela história.
Sem que se desse conta, chegou ao acampamento. A primeira coisa que viu foram grossos acolchoados estendidos um de cada lado da fogueira. Respirou, aliviada, afastando os últimos vestígios de vergonha e de medo. Harry havia cumprido o que prometera. Não iria violentá-la. Fez um gesto de hesitação, mas ele apontou-lhe um dos acolchoados.
_Como sabia que eu iria voltar? -ela perguntou, sentando-se sobre a manta.
_Você não tinha escolha. É uma jovem da cidade e não sobreviveria nem meio dia nestas matas, ainda mais no meio da noite.
Hermione olhou a sua volta, sentindo os aromas desconhecidos, os ruídos e os sons estranhos. Ele estava certo. Se continuasse a respeitá-la, tudo ficaria bem. Em poucos dias, estaria na cidade e o que lhe acontecera não passaria de um pesadelo.
Harry jogou o resto do café em um arbusto e, em seguida, esticou-se sobre o acolchoado.
_Não vou amarrar suas mãos - disse. - Se tentar escapar durante a noite, é muito provável que eu acorde e a traga de volta. E aí, vou ter que prender seus braços e pernas. Você não iria gostar.
_Não vou tentar fugir.
Ao menos, não durante a noite, ela pensou, em seu íntimo. Talvez amanhã, quando estivesse claro e se sentisse descansada.
_Se, pelo contrário, eu não acordar, estará sozinha, por sua própria conta - ele continuou. - Há uma porção de criaturas famintas que adorariam ter alguém como você para o jantar.
_Você não me assusta - respondeu Hermione.
_Nem é essa minha intenção. Estou falando a verdade.
Apoiando-se sobre um dos cotovelos, ela encarou-o.
_Se está tentando me assustar ou não, isso não importa. Sou corajosa. Desde que tinha doze anos, respondo por mim mesma. Ninguém vai me obrigar a fazer o que não quero, nem mesmo um malfeitor de beira de estrada.
Ele também se firmou sobre o cotovelo, como se a imitasse.
_Não faça afirmações absurdas.
_Faço!
Harry levantou as sobrancelhas e, então, sorriu.
_Que bom.
Ela esperava qualquer reação, menos um sorriso. Não, vindo da parte dele. Não, depois de tudo o que sucedera.
Seu primeiro pensamento foi que ele era surpreendentemente bonito. Embora de uma beleza um tanto rude. O segundo foi de que parecia gentil quando sorria. Teve vontade de sorrir em resposta. Pensamento um tanto ridículo. Afinal, ele a tinha seqüestrado. Estirou-se sobre o acolchoado e cobriu-se com a manta. A lã cheirava a cavalo, a feno, a ar livre. Cheiro de limpeza, de proteção.
As achas de madeira crepitavam no fogo. Ao longe, ouviu-se um uivo abafado, logo seguido de outros. Depois, apenas o silêncio, Hermione virou-se para a fogueira.
_Harry?
_Que é?
_Fale-me de Lucas Stoner.
Depois de um longo silêncio, ele respondeu.
_Creio que você sabe tudo o que precisa a respeito dele.
_Sei apenas algumas coisas. O que ele me contou em sua carta e outras, que deduzi por mim mesma. Porém, queria saber mais.
_Você já sabe que ele matou meu pai.
_Não acredito nisso. Deve haver algum engano.
_Engano nenhum. - A voz de Harry era cheia de amargura.
_Não quero falar sobre esse assunto.
_Não a condeno. Não posso imaginar uma noiva querendo ouvir que tem um compromisso com um assassino.
_Esqueça - ela murmurou, fechando os olhos.
Percebeu que Harry soltava rum longo suspiro. Então, ele falou:
_Se me fizer alguma pergunta específica, provavelmente eu possa responder.
_Ele é bonito?
_Sou homem, Hermione. Como vou saber?
_Ele é feio? - ela insistiu.
_Não creio. Tem uma cicatriz no rosto, talvez isso possa repugná-la.
_Uma cicatriz? De que jeito?
_É uma linha fina e esbranquiçada, do maxilar até o canto da boca. E, antes que você pergunte, não sei como ele a conseguiu.
Hermione encolheu os joelhos, apertando-os contra o peito. Pensou na cicatriz.. Ele devia sentir-se complexado por ter uma marca assim. Qualquer um ficaria. De uma certa maneira, o fato transformava Lucas em uma figura trágica, marcada. Fazia com que ficasse, porém, mais acessível. A cicatriz não tinha a menor importância para ela. Só o tornava mais fácil de ser amado. Tinha que dizer aquilo a ele, depois que estivessem casados. Afinal, havia trabalhado com um médico por muitos anos e estava bastante familiarizada com coisas bem mais desagradáveis do que uma simples cicatriz.
Sentiu-se relaxar e puxou a manta sobre os ombros. Amanhã, Lucas iria encontrá-la, tinha certeza. Então se casariam e dariam inicio a uma nova vida.



Obs:Oiiii pessoal!!!!Capitulo postado!!!Espero que tenham curtido!!!Logo logo tem mais atualização e fic nova na área!!!Bjux!!!Adoro vocês!!!E obrigada também a todos que me desejaram sorte e rezaram por mim em virtude da minha 'terrivel' prova de Estatística!!!hehehe....VALEU GALERA!!!!!

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