Capítulo Um
Sapatos lustrosos, calça de linho negro, camisa branca com botões e uma gravata que parecia viva e relutante em deixar-se atar. Isto era o que Harry Potter trajava naquele momento, enquanto olhava-se no espelho que havia sido depositado a um canto de seu quarto. O rapaz, hoje aos dezoito anos, morava sozinho com seu elfo-doméstico na casa que herdara de seu padrinho Sirius Black, no Largo Grimmauld, número doze.
Harry Potter pouco havia crescido desde o último ano e conformara-se com sua estatura mediana. Havia algo, porém, que o tornava maior, tão maior que muitos, tão mais importante: sua cicatriz em forma de raio. Era ela o notório símbolo, o que o destacava dos demais; a prova da grandiosidade de seu passado, a lembrança viva marcada em sua fronte para sempre. No entanto, como dito, isto era passado e, embora Harry não passasse um dia sem recordar-se dos antigos dias, a segurança e o contentamento o dominavam por completo: todo o mal havia sido deteriorado.
— Está pronto, cara? – a voz de seu melhor amigo, Ronald Weasley, sobressaíra.
— Sim, acho que estou – Harry abriu a porta.
Pela primeira vez em sua vida, o Garoto-que-sobreviveu viu Rony com vestes elegantes e condizentes com sua idade, algo bastante diferente dos trajes que tal rapaz já usara por pura insistência de sua mãe. Ele, hoje, apresentava-se com um terno vinho bastante escuro, algo que combinava perfeitamente com seus cabelos ruivos e seus olhos azuis. Rony parecia importante e muito seguro.
— Vejo que também não consegue dar nó em gravatas. Isso é realmente tedioso...
— Definitivamente – Harry concordou. — E você, como conseguiu amarrar a sua?
— Na verdade, Hermione me mandou pelo correio – Rony contorceu o rosto em um sorriso envergonhado.
— Será que ela poderia me ajudar nisso?
— Com certeza, mas acho melhor irmos andando.
Os dois deixaram o quarto e desceram as escadarias da monumental casa. Harry havia convidado o amigo para passar o final de semana no Largo Grimmauld, com o intuito de concluírem juntos um projeto para o novo Ministro, o velho amigo Kingsley Shacklebolt, quem recorrera a Harry atrás de auxílio em sua tese sobre as novas atuações dos Aurores contra as Artes das Trevas. Harry sabia que poderia contar com Rony e Hermione Granger, porém esta não pôde comparecer devido a um convite do próprio Ministério da Magia para que comparecesse como convidada a uma reunião do Departamento de Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas, para o qual ela enviou sua teoria sobre a melhoria da vida dos elfos-domésticos.
Uma vez na soleira da porta de entrada, os rapazes se entreolharam rapidamente antes de desaparecerem no ar. Aparataram e tinham como destino o bairro trouxa onde Hermione morava. Em fração de segundos os dois amigos alcançaram um terreno baldio que localizava-se a uma quadra da casa da garota. Quadra esta eles percorreram rapidamente e não tardaram a chegar onde pretendiam. A casa de Hermione era comum, com uma varanda onde se viam pequenos bancos e uma porta envidraçada, onde Rony deu três batidas com uma excitação fora do comum.
Em pouco tempo um homem os atendeu. Ele era o senhor Granger, pai da garota. Naquele instante as orelhas de Rony ficaram tão rubras quanto seu terno e ele e Harry cumprimentaram o homem.
— Entrem, garotos, Hermione está descendo.
Assim eles fizeram e aguardaram pela garota na sala de estar. Era um ambiente claro e arejado, com sofás de couro azul, estantes com inúmeros livros de medicina e uma televisão grande e quadrada, que estava ligada e sintonizada em um programa sobre cirurgia dentária. Harry preferiu não olhar para a tela, mas Rony sequer piscava.
— Isso é uma extração – comentou o senhor Granger.
— Como assim? – indagou Rony.
— Estão retirando um dente de uma mulher – explicou.
Harry olhou para o semblante estupefato de Rony e teve de prender uma gargalhada.
— Não existe um meio mais fácil? – indagou o ruivo, com a voz esmaecendo.
— Não, infelizmente nós não temos varinha – lamentou-se o homem, não transparecendo desapontamento.
— Eu penso que o senhor deve se sentir horrível fazendo uma coisa dessas – continuou o rapaz. — Há sangue, cortes, agulhas... Tudo isso me parece extremamente... – e ele perdeu a fala.
Os três presentes na sala voltaram os olhares para a escada, por onde Hermione descia. Ela estava verdadeiramente bonita, com os cabelos penteados e amarrados em um longo rabo de cavalo ondulado, vestido dourado e sapatos na mesma cor. Além de uma bela jóia vermelha ornamentando seu pescoço.
— ...Impressionante – Rony concluiu, absolutamente referindo-se à garota.
— Olá, todos vocês – ela sorriu, olhando de Harry para Rony, que a esta altura jazia ao pé da escada.
— Mione, você está maravilhosa – o ruivo disse.
— Obrigada – ela manteve o sorriso ao aproximar seu rosto da face do rapaz para beijá-lo na boca.
De onde estava, Harry imaginou como estaria funcionando a cabeça do senhor Granger naquele momento e pela expressão dele, parecia gravemente espantado.
— Oi, Harry – ela cumprimentou o amigo.
— Olá, Hermione – Harry pôs-se de pé. — Você está muito bonita.
— Ah, obrigada – disse ela. — Penso que podemos ir agora, mas antes – ela voltou-se ao próprio pai. — Papai, pode trazer mamãe até aqui? Ela está um tanto emocionada lá em cima.
— Tudo bem, estou indo – ele beijou a testa da filha. — Você está linda – e subiu as escadas.
O trio tão popular finalmente ficou a sós. Harry com o olhar perdido, Hermione olhando alternadamente para os rapazes e Rony totalmente absorto no rosto da garota, após haver colocado um anel florido no dedo dela.
— Onde está sua gravata, Harry? – perguntou a garota ao notar a ausência da peça no amigo.
— No meu bolso – ele falou, lembrando-se de súbito o favor que gostaria de pedir a ela. — Será que você poderia me ajudar com o nó?
Hermione riu.
— O que seriam de vocês, homens, sem nós mulheres? – e ela sacou a varinha, apontando-a para a gravata que estava nas mãos de Harry e dizendo alguns encantamentos.
Imediatamente a peça flutuou e atou-se ao colarinho do rapaz, com um nó absolutamente perfeito.
— Obrigado.
— De nada. E então, terminaram o projeto? – ela indagou guardando a varinha.
— Sim...
— Teria sido mais divertido se você estivesse lá conosco, Mione – Rony disse.
— Oh, eu realmente não pude, vocês sabem. Mas espero que minhas anotações tenham servido para alguma coisa...
— Como poderiam não servir? – indagou o ruivo. — Você é brilhante!
— Que há com você, Rony? – ela perguntou, rindo.
— Harry, tape os ouvidos – Rony demandou.
— O que?
— Tape-os-ouvidos – ele resmungou e Harry fez o que lhe fora pedido revirando os olhos.
Através de uma discreta leitura labial, ele pôde constatar as seguintes palavras ditas pelo amigo: Estava com saudades. Ele achou graça naquela situação, pois ainda não estava totalmente habituado a ver seu amigo tão gentil e arrancando explosões de abraços de Hermione – como agora. Eles somente desgrudaram quando o senhor e a senhora Granger desceram a escada, a mulher com o rosto vermelho ao cumprimentar os rapazes.
— Está na nossa hora, mamãe, papai – a garota avisou.
— Tem certeza que eu não poderei ir com você? – insistiu a mulher.
— Não, mamãe, ou você seria o único adulto presente.
— Eu não me importaria – disse a mulher em tom de súplica.
— Nossa filha é uma mulher, querida, e ela merece estar sozinha com os amigos dela esta noite – o senhor Granger a acalmou. — E eu tenho certeza de que Ronald estará cuidando dela o tempo inteiro.
— Com toda a certeza, senhor – Rony concordou.
Eles se despediram dos Granger e saíram da casa, rumando novamente ao terreno baldio. Os três lado a lado, Rony segurando a mão de Hermione e Harry observando o caminho e o anoitecer. Ao chegarem no terreno, aproximaram-se um do outro e desaparataram, indo parar na estação de Hogsmeade. Eles não eram os únicos antigos alunos de Hogwarts a estarem ali: na mesma plataforma eles viram Draco Malfoy sozinho. Ele também os vira, mas simulou não tê-los visto e seguiu seu caminho em direção às carruagens que por todos eles esperavam.
O trio acabou por adentrar uma outra carruagem, porém tiveram de aguardar até que ela fosse completada por mais uma pessoa. Esta pessoa chegou imediatamente e ela era um arfante Neville Longbottom.
— Tive de correr para alcançar vocês! Aparatei um pouco mais para o leste e os vi chegando.
— Beleza! – exclamou Rony.
— Como vai, Neville? – indagou Hermione.
— Estou ótimo e vocês?
— Bem – disse Harry. — E então, o que tem feito?
— Muitas coisas – o rapaz pareceu feliz. — Eu sei que não deveria comentar, uma vez que ainda não está tudo acertado, mas acho que ano que vem estarei estagiando em Hogwarts, com a professora Sprout.
— Uau! Isto é excelente, Neville! – Hermione exclamou.
— Parabéns, cara! – Rony falou.
— Pois é, parabéns, Neville! – disse Harry. — Espero realmente que você consiga; você sempre foi bom em Herbologia...
— Na verdade, o correto seria que eu apenas fui bom em Herbologia.
E os quatro explodiram em gargalhadas e no mesmo instante a carruagem puxada por testrálios começou a se mover. Outras inúmeras carruagens seguiam em fila, afinal ela levava a Hogwarts todos os que haviam concluído os estudos no ano anterior. O motivo? Baile de Formatura dos alunos do ano letivo passado e dos alunos do ano letivo atual.
— E vocês dois, quando irão casar? – Neville indagou sorrindo ao casal de namorados.
— Estou planejando pedi-la e casamento assim que conseguir um emprego – Rony contou normalmente. — Mione, finja que não ouviu isto, tudo bem? Quero que seja uma surpresa.
Novamente os quatro gargalharam.
— E então, Harry, resolveu-se com a Gina?
Neville tocou no ponto que não deveria ter tocado e ele entendeu isso ao notar a expressão alarmada de Rony e Hermione. Harry não respondeu imediatamente e um filme velocíssimo passou em sua mente. Em fração de segundos ele lembrou do pedido de Gina para esquecê-la por algum tempo e que ela precisava resolver a própria vida antes de unir-se a alguém e que ele, Harry, a havia desapontado em algo que ela achou que não precisava explicar, entretanto ele não sabia sobre o que ela poderia estar falando. Nada no mundo fez com que Gina explicasse e nada no mundo fez com que Harry conseguisse interpretá-la. No fim, ele permaneceu sozinho como sempre esteve e agüentou aquilo ciente de que, se já superou coisas piores, poderia passar por isto tranqüilamente.
— Nós não mais estamos juntos desde o final do sexto ano, Neville – disse Harry, tentando parecer o mais indiferente possível.
— Eu sei, mas ouvi dizer que vocês...
— Boatos, Neville, você sabe como é – Harry o enviou um sorriso superficialmente despreocupado.
Minutos de silêncio se estenderam até o instante em que a carruagem cessou diante dos portões de entrada da escola de Magia. Os quatro desceram os degraus da carruagem e perderam o olhar sobre o castelo. Impossível não se lembrarem da última guerra, das pessoas que morreram lutando e que deveriam estar ali naquela noite dividindo a felicidade com todos. Hogwarts ficou e ruínas e teve de ser reformada às pressas para receber seus alunos. Parecia a mesma de antes, com sua imponência e beleza, ainda a mesma sensação de segurança que ainda passava.
— Ah, vejam aquele idiota – Rony comentou com os amigos, indicando Draco Malfoy, que agora deixava sua carruagem.
— Tenho más notícias – disse Neville, então mais desanimado. — Malfoy está querendo o cargo de professor de Defesa contra as Artes das Trevas.
— Mesmo? – Harry admirou-se.
— Eu não posso acreditar nisso! – Rony exclamou. — Malfoy é ignorante demais para ser um professor!
— Não que ele seja ignorante, Rony – Hemione discordou.
— O que você está dizendo, Mione? – ele indagou, abismado.
— Rony, eu estou apenas dizendo que...
Porém Hermione não teve tempo para terminar de se explicar; Hagrid, o meio-gigante, viera ao encontro deles e os dera um abraço apertado, fazendo com que eles perdessem brevemente o ar. Após esta amigável cena, o guarda-caças os acompanhou até o castelo, onde eles entraram bastantes saudosos. Adentraram em seguida no Salão Principal, local responsável por ainda mais recordações da última guerra, os corpos ao chão, a queda do Lorde das Trevas...
— Que saudade eu sinto deste lugar... – Hermione comentou, os olhos cheios de lágrimas. Rony deslizou o braço ao redor dos ombros dela e a beijou na têmpora.
As quatro mesas estavam ali, cada uma adornada por suas respectivas cores. Os quatro amigos acomodaram-se à mesa do rubro-dourado e uma certa angústia decaiu sobre eles. Harry olhou para a mesa dos professores e um outro filme veloz passou por seu cérebro. Sentiu falta de Alvo Dumbledore e de Severus Snape, homens nos quais ele orgulhava-se por haver conhecido. Algo, entretanto, o fez espertar de seus pensamentos: a voz de Gina Weasley.
— Olá, vocês! – exclamou ela ao se aproximar. Gina não parecia ter vindo de algum lugar daquela mesa. — Como vão? – e milímetros de seu sorriso desapareceram quando seu olhar pousou sobre Harry, mas ela manteve-se firme.
— Estou ótima, Gina! – Hermione levantou para abraçá-la e assim fizeram Rony e Neville.
— Você está bonita – Neville a elogiou e mentalmente Harry teve de concordar com ele.
Nunca vira Gina tão bonita, com a exceção, talvez, do casamento de Gui e Fleur Delacour. Todavia ela estava mais madura naquela noite, transparecendo sua perseverança e sua maturidade. Ela usava um vestido de seda vermelho-sangue e mantinha os cabelos longos e ruivos cascateando sobre seu peito e costas. Em seu dedo havia um anel florido e Harry sentiu-se quase sufocado para saber quem era seu par, mas teve de simular paz de espírito ao falar com ela:
— Como vai, Gina?
— Estou bem, Harry. E você?
— Ótimo – ele respondeu simplesmente.
— Quem mais está aí? – Hermione perguntou à amiga.
— Já vi a Luna, a Cho, o Simas, o Crabbe – ela faz uma careta.
— E nós vimos o Malfoy chegando – Rony contou. — Sempre com aquela cara de palerma, o idiota.
— Oras, Rony, não acha que já é bem crescidinho para essa desavença? – Gina perguntou, estranhamente chateada. — Malfoy está do nosso lado agora e acho que é tempo de cessar essa história.
— Por que o está defendendo, Gina? – Rony indagou sem compreender. — Está ficando louca?
— Não, Rony, eu acho que Gina tem razão – Hermione concordou, arrancando olhares de todos.
— Até você? – o ruivo admirou-se. — Que fiquem ambas com ele, então – e cruzou os braços.
— Cara, não diga isso para a Mione – Harry aconselhou em voz baixa.
— Rony, não seja infantil! – Gina falou, apoiando as mãos na cintura.
— Não adianta, Gina – Hermione falou. — Ele será um eterno resmungão.
— Ao menos eu não defendo um sujeito que só atrapalhou nossa vida, a vida de Harry e de todos! – Rony defendeu-se. Neville concordou com a cabeça.
— Eu tenho certeza de que se Dumbledore estivesse aqui...
— Mas ele não está, Hermione, ele morreu! – Harry a calou.
O clima ficou absolutamente frio e antes que uma nova discussão fosse iniciada, Luna Lovegood chegou radiante e, para surpresa de todos, particularmente bela. Trajava um longo vestido azul-céu, o mesmo azul de seus grandes olhos, que haviam recebido uma maquiagem altamente combinatória, deixando-os ainda mais expressivos e marcantes. Pela primeira vez em seus três anos de convívio com ela, Harry a viu como uma garota bonita e legal, além de não poder esquecer de sua alegria, algo que a destoava de todas as outras. Luna transmitia aos outros o que ela era e parecia ser definitivamente verdadeira consigo mesma.
— Luna! – Hermione exclamou. — Como você está?
— Ah, eu estou ótima! – ela falou em resposta. — Vocês me parecem ótimos também! Oh, oi, Harry!
Harry levantou-se da mesa novamente e cumprimentou-a.
— Você está muito bonita, Luna – ele elogiou.
— Obrigada pela gentileza, Harry – disse ela.
— E então, Luna, com quem você veio? – Gina perguntou e, se Harry a conhecia bem, sabia que ela sentia ciúmes.
— Vim com a minha pessoa – a garota loira sorriu. — É opcional formar pares, não é?
— Absolutamente – Harry concordou. — Eu optei pelo mesmo.
— Por que não se sentam conosco, vocês duas? – Neville sugeriu.
— À mesa da Grifinória? – Luna indagou.
— Hoje não há distinção alguma entre as Casas – Harry sorriu.
O rapaz, então, abriu espaço para a garota sentar-se entre ele e Rony e Hermione pediu para Gina acomodar-se entre ela e Neville. Os seis estavam ali novamente, os mesmos que fizeram a excursão ao Ministério da Magia no quinto ano e lutaram contra os Comensais da Morte no Departamento de Mistérios.
— E você, Gina, com quem veio ao baile? – Neville indagou.
Harry poderia estar errado, entrementes teve certeza de haver visto Gina e Hermione se entreolharem antes desta última perguntar:
— Quem é aquele homem?
Hermione referia-se a um homem careca e que acenava para muitos dos alunos com um sorriso simpático na face.
— Aquele é o professor Cicerus Roslini – Gina contou. — Está no lugar de Mc.Gonagall enquanto ela dirige temporariamente a escola. Como sabem, este foi o último ano dela aqui.
— Quem vocês acham que será o novo diretor? – Harry perguntou.
— Eu espero que seja alguém bem legal – Luna opinou. — E divertido também, como Dumbledore foi.
— Hogwarts deve ter ficado chata com Mc. Gonagall – Rony comentou.
— Não mudou muita coisa – Gina disse.
A conversa prosseguiu sobre a escola, a futura direção, os novos professores, o que cada um andava fazendo... Um pouco mais tarde, após Harry e seus amigos reverem muitas pessoas, o famoso banquete foi servido, desta vez mais luxuoso que nunca. Assim que o último prato foi esvaziado, a atual e breve-aposentada diretora pediu a atenção de todos, pois iniciaria a cerimônia de formatura.
— Boa noite, formandos – ela saudou-os. — Sinto-me exultante e emocionada por tê-los aqui nesta noite após tudo o que sofremos. É uma honra poder premiá-los pelo mérito alcançado e eu espero que saibam, jovens, que o certificado auferido hoje é um troféu diante à vida – realmente, a Diretora parecia emocionada. — Eu gostaria, finalmente, de parabenizar a todos pelo empenho e por esta célebre conquista. Que a paz seja nossa principal bandeira!
Uma onda aplausos e vivas emanaram das cinco mesas do Salão Principal. Como na seleção dos primeiranistas, Mc. Gonagall desenrolou um longo pergaminho, porém desta vez não havia um banquinho de três pernas, tampouco um Chapéu Seletor falante.
— Ao ouvirem seus nomes, por favor, venham até aqui e receberão o certificado – disse ela.
Por algum tempo a premiação prosseguiu. Dos seis sentados juntos, Hermione Granger foi a primeira a ser convocada. Em seguida, Neville Longbottom fora chamado e retornou com seu pergaminho de ouro. Logo após ele, fora a vez de Luna Lovegood. Depois eles viram Malfoy ser premiado, para tempos depois Harry Potter ir ao encontro da Diretora. Ele correspondeu o olhar exultante da mulher antes de retornar à mesa. Posteriormente Gina Weasley foi convocada e, por fim, Rony recebeu seu certificado.
— Agora é o momento da diversão aos jovens! – disse Mc. Gonagall. — Existe uma festa esperando por vocês nos jardins!
Os vivas pareceram ainda maiores naquele instante e alunos barulhentos deixaram o castelo falando e rindo alto. Nos jardins, próximo ao lago da lula gigante, uma enorme pista de dança fora armada e uma música eletrizante tocava em todos os lugares, embora ninguém pudesse ver seu local de origem. Havia também muitas tendas de bebida e comida e, ainda, inúmeras mesinhas redondas para quatro ou duas pessoas.
— Eu não acredito que há bebida do dragão verde! – Rony exclamou maravilhado.
— É uma festa para maiores de idade, isto não é perfeito? – Harry comentou, também alegre e indo buscar uma bebida.
— As festas para maiores de idade são as melhores, cara! – o ruivo falou, pegando um copo de bebida do dragão verde para ele e outro para Hermione.
— Venham, vamos dançar! – Neville os chamou, também portando um copo lotado de líquido esverdeado.
Os três rapazes foram para a pista de dança e se uniram a Luna e Hermione e começaram a dançar – ninguém além de Harry parecia ter notado a ausência de Gina. Os cinco divertiam-se bastante e riam vez por outra da falta de habilidade de Rony em danças. Harry também não era muito feliz nesse quesito, entretanto conseguia disfarçar melhor que seu melhor amigo. Meia hora depois, Simas Finnigan surgiu e se uniu a eles, mostrando-se tão bom em dança quanto Neville. Tudo estava bastante animado e a bebida do dragão verde estava terminantemente deliciosa.
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