Capitulo 9



CAPITULO NOVE


Mione recostou a cabeça no peito de Hrry e se deixou embalar pela melodia ‘The Man I Love’ que o pianista executava à meia-luz. O bar do hotel estava superlotado, recendia a cerveja azeda, e o músico não era dos melhores, mas nada disso importava naquele momento.
—Oito e meia — sussurrou Harry ao seu ouvido.
—Hum...
Fazia quase uma hora que estavam ali, abraçados, imóveis.
—Hora de trabalhar.
Mione fitou-o com uma expressão apaixonada. Ainda sentia as pernas bambas em consequência da intensa tarde de amor, como se Harry tivesse lhe drenado toda a energia do corpo.
—Só mais essa música...
—Foi o que você disse há mais ou menos dez minutos — lembrou ele.
Mione deu um longo suspiro.
—Está bem. Se não há outro jeito... — resmungou, acompanhando-o de volta ao saguão iluminado do hotel.
No balcão da recepção já não se encontrava o adolescente deslumbrado da tarde, mas um funcionário de aproximadamente vinte anos, cara de poucos amigos, visivelmente contrariado por precisar interromper a leitura de um romance de Stephen King toda vez que alguém pedia uma informação.
Harry pigarreou.
—Fale — reclamou o rapaz sem tirar os olhos do livro. Mas logo se corrigiu. — Oh, desculpe. Pois não, senhor. Em que posso ajudá-lo?
—Gostaríamos de oferecer um champanhe ao sr. Max Herbert. Você pode providenciar?
O recepcionista apontou na direção das cabinas telefónicas.
—O senhor pode solicitar o serviço de quarto por qualquer um daqueles telefones.
—E qual é o número do quarto do sr. Herbert?
O rapaz consultou o computador.
—Suíte 10A.
—Obrigado — sorriu Harry, puxando Mione para as cabinas.
Tirou o fone do gancho e disparou cheio de autoridade:
—Quer mandar uma garrafa de seu melhor champanhe à suíte 10A, por favor?
Depois de informar seus dados pessoais para o débito, ele desligou e os dois correram para o hall dos elevadores. Enquanto esperavam, uma figura familiar se acercou deles. Um homem.
Mione gelou. Enfim o momento que ela tanto temia. Bernie Morton, trajando um elegante terno e cheirando a uísque, olhou-a de esguelha. Ela se virou de costas e abraçou Harry, rogando para que o pavor estampado em seu rosto não a denunciasse. Ele ergueu-lhe o queixo com a ponta dos dedos e a beijou.
A porta do elevador abriu, e os três entraram. Harry apertou o botão do décimo e dirigiu-se gentilmente a Bernie.
—Que andar?
—Sexto — sorriu, medindo o casal dos pés à cabeça.
O coração de Mione estava prestes a sair pela boca. Ela só esperava que a carregada maquiagem cumprisse seu papel. Durante o percurso, Bernie não deixou de espiá-la com o canto dos olhos um único instante. Quando o elevador finalmente parou no sexto andar, ele desceu. Mione praticamente desmaiou nos braços de Harry.
—Acha que ele me reconheceu?
—Espero que não.
“Espera?”
—Bem, se Bernie me reconheceu está tudo perdido. Que eu estaria fazendo em Atlantic City sem Will? E com esta peruca!? — Ela exalou um longo e dramático suspiro. — Eu sabia que não ia dar certo! Não sei onde estávamos com a cabeça. E melhor voltarmos para Nova York! Vamos avisar a polícia.
O elevador parou.
—Quer se acalmar? — exigiu Harry, puxando-a para fora. — Está indo tudo muito bem.
—Bem? — cochichou ela, mal se equilibrando nas altas plataformas dos sapatos. — Oh, mas é claro! Will desapareceu. Eu estou há horas posando de prostituta, enquanto Bernie, quatro andares abaixo de nós, provavelmente se pergunta o que faz a esposa de seu melhor amigo agarrada a um desconhecido. E ainda por cima indo à suíte de Max Herbert!
—O quarto dele não é o único neste andar — retrucou Harry, parando em frente à suíte 10A.
—Bernie me reconheceu — gemeu Mione. — Tenho certeza de que me reconheceu. Você não viu o ar de deboche com que ele olhou para mim?
Harry caiu na risada.
—É porque você está parecendo uma prostituta.
Ela o fuzilou com o olhar.
—Quer se acalmar? — pediu ele, acariciando-lhe as costas. — Agora nós não podemos voltar atrás. Estamos quase desmascarando os culpados. Em breve estaremos livres dessa confusão.
—Ou mortos!
A porta do elevador voltou a se abrir. Os dois se entreolharam. Mione respirou fundo, tentando lembrar o que haviam combinado.
—Mas não está com você? — perguntou ela de súbito.
Harry franziu as sobrancelhas. Então lembrou-se do plano.
Começou a remexer os bolsos do paletó enquanto o camareiro se aproximava com o champanhe.
—Será que eu perdi?
—Oh, Max, você é tão atrapalhado! Será possível que não consegue passar um dia sem perder alguma coisa?
—Não fale comigo desse jeito — falou Harry com o dedo em riste.
—É a terceira vez que você perde a chave!
O camareiro acercou-se dos dois e baixou a cabeça sem graça.
—Tudo que precisamos fazer é ligar para a recepção e pedir uma cópia.
—Ligar de onde? — gritou Mione. Nós não podemos entrar no quarto! E eu não vou ao térreo para buscar nada. Vá você se quiser!
O rapaz finalmente interveio.
—Eu tenho a chave, sr. Herbert.
Harry olhou para o camareiro e arreganhou os dentes.
—Ele tem a chave — rugiu, voltando-se novamente para Mione. — Será possível que você precisa fazer escândalo para tudo?
—Fazer escândalo, eu?! — berrou Mione. — Essa é muito boa! Que piada! Você sim me fez passar vergonha no jantar à noite passada.
A discussão sobre o jantar se estendeu tempo o bastante para que o camareiro entrasse apressadamente com o champanhe, apanhasse a nota de vinte dólares que Harry tinha na mão e voltasse para o corredor.
Uma vez fechada a porta do quarto, Mione se jogou na cama.
—Nem acredito que conseguimos... — disse, olhando a sua volta.
Era uma suíte temática como o Taiti, só que retratando outro lado do mundo... Paris.
—Voilàl — sorriu Harry. — Conseguimos o quê? Nós ainda nem começamos — disse, abrindo o guarda-roupa.
Mione se levantou e foi à saleta contígua. Havia um grotesco painel da ‘Champs-Elysées’ pendurado na parede. A decoração simulava um típico café parisiense. Próximo à janela, sobre a mesa dourada, ela encontrou exatamente o que estavam procurando. Um computador pessoal!
Tirando-o do estojo, ligou-o à tomada. Esperou que carregasse, acionou o localizar arquivos e programas e digitou aquela que supunha ser a palavra mágica. Dexter!
—Harry!
Ajoelhando-se ao lado de Mione, ele ficou esperando que o arquivo se abrisse. A tela exibiu uma lista. Ao ver que uma das pastas havia sido nomeada ‘Potter’, Harry não se conteve. Levantou-se, selecionou-a com o mouse e clicou duas vezes. Apareceram páginas e mais páginas de gráficos, relatórios e registros de transações bancárias.
—Achamos! São os estratos do FIB. O contador estava certo. Eles vêm desfalcando a cervejaria há muito tempo. O dinheiro foi transferido para as ilhas Caimãs, não há dúvida.
Mione franziu a testa.
—Sim, mas quem? — perguntou enquanto dava o comando para salvar o arquivo em um disquete. — Quem está por trás disso. Bernie Morton? Max Herbert? Will? Os três?
—Duvido de que haja tanta gente envolvida.
Ela levou um susto. Estava tão envolvida com o problema dos Potter que não se dera ao trabalho de imaginar que outros correntistas pudessem estar sendo lesados.
—Oh, Harry... — gemeu. — Veja quanta gente eles estão roubando.
—Desviaram dinheiro o bastante para construir um império — disse ele enquanto Mione tentava copiar o máximo de informações.
—Oh, Will, não! — lamentou ela. Será que seu noivo estava realmente envolvido com aquele tipo de gente? Que outro motivo teria para desaparecer?
Fitou Harry com expressão desolada.
—Escute, Mione. Will me disse que é inocente, e eu acredito nele.
—Mas por que ele mudou o roteiro de viagem na última hora? Ilhas Caimãs? Will deve ter ido para lá, e sem mim! Ele já devia estar com tudo planejado há muito tempo!
Harry fitou-a comum ar enigmático.
—Bem... Talvez este não seja o melhor momento, Mione, mas há outra coisa que meu irmão me disse... Eu devia ter lhe contado, mas...
Mione sentiu um calafrio. O que quer que Harry tinha a lhe revelar não era bom, disso ela tinha certeza.
—Por favor, não me esconda nada, Harry.
—Bem, Will e eu conversamos sobre o casamento, e ele me disse...
—Vocês conversaram sobre o meu casamento?
Estavam tão envolvidos com a discussão que tiveram um sobressalto ao ser interrompidos por uma voz grave. Assustados, os dois se voltaram para porta.
—Will! — gritou Mione aliviada.
Parado na soleira, os olhos esbugalhados, Will estava com um dos ternos azul-marinho que costumava usar no banco. Mas havia algo estranho nele. Mione não sabia dizer o quê.
—Mione?
Ela estremeceu. O que seu noivo fazia ali? Será que estava mesmo envolvido com os fraudadores?
Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, Will se aproximou cambaleante como se o houvessem empurrado. Tomada de surpresa, Mione estendeu os braços para ampará-lo e, ao mesmo tempo em que notou que o noivo estava com a testa úmida de suor, viu três homens atrás dele.
O primeiro era Swithin, de terno acinzentado e sapatos de verniz preto, ostentando uma expressão mais dissimulada que a de costume. Atrás dele, Bernie fazia um grande esforço para disfarçar o constrangimento. Por fim vinha o gorducho, empunhando uma pistola.
Com o coração disparado, Mione olhou para Harry que, cauteloso, tentava lhe transmitir confiança e coragem. Ela voltou a encarar o homem armado, rogando que a expressão apavorada não a denunciasse.
—Swithin, seu traidor! — gritou Harry. — Você enganou todo mundo com seu discurso ético. Os mordomos não precisam de agradecimento, ora vejam só!
Exultante, Swithin contorceu os lábios extremamente finos.
—Sim. Pena que eu tenha me esquecido de acrescentar que às vezes eles exigem pequenas retribuições.
—Você é um ingrato!
Mesmo insultado, o homem mostrava-se impassível, tão inflexível quanto seus cabelos emplastados de gel modelador.
—Tem razão, sr. Harry. Mas, e o senhor, o que é? Pelo que me lembro, foi o primeiro a virar as costas para seu pai. Muitos anos antes de nós.
Mione viu Harry estremecer de ódio.
—Sim, mas nunca o roubei. Nem traí sua confiança.
—O pobre homem ficou desolado quando o senhor saiu de casa — sorriu o mordomo. — Eu não fui tão cruel. Preferi roubar-lhe alguns tostões, coisa que ele nem chegou a notar. Na verdade, o único que percebeu que o insignificante Bernie Morton há anos vem desfalcando a conta do infeliz fui eu. O eficiente e respeitoso mordomo!
Bernie ficou pálido.
—Eu nunca roubei a ponto de prejudicá-lo, juro.
Swithin riu.
—Sim! Mas quando eu o aconselhei a ser mais audacioso você não hesitou, não é mesmo?
Bernie baixou a cabeça envergonhado.
—O rapazinho aqui quer fazê-los acreditar que estava sofrendo verdadeiras torturas quando na verdade está exultante desde que lhe apresentei meu tio Max.
—Tio? — perguntou Harry indignado.
Swithin voltou a sorrir.
—Nunca lhe ocorreu que até mesmo os serviçais podem ter parentes atuando em lugares estratégicos, sr. Harry?
—Estratégicos onde? No inferno? — disparou Harry.
—Para mim é o que basta. Tio Max, tenho o prazer de lhe apresentar o filho mais velho de meu estimado patrão. O sr. Harry Potter. Ah, e a mulher é... — Sacudiu a cabeça enfastiado. — A noiva do sr. Will!
Max Herbert exibiu os dentes muito brancos.
—Bela garota, mas não parece muito talentosa — disse com acentuado sotaque. — Com esse disfarce não conseguiu enganar nem Bernie...
Mione não tinha vivido vinte e oito anos para que a chamassem de ‘garota’. E, armado ou não, ninguém colocaria em dúvida sua inteligência...
—O senhor acredita que vai escapar ileso, não é mesmo, sr. Herbert? Saiba que eu tenho gravado em disquete informações suficientes para incriminá-lo!
Ele soltou uma gargalhada.
—Oh, que interessante! Mas lamento muito, senhorita. Está se esquecendo de um detalhe importantíssimo. Vocês não têm a menor chance de escapar vivos daqui!
Mione estremeceu. Olhou a arma que Max empunhava às costas de Will, virou-se e fixou o rosto assustado de Harry. Estava olhando novamente para a arma quando lhe ocorreu a ideia.
Escapar!
Apanhando a bolsa na mesa, correu o mais rápido que suas plataformas permitiam.
—Peguem a garota! — gritou Max.
Havia somente um cómodo para onde Mione podia correr. O quarto. Ela só esperava encontrar uma porta lá, e encontrou! Decorada com a imagem-símbolo da França, mais parecia um imenso cartão-postal. Correu para a Torre Eiffel convencida de que não seria difícil escapar de Bernie. Mas era Swithin quem a perseguia. Ao saltar sobre a cama para encurtar caminho, acabou se desequilibrando. O mordomo atirou-se sobre ela.
—Swithin, idiota, agarre-a! — trovejou Max, entrando no quarto. — E apanhe o disquete.
Mione virou-se a tempo de ver Harry prestes a desarmá-lo, mas o homem, apesar de obeso, era mais ágil do que se podia supor. Girou o corpo e deu com a coronha no rosto de Harry.
—Não! — gritou ela.
Depois de levar mais uma pancada na nuca, Harry caiu desacordado. Mione tentou levantar-se para socorrê-lo, mas Swithin jogou-a de volta na cama. Indignada, ela cuspiu no rosto de Max.
—Seu crápula!
Max gargalhou satisfeito. Depois arregalou os olhos enfurecidos.
—Devolva o disquete!
Mione engoliu em seco. O disquete que continha todos os dados que incriminavam aquela gente estava com Harry. A única coisa que ela possuía era...
Desviando os olhos para não se denunciar, ela abriu a bolsa e apanhou outro disquete. Virgem!
—Você não vai conseguir se livrar — gritou.
Ele arreganhou os dentes com desdém.
—Minha querida, você me ameaça menos que um camundongo. Não perca tempo esgrimindo as patinhas, sim? Agora vamos, ande! —Agarrou-a pelo braço e, com a ajuda de Swithin, arrastou-a para a porta.
—Aonde estão me levando?
—Vamos dar um passeio, querida. Um longo passeio de avião. Para ser exato, vamos às ilhas Caimãs.
—Não! — gemeu ela em pânico. — Eu não vou!
Bernie, que empunhava desajeitadamente uma arma às costas de Will, os deteve.
—E eu? Que faço? — perguntou, apontando para Harry estendido no chão.
Mione sentiu os olhos turvos de lágrimas. Oh, Harry! Ela não podia deixá-lo ali. Mas o que fazer?
—Nós já temos a garota e o disquete — disse Max, sacudindo Mione. — Você fica com os Potter. Se um dos dois tentar bancar o engraçadinho, nós jogamos a mocinha no mar azul do Caribe.
Antes que Max a levasse, Mione voltou a olhar para Harry. E para Will! Puxa, ela praticamente se esquecera do noivo!
—Chame a polícia! — gritou quando a empurravam para o elevador. — E ajude Harry!


—Harry?
O som soou-lhe como uma martelada na cabeça. Não era preciso ser um gênio para saber que estava ferido, mas ele não conseguia se lembrar...
—Harry, você está me ouvindo?
Ele entreabriu os olhos com dificuldade. A luz intensa o ofuscou.
—Você está bem?
—Claro — gemeu, fixando os olhos no rosto do irmão. — Mas tenho a impressão de que um trator passou sobre minha cabeça. Que você está fazendo aqui? — Antes que Will tivesse tempo de responder, ele se lembrou. — Onde está Mione?
—Bem... — falou Will, remexendo as mãos nervosamente. — Eu... Eu não sei exatamente...
—Swithin! — Harry recordou-se do desaparecimento do irmão. — Ele raptou você?
Will fez que sim.
—Bernie, Max e Swithin estavam com tudo planejado para deixar o país hoje à noite, mas ao saber que você tinha voltado a Manhattan para investigar o desfalque, Swithin entrou em desespero e resolveu fugir levando-me como refém. Temia que eu já tivesse descoberto alguma coisa que o incriminasse.
Harry massageou a nuca.
—E quem invadiu o apartamento de Mione?
—Bernie. Queria saber para onde viajaríamos em lua-de-mel. Quando descobriu que nosso destino eram as ilhas Caimãs, provavelmente para seguir as pistas que ele deixara por lá, o idiota se desesperou. Deve estar embriagado agora. Infelizmente, Bernie é tudo que os patifes nos deixaram.
Harry olhou a sua volta, tentando organizar as ideias. Estavam trancados no banheiro. Ele levou a mão ao bolso lembrando-se do disquete que Mione lhe entregara minutos antes da aparição de Max Herbert. Precisava sair dali o mais rápido possível e ir atrás dela. Antes que Max descobrisse que havia sido enganado.
—Você disse que Bernie está sozinho lá fora?
Will balançou a cabeça.
—Ele está armado, Harry. Não podemos fazer nada...
—Você é amigo dele.
—Fui amigo dele.
—Tudo bem. Mas pelo menos você o conhece, sabe como convencê-lo de alguma coisa. Ele está bebendo tranquilamente, mas, e quando souber que está prestes a ir para a cadeia?
Harry tirou o disquete do bolso e contou ao irmão sobre a troca. Em poucos minutos, Will convenceu o ex-amigo a sair da frente da televisão.
—Você precisa nos soltar, Bernie — gritou, colando o rosto na porta. — Harry acabou de me contar que o disquete já está com a polícia.
—Will, você acha que vou acreditar em uma história dessa?
—Mas é verdade. O disquete que Mione entregou a Max está vazio. Se nos ajudar, talvez a polícia seja condescendente com você.
Fez-se silêncio lá fora. Will e Harry se entreolharam.
—Condescendente? Como assim? — perguntou Bernie de pois de alguns instantes de hesitação.
Harry sorriu.
—Se você ajudar na captura de Max Herbert, talvez eles não o prendam — gritou. — Talvez você nem chegue a perder o emprego no banco. Quem há de saber?
—Talvez até o promovam, Bernie — acrescentou Will. — Se acharem que você colaborou...
Mais silêncio. Bernie não parecia estar engolindo a isca. Harry socou a palma da mão irritado.
—Não esqueça que sou da polícia, Bernie. Posso negociar com os federais. Eles não vão se incomodar de deixá-lo livre se puderem apanhar um peixe maior feito Max Herbert.
—Isso é verdade — alegrou-se Bernie. — Eu não passo de um lambari perto deles.
—Mas é claro, Bernie — impacientou-se Harry. — Ninguém está interessado em você. E Max Herbert que querem prender. Pense no quanto os diretores do banco podem ficar agradecidos quando souberem que você ajudou a prendê-lo.
Bob sorriu.
—Não duvido nada de que eles o recompensem com o título de empregado do mês.
Aparentemente, a possibilidade de vir a ser o empregado do mês resolveu a pendenga. Em poucos segundos a chave girou na fechadura, e a porta se abriu.
Harry agarrou Bernie pelo colarinho e socou-o contra a parede.
—Onde ela está? — bradou no rosto do outro. — Para onde Max Herbert a levou?
Com muito mais diligência do que o irmão podia supor, Will tirou a pistola do bolso do ex-amigo e a empunhou com segurança.
—E bom começar a falar, Bernie!
—Max tem um jatinho particular. Em um aeroporto próximo daqui. O Somerset.
Will encarou o irmão.
—O dinheiro está nas ilhas Caimãs, não há dúvida.
Harry atirou Bernie dentro do banheiro. Já ia trancar a porta quando Will o deteve, entrou no banheiro e, para surpresa geral, deu uma coronhada na cabeça do traidor.
—Odeio admitir, mas estou me sentindo bem melhor agora. — Sorriu.
Harry correu ao telefone para avisar a polícia. Não havia outra alternativa. Comunicou o sequestro e solicitou reforço no aeroporto.
—A polícia não pode prender Herbert se nós denunciarmos o desfalque? — perguntou Will, descendo as escadas atrás do irmão.
—Tecnicamente não.
Os dois atravessaram a recepção do hotel em disparada.
—Mas enquanto Max estiver se defendendo da acusação de sequestro, eu enviarei o disquete para os federais — contou Harry, entrando em um táxi.
—Bem pensado!
Não havia tempo a perder. Se quando chegassem ao aeroporto, o jatinho de Max Herbert já tivesse partido, talvez nunca mais voltassem a ver Mione.




Obs:Oiiiii pessoal!!!!Como eu havia prometido caso fosse bem na minha prova de Estatística, aqui está a atualização das fics!!!!hehehe....Estou postando dois capitulos de "Receita de Amor" e "Seqüestro de Amor" e apenas um de "Noiva em Perigo", por que essa fic já está na reta final e eu quero fazer um pouquinho de suspense!!!hehehe...Mas não se preocupem que até o final de semana eu atualizo todas novamente!!!!Espero que tenham curtido os capitulo!!!!Obrigada pela força e energia positiva que vocês me mandaram!!!Deu muuuuito certo, afinal passei nessa cadeira chata!!!!!Bjux!!!Adoro vocês do fundo do coração!!!!!

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