Parle à ma main!!
Aqui vai uma trilha sonora pra esse capítulo (Eu não prestei atenção nas letras, só na melodia, viu? Algumas letras não têm a ver com a situação, mas a melodia encaixa perfeitamente na minha opinião, hehe):
Cenas dos amigos juntos, viajando, brincando um com o outro, conversando... essas coisas:
First single – the format
In too deep – Sum 41
Dirty little secret – All American rejects
Semi charmed life – Third Eye Blind
I’de lie – Taylor Swift
Cenas fofas do Draco e da Gina:
Stranged – Jennifer paige
Why can’I - Liz Phair
All you wanted – Michelle Branch
Pieces – sum 41
Cenas de beijos.. aiai:
Slow dancing in a dancing room
Southern girl - incubus
Roulette- system of a down
Perfect – burn season
With me – sum 41
São músicas que inspiraram as cenas e deram o clima que eu tava imaginando, então facilitaram muito a minha vida. Tomara que gostem!
Ao sentir a ruiva apertar sua mão, lembrando-lhe que ainda a segurava contra a parede, Draco somente pode pensar uma coisa: Finalmente...Finalmente dele pra tocar...
“D-Draco...” – murmurou Gina, quando sentiu ele se afastar somente o suficiente pra poder olhá-la, ao mesmo tempo em que soltava suas mãos, voltando a tocar seu rosto. Ela abriu a boca pra falar algo que nem mesmo ela sabia, mas antes que tivesse a chance estava sendo beijada novamente.
Desta vez, entretanto, a doçura de seu primeiro beijo e a intensidade do que havia selado a reconciliação dos dois se mesclavam no toque de lábios, já vermelhos com a agressividade que haviam sofrido instantes atrás. Ele, com os olhos fechados em concentração, parecia não saber como demonstrar mais seu amor, indeciso entre trazê-la mais perto ou apenas continuar a acariciar seu rosto, enquanto Gina já nem pensava mais no que fazer e estava molinha nos braços dele.
Minutos, ou horas se passaram, até que pequenos beijos findaram o contato, permitindo que se separassem um pouco, olhando um para o outro com um sorriso besta de alegria.
“oi...” – ela murmurou com a voz meio trêmula, ainda sorrindo bobamente.
Vendo o jeito dela que demonstrava exatamente a euforia que ele sentia, Draco deixou seu sorriso se tornar convencido, então inclinou a cabeça um pouco e respondeu. – “Oi..”
“Humpf.. dá pra tirar esse sorriso do rosto?” – respondeu ela indignada ao perceber que ele teve o desplante de ficar se achando só porque ela tava tremendo até agora. – “Esse beijo não muda nada” – continuou, colocando a mão nos ombros dele tentando afastá-lo.
Sorrindo ainda mais por ver que ela estava apenas teimando pra não dar o braço a torcer tão rápido, ele deslizou as mãos pra cintura dela a impedindo de se afastar. – “Ah, não? Deixa eu tentar mais algumas vezes então.” – diz ele com os olhos brincalhões, sabendo que não a irritaria de verdade, então tentou beija-la de novo, sendo surpreendido quando ela vira o rosto.
“Oy!? Tá pensando que ta na disneylândia? Que é só dar um beijo e tudo fica cor de rosa?”
Ele não consegue fazer outra coisa além de sorrir, prestando atenção no jeitinho teimoso e briguento dela, então responde em um tom condescendente. – “Hum... então o que mais eu preciso fazer?”
“Sei lá! Mas não é fácil assim não! Eu gosto de romances, mas isso não significa que eu sou besta como as personagens deles!”
Ele ri um pouco olhando pro rosto vermelho dela então murmura pra si mesmo. – “Meu Deus, como eu não tinha percebido antes?”
“Sei lá do que você tá falando, mas sei que me ignorar não é o melhor jeito de fazer as pazes, tá!?” – falou o empurrando então virou na direção da escada, mesmo sabendo que não tinha nenhuma intenção de sair dali. Ai, fazer drama é tão boooom!! Hihi, isso ta parecendo cena de filme!!
Ao sentir a mão dele a envolver por trás, a impedindo de ‘ir embora’, exatamente como ela queria que ele fizesse, Gina começou a rir e deixou que ele a virasse a abraçando novamente e, ao ver a alegria nos olhos dele, decidiu que a conversa chata podia esperar outra hora.
Um segundo antes de ser beijada de novo por aquele que não era seu irmão, um único pensamento passou por sua cabeça. WEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!!
Dia 24 de Dezembro – Mansão Weasley sala de estar
Se alguém percebeu que o casal briguento da casa havia trocado bandeirinhas brancas, essa pessoa com certeza atribuiu a paz ao um milagre de natal. Pelo menos foi isso que Draco e Gina pensaram, pois durante o jantar de natal estavam tão perdidos entre olhares e sorrisos “discretos” que nunca chegaram a notar o sorriso de Molly ou os olhares pensativos dos gêmeos na direção deles.
Tudo se passou no mais normal clima de natal Weasley até que, quando todos já tinham a barriga alguns centímetros maior, cortesia na comida fabulosa da mãezona da família, chegou a hora da troca de presentes. Ninguém, por mais doido que fosse, conseguiu entender porque Gina havia dado um tubo gigante de creme anti-assaduras para Draco ou porque ele havia lhe dado uma calçola que mais parecia de vovó, cheia de cerejas de todos os tamanhos desenhados.
O verdadeiro mistério do natal, entretanto, foi o fato de que nunca ninguém entenderia porque esses foram os presentes preferidos dos dois.
Na madrugada deste mesmo dia...
Um barulho estridente de porta sendo aberta pôde ser ouvido no corredor do segundo andar da mansão Weasley e, se você pudesse ler mentes, poderia ouvir a caçula da família pensando. – Ô porta escandalosa dos dos infernos!!! Vai, acorda meu pai logo!! Me MATA de aflição! Ui.. se acalma, Gina, ninguém acordou...
Respirando fundo pra se acalmar e forçando sua visão a se acostumar com o escuro do corredor já que todos já estavam dormindo, Gina virou pra fechar a porta do seu quarto, mordendo a boca e rezando pra que ela – a porta - não voltasse a berrar. Sorrindo exageradamente ao ouvir o click e perceber que conseguiu superar esse desafio, a ruiva parou um segundo para tentar ouvir se alguém estava saindo do quarto então colocou a mão na boca pra abafar uma risadinha de alívio e animação.
Quando deu o primeiro passo na direção do quarto de Draco, no entanto, pode ouvir a voz da mãe na cozinha. – “O que?? Não, nem pensar! Minha norinha grávida não vai dormir com desejo de comer algo simples como um brigadeiro! Senta aqui, minha filha, que eu vou fazer isso em cinco minutos.”
Fechando os olhos em frustração, Gina ainda pensou com esperança que a Fleur poderia negar, mas então andou até o pé da escada e sentou frustrada ao ouvir a grávida perguntar se Molly tinha certeza de que não daria muito trabalho. Uma hora elas vão ter que dormir! E eu vou estar esperando pra ir ficar quentinha com o Draco nem que seja a última coisa que eu faça!
Alguns minutos se passaram ela começou a pensar em tudo que tinha acontecido naquela tarde. Ele gosta de mim... e me beijou.. ai, meu deus... Estava tão ocupada em parecer uma doida sorrindo sozinha no escuro, que não ouviu um vulto se aproximando até foi puxada de repente pra trás.
“Ahhhmmunfh” –gritou instintivamente de susto, mas uma mão logo abafou seu grito.
“Gina!!” – murmurou Draco com urgência, pensando em pânico que só um surdo não teria ouvido aquele berro, então tirou a mão da boca dela quando teve certeza que ela finalmente havia visto que era ele que estava ali. Os dois arregalaram os olhos quando a primeira porta se abriu então se separaram rapidamente e um segundo depois o vulto de Molly pôde ser visto vindo da cozinha.
“Ginaa!!” “O que aconteceu?” “Gina!!?” “É ladron??Oh, Bill, é ladron??” “Alguém chama a polícia!” “O que aconteceu!?” “Estão todos bem?” “Por favor non faça nada com meu bebê!!”– um rompante de vozes se misturavam num caos de perguntas malucas e Draco e Gina, se soubessem o que o outro estava pensando, concordariam que se a situação não fosse trágica seria cômica.
“Dá pra alguém acender a luz??” – falou alguém em meio á confusão, então a luz se fez presente e todos da família se defrontaram com caras assustadas diante da escada. Alguns segundos se passaram e todos ainda se entreolhavam esperando que o outro soubesse o que havia acontecido então o patriarca da família finalmente perguntou. – “Eu ouvi um grito seu, minha filha. Quase morro do coração! O que foi que aconteceu??”
“Erm... medo do escuro..?” – respondeu Gina com a expressão se graça, sem saber se ria ou chorava.
Uma hora havia se passado e a casa finalmente estava silenciosa, mostrando que todos estavam dormindo. Melhor dizendo: todos exceto aqueles que foram flagrados no que tinha que ser a tentativa mais frustrada de encontro às escondidas.
Gina se vira de um lado pra outro na cama, ardendo de vontade de ir encontrar Draco, mas perde toda a coragem ao pensar que pode dar algo errado, pois se isso acontecesse com certeza eles não teriam como se explicar novamente. Humpf.. Lei de Murphy é mais forte que a lei da gravidade na minha vida...
Hummm, ai meu Deus, Draco... – pensou a ruiva, levando a mão à boca, se arrepiando inteira ao lembrar dele a pressionando contra a parede, até que, antes que pudesse se perder no momento ouviu sua porta escandalosa sendo aberta de novo. Pensando que era a mãe, porque Draco certamente não seria doido a ponto de vir ao quarto dela depois do que havia acontecido, Gina ficou quietinha, de costas para a porta, fingindo dormir.
Draco olhou aquele montinho na cama e quase ficou com dó de acordá-la, mas seu egoísmo ganhou então ele se aproximou e passou o rosto pela nuca dela o deixando deslizar até seus cabelos pra sentir seu cheiro e foi surpreendido pela voz sapeca de Gina.
“Vou dizer pro papai que você ta mexendo comigo no meio da noite.”
Ele sorriu com a brincadeira então se afastou um pouco ao perceber que ela estava tentando virar pra ele, mas nem mesmo esperou que ela virasse totalmente pra beijá-la como queria desde o segundo que saíram do sótão aquela tarde. – “Eu não consegui dormir sem te dizer boa noite e te dar seu presente de verdade.” – murmurou contra a boca dela então deu mais um beijo rápido e se afastou.
“Presente? Mas eu amei o meu!” – respondeu ela se sentando na cama, incapaz de parar de sorrir, mas ligeiramente sem graça por saber que não tinha comprado mais nada pra ele. – “E... erm.. eu não comprei mais nada pra você.. eu tava com raiva.”
“Não, eu também não comprei mais nada... mas eu queria te dar isso aqui desde o dia do baile.”
Ao ver a fivela em formato de borboleta, cravejada de pedras coloridas, denotando simplicidade e inocência, Gina reconheceu a peça como uma das preferidas de Narcisa, o que qualquer um não acreditaria ao lembrar da elegante Senhora Malfoy.
“Draco... mas é da sua mãe.”
“Era da minha biza quando ela era pequena.” – disse ele sorrindo ao ver Gina boquiaberta olhando a pequena fivela. – “Ela deu pra minha vó, que deu pra minha mãe..”
“Eu não sei o que dizer... Você devia guardar isso com você.. era da sua mãe.”
“Eu vou guardar comigo, mas eu quero que fique com você.” – respondeu ele olhando nos olhos dela e a promessa de que ficariam juntos o resto da vida, apesar de não dita, estava feita.
Sem saber o que falar, e com a impressão de que choraria se tentasse falar qualquer coisa, Gina apenas acenou que sim com a cabeça e o abraçou forte até o ouvir falar com uma voz risonha.
“Minha mãe não tinha nenhuma fivela de cereja, mas eu achei que você ia gostar mesmo assim.”
“Draco!!”
Do outro lado do corredor uma mãe ruiva estava com o coração na mão de aflição desde o segundo que ouvira a porta barulhenta de Gina se manifestar. - “Será que eles estão... não.. ta muito cedo!! Meus filhos são inocentes!” – murmurou Molly pra si mesma ao som dos roncos de Arthur. – “Ai, Cissa.. o que eu faço? Eles são adolescentes com hormônios fervilhando! Moram na mesma casa... Ai, será que eu vou lá? Não.. eu vou só passar pelo corredor fazendo barulho, é isso! Aí ele vai se assustar e ir pro quarto dele!– falou consigo mesma mais uma vez já se levantando da cama e indo pro closet.
“Ahá! Achei!” – falou ao achar seu tamanco de madeira e salto alto no fundo da sapateira.
“Molly..?” – disse a voz sonolenta de Arthur.
“Você tá sonhando, Arthur. Volta a dormir, meu amor.” – respondeu ela com a voz mansa, sabendo que o marido estava falando quase dormindo, então saiu do quarto segurando as sandálias na mão.
Ao passar pelo corredor praticamente sambando no assoalho e descer pelas escadas garantindo o máximo de barulho possível, Molly tirou as sandálias e ficou espiando lá debaixo pra ver se a ouvia a porta de Gina ser aberta novamente. –“Ai que chão frio! Devia ter trazido minhas sandálias de dormir! Ai, meu filho sai do quarto da sua irmã!” – parou fazendo uma careta. – “Irmã não. Sai do quarto da sua.. da sua.. ai.. o que eles são agora, minha nossa senhora?”
Antes que ficasse maluca pensando nessas coisas e pulando no chão frio pra se esquentar, Molly finalmente ouviu a porta de Gina se abrir e logo depois se fechar. Respirando aliviada, Molly se deixou encostar na parede. – “Jesus, Maria e José... É esse ano que eu fico doida.”
O beijo que se iniciou inocente rapidamente se tornou mais intenso e Draco mais uma vez parecia estar embriagado com a possibilidade de tocar Gina como sonhou de longe durante os meses em que eles só brigavam. Se a ruiva estivesse consciente da realidade perceberia que ele, apesar de querer puxá-la pra mais perto de si, continuou sentado de modo que por mais que se abraçassem somente se tocavam da cintura para cima.
As mãos dele deslizavam pelas costas dela, já que o blusão do pijama era muito frouxo pra oferecer qualquer resistência, enquanto Gina entrelaçava os dedos no cabelo dele quando um barulho alto de passos os assustou de volta pra realidade.
Eles se olharam apreensivos e Gina somente mexeu a boca mais ele pôde entender: ai meu Deus. Deve ser a mamãe.
Segundos de pânico se passaram e ambos tinham prendido a respiração ouvindo cada degrau que a pessoa barulhenta desceu até que, diante do silêncio, Draco percebeu que teria que agir rápido. Com um beijo rápido o loiro se despediu e voltou pro próprio quarto.
Dois dias se passaram em comemoração na família Weasley, que tinha em Molly a figura da alegria por ter quase todos os seus filhotes reunidos com ela, mas o que ninguém sabia é que um certo casal esperava ansiosamente pra mais um dia passar o mais rápido possível pra ter a chance de se encontrar por mais de alguns minutos escondidos ou noite roubadas.
27 de Dezembro – Quarto de Draco Malfoy
“... vai ser uma merda ficar aqui. A Mione tá viajando, vocês vão viajar, os gêmeos também... Só o Percy vai ficar aqui! Ele nem chegou ainda e eu já to com preguiça de ouvir ele me dando o discurso de que o estudo é o que garante o brilhantismo.” – resmungou Ron sentado na cama do Draco, assistindo o outro arrumar a mala e se negando a ajudar como forma de protesto ao seu abandono.
Olhando pro armário, de costas para o irmão, Draco riu um pouco. – “Você que quis trocar de castigo desistindo da viagem pra poder tirar a carteira de motorista.”
“É, mas você não ouviu a Mione falando que eu nunca estou satisfeito?? Eu quero viajar E tirar a carteira.”
“Você pode tentar convencer a mamãe a te deixar ir fazendo esse beiço aí...” – disse Draco, zoado um pouco com a cara do irmão pra ver se o fazia rir, mas só conseguiu aumentar o beiço (altamente masculino, deve-se ressaltar) que de fato existia. – “Cara, você sabe que vai valer à pena. Imagina você no próximo semestre, podendo levar a Mione pra onde você quiser sem ter que pedir pra ela dirigir?”
Ron já começava a esboçar um sorriso ao imaginar mais uma vez as vantagens de tirar a carteira quando alguém bate na porta do quarto.
Antes que Draco pudesse dizer que a pessoa podia entrar, a porta se abriu e Molly enfiou a cabeça no quarto. – “Oh, querido, eu queria falar um instantinho com você sobre a viagem, pode ser agora?”
“Humrum, pode entrar mãe. Eu tava só acabando de arrumar umas coisas.” – disse Draco trazendo mais uma jaqueta pra colocar na mala então virou pra mãe a tempo de ver Ron tentar fazer cara de cachorro perdido e receber uma cara feia como resposta.
Rindo um pouco do irmão, Draco sentou na cama e já abria a boca pra perguntar o que ela queria conversar quando Gina apareceu no quarto com o rosto muito vermelho e uma expressão um pouco preocupada.
“Pode entrar, filha. Senta ali do lado do seu irm...er.. do Draco.” – disse Molly parecendo nervosa.
Os dois se olharam apreensivos ao perceber que a mãe hesitou em chamá-los de irmãos então voltaram a olhar pra ela, que estava falando sozinha parecendo perdida sobre como agir até que pegou a cadeira da mesa do computador e a colocou em frente a eles.
Draco e Gina olhavam boquiabertos pra porta do quarto sendo fechada, sem conseguir acreditar que tinham o apoio da mãe, então viraram na direção um do outro e começaram a rir, a se abraçar e a se beijar. Tudo ao mesmo tempo.
“Eu não acredito...”
“... ela sabia de tudo... o tempo todo.” – completou Gina ao mesmo tempo em que continha a vontade de sair pulando de felicidade. Como sua vida podia ter mudado tanto em um dia?
“E ainda fez a gente...” – beijo – “...trabalhar juntos pra se entender!” - respondeu ele pensando com carinho nas tarefas doidas que a mãe havia inventado pra eles, quando a porta se abriu de repente.
“UI!” – falou Molly tapando os olhos depois de quase fechar a porta na própria cara ao ver os ‘filhos’ aos beijos.
Os dois se separaram em um milésimo de segundo e começaram a pedir desculpas e ir ao encontro da mãe, mas ela tirou as mãos dos olhos e riu nervosamente.
“Não tem problema não. Ai, Jesus. Eu ainda vou ter que me acostumar com isso.” – falou consigo mesma então virou pra eles exasperada – “Vocês têm que ter mais cuidado! Já até esqueci o que eu ia dizer!” – e sem falar mais nada voltou a sair do quarto.
“Isso foi a coisa mais embaraçosa que já aconteceu na minha vida.” – disse Draco ainda olhando pra porta fechada e sem coragem de chegar perto de Gina novamente.
“É porque você não viu o que eu passei hoje. A mamãe me acordou pra ter uma conversa doida de hormônios adolescentes, plug e tomada e sobre um casal que se ama. Quando eu não entendi o que ela tava falando ela me deu o livro ‘De onde viemos’, que é pra crianças até 10 anos por sinal, e saiu do quarto dizendo pra procurá-la se eu tiver alguma dúvida.”
Draco caiu na risada então olhou pra ela. – “É por isso que você tava tão vermelha quando entrou aqui com a mamãe?”
“Humrum...” – respondeu sorrindo ao vê-lo rindo então os dois voltaram a olhar pra porta que Molly havia fechado.
“A mamãe é doida...”
“... é.”
(N/A: A história do plug e da tomada foi baseada em fatos reais! A Lívia (beijo, miga!Brigada por me ajudar) me contou e eu não consegui me segurar! Era a cara da Molly e eu tive que usar! E a parte do ‘De onde viemos’ aconteceu comigo! heieuheuieehiu)
28 de Dezembro – Mansão Weasley – 10:00 a.m
Colin e Chris ouviam pacientemente os conselhos de viagem de Molly quando Gina desceu correndo as escadas, roubando a atenção da mãe para si. Antes que a filha pudesse ir falar com os amigos, todavia, Molly começou a direcionar seus conselhos para ela sem imaginar que Gina estava louca pra conversar em mais detalhes sobre sua reconciliação com Draco com os amigos, pois só pudera falar rapidamente com eles pelo telefone no dia anterior.
“Ela semprre assim?” – murmura Chris com seu sotaque característico enquanto Molly está ocupada com a amiga deles.
“É...” – responde Colin sorrindo. – “Toda vez que algum dos filhotes vai viajar todo mundo que vai junto acaba ouvindo esse sermão também. Mas hoje eu tenho a impressão que o da Gina vai ser mais extenso.” – disse o loirinho com a voz cada vez mais baixa, obrigando o outro a se aproximar mais pra ouvi-lo.
“Ex-tenso? Non sei o que é ex-tenso...”
“Significa que é melhor a gente pegar esses cookies e sair antes que ela lembre da gente.” – respondeu, pegando os cookies e depois empurrando Chris gentilmente pra fora dali.
Ao saírem da casa avistaram Arthur ajudando Draco a colocar as malas no carro e conversando alegremente com seu filhão, sem perceber o quão cabisbaixo Draco estava.
“Será que Gina briga con ele?”
“Não sei... a Gina fica devagar quando ta triste. Ela desceu as escadas correndo e parecia alegre.”
“Mas ele parrrece non feliz agorra”
Colin sorriu um pouco com o jeito de Chris falar ‘triste’ então voltou a olhar de longe para Draco a tempo de vê-lo dar o sorriso mais amarelo do universo para o pai. – “É...”
Os dois ficaram calados olhando a cena se desenrolando e ambos sentiram pena de Draco ao vê-lo sendo abraçado por Arthur e parecer sofrer com a atenção que estava ganhando do pai. Em um segundo Colin se arrependeu de tudo que havia falado pro Draco no dia do acidente de Gina. Ele nunca havia parado pra realmente pensar como aquela situação devia ser difícil para o outro...
Quase como se soubessem que o amigo precisava de ajuda, Blaise e Harry chegaram fazendo a maior festa com o som do carro nas alturas e cantando “Tropa de elite osso duro de roer, pega um pega geral, TAMBÉM VAI PEGAR VOCÊ” como se já estivem bêbados como pretendiam ficar nos próximos dias.
“Nós falarremos com Gina sobrre isso?”
“Não sei... a gente não sabe qual é o problema e a Gina vai ficar em pânico..”
Chris concordou com a cabeça por saber que a ruiva realmente era meio exagerada então viu Zabine começar a andar junto com a Arhtur na direção deles e Harry falar que entraria pra falar com a Molly depois de ajudar Draco a arrumar o resto das malas. – “Acho que Harrry percebeu que Draco está non feliz.”
Ao ver que Blaise e Arthur já estavam entrando na casa junto com Colin e Chris, Harry virou pra Draco que estava ajeitando uma das malas no porta malas.
“Aconteceu alguma coisa, cara?” – perguntou, então resolveu ser mais direto por sabem que não teriam muito tempo pra conversar. – “Você e a Gina brigaram?”
Draco virou pra ele o encarando com um olhar cerrado e frio, deixando claro que a pergunta não havia sido bem vinda e que seria uma ótima idéia deixa-lo sozinho.
“Hôa” – disse Harry com as mãos pra cima em uma paródia de rendição e pedido de paz. – “Eu só queria ajudar. Você ta com cara de que quer matar um e, convenhamos, eu sou o único disponível pra você conversar se o problema for a Gina.”
Draco continuou o encarando com raiva que Harry sabia não ser dele, então, sem falar nada, simplesmente pegou a última mala no chão e a colocou no carro impacientemente.
Conhecendo o amigo, Harry ficou calado, sabendo que o outro estava se acalmando pra começar a falar qual era o problema, até que Draco fechou o porta malas com força então fechou os olhos se apoiando no carro com a cabeça cabisbaixa.
“Eu to fudido...” – murmurou o loiro então quase começou a rir por notar a veracidade dessa afirmação.
“Vocês brigaram mesmo então?” – perguntou Harry olhando na direção da casa, pensando que, se Draco estava desse jeito, Gina deveria estar suicida.
“Meu pai veio pedir pra eu cuidar da minha irmã” – falou rindo amargamente. – “Disse que confia em mim pra protegê-la na ausência dele.”
“Puta que pariu...” – Harry murmurou pra si mesmo se deixando imaginar na situação do amigo.
“Puta que pariu nem começa a descrever o quanto eu to fudido...”
“O que você respondeu?”
“O que você acha?? Falei que podia deixar comigo! O que mais eu podia responder!? Aí pra piorar ele perguntou se eu me importava de dividir um quarto com a Gina porque ele não queria que ela ficasse sozinha e falou ‘você sabe como são esses garotos, e a Gina ainda é muito ingênua’.”
“...” - Harry ficou sem saber o que falar, principalmente porque parte de si podia ver o lado cômico dessa confusão toda então voltou a prestar atenção em Draco, que agora que havia começado a falar parecia não conseguir mais parar.
“Você percebeu?? Ele não quer que ela fique sozinha porque sabe o que os caras da nossa idade pensam com uma ruivinha daquela!! E eu disse que sim! Que não me importava de cuidar dela. Mas Harry, eu penso 24 horas por dia em fazer exatamente o que ele quer que eu evite que os outros façam!” – disse Draco rindo quase histericamente da situação ridícula em que se encontrava.
“Mas..er.. você já estava pensando em fazer alguma coisa a mais com a Gina? Nessa viagem?”
“Lógico! Eu só penso nisso!!” – respondeu sinceramente. – “Não que eu fosse chegar a fazer! Eu ia me segurar, mas mesmo que eu tivesse alguma intenção agora com certeza não to mais! Duvido que alguma coisa suba depois dessa conversa.”
Harry somente acenou afirmativamente com a cabeça mostrando que sabia exatamente o que Draco estava falando de pensar nessas coisas o dia inteiro
“Ele não vai me perdoar, Harry! Ele nunca vai aceitar! Isso nunca vai dar certo, mas Deus, eu não consigo ficar sem ela.”
“Draco não é assim, cara. É claro que ele não vai achar uma maravilha no início, mas a tia Molly já apóia tudo, lembra? Ela vai falar com ele e mais cedo ou mais tarde ele vai ver que vocês gostam mesmo um do outro. Ele que te criou! Ele sabe que você não desrespeitaria a filha dele.”
“Não.. ele vai ver como uma traição. Eu conheço o meu pai.” – respondeu agoniado então parou e repetiu a palavra ‘pai’. – “Eu chamo o pai da menina que eu amo de pai... Você tem noção do quanto isso soa pervertido? Todos nos vêem como irmãos e...”
“Você tem que falar disso com a Gina.” – Harry o interrompeu com medo das conclusões que Draco poderia chegar seguindo aquela linha de raciocínio.
A tática pareceu dar certo, pois ao ouvir aquele nome Draco começou a se forçar a ter calma. – “vamos lá dentro apressar o pessoal senão a mamã... a Molly não vai deixar a gente ir nunca.”
Sabendo que não adiantaria falar mais nada porque Draco havia se fechado novamente, Harry somente acenou que sim com a cabeça e eles andaram juntos de volta pra casa.
“... com a nova placa de vídeo que eu comprei ficou sem leg nenhum! Eu matei fácil aquele bosta que tava enchendo o saco aquele dia que a gente tava no mesmo time, lembra?!” – falou Blaise animado com a única coisa que o fazia falar assim, além de mulher: jogos de computador.
Gina foi andando devagar pra perto dos carros, pensando se suas orelhas estavam vermelhas de tanto ouvir Molly falando pra ela ter juízo. “Ainda bem que ela não sabe que o papai quer que o Draco durma comigo” – ao lembrar disso a ruiva deu um sorriso e olhou pra Draco, que prestava grande atenção no que o amigo estava falando. – Ele é tão lindo... ai meu Deus, a mamãe que me perdoe, mas quem é que tem juízo perto do Draco?? Ou melhor.. eu vou ter muuuito juízo sim, porque não vou usar nem um pouco do que eu tenho! - “Gente, nós já podemos ir. O papai ficou lá dentro distraindo a mamãe, então vamos antes que ela venha aqui querendo que a gente leve mais casacos.” – falou a ruiva, tendo a atenção momentânea de todos, pra perdê-la novamente pois Zabine continuou contando as maravilhas de sua nova placa de rede.
Gina passou os próximos dois minutos tentando achar o que diabos eles achavam de tão interessante naquela conversa e sorrindo quando Draco olhava pra ela rapidamente antes de voltar a prestar atenção no amigo. Quando Chris comentou sobre sua própria placa de sei lá o que, que era a mesma usada por não sei quem que ganhou o campeonato de sabe-se lá onde, Gina suspirou procurando Colin, que com certeza estaria tão entediado quanto ela, mas foi traída por seu melhor amigo ao vê-lo prestando atenção no francês como se ele estivesse contando em segredo as últimas tendências da Channel.
HUmpf... boys will be boys (Ps- Tradução: garotos serão garotos) – pensou a ruiva antes de murmurar pra si mesmo. – “Ai, pra que a Mione foi pra Paris? Eu detesto ser a única garota dessa viagem.”
Draco e Zabine, ao que pareceu, tinham resolvido prestar atenção nela justamente naquele instante, pois ambos riram um pouco e Blaise falou resoluto. – “Gina.. eu gosto muito de você, mas tenho que concordar. Eu também detesto que você seja a ÚNICA garota que está com a gente. Mas a gente vai mudar isso assim que chegar lá, não é?” – comentou com a expressão de cachorrão olhando pra Draco, Harry e Chris, dando a entender que chegando no hotel eles conheceriam várias garotas.
Gina deu um sorriso amarelo...
Harry tossiu um pouco olhando pro lado...
Colin começou a procurar o celular dentro de seu nécessaire...
Chris olhou a hora no relógio...
“Hum.. vamos então?” – falou Draco já começando a andar pro próprio carro, sendo seguido imediatamente por Gina, que teve que se esforçar pra não olhar pra ele com uma expressão que gritasse ‘não disse que a gente devia contar pro Blaise??’
“Bora, cara? “ – perguntou Harry virando na direção do carro ao perceber que Blaise ainda estava parado com uma expressão confusa no rosto como se estivesse tentando entender o que ele tinha falado de errado.
Resolvendo deixar pra lá, Blaise deu com os ombros e foi pro lado do motorista. “Bora.”
Antes que qualquer um pudesse abrir a porta do carro, Colin perguntou mais alto. – “Blaise, você acha que se eu comprasse essa placa que você ta usando eu conseguiria ganhar no jogo da Xena – a Princesa Guerreira na internet?”
Todos olharam pra ele meio boquiabertos, tentando descobrir se ele estava falando sério ou não e quando ele ficou olhando pro Blaise, mordendo a boca e parecendo esperar a resposta, o outro respondeu. – “Erm... eu.. eu acho que...sim?”
“Weeeeeeeeeeeeeeee!! Vou comprar na volta então!” – respondeu Colin animadamente entrando logo depois no carro de Blaise.
Oo
Quatro horas, duas paradas pra fazer xixi (a pedido de Gina), três estradas erradas, (graças à genialidade em mapas de Colin, Harry, Zabine e Chris, que estavam no carro da frente) e uma última parada pra pegar sanduíches depois...
“Já ta chegando?” – perguntou Gina cinco minutos depois de terem saído do posto em que compraram sanduíches.
“Era pra gente ter chegado duas horas e meia atrás, mas considerando quem a gente tá seguindo eu não sei.” – respondeu ele sorrindo então abriu a boca pra aceitar o canudinho do refrigerante que Gina estava colocando na sua boca.
“Mas você não olhou o mapa enquanto os meninos comiam e eu fui ao banheiro?”
“Humrum, mas quando eu fui mostrar pra eles o caminho que eu achava certo eles disseram que podia deixar com eles, porque agora era uma questão de honra.” – disse ele rindo, demonstrando que não estava se importando com muita coisa naquele momento. – “Por isso que eu comprei logo esses sanduíches pra gente comer no meio do caminho. Nunca se sabe onde a gente vai parar agora.”
Ela sorriu, entendendo porque ele estava tão tranqüilo, porque ela sentia a mesma coisa: Eles estavam juntos, e haviam conversado sem parar como não tiveram oportunidade de fazer em casa e se divertido em ver as caras indignadas dos amigos cada vez que percebiam que haviam pegado um caminho equivocado.
“Draco...?”
“Hum?”
“O que a gente vai fazer sobre o Blaise?”
“O que tem o Blaise?”
Olhando pra ele exasperada, por saber que ele sabia do que ela estava falando, Gina respirou fundo, se forçando a ficar calma, então começou a falar sem ver que ele estava se controlando pra não sorrir porque adora vê-la irritada. – “Você não acha que assumir o risco vale a pena?! Já pensou? Cinco dias sem se escondeeeeer e sem quase morrer do coração por ouvir um barulho qualquer. Hum? O que você acha?” – terminou olhando pra ele em expectativa.
“Eu acho que gente demais já sabe. Daqui a pouco todo mundo vai saber.”
“Mas Draco, não vai dar pra gente ficar guardando isso muito tempo mesmo. Além do mais, você não confia no Blaise não? Vocês são amigos a vida inteira igual o Harry, e se a gente não contar ele vai querer que você saia pra gandaia junto com ele e o Harry.”
“Ele não vai fazer isso.” – respondeu sabendo que isso era uma mentira deslavada.
Olhando pra ele boquiaberta, ela enfiou o sanduíche na boca dele pra impedi-lo de falar então perguntou retoricamente. – “Você chegou a essa conclusão quando ele disse que eu não seria a única menina do grupo quando a gente chegasse no hotel?? – ao vê-lo tentar responder mesmo com a boca cheia ela colocou o refrigerante praticamente na cara dele então continuou falando. – “Imagina.. a gente ia poder agir como um casal normal e... eu não vou ter que ficar olhando de longe enquanto outra garotas chegam à vontade.” – murmurou a última parte tirando o refrigerante da boca dele e virando pra janela, quando sentiu a mão dele tocar inocentemente a sua perna chamando sua atenção de volta pra ele.
“Eu sei que é difícil... é difícil pra mim também, porque eu sei que os caras vão chegar em você também, mas a gente não pode arriscar. Eu tenho que sair de casa antes da gente contar pro pa-Arthur e aí tudo vai ser mais fácil, lembra?”
“Mas o Blaise não contaria..”
“Não contaria sóbrio. Ele sempre teve essa idéia fixa de que eu devia namorar você quando ele tá bêbado.” – disse olhando pra ela com um pequeno sorriso, mas ficou sério logo depois. – “Imagina ele chegando no Ron e falando ‘até que enfim o Draco pegou a tua irmã, né?’? Você sabe que ele é doido.. eu conheço o meu amigo. Ele nunca falaria nada sóbrio, mas bêbado ele estaria feliz e ia falar pra todo mundo.”
“Se você ta dizendo...” – disse ela e logo depois mordeu seu sanduíche e colocou o sanduíche de Draco perto da boca dele.
Um minuto se passou e Draco olhou pra ela pela décima vez enquanto a ruiva ainda olhava emburrada pra frente. – “Pssiu, é pra você ficar com esse beicinho aí até a gente chegar no quarto, entendeu?
Lutando pra não sorrir, ela voltou a olhar pra ele. – “Por quê?”
“Porque eu quero morder até eu resolver fazer outra coisa com ele.”
Boquiaberta de novo, Gina deu um tapa de brincadeira nele. – “Draco!”
“Que?” – perguntou inocentemente.
Gina continuou a olhar pra frente, se esforçando pra não sorrir, parte porque estava realmente emburrada e parte porque queria que ele cumprisse o que havia falando, até que eles finalmente avistaram uma placa dizendo que faltavam apenas 20 quilômetros pra chegar no hotel. – “Se você fugir algum dia pra ir pra farra com os meninos você vai ver.”
“O que? Você ta achando que vai conseguir dormir algum dia longe de mim?” – respondeu ele com um sorriso sedutor.
Eu morri.. ai meo deoosss, eu morriii...
“Não, é só isso... Brigado” – disse Draco entregando uma gorjeta ao mensageiro do hotel que havia trazido as malas então fechou a porta e virou para Gina, que olhava o quarto com expressão de aprovação, principalmente quando seu olhar parou nas duas camas solteirão, que eram quase do tamanho da sua de casal.
“O que eu te falei no carro, Virgínia?” – perguntou ele com a voz séria olhando pra ela com uma cara que dizia claramente que qualquer pensamento sobre o que o pai havia lhe falado na saída estava longe da sua cabeça naquele instante.
Gina se sentou na cama cabisbaixa, então olhou pra ele com o beicinho mais adoravelmente proposital. – “Esqueci... e agora?”
Pego de surpresa com as atitudes dela, Draco ficou um segundo parado pensando que com certeza ia ficar doido dormindo com ela durante cinco dias, então andou rapidamente até a cama e a fez ficar em pé a segurando pelos braços. Sem perder mais um segundo sequer ele mordeu aquele beicinho danado que quase o fez ter que parar o carro pra se acalmar.
Suas mãos escorregaram dos braços pra cintura dela a puxando pra mais perto e as mãos de Gina se perderam nas costas dele ao mesmo tempo em que o beijo se transformou em algo muito mais intenso que ambos esperavam para aquele momento até que...
“Vamos gente, depois vocês arrumam tudo! A gente vai dar uma volta no hotel.” – falou a voz de Blaise do lado de fora da porta.
Eles se separaram no mesmo instante, acostumados com esse tipo de susto em casa, então Gina começou a passar a mão na blusa pra ver se estava amassada e olhar para Draco meio que sorrindo. – “A gente já ta saindo.” – gritou para a porta então quando viu que estava apresentável virou para Draco. – “Vamos?”
“Err” – ele olhou pra baixo um pouco então respondeu meio sem graça. – “Vai indo na frente. Diz que eu tive que ir ao banheiro ou sei lá.. Eu vou ter que. Erm, dar um tempinho aqui.”
“Oh... ta bom..Hum.. eu vou indo então... pra você se.. er... acalmar” – disse ela sorrindo meio sem graça por não saber como agir diante desta situação então saiu do quarto quando viu que Draco começou a caminhar na direção do banheiro.
“Resolveu seu problema?” – perguntou Harry rindo com o canto da boca, demonstrando que imaginava o que tinha feito o amigo ficar pra trás e Draco o encarou pra que ele parasse de zoá-lo, mas só conseguiu fazer com que Chris e Colin acompanhassem o outro na risada e Gina começasse a ficar mais vermelha que seu próprio cabelo.
Sem entender o que diabos tava acontecendo, mas tendo certeza de que estavam escondendo algo dele, Zabine deu com os ombros e começou a andar pra onde interessava: A piscina coberta. Era ali que ele descobriria o quão agradável sua estadia seria. Ele esqueceria Sabrina, a ingrata, antes do final do ano! Ou seu nome não seria mais Blaise Zabine. – “Vamo povo!”
E o povo foi. Duas horas depois já haviam conhecido o resort de inverno inteiro, trocado de roupa e agora estavam de volta na piscina aquecida e coberta olhando a paisagem que mais parecia um videoclipe do Puff Daddy.
“Ai, senhor, obrigado!” – murmurou Harry olhando em volta de si, vendo algumas meninas que lhe chamaram a atenção e uma garota loira em especial, de cabelos encaracolados e olhos castanhos claros. – “Nem pense em chegar naquela com jeito de anjo ali.”
“Anjo? Que anjo, eu quero é aquela com cara de devassa bem ali. A cara não é a sétima maravilha do mundo.. mas com aquele corpo quem é que lembra de olhar pro rosto dela?!” – disse parecendo já estar imaginando o que faria se colocasse as mãos nela então virou pro Draco. – “E você, brother? Já viu sua primeira vítima?”
“Preocupado com a concorrência?” – respondeu Draco querendo que o amigo deixe a pergunta pra lá e dando graças a Deus da Gina não ter escutado a pergunta quando notou o olhar de Zabine descer e subir lentamente.
Quando olhou pra trás quase parou de respirar, dividido entre virar e dar um murro em Zabine, ficar babando onde estava, ir lá e agarrar Gina ou pegar a toalha mais perto que visse e cobri-la inteira.
“Cara... tu vai ter trabalho esses dias.”
Gina havia soltado os cabelos rubros e longos que, tocando sua pele alva, com apenas algumas sardas no ombro a destacavam tremendamente. Seu corpo, bem delineado pelos anos de dança, preenchia perfeitamente um bikini que beirava a indecência exatamente por ser tão inocente que fazia qualquer homem que olhasse pensar besteira.
“Sua maninha cresceu, hein?” – murmurou Blaise sem saber que estava a ponto de ter que lidar com um Draco irritado com ele, quando ele completou sem saber que estava falando a coisa mais certa que poderia pensar. – “Engraçado, só agora que eu fui perceber que vejo a Gina como irmã mais nova... Conheço ela desde pequeno, deve ser por isso, né? Porque só isso explicaria por que eu não to pensando em estratégias pra pegar ela antes mesmo do ano novo.”
“É, então vai logo procurar outra vítima.” – respondeu Draco ao amigo e, pensando que aparentemente todo mundo via Gina como irmã mais nova menos ele, que de fato deveria pensar nela desse jeito, ele se forçou a se acalmar vendo os olhares gulosos na direção da mulher dele, então caminhou até a beira da piscina onde ela estava sentada tentando se acostumar com a quentura da água, deixando Harry e Blaise se entreter com as outras hóspedes do hotel.
“Oi gatinha, eu tenho uma suíte legal.. se você quiser... mais tarde..” – falou sentando ao lado de Gina olhando pra ela como aqueles playboys de filmes nos tempos da brilhantina.
Ela olhou pra ele com um desdém, que obviamente não sentia se considerássemos suas bochechas vermelhas porque ele havia chegado, então falou. – “Nah.. tenho certeza que o quarto do meu
“Ele não vai te tratar como você merece.”
“Ahhh, ele já me trata beem melhor do que eu mereço. Hoje mesmo eu fui desobediente e ele nem me colocou de castigo nem nada.” – respondeu sabendo que seu rosto estava ainda mais vermelho. De onde ela estava tirando essas coisas pra falar???
Ele ficou olhando pra ela como havia feito a algumas horas no quarto, com os olhos parecendo mais escuros então arregalou os olhos ao sentir que estava tendo certas reações físicas e pulou dentro da piscina, que estava quente demais para Gina, mas exatamente do jeito que ele gostava. Ele se virou ainda a olhando do mesmo jeito então pegou no pedaço das pernas dela que estavam submersas. – “Gina, você vai me deixar louco falando essas coisas assim do nada!”
“Ai, Draco! Você sabe que eu sinto cócegas aí!” – disse ela rindo tentando, sem muita intenção de realmente conseguir, tirar as mãos dele da parte de trás de seus joelhos, quando um gemido que mais parecia de um filme de horror tipo C fez com que Draco parasse e olhasse pra trás, vendo que quem quer que tivesse feito aquele som tinha mergulhado.
Um segundo se passou e uma loira, que de fato parecia atriz daqueles tipos de filme de horror, porque eles escolhiam mulheres exuberantes e um pouco magras demais, pra disfarçar a qualidade do filme, emergiu de debaixo da água agindo como se tudo estivesse em câmera lenta.
Gina olhou com bizarra fascinação e desgosto, Draco parecer hipnotizado por aqueles globos de silicone pairando um pouco acima da altura de seus olhos, uma vez que ele estava ajoelhado na piscina enquanto a garota estava em pé, até que a nova receptora do ódio de Gina olhou pra Draco fazendo um beicinho ridículo.
“Ai, me ajuda? Acho que me deu câimbra..”
Draco se levantou, mas ficou parado esperando ela falar o que ela estava precisando quando Gina se manifestou.
“Humm... câimbra na água quente? Depois de nadar o que? Três centímetros?” – disse a ruiva olhando com uma cara que dizia exatamente o quanto ela estava acreditando naquela desculpa ridícula.
Pra piorar sua raiva a guria apenas fingiu que não tinha ouvido e começou a se aproximar de Draco. – “Você pode me ajudar a subir na borda?”
“Ahn...” – hesitou olhando na direção da menina, quando viu harry e Blaise a alguns metros dali perto de um grupo de garotas. Blaise estava olhando e dando sinal de ‘vai nessa, cara’ enquanto Harry olhava como se dissesse ‘não foi minha culpa, eu tentei impedi-lo’. Sabendo que Blaise veria algo fora do comum se ele não ao menos ajudasse a garota, Draco sorriu meio sem graça para ela e, sem olhar pra Gina, pois sabia que ela devia estar irada, deu o braço pra ela se apoiar.
“Ai, brigada, eu não sei o que aconteceu”
“Eu li que falta de vergonha causa fraqueza nos membros inferiores.” – respondeu Gina solícita, somente pra ser novamente ignorada.
“Mas eu tava vindo mesmo falar com você. Seu amigo me disse o quanto você ta sozinho, tendo que cuidar da irmãzinha.”
Antes que Draco respondesse, Gina finalmente entrou na piscina. – “Draco, eu vou lá no bar.” – disse apontando pro bar que ficava no meio da piscina e então saiu o deixando sozinho pra lidar com aquela devoradora de homens.
Ao chegar lá percebeu um grupo de garotos olhando na sua direção então rapidamente desviou o olhar, não querendo que eles se sentissem bem vindos pra falar com ela. Infelizmente percepção não é um dom que Deus deu pra todos e antes que Gina decidisse o que iria pedir um deles se aproximou dela.
“Ta sozinha?”
Ela olhou na direção da voz, percebendo que de perto ele parecia bem maior. Isso foi uma pergunta retória? Ai, eu mereço... bombado é o fim. – “Humrum. Só vim pegar um chá gelado... e aí vou voltar pra onde eu estava.” – respondeu então olhou na direção de Draco que, aparentemente, ainda não havia se livrado da garota que havia socorrido.
“Me disseram que aquele frango ali é teu irmão.”
Hum... será que eu devo informa-lo sobre o que as pessoas pensam sobre o a grandeza de músculos dos bombados e a falta de grandeza em outras partes? – pensou ela quase começando a rir. - Esse cara não pode existir de verdade. – “Por um acaso quem te passou essa informação foi aquele cara ali?” – perguntou apontando na direção de Blaise.
“Foi... mas tipo assim. Eu e meus brother ali te vimos sozinha aqui e pensamos. ‘pô, a mina ta ali só dando sopa até alguém chegar. Aí eu vim aqui trocar uma idéia.”
“Uaaaau... que ótimo...” – respondeu ela com um sorriso amarelo e virando de novo pra Blaise a tempo de vê-lo fazer o mesmo sinal que havia feito pra Draco quando a vítima de câimbra havia se aproximado. Isso deve ser castigo...
“A gente encontra vocês lá no salão principal.” – falou Draco pros dois amigos que, assim como o loiro, caminhavam na direção de seus chalés. – “Acho que vou dar uma dormida antes de encontrar vocês...”
“Beleza, cara. Té mais.”
“Falou.” – respondeu, então continuou caminhando sem saber em que humor Gina estaria o esperando. Quando chegou à porta ele parou um instante pensando em como a faria entender que, não importa quantas mulheres estivessem disponíveis, porque ele estava apaixonado por ela. Sabendo que não adiantaria adiar essa conversa, Draco abriu a porta pensando que iria encontrar Gina com os braços cruzados e uma expressão assassina perguntando onde ele tinha se enfiado o dia inteiro.
Ao ver um montinho na sua cama ele começou falando rapidamente, como se esperasse ser interrompido. – “Olha, eu sei que você ta com raiva, mas me escuta só um minuto e você vai entender que não tem motivo pra ficar insegura e... Gina?” – murmurou se aproximando da cama, onde ele achava que a ruiva estava acordada e emburrada, fingindo não escutar uma palavra do que ele havia falado, mas a cena que encontrou foi totalmente diferente.
“Ahn? Draco?” – respondeu ela sonolenta, encolhida de lado na cama com o fone do ipod no ouvido, usando um dos moletons dele e meias com listras coloridas que seguem o contorno de cada um de seus dedos, como se fosse uma luva para os pés.
Como ele podia continuar tendo esses pensamentos diante dessa imagem só Deus sabe, mas Draco não se conteve em subir na cama, ajeitando o cobertor de modo a cobrir os pés dela também, e se deitar atrás dela formando uma conchinha, tendo apenas o cobertor e suas roupas os separando. Vendo que ela estava gostando da atenção dele, já que estava quieta só esperando pra receber mais carinho, Draco passou o nariz de leve na nuca dela, sentindo seu cheirinho de banho, em um gesto inocente, apesar de seus pensamentos tortuosos.
“Hummm, Dracooo, eu nunca vou ter perdoar por me abandonar com o ‘carai véi e seus capangas’” – resmungou a ruiva e Draco teve que rir do apelido que Gina havia arranjado pros bombados que haviam tentado conversar com ela na piscina. Sem dúvida a ruiva estava zoando do jeito que eles falavam.
“Então eu posso presumir... que você já me perdoou por eu... ter ficado falando com aquela garota?” – murmurou ele contra a pele dela, com os olhos fechados e dando pequenos beijos entre as palavras. – “Eu só fiz isso porque o Blaise ia saber que tava rolando algo estranho se eu a deixasse falando sozinha.” – completou, então deu uma pequena mordida no pescoço que até o momento só havia beijado e ficou quieto, por saber que se continuasse eles acabariam não conversando sobre o que havia acontecido.
Aiiii, esses arrepios não são de Deus! Ahn, o que é isso molhado no meu travesseiro?? Eu to babando?? “Pra s-sua sorte, senhor Malfoy, esse hotel contratou uma massagista que exorciza maus pensamentos e ela me livrou da vontade de arrancar seus cabelos e dar pra câimbra-silicone comer.” – disse Gina em um tom ligeiramente sem ar, por causa do estado em que os carinhos de Draco a haviam deixado então, vendo que Draco, apesar de puxa-la ainda mais contra ele, continuou calado, ela presumiu que ele devia estar querendo conversar sobre o que havia acontecido. – “Eu sei que essas coisas vão acontecer muitas vezes antes da gente ‘sair do armário’, Draco. O Colin já me deu todo o discurso sobre confiar em você e sobre o quanto a nossa situação é diferente. Eu realmente fiquei morrendo de raiva quando saí da piscina e você continuou lá com aquela garota... comecei a achar que tudo que a gente viveu não faria diferença nenhuma, porque ali estava você, com outra garota na minha frente... de novo... entende?”
“Eu tava com medo de você pensar exatamente isso. Mas Gina, me diz que você não acha isso. Eu só fiquei lá porque se saísse com você o Blaise...”
“Draco...” – ela se levanta devagar por não querer perder a proximidade dele, mas precisando da distância pra continuar pensando racionalmente, então vira embaixo do cobertor de modo a ficar de frente pra Draco e, olhando nos olhos dele ela murmura – “Ta tudo bem. Eu sei o que você sente por mim. Se eu ficar insegura por algum motivo você vai estar lá pra me dizer que eu estou errada, não vai?”
Mais uma vez, Draco ficou surpreso por nunca ter percebido seus sentimentos pela irmã de criação então, esquecendo de responder, ele aproximou seu rosto do dela sem fechar seus olhos, precisando vê-la no momento em que seus lábios se tocassem. O beijo lento e doce que se seguiu, sendo o primeiro sem o desespero de aproveitar os segundos roubados antes de terem que se separar novamente, deixou o casal igualmente sem ar, até que se separaram ainda se olhando.
“Você não quer vir aqui pra baixo não?” – perguntou Gina parecendo nervosa, ansiosa e sem ar ao mesmo tempo.
Draco já estava puxando as cobertas antes mesmo dela terminar de falar, mas ao vê-la morder a boca e observa-lo com os olhos cheios de excitação, mas com um toque de medo, o loiro percebeu a dificuldade da situação em que se encontrava. Perceber a dificuldade da situação, todavia, não é o suficiente pra diminuir a vontade de um garoto de 17 de ficar o mais perto possível da namorada e, antes que ele percebesse o que estava fazendo, já havia se insinuado entre as pernas de Gina e voltado a beijá-la como se precisasse da boca dela pra continuar vivendo. Como ele não havia percebido que ela estava usando essa camisola preta minúscula?? Gina começou a lhe empurrar pra baixo no instante em que ele deslizou a mão por baixo da camisola e alcançava a curva de seus seios... Gina gemia descontrolada e desesperadamente...
“Hein, Draco? Draco? Ta passando Shrek 2 na HBO 2, você quer ver?”
“Ahn?”
“Shrek.. lembra? O ogro.. a fiona.. Quer ver?”
Voltando a focalizar os olhos em Gina, percebendo o tanto que havia viajado porque ela ainda estava usando o mesmo moleton enorme, Draco engoliu em seco. – “Pode ser... você.. você queria ver filme então?” – perguntou quase sem conseguir disfarçar sua desilusão.
“É!” – respondeu Gina com um sorriso enorme. – “A gente não pode assistir filme desse jeito lá em casa e ta tão friozinho.” – disse enquanto se aninhava praticamente em cima de Draco.
“É...” – disse ele dando graças a Deus que Gina não percebeu o estado em que ele se encontrava no meio das pernas. -. “Ficar quieto.. só vendo filme.”
“Humrum.” – disse ela o abraçando olhando na direção da TV, então virou pra ele. – “Nem acredito que a gente ta assim na cama vendo TV!”
“Nem eu.” – respondeu com um sorriso ligeiramente sem graça realmente não acreditando que eles ficariam sozinhos, na cama e só vendo filme.
“Pssiu?” – Draco murmura baixinho contra o cabelo de Gina, que está praticamente em cima dele. – “Você me convida pra ver um filme e dorme?”
Gina se espreguiça sem dar atenção ao fato de que o está fazendo praticamente em cima de Draco então olha pra ele sorrindo. – “Desculpa?”
“Desculpa? Desculpa não é o suficiente!” – responde ele, incapaz de impedir seus braços de a apertarem contra si. – “Isso não é atitude de uma boa namorada, você vai ter que se esforçar mais pra ganhar o meu perdão.”
Ela sorri pra ele, balançando a cabeça como se não acreditasse no que ouvia, então começa a rir.
“Ei! Você não ta fazendo nada bem pra minha auto-estima! Dorme quando está na cama comigo e ainda ri quando eu estou tentando ser romântico?”
Ela volta a olhar pra ele então sorri mais ainda, sem responder nada. Quando Draco abre a boca pra perguntar se ela está bem ela volta a falar. “Eu tenho um namoro clichê!”
“Hey!”
“É!!” – ela fala então se levanta de uma vez e começa a pular na cama. – “O cara gato do colégio, com a ex-nerd que passou por um makeover se apaixonam! E você fala coisas românticas que parecem que nunca aconteceriam na realidade! Eu até virei chearleader! AHHHH!! Minha vida até que enfim parece um filme!!!”
Draco escutou sorrindo às maluquices de Gina, tendo a certeza de que nunca conseguiria parar de amar aquela doida pulando na cama, então se levantou, sendo abraçado antes mesmo de poder se equilibrar.
“Ahhh” – Gina gritou de brincadeira quando eles caíram de volta na cama.
Olhando pra Gina embaixo de si, parecendo um pouco sem ar de tanto pular, Draco aproximou o rosto do dela, fazendo carinho com o nariz então murmurou antes de beija-la novamente. – “Só os melhores romances viram clichês.”
E mais algumas horas se passaram antes de conseguirem sair do quarto pra encontrar os amigos.
“Ô, mas quase que vocês chegam tarde demais pra me encontrar sóbrio!” – Exclama Blaise se ajoelhando meio desordenadamente e se levantando da mesa japonesa á sua frente. “O que vocês estavam fazendo, hein?” – perguntou sorrindo de canto de boca.
O casal se olhou sabendo que estavam pensando a mesma coisa: eles chegaram tarde demais pra encontrar o Blaise sóbrio, já que ele estava fazendo essa insinuação em relação a eles dois.
“Vimos um filme e depois demos uma volta no hotel pra ver como é a piscina coberta á noite”. – Respondeu Draco e Gina só deu um meio sorriso enquanto seu rosto ficou gradativamente mais vermelho.
Blaise olhou pra Draco enquanto ele respondia então inclinou a cabeça um pouco pro lado, observando uma Gina de rosto vermelhíssimo acenar pra Colin avisando que iria pra mesa em que eles estavam comendo yakissoba. – “O Harry saiu tem um tempo pra tentar pegar aquela guria de novo, mas eu fiquei solidário aqui te esperando com um presente.” – disse com a expressão um pouco estranha, inclinando a cabeça na direção daquela que Gina havia apelidado de ‘caimbra-silicone’.
Com a resignação cuidadosamente disfarçada, Draco deu um beijo rápido no rosto de Gina. – “Você vai ficar ali com o Colin?
“Humrum.” – respondeu ela com um sorriso insincero, que mais parecia um beicinho, então continuou olhando pra Blaise também. – “Podem ir lá fazer seja lá o que vocês garanhões fazem.” – falou tentando imitar seu jeito brincalhão de sempre, mas tanto Draco quanto Blaise perceberam que seu coração não estava na piada.
Agora a expressão desconfiada de Blaise estava tão na cara quanto a impaciência das duas meninas na mesa, mas nada disso foi percebido pelo casal, que em segundos pareceram se consolar e se assegurar de algo que Blaise não sabia identificar.
Gina suspirou então deu um último sorriso na direção de Draco e começou a caminhar pra mesa em que seus outros dois amigos estavam.
Aparentemente nós chegamos sim a ponto de encontrar o Blaise sóbrio... Hunpf, ele podia ficar bêbado e começar a empurrar o Draco pra mim...
A noite se passou sem grandes acontecimentos até que às quatro e vinte da manhã Draco e Gina carregavam Blaise pro quarto deles.
“Vamz zentar aqu-ick-i.” – resmungou Blaise apontando pra escada de rocha que levaria à pequena trilha dos chalés.
Não, Blaise, falta só um pouquinho. Se você continuar andando só um pouquinho vai ter a cama quentinha do chalé só pra você.” – Disse Gina, tentando equilibrá-lo junto com Draco, que estava estranhamente calado desde que ela havia brigado com ele por reclamar de que perderia um dia dormindo com ela porque o Blaise havia enchido a cara de novo.
“E quall é agrraça dizzo? A cama ick zodinha pra mim?? Eu zum quero a bozta da cama zodinha!”
“Pff.. Blaise, deixa de ser engraçado!” – falou Gina, rindo do amigo, que mesmo bêbado tem a cabeça sempre pensando na mesma coisa.
“Dracoo, vozê é meu ami-ick-ão. Heeheee” – falou sorrindo bebadamente pra Draco, que só agora pareceu desemburrar por saber que Blaise nunca ficaria nesse estado se soubesse que estaria roubando uma noite dele sozinho com Gina. Ao sentar na escada ao lado do outro e ser puxado pra um abraço em grupo desastrado, Draco decidiu que não conseguiria esconder algo tão importante do amigo por muito tempo.
O que Blaise falou logo depois, entretanto, reforçou a idéia de que teriam que esconder seu namoro por um bom tempo, justamente porque ele torcia demais por eles.
“Vozê Zina, gozta do meu am’gão Draco aqui” – disse com os olhos mais ou menos focados em Gina. – “Ick.. ai, meu corazão, ick... Hein.. Zina, n’mora meu am’gão aqui. Ick! Vozê gozta de’l que eu zei.”
Draco e Gina se olharam sorrindo então Draco levantou a sobrancelha como se dissesse ‘eu não disse?’ e Gina deu a língua, sem querer dar o braço a torcer, mas sabia que mesmo se fosse pra contar alguma coisa agora não seria o momento.
“Bora dormir, cabeção! O Draco ainda vai ter que te colocar debaixo do chuveiro e ele não está muito feliz com você agora não.” – brincou a ruiva, já se levantando e pegando num dos ombros de Blaise enquanto Draco fazia o mesmo com seu outro braço.
Alguns passos desastrados e quase-quedas no caminho do chalé se passaram e o trio finalmente entrou no quarto com Draco literalmente carregando um Blaise desacordado pro banheiro.
“Ai, Draco, eu to com medo, será que ele tá com coma alcoólico?”
“Não, ele só ta podre de bêbado mesmo...” – falou Draco com certa dificuldade de respirar depois do esforço de carregar o amigo então virou pra ruiva ao mesmo tempo em que equilibrava o amigo sentado no tampo da privada. – “Vê se o serviço de quarto ainda ta funcionando. Se estiver, pede pra trazer um chocolate quente.”
“Hum... ta, mas você não quer ajuda com ele não? Acho meio difícil você conseguir dar banho nele assim.”
“Não, pode ir que eu me viro. Eu já tô acostumado.” – respondeu com um sorriso pra demonstrar que estava tudo sobre controle.
“Tem certeza?”
“Gina, eu vou ser bem claro.” – disse ele com a voz brincalhona, sem se desviar da tarefa de tirar a blusa de Blaise e equilibrá-lo ao mesmo tempo. – “Se é pra você ver alguém sem roupa aqui hoje, com certeza esse alguém não vai ser o Blaise.”
“Draco!!” – exclamou a ruiva, sorrindo da cara de pau do namorado ao mesmo tempo que Blaise balbuciava algo parecido com um “porrguê ninguem me vê peladaõ, ick?”
“Eu to falando sério! E se você hesitar mais eu vou ficar com ciúmes pensando que você quer ver meu amigo tomando banho!” – brincou, então riu um pouco quando Gina saiu rapidamente do banheiro sem falar mais um piu.
Após alguns minutos de berros de Blaise, que aparentemente morria de medo de água fria quando estava bêbado, e uma certa confusão sobre a indignidade de escovar os dentes com a escova de dente dada pelo hotel se passaram e Draco completamente molhado saiu do banheiro acompanhado por um Blaise ligeiramente mais sóbrio e vestido na parte debaixo do pijama de Draco.
“Blaise eu pedi um chocolate quente pra você.”
“Salvou a pátria.” – respondeu ele com a voz ainda um pouco embargada. – “Não vai sair esse gosto ruim da minha boca nunca mais.” – resmungou enquanto sentava na cama, olhando torto pra Draco.
O loiro apenas levantou as mãos como se estivesse se rendendo de brincadeira. – “Não existe amizade mais verdadeira do que a daquele que enfia o dedo na sua garganta pra te fazer melhor. Você melhorou, não melhorou?”
“Humpf...”
Draco e Gina riram ao ver Blaise se jogar na cama então se olharam sem saber muito bem como agir agora que tinham uma companhia no chalé que se tornara seu refúgio. Ao trocarem um sorriso sem graça Draco voltou pro banheiro pra tomar um banho.
Quando finalmente todos no quarto estavam devidamente cheirosos, de banho tomado, e o quarto havia mergulhado em uma quietude somente deturpada pelo ronco pouco discreto de Blaise, Draco e Gina se encontravam lado a lado na cama, olhando para o teto e nenhum parecia saber como agir.
(N/a: Gente, aqui eu aconselho que vocês ouçam a música que me inspirou pra escrever essa cena. Perfect da banda Burn Season)
Draco, que estava apenas de cueca debaixo da coberta já que Blaise estava com o único pijama que ele havia trazido, sentia cada centímetro que sua perna tocava a de Gina e a ruiva, por sua vez, tentava todas as técnicas de meditação que lembrava que Colin a havia ensinado na época em que pensava que meditação impediria que as rugas aparecessem antes dos 70 anos de idade. Por quê?? Por quê eu deixei a Mione me convencer de trazer esse baby doll minúsculo pra dormir?? Será que o Draco percebeu e me achou muito apressada? Ai, tomara que não, porque se ele tentar alguma coisa eu sei que não sei o que vou fazer!!
No momento em que pensou isso, Gina sentiu Draco procurar sua mão e entrelaçar seus dedos e então sorrir quando ela virou o rosto pra ele. AHHHHHHHHHHHH. Calma, Gina! Não tem por que ficar em pânico! A gente não ta fazendo nada demais.
Quando Gina finalmente retornou seu sorriso, Draco se levantou um pouco, se apoiando no cotovelo, então soltou sua mão a levando pro rosto dela pra tirar alguns fios de cabelo dali em uma carícia simples em comparação com a intensidade do seu olhar, e quando se aproximou para beija-la...
“ROOOOOOONK”
“E esse é o Blaise pra você.” – disse Draco quando Gina começou a rir, mas misteriosamente o clima de intimidade entre o casal não desapareceu e essa interrupção involuntária de Blaise apenas serviu pra acabar com o nervosismo de Gina que, ao ouvir o tom bem humorado de Draco, lembrou que era o cara que ela amava que estava ali... não havia porque ter medo ou ficar nervosa.
Dessa vez, então, quem se levantou apoiando os dois cotovelos na cama foi Gina, iniciando o beijo que ambos esperavam acontecer desde o momento em que haviam se forçado a sair do quarto pra encontrar o pessoal ao invés de ficar nessa mesma cama se beijando e aprendendo a ficar perto um do outro sem ter que prestar atenção se alguém estava chegando.
Draco a beijou como queria fazer a noite inteira, mas se forçou a colocar a mão comportadamente na cintura da namorada ao invés de deixá-la deslizar pelo corpo de Gina como ele somente sonhara em fazer. A posição de submissão dela, sem poder usar os braços que a apoiavam, todavia, em poucos minutos o fez esquecer que tinha que ficar comportado e sua mão escorregou lentamente da sua cintura pela seda que tocava o lado de seu corpo desprotegido já que seus braços estavam inclinados para trás. Respirando fortemente, ele se afastou do beijo apenas um instante para ver de novo como ela estava entregue a ele, então começou a passar a mão levemente de onde estava para o torço ofegante, quase tocando seu seio, quando a deslizou pelo pescoço e entrelaçou os dedos nos cabelos ruivos, somente para puxá-los de leve de modo a forçá-la a lhe oferecer o pescoço enquanto se colocava de joelhos na cama a puxando pra cima. Ambos estavam de joelhos na cama sem nem perceber como haviam chegado ali e Gina já tinha as mãos perdidas no cabelo loiro de Draco, tentando sofregamente trazer sua boca com mais força contra sua pele, enquanto ele a puxava contra si.
Ninguém poderia dizer quanto tempo havia se passado, mas qualquer um que olhasse poderia atestar que Draco já estava incapaz de um pensamento racional quando a alça esquerda do baby doll de Gina cedeu à tentação de cair. Enlouquecido com a respiração rápida e alta de Gina, que se tornava ainda mais óbvia pelo subir e descer daqueles globos róseos que estavam bem ali pra ele tocar, beijar e sugar, Draco aproximou a boca ao perceber que as mãos de Gina não pareciam querer que ele parasse então, quando sentiu o toque fraco da seda que o separava do que tanto precisava ver, pode sentir a pressão familiar na barriga demonstrando que estava prestes a perder o controle como um garoto de 14 anos tendo um sonho molhado. Pra sua imensa frustração, entretanto, outro ronco do amigo pareceu acordar Gina do estado de êxtase em que se encontrava a fazendo ficar estática e um segundo depois se afastar um pouco.
“Er...” – balbuciou Gina, deixando suas mãos caírem do cabelo de Draco então mordeu a boca sem saber exatamente pra onde olhar.
“Eu.. eu te deixei sem graça? Desculpa, eu devia ter me controlado e...” – falou Draco, percebendo que ela estava meio sem graça, então passou a mão no cabelo em um gesto nervoso.
“Não! Er.. é que eu tinha esquecido que o Blaise tava aqui e... sei lá.” – respondeu ela sem olhar pra ele e começando a se sentir ridícula de joelhos no meio da cama, sem saber porque havia ficado tão nervosa.
“É, eu também tinha esquecido.” – disse olhando pra ela com um sorriso meio incerto.
“Humrum... acho melhor a gente dormir então, né? Porque... porque o Blaise pode acordar e.. e ai ele vai ver a gente e a gente não pode ser visto e.. e..” – disse Gina rapidamente, como Draco sabia que ela fazia quando estava nervosa.
“É..” – respondeu, oferecendo um sorriso e a mão como apoio pra ela voltar a deitar na cama.
Ambos pareciam saber que não era o momento de conversar sobre o que havia acontecido ou o que poderia acontecer entre eles no futuro, mas o fato de que teriam que conversar sobre sua relação estava presente como o ar que os separava.
E assim se passou o resto da primeira madrugada deles naquele chalé: com Blaise roncando e Draco e Gina olhando pro teto, lembrando do que havia acontecido e pensando em como falar pro outro o que estavam sentindo. Pelo menos o pior havia passado depois dos primeiros dez minutos...
... porque nesses primeiros dez minutos os dois tiveram que fingir não perceber uma certa tenda na coberta de Draco.
(N/a: hieuhieueheiueheiueh desculpa, gente!! Eu TIVE que colocar esse detalhe final, porque é óbvio que qualquer garoto ia ficar armado um tempinho depois daquele agarramento todo. Ai, meu Deus, como o Draco é tuuudo.)
29 de dezembro – sala de massagem e ofurô. 10:40 a.m
“Vai mais pra lá, Chriiis” – falou Gina ligeiramente sonolenta e rabugenta ao mesmo tempo em que empurrava o amigo na cadeira de descanso e deitava quase o esmagando, ignorando o fato de que várias outras cadeiras estão desocupadas.
Tirando as rodelas de pepino dos olhos ao ouvir a voz da ruiva, Colin se levantou um pouco apoiando o corpo no cotovelo e sorriu ao reconhecer os sinais de rabugice da amiga. - “Eita, mas teve alguém que não dormiu essa noite..”
“Humpf.. eu quis dormir um pouco mais e aí perdi o café da manhã.. to morrendo de fome..” – respondeu ao mesmo tempo que se mexia incessantemente tentando achar uma posição em que ficasse confortável até que Chris, que até então estava estranhamente quieto lendo a mesma página do livro em suas mãos, se oferecesse pra ir atrás de um garçom.
“Não precisa não, eu to gostando desse colchão aqui.” – respondeu Gina com um sorriso, como se estivesse pedindo desculpas por saber que estava de mau humor e o tinha esmagado.
“Non é prrroblema algum, volto já.” – respondeu o francês com um sorriso curto e se levantou da cadeira quase levando Gina junto, então saiu em busca do garçom sem olhar pra nenhum dos amigos de novo.
“Oxe.. o que ele que ele tem?”
Colin, que ainda estava olhando Chris de longe saindo da sala de massagem, virou pra Gina com a expressão confusa que ficou ligeiramente cômica considerando o fato de que estava usando uma máscara de morango no rosto e uma faixa branca no cabelo. – “Não sei... ele ta assim desde ontem. Acho que não dormiu direito com os roncos do Harry e ficou de mau humor...”
“Roncos do Har... Peraí, por que o Harry dormiu com vocês?”
“Pfff, bebinho-bebinho foi o que ele ficou ontem. Aí eu não deixei ele voltar sozinho pro quarto porque ele ia despencar e acabar dormindo num arbusto qualquer. O Chris achava melhor deixar ele dormir no quarto dele, mas quando a gente chegou lá e viu que o Blaize tinha sumido eu achei melhor ficar cuidando do Harry. Vai que ele vomitava e se sufocava ou sei lá...Ainda bem que o harry tava bom o suficiente pra tomar banho sozinho, por que tudo tem limites, né, miga!”
“Hehe... Vocês tiveram mais sorte que eu e o Draco então, porque a gente, além de não dormir com os roncos, tivemos que dar banho nele antes.
“Mentira! O Blaise também?” – perguntou Colin rindo, então ficou com a expressão safada. – “E eu crente que minha amiga seria menos pura e imaculada hoje! Se bem que se você deu banho no Blaaaaise”
“Colin, você simplesmente não tem o direito de me zoar quando está usando esta máscara rosa no rosto!” – disse ela rindo. – “E o Draco não me deixou ajudar não.”
“Ai, que pecado... Ei! Pára de tentar me desviar do assunto, porque você não vai prosperar neste objetivo vil!!! Eu passei a noite inteira acordado e fingindo que não estava com um francês gato, que acontece de ser meu amigo, na minha cama e um jogador de basquete gato, que também é meu amigo, na cama ao lado! Fiquei pensando o que você e o Draco estavam fazendo porque agarrações hetero na minha imaginação foi a única coisa que pode me desanimar a ponto de me manter quieto naquela cama sem ir mexer em um dos meus amiguinhos dorminhocos que confiam demais na minha honestidade gay! Então desembucha! Você nem pegou no p..”
“COLIN!!” – semi-gritou Gina, ao mesmo tempo em que pulava da cadeira pra colocar a mão na boca do amigo então olhou pras pessoas ao lado com um sorriso exagerado. – “Bom dia!! Hehe.. desculpa.. Bom dia”
“djkhdhk”
“Ai...” – disse gina olhando pra sua mão melecada depois de tê-la retirado do rosto de Colin. – “seu doido”
“Mas você me ama. Vai, agora fala logo antes que o Chris volte!”
“E o que te faz pensar que eu vou contar mais coisa pra você do que pro Chris?”
“Se o fato de que eu sou seu melhor amigo a anos e te convenci a cortar aquela juba não for motivo suficiente pra algumas regalias eu não sei mais o que é! Além do mais, só eu não vou ficar sem graça nunca com qualquer coisa que você me contar, então, correndo o risco de ficar repetitivo: desembucha, miga!”
“Ta! Ta bom! A minha noite não foi muito diferente da sua não.. Eu também fiquei a noite inteira de olhos fechados, me concentrando pra não mover nem um músculo e controlando a respiração pra parecer que eu tava dormindo! Mas aí me dava falta de ar e aí eu me desesperava e aí não vinha o sono e... Quase fiquei doida, porque a gente não podia fazer nada com o Blaise lá! Ai, mas antes... nossa, Colin, eu tenho certeza que os beijos do Draco podem matar. E a gente ainda não tinha ficado daquele jeito na cama, sabe?”
“Mas ontem antes da festa...?”
“Eu tava de moleton, sabe? E aí a gente assistiu Shrek.”
“OO”
“O que??” – perguntou Gina ao ver o amigo boquiaberto.
“Vocês tiveram a chance de ficar sozinhos sem ninguém chegar e foram ver Shrek???”
“É...Por que?
“Meu Deus, o Draco deve ser o Buda encarnado! Porque depois de todas aquelas agarrações escondidas que você me contou ele deve estar andando com as partes roxas de tanto de segurar!”
“Colin!!!”
“O que, miga!? É verdade! Heiueheiueheiuh Ele já deve estar louco e ainda se segurou e ficou vendo Shrek com você, heieuheieuh”
“É, ele pareceu meio estranho quando eu perguntei se ele queria ver o filme. Mas a gente sempre gostou de ver filme juntos e eu queria aproveitar a viagem pra fazer essas coisas como namorados, sabe?”
“Eu sei, miga. E ele deve saber também se ficou quietinho assistindo o filme. Eu só to falando que deve estar difícil pra ele essa situação. Você já percebeu que ele sempre fica pra trás quando vocês saem do quarto.
“É, ele disse que tem que se acalmar.” – respondeu ela ficando meio vermelha. – “Hoje de manhã eu vi ele me olhando no espelho quando a gente tava escovando os dentes. O jeito que ele me olha me dá vontade de me mostrar pra ele, sabe?”
“Ué, miga.. você conhece o Draco a vida inteira e está apaixonada por ele. O que é que te prende? Eu sei que a gente só tem quase 17 anos, mas as circunstâncias não são normais, são? Eu nunca vi um casal tão apaixonado.”
“É.. mas é que eu não sei o que fazer, sabe? Eu fico insegura, porque eu nunca fiz dessas coisas e você sabe que só beijei aquele garoto num jogo de verdade ou conseqüência antes do Draco. E o Draco faz e acontece desde os 14! Ele vai me achar uma boba.”
“Acho que as coisas vão acontecer naturalmente, né?” – perguntou Colin em um tom que demonstrava que aquilo era mais uma afirmação então, diante do silêncio de Gina, ele se lembrou de algo. – “Ué... cadê o Chris?”
Na piscina...
“... com aquela tenda no meio das pernas e a Gina do lado provavelmente querendo sair correndo... “ – disse Draco contando o vácuo federal que tinha sofrido na noite anterior por causa do querido amigo bêbado Blaise.
Harry riu ao imaginar a cena descrita pelo amigo então olhou na direção de Blaise, que no momento estava dando seu sorriso 55 e falando com a garota que ele apelidara de sereia e estava dando em cima desde o momento em que a vira entrar na piscina. – “Vou avisar pra ele que a culpa pelo enterro das suas bolas é dele.”
“Mas tenho que ser sincero.. Eu duvido que ela não me deixaria na mão de novo mesmo que o Blaise não estivesse lá e...” – falou Draco rindo então virou pra porta da entrada da piscina no exato momento em que Gina havia entrado com Colin.
“Draco?” – falou Harry. tentando chamar a atenção ao vê-lo ficar estranhamente catatônico, então virou na direção que o amigo observava vendo Gina chupando o canudinho de um suco que deveria ser de melancia ou morango, pois era rosa. Harry voltou a olhar pro amigo sorrindo de canto de boca por saber exatamente o tipo de pensamento surfando a cabeça do amigo naquele instante.
Comprovando a suspeita de Harry, Draco se sentou na cadeira que estava logo atrás de si e voltou a olhar pro amigo como se estivesse sentindo dor. – “Diz pro Blaise que o velório ta perto...”
Gina largou o canudinho ao avistar Draco e sorriu abertamente pro loiro, mas então ficou com a expressão confusa ao vê-lo sentar de uma vez em uma cadeira e falar alguma coisa pro Harry que, vendo a expressão de Gina, apenas sorriu balançando a cabeça pra sinalizar que estava tudo bem.
“Ele ta meio estranho desde hoje de manhã..” – comentou a ruiva ainda olhando na direção do namorado.
“Também, coitado. Ele deve estar mais sexualmente frustrado que eu, e só isso já comprova que ele estava numa situação de calamidade pública!”
“Ai, Colin, você ta me deixando culpada! Você é amigo de quem aqui?”
“Seu, miga! Mas eu tenho que ter solidariedade masculina...”
“... Você ri porque não é com você, cara.” – falou Draco retirando a blusa pra depois coloca-la no colo. – “Não tem limite pra quantas vezes um homem pode ficar nesse estado por dia não? – continuou apontando discretamente pro meio de suas pernas que agora estava acobertado por sua blusa. – “Ainda bem que a Gina é a pessoa mais distraída que existe, senão já tinha saído correndo pra casa pra se esconder atrás da mam-Moly.”
Harry percebe o amigo hesitando em chamar Molly de mãe como sempre fez e fica triste, mas não consegue parar de rir diante do lado hilário de tudo aquilo. O super mega playboy Draco Malfoy numa situação dessas.
“... sério Colin!!
“Hã?” – pergunta Colin ao perceber a amiga olhando pra ele como se estivesse confusa, então volta a focalizar nela e pergunta a única coisa que é capaz de pensar no momento. – Ele fica assim o DIA INTEIRO?? Ai meu deus!!”
Depois do almoço Draco foi pro quarto com a desculpa de que queria ‘descansar’ depois de não ter dormido bem a noite, mas a risada de Colin, o sorriso de canto de boca de Harry e a vermelhidão do rosto de Gina demonstraram que apenas Blaise não havia entendido como Draco pretendia descansar.
Sem conseguir olhar pra Gina, Draco somente a entregou uma das chaves do chalé, deixando suas mãos encostarem mais tempo do que o necessário, então virou e deu tchau pra todos. Colin e Gina saíram logo depois em busca de Chris, que havia almoçado sozinho e desaparecido desde então, e Blaise e Harry, tendo dormido a noite inteira sem roncos, decidiram ir jogar poker com o grupo de garotas que haviam conhecido naquela manhã no salão de jogos.
Draco andou o mais rapidamente que conseguia e, ao finalmente avistar seu chalé, sentiu uma vontade enorme de cantar ‘aaaaleluia aaaaleuia, aleluuia!!’. O fato é que depois de horas de tortura de castidade e confinamento proporcionado por aquele calção de banho do inferno, Draco estava desesperado por um banho em que pudesse ter privacidade pra cuidar do seu problema então, confiando no fato de que Gina demoraria pelo menos meia hora até encontrar Chris, conversar com os amigos, se despedir e vir pro quarto, ele retirou seu casaco e blusa ao mesmo tempo então foi até o banheiro e ligou o chuveiro pra que a água esquentasse.
Sem perder tempo desabotoou e baixou a calça ao mesmo tempo em que retirava os tênis com os pés. Ao finalmente se sentir livre ele tocou seu saco o massageando levemente antes mesmo de tirar completamente as calças, como se isso pudesse melhorar a dor que sentia depois de ficar o dia inteiro em um estado de excitação e frustração constante. – “ahhh, meu Deus, não importa o que falam, dá pra morrer de frustração sexual sim.” (N/a: Gente eu não to exagerando, isso aconteceu com um amigo meu! O pobre nem quis sair á noite com a gente e ficou deitado no hotel, ehieuehieuh)
Depois de segundos nessa atividade, Draco respirou fundo, chutou a calça pro lado e entrou no box, sentindo a água quente tirar toda a tensão das suas costas então virou na direção do jato do chuveiro, deixando a água molhar seu rosto e cabelo, sem nunca parar de fazer o que seu sexo implorava a tarde inteira. Vários minutos se passaram assim, com o loiro imaginando Gina ajoelhada na sua frente, com a boca em volta da sua carne túrgida do mesmo jeito que ela havia feito com aquele canudinho do suco de manhã, até o momento em que ele já respirava alto e se apoiava com um braço na parede da frente enquanto o outro aumentava o movimento de vai e vem na sua ereção.
“Ngn. Gina...” – murmurou, delirando na fantasia em sua mente de tal maneira que nunca percebeu a porta do banheiro se abrindo lentamente pra dar espaço pra própria dona de suas fantasias, com os olhos arregalados e boquiaberta. – “G- GINA!” – falou ele assustado ao vê-la ali justamente quando ele estava fazendo isso, mas já não era mais capaz de parar pra ir atrás dela quando ela saiu correndo.
Afff, eles que se entendam. Nunca vi! O Chris dá uma de louco e aí volta como se nada tivesse acontecido...Tomara que o Colin consiga descobrir o que ele tem.. será que é alguma coisa com os pais dele?? – Pensava Gina enquanto caminhava distraidamente pro seu chalé meros vinte minutos depois de ter se separado de Draco depois do almoço. – Ui, melhor pra mim! Ficar agarradeeeenha no Draco. Eu tenho que parar de ser tão boba! Não tem porque eu não confiar nele.. eu podia muito bem ser um pouco mais ousada, né?
Pensando nisso, Gina entrou no quarto confiante, decidida a experimentar como é ficar perto de Draco intimamente como Colin havia falado e, ao ver a porta do banheiro entreaberta e o chuveiro ligado, pensou ter a oportunidade perfeita. – A gente já tomou banho juntos antes.. eu nem tenho que tirar o biquíni se não quiser.. - Mordendo a boca pra conter o sorriso, Gina tirou a roupa silenciosamente, ficando apenas de biquíni então abriu a porta lentamente, pensando em oferecer uma massagem com a voz bem sexy, mas ao invés de surpreender o namorado ficou em choque pela visão que teve.
Draco apoiando um braço na parede, com a cabeça abaixada e o cabelo molhado caindo no rosto... a boca entreaberta, estocando o próprio pênis na mão direita. Estática, Gina se viu incapaz de tirar os olhos de onde Draco massageava até que um gemido inconsciente saiu de sua garganta chamando a atenção do loiro pra sua presença.
“G- GINA!”
Sem conseguir pensar direito, Gina apenas saiu dali, agarrou seu sobretudo e saiu correndo do quarto, sem entender muito bem porque ela estava tendo essa reação exagerada, mas incapaz de se conter.
“Colin!!” – gritou pelo amigo ao mesmo tempo em que batia na porta do chalé do amigo. – “Colin, sou eu! Abre a porta que eu to morrendo de frio!”
“Que foi miga!? O Draco não tava lá não?” – perguntou o loiro deixando a amiga entrar no quarto ainda com a expressão de choque e a seguindo logo depois, sem perceber que a porta não chegou a dar o sinal de que estava trancada.
“Ahn.. c-cadê o Chris?” – perguntou a ruiva ao notar a ausência do outro e ainda se sentindo incapaz de falar porque estava ali. Tinha certeza que o amigo morreria de rir.
Colin deu com os ombros demonstrando impaciência então apontou pro banheiro. – “Ta no banho. Mas me fala o que aconteceu! Até minha imaginação fértil não é capaz de tentar adivinhar o que pode ter te deixado assim a ponto de sair correndo só com esse sobretudozinho nesse tempo.
Fazendo uma cara de choro cômica, digna de criança que não ganhou um doce do pai, Gina bateu o pé no chão então foi pra cama, levantou o cobertor e prontamente se escondeu inteira debaixo dele.
Colin ficou olhando o monte debaixo do cobertor com a expressão perdida entre preocupação e vontade de zoar a amiga e por um segundo se perguntou se ele queria mesmo saber o que havia acontecido. – “Gina. O que foi que você aprontou com o Draco?? Você tá vestida debaixo desse sobretudo aí?” – perguntou com um tom de sacanagem.
“Ai, Coliiinnn...” – choramingou ela dali debaixo. – “Ele vai me achar ridícula!”
“Uhm? Miga, o que aconteceu?” – perguntou o loirinho, agora decididamente preocupado.
“Eu voltei pro quarto e queria ser sexy, pra ele não me achar boba e querer outra garota, aí eu tirei a roupa e ia tomar banho com ele, porque a gente já fez isso uma vez e foi legal, lembra?” – falou ela rapidamente, sem muita pontuação ao nexo entre as palavras. – “Mas aí eu cheguei lá e o Draco tava pegando lá embaixo e.. e .. eu fiquei em choque.. eu nunca tinha visto! Eu vivo pensando nisso e nessas coisas, mas eu nunca fiz nada e nunca tinha visto nada, entende? E é mais legal ainda que a cueca dele! E é enoooorme! Eu pensava que devia ser por causa do tamanho da frente da minha cueca de estimação que eu roubei dele, mas eu não tinha certeza e noossssa.. agora eu tenho. Eu fiquei hipnotizada!! E ele tava lá..mexendo pra cima e pra baixo.. com.. com uma firmeza, Colin! Ai meu Deus.. e ele falou meu nome e aí eu senti um negócio no estômago e e.. um frio erm.. lá.. lá embaixo e aí ele olhou pra mim e eu olhei pro... pro.. pro Draquinho e vi com os meus próprios olhos que é realmente um DRACÃO, migoooo! E aí eu saí correndo e...” – falou a ruiva do mesmo jeito confuso então saiu de repente debaixo do seu esconderijo com uma expressão assassina. – “Você ta rindo?? Eu acabo de fazer papel de idiota do ano pro cara que eu fui apaixonada a vida inteira e você tá RINDO??”
Ao ver as lágrimas ainda não derramadas de Gina, Colin ficou sério, percebendo que, apesar de ser uma situação engraçadíssima pra quem está de fora, era difícil pra ruivinha que aparentemente ainda não havia se acostumado a pagar esses micos apesar de sempre ter sido desastrada e meio louquinha.
“ô, miga, desculpa.. vem cá.” – disse ele se aproximando pra abraça-la, mas ela só fechou os olhos com força como se quisesse ter o poder de mudar a realidade, então se enfiou debaixo do cobertor de novo. Sabendo que havia magoado a melhor amiga, Colin levantou a ponta do cobertor então entrou no esconderijo de Gina, sentindo alívio ao não ser expulso dali por sua falta de consideração. – “Desculpa, tá? Eu sei que parece o fim do mundo agora, mas o Draco te conhece.. Ele sabe que você tem essas reações meio maluquinhas. E ele me disse uma vez que essa é uma das coisas que ele mais adora em você.”
“Ele disse isso? Jura?” – perguntou ela numa voz insegura e vulnerável.
“Juro. Eu nunca menti pra você, lembra?”
“Pff.. lembro de você falando que ia me dar o seu primogênito se eu concordasse em cortar ‘aquela juba’” – respondeu com um sorriso que, se ele enxergasse naquele escuro iria ver que estava meio choroso. – “Eu tenho medo dele cansar de ficar no vácuo... Você disse que ele deve estar passando maus bocados com isso, mas eu não faço de propósito, é porque eu quero ficar perto dele e fico pensando em fazer coisas com ele o tempo inteiro, mas aí quando a gente ta lá se beijando tem horas que... eu fico nervosa e aí paro... e tem um monte de câimbra silicone querendo fazer o que ele quer, Colin... mas a gente só começou a namorar a alguns dias e... sei lá...”
“Eu também quero ficar perto de você...” – falou Draco perto da cama depois de ter ouvido a última parte do que a ruiva havia dito, fazendo os dois escondidos ficarem estáticos. – “Não precisa acontecer mais nada, eu só quero ficar perto de você.. ninguém mais.”
“Colin você não fecha a porta não?” – murmurou Gina emburrada com o amigo, decidida a fingir pra si mesma que Draco não estava ali e não tinha ouvido nada do que ela havia falado.
“O que aconnnteceu?” – ouviram Chris perguntar, então Colin saiu debaixo do cobertor e, depois de notar com estranhamento que o francês havia saído inteiramente vestido de dentro do banheiro, fez um sinal pra porta demonstrando que era melhor eles saírem.
Sem olhar pra trás pra ver se estava sendo seguido, Colin saiu do quarto e Chris, após hesitar por alguns segundos, seguiu o amigo.
“Gina, você não acha que a gente devia conversar sobre isso?”
“Isso o que? Não aconteceu nada e eu só decidi vir dar uma sonequinha no quarto dos meus amigos. E você está lá no nosso chalé dando uma sonequinha também.”
“Você não quer falar sobre o que aconteceu agora?”
“Essa presunção estaria correta.”
“Então considerando literalmente essa afirmação, você não vai ter que falar nada, mas vai ter que me ouvir.”
“...”
“Eu não quero que você se sinta pressionada a fazer nada. Eu não to com pressa nenhuma e o que você viu foi simplesmente uma reação física.” – parou de falar ao ver o montinho na cama se levantar e um rostinho vermelho e cheio de expectativa aparecer meio cabisbaixo. - “Gina... eu não espero que você faça nada em relação ao que você viu se não estiver confiante de que essa é a sua vontade. E eu não vou atrás de mais ninguém porque essas reações ultimamente só acontecem perto da minha irmã de criação, sabe?” – continuou, tentando fazê-la entender que não precisa ter medo, e sorriu ao ver o sorriso tímido dela. – “Eu sou apaixonado por você... não tem por que você se sentir insegura. E o Colin disse a verdade, porque eu sou louco por esse seu jeito estabanado e além do mais, das reações que você poderia ter tido essa não foi a pior.”
Ao ser lembrada que havia saído correndo, Gina voltou a parecer sofrer comicamente então voltou a se enfiar debaixo do cobertor, fazendo Draco começar a rir e abraçá-la mesmo envolta da coberta. – “Também não foi a melhor, mas..”
“Draco!!” – gritou a ruiva ali debaixo então saiu toda descabelada. – “Não tem graça.”
“Tem sim.” – disse depois de tirar alguns fios de cabelo do rosto da namorada e roubar-lhe um beijo. – “Agora vamos. Você tem que se arrumar com alguma roupa que vai me fazer sofrer a noite inteira.” – falou brincando sobre a situação pra fazê-la perder um pouco da gravidade e ganhando outro sorriso de Gina. Não esperava, todavia, que a ruiva pulasse no colo dele o abraçando fortemente, numa demonstração de carinho quase infantil.
“Eu também sou apaixonada por você.” – disse ela sentindo o rosto quente novamente, e Draco se aproximou para beijá-la, mas o telefone do quarto tocando quebrou o clima.
“Alô?” – perguntou Draco depois de se debruçar na cama pra pegar o aparelho, inocente do olhar curioso de Gina na direção do seu ‘draqu.. erm.. dracão’.
“Col- Draco? O que você ta fazendo aí? Não, esquece.. dá pra você vir trazer roupas pra mim e pro Harry no chalé 42?”
“Oxe.. vocês não foram aí vestidos não?”
“Não, essas meninas malucas roubaram até as nossas cuecas e saíram correndo!! A gente ta enrolado nas toalhas de mesa!” “fala pra ele vir logo, porra!” – falou a voz irritada de Harry um pouco mais distante da voz de Blaise, que estava com o telefone.
“Ta, já to indo..” – disse Draco já começando a rir. – “Mas como que elas roubaram essas roupas??”
“Strip Poker” – falou Blaise, mas Harry estava resmungando logo atrás. – “Cara ruim de poker.. falei pra parar de ficar olhando pro peito dela.. puta que pariu..”
A festa, como anunciado, teve seu início exatamente ás vinte e duas horas e sua decoração elegante mas fria como tudo envolvendo pessoas de posses econômicas parece ligeiramente se aquecer na medida em que os hóspedes jovens chegavam cheios do espírito da bebedeira que já não se encontrava nos seus pais, que provavelmente estariam em outro saguão do resort conversando política e ações e degustando um puro malte.
Alas.. a juventude.
Gina estava sentada em uma das namoradeiras, segurando um drink colorido e estranhamente gostoso na mão esquerda enquanto observava Draco fugir da guria que aceitou o desafio de tentar conquistá-lo agora que a câimbra silicone parecia haver desistido. Sorriu um pouco balançando a cabeça em negativo então virou pra sua esquerda e rapidamente à sua direita avistando Harry e Blaise, porque na direção que olhou primeiro estava parado o caralho-véi e seus capangas.
Os dois amigos estavam no extremo oposto do lugar onde as ganhadoras de poker estavam, parecendo emburradas ao observar que eles dois tinham novos alvos. - ¬ é.. foram dar uma de espertas e se lascaram... – pensou Gina, rindo por dentro e observando Blaise se aproximar de um jeito sexy pra dar feliz aniversário à Bruna Dugrey (n/a: feliz aniversário, guria!!), filha de um dos magnatas hospedados no resort e, aparentemente, o novo interesse romântico dele, enquanto Harry retirava uma sujeira inexistente do rosto daquela que ele apelidara de anjinha desde o dia em que haviam chegado no hotel. As duas ficaram vermelhas e abaixaram o olhar timidamente e Gina teve que revirar os olhos de indignação pela fraqueza feminina diante desses meninos. Desconsidere-se o fato de que ela faz a mesma coisa perto de Draco...
Quando achou que já tinha ficado tempo suficiente sem olhar pro namorado pra disfarçar um pouco, Gina voltou a observá-lo com um sorriso muito mal disfarçado de melancolia até que quase derruba o drink que segurava no momento que Colin sentou de rompante ao seu lado.
“Essa festa tá um saco.” – disse o loirinho em uma demonstração de indignação pouco característica dele então pegou o drink da mão de Gina e virou tudo em um gole só.
Estranhando a atitude do amigo, que praticamente nunca ficava de mau humor, Gina aceitou o copo vazio que Colin estava lhe devolvendo então passou os olhos pelo salão à procura de Chris, o avistando do lado de fora, na varanda, falando ao celular. – “Você e o Chris brigaram?”
“Pffff..” – foi a resposta de Colin. Isto é... isso além da careta aborrecida.
“O que ele tem, hein?”
“Sei lá, miga. Eu sei que pela primeira vez na vida eu sou inocente, mas acho que ele deve estar com raiva de alguma coisa, porque ta me ignorando desde ontem.”
“Mas vocês brigaram?”
“Não! Eu to quietinho, sendo o meu maravilhoso ser como sempre! E... poxa, a gente tava se dando tão bem e ele acha tudo que eu falo engraçado.. e nem se importa de ficar lendo do meu lado enquanto eu faço os tratamentos de beleza daqui... e não fica bravo quando eu interrompo a leitura dele pra falar alguma besteira...e..”
“Erm... Colin... você ta gostando do Chris?”
“Lógico, ele é meu amigo.”
“Não.. você ta gostando gostando do Chris?”
“Eu não, miga! Você acha que eu ia parar de gostar de um garoto hetero pra começar a gostar de outro? Naaaão... lógico que não, não sou doido.”
“Você nem fica mais babando quando vê o Harry sem blusa... Pra falar a verdade eu não vi você nem piscar os olhos na direção dele ou dos outros caras nem quando eles estavam de sunga.” – disse Gina, apontando os fatos pra que Colin juntasse as peças e chegasse á conclusão óbvia.
“É porque eu sempre estou prestando atenção em outra coisa na hora, ué. Não sou um doido que não consegue se conter, miga.” – falou Colin olhando na direção em que Chris estava ainda falando no telefone então virou pra Gina, que estava com a sobrancelha levantada como se ela quisesse provar o que estava falando só com aquele gesto. – “Ta bom, ta bom, eu sei que não me contenho mesmo, mas agora eu... eu tava fazendo outra coisa que eu não lembro.”
“Você tá com o Chris o tempo todo, miguim.. E Colin... você também acha engraçado ou interessantíssimo tudo que ele fala.”
Alguns segundos se passaram com os dois olhando pra festa sem ver de fato o que se passava à sua frente até que Colin respira fundo e balança a cabeça em negativo lentamente, como se quisesse ainda negar pra si mesmo a conclusão que havia chegado. – “Eu não acredito que me apaixonei por um cara hetero de novo. Que beleza! E ele ainda vai embora pro outro lado do mundo, isso não é uma diliça?? – falou com amargura então acenou pro garçom indicando que queria uma bebida.
“Ai, Colin, desculpa.. eu to tão envolvida com o que está acontecendo comigo e o Draco que nem tava do seu lado até agora... nem tava vendo isso tudo acontecendo...” – falou Gina com remorso pois ele sempre esteve do lado dela quando ela precisou.
“Oxe, miga! Seu timing é perfeito! Eu nem tinha percebido que tava gostando dele até você roubar minha técnica e me fazer ver a verdade.” – falou sorrindo um pouco então levantou o drink que havia pegado e Gina fez o mesmo. – “À amizade!” – falaram com um sorriso meio lacrimoso, verdadeiramente felizes de ter um ao outro então beberam do drink e voltaram a olhar pra festa se sentindo ligeiramente mais leves.
Um tempinho se passou e o casal de amigos estava oficialmente entediado e olhando de longe os seus objetos de afeição e tudo em volta do salão, que transpirava a riqueza dos hóspedes do hotel pela opulência da decoração à criatividade e diversidade de bebidas e petiscos, até que um conhecido toque de celular ecoou pelo salão mostrando que a Dj era realmente bem excêntrica.
Salut Yelle!
Salut Christelle!
Ao ouvir essas palavras, que ambos reconheceram como a música Parle á ma main – Fatal Bazooka feet Yelle, que eles sempre ouvem no youtube e se divertem imitando a coreografia, Colin e Gina se olharam com a boca aberta como se não acreditassem.
Hé on est pas des putes à frange!
C'est clair!
Et on va leur dire!
Ok
“É um sinal!” – disse Gina já começando a rir e colocar seu drink da mesinha ao lado como Colin tinha feito, mas ele a respondeu mostrando a mão e falando junto com a música:
Parle à ma main! (n/a: Tradução: Talk to the hand ou Fala com a mão. É um clipe zoando os Estados Unidos. Se vocês querem ter uma visão de como eles vão agir durante essa cena eu aconselho que dêem uma olhada no clipe dessa música, gente! Quando vi a primeira vez achei a cara deles dois)
Ambos se levantaram e começaram a fazer comicamente a coreografia da música ao mesmo tempo em que andavam pro meio do salão, cantando e se divertindo com só eles sabiam.
Tu fait trop pitier, tu m'soule, vas-y parle à ma main.
Si t'as pas compris, ca veux dire oublie moi, hum, hum.
Jt'écoute pas, t'existe pas donc vas-y parle à ma main.
Si t'as pas compris, ca veux dire non merci, hum, hum.
Avec mes biatche, j'me déanche dans la rue.(pia pia pia)
Derriere nous un gars, il me matte le cul.(oh le relou)
Oué c'est normale j'suis bonne, en MissXtri taille basse.(c'est clair)
Il moule trop bien mon boule, avec juste avec le string qui depasse.(huhu)
T'sais j'ai que 16 ans mais j'fais d'jà 95 B.
Grace a mon sous-tif Etaham, que j'ai trop bien rambouré.(huhu)
Bref le mec m'acoste, dans son pauvre survêt Lascoste.
''Hey, mademoiselle, t'est charmente, ca te dirait une glace à la
menthe ?''
Ah, ah. P.I. : Pas Interessé !
Dançavam, cantando e fazendo gestos exagerados que condizem com o que a música fala, alheios aos olhares de desdém que várias pessoas davam enquanto seguravam seus drinks e faziam pose como sempre se portavam nessas ocasiões sociais. O que ninguém confessaria nem sob tortura é que gostariam de se sentir livres pra fazer o mesmo porque, ao contrário de todos ali presente, eles dois eram os únicos que pareciam realmente se divertir.
Tu fait trop pitier, tu m'soule, vas-y parle à ma main.
Si t'as pas compris, ca veux dire oublie moi, hum, hum.
Jt'écoute pas, t'existe pas donc vas-y parle à ma main.
Si t'as pas compris, ca veux dire non merci, hum, hum.
Parle, parle, parle a ma main c'est bon tu m'lache.(daccord)
Parle, parle, parle a ma main maint'nan degage.(ok).(x2)
Harry riu ao ver a festa particular que Colin e Gina pareciam ter arranjado para si então olhou para sua anjinha se sentindo aliviado por observar que ela olhava o casal parecendo achar aquilo verdadeiramente divertido e não com aquela cara de limão azedo de várias outras garotas que olhavam para Gina naquele instante.
Les mecs ils sont tous nuls, (a wai)(x2)
Les mecs, les mecs, les mecs ils sont tous nuls.(ba pourquoi?)
Les mecs ils sont tous nuls ils pense qu'a nous mettre des doigts.(a degueu)
Ils font que nous trompé jl'ai lu dans biscavita.
Mes parent aussi ils sont trop pas opé.(oh les boules)
Ils veulent pa que je fume et ils veulent meme pas divorcé.(ma pauvre cheri)
J'en ai vraiment marre d'etre leur bouquet mistere.(tu métone)
Ils comprennent pas que pour survivre j'ai besoin d'un scooter.
Si sa continu j'te jure j'vais fugué en boite.(ta trop raison)
Et pour bien les faire chié je rentre qu'a 2h du mat'.
Huhu ç.c : ça crain
Draco olhou pra Gina dançando e teve sorte de todos estarem tão chocados com a apresentação, pois do contrário qualquer um veria que estava completamente bobo e apaixonado pela ruivinha maluca. Ficou óbvio para ele o fato de que essa música significava algo pros dois amigos e por um instante sentiu uma ponta de ciúmes da ligação forte que ele sabia existir entre Gina e Colin. O loiro começou a rir ao vê-la fazer um gesto em paródia a uma lady francesa, mas aos olhos dele ela realmente pareceu uma francesinha perua e continuou se divertindo com o show até o término da música, dando graças a Deus por não ter que escutar as baboseiras que a garota ao seu lado estava falando.
Tu fait trop pitier, tu m'soule, vas-y parle à ma main.
Si t'as pas compris, ca veux dire oublie moi, hum, hum.
Jt'écoute pas, t'existe pas donc vas-y parle a ma main.
Si t'as pas compris, ca veux dire non merci, hum, hum.
Parle, parle, parle a ma main c'est bon tu m'lache.(daccord)
Parle, parle, parle a ma main maint'nan degage.(ok).(x2)
Blaise estava... erm… Blaise na verdade não estava olhando a dança, pois não estava em nenhum lugar à vista, mas se estivesse provavelmente estaria rindo ou, dependendo do teor alcoólico no seu sangue, se juntaria à dança no meio do salão. E... bom.. a aniversariante Bruna Dugrey também estava ausente do salão...
Hmmhmm, ok, c'est bon tu m'lache
Mais pour qui tu t'prend c'est bon t'es pas mon pere
Hmmhmm, ok, c bon T'arrete!
Mais pour qui tu t'prend c'est bon parle a ma main
Girl power,huhu
Alors va t'acheté une vie, t'es pas dans ma liste d'ami
UN j'te baffe
Puis DEUX tu flippe parce qu'a TROIS chui deja parti
Moi, moi, moi et mes pine-co
Pas un seul kilo en trop
UN on couche
Puis DEUX on t'note
Et TROIS on sl'envoi en texto.(wai)
Rien qu'quand tu m'parle tu m'véner
Ferme la c'est moi qui gere
UN on commande,
DEUX tu paye
Et TROIS tu m'enmene au concert
Arete de m'suivre comme un chien, les mec sa sert trop a rien
Wai c'est exactement ça ma cheri on a qu'a d'venir homo: O.M.O
Euuuuh F.B.I.: Foss Bonn Idée
Parle, parle, parle a ma main c'est bon tu me lache.
(aller mad'moiselle balance ton numero)
Parle, parle, parle a ma main maint'nan degage.
(oki daccord ta gagné, j'te lache mon numero)
Parle, parle, parle a ma main c'est bon tu me lache.(tu note?)
Parle, parle, parle a ma main maint'nan degage.
Ao final da música muita gente estava com sorrisos relutantes no rosto e alguns corajosos ou bêbados até se aventuraram nos passos que haviam acabado de aprender, mas o fato é que até o final da festa Colin e Gina dançaram e se divertiram, sem dar muita atenção ao fato de que Draco e Chris se esforçavam pra ter uma conversa interessante já que pela primeira vez foram forçados a sentar juntos sem mais ninguém por perto, mas não conseguiam tirar os olhos do meio do salão por mais de meio minuto.
Gina apaga a luz do banheiro, sentindo-se cheirosa depois do banho, mas mais importante: ainda estava corajosa depois dos coquetéis que havia tomado. Ela mordeu a boca pra conter o nervosismo e excitação que sentia, então caminhou até a cama, sentindo os olhos de Draco vasculharem seu corpo escondido apenas pela pequena camisola de seda cor de pérola.
Draco tossiu um pouco pra disfarçar o que sentia, com medo de Gina se assustar novamente como fizera naquela tarde, então perguntou se ela queria ver se tinha algum filme legal passando aquela hora.
“Não... ahn.. eu to meio cansada.
“Ah.. eu também to meio cansado.” – falou o loiro na falta de mais interessante pra dizer então pensou em um detalhe. – “Você.. você quer dormir na outra cama?”
Estranhando um pouco a oferta do outro, a ruiva não soube mais o que pensar. – “Você quer dormir sozinho hoje?”
“Não! É porque.. sei lá.. eu achei que você pudesse querer dormir sozinha hoje..”
“Não, eu quero dormir com você.” – respondeu ela sentindo o rosto ficar vermelho tanto por sua coragem de dizer aquilo como por lembrar o motivo pelo qual Draco pensou que ela poderia querer dormir sozinha.
Draco sorriu e puxou a coberta. – “Então vem pra cá. Eu queria ficar perto de você a noite inteira.” – disse se sentindo ligeiramente mais confiante.
“Eu também...”
“Humm.. Tava nada! Tava lá dançando até se acabar e n-nem lembrou de mim.” – disse brincando, tentando aliviar sua tensão ao assistir Gina subir na cama e engatinhar até ele, então foi incapaz de manter sua voz estável quando ela se deitou parcialmente em cima dele, com a cabeça no seu peito.
“É porque eu e o Colin fizemos um pacto de se divertir, porque até tocarem a nossa música nós dois estávamos emburrados e achando a festa um saco. E você tava lá ocupadíssimo com uma garotas que tinham cara de ser burras.”
Draco sorriu ao ver o ciúme da namorada então beijou sua cabeça e voltou a deitar a cabeça no travesseiro aproveitando os carinhos dela na sua barriga. – “Você tava linda dançando. Eu queria poder dançar com você.. Lembra quando a gente dançou naquela boate?
“Humrum...”
“Naquela noite eu tava começando a parar de negar que queria você.” – disse ele com uma voz mais séria ao lembrar nitidamente a cena dela dançando com Harry.
“Nossa eu te xinguei tanto quando você parou de dançar comigo pra ir ficar com a Pansy.”
“Ela me pegou de surpresa... Quando eu comecei a perceber o que sentia por você eu ficava indo e voltando entre aceitação e negação.. Por isso que eu brigava tanto com você. Eu morria de ciúmes porque achava que qualquer cara que chegasse perto de você poderia tentar fazer o que eu nunca poderia.”
“Eu nunca pensei que pudesse ter sido difícil assim pra você..” – murmurou Gina, sentindo o cheiro dele e sentindo seu corpo esquentar. – “Eu lembro que você ficou beijando a Pansy olhando pra mim.. como se estivesse com raiva de mim.”
“Mas eu tava mesmo. Tava achando que você ia ficar com o Harry.”
“Coitado dele... ele reclamou tanto de ter sido o escolhido pra fazer ciúme em você. Toda hora ele reclamava que ia perder um dos melhores amigos por causa das nossas idéias malucas.”
“É, a gente conversou sobre isso. E ele também me contou os vários planos pra me matar de ciúmes, viu, senhorita?? Ainda vou pensar num castigo pra você.” – falou brincando, mas outras partes do corpo rapidamente deram sinal de vida ao imaginar opções de punição bem interessantes, então ele ficou estático com medo de Gina perceber as reações dele.
“Mas funcionou, né? Foi assim que você viu que gostava de mim e te fez finalmente ter coragem de me beijar naquele baile. Eu achei que ia ter um troço de tão perfeito que foi.”
Draco sorriu de canto de boca, mesmo ainda estando tenso, então a apertou mais contra ele. – “Eu te beijei antes daquele noite.”
“Hã?”
“No primeiro dia que a gente dormiu junto... Eu acordei de madrugada e fiquei te olhando. Foi nesse dia que eu percebi que não tava só com tesa.. erm... desejo. Foi aí que eu admiti que estava apaixonado.”
Ela só sorriu em resposta, mas ele não viu do ângulo em que estava então continuou. – “Foi só depois.. depois do acidente, com você me ignorando, que eu percebi que na verdade sempre fui apaixonado por você. Mas esse sentimento tava ali desde tão cedo que eu não reconheci até o momento em que virou algo mais carnal.”
“Antes tarde do que nunca, né?” – disse a ruiva sorrindo então levantou a cabeça e eles ficaram se olhando por um tempo, como se estivessem lembrando tudo que tinham passado pra estar ali, até que ele a beijou. Ela escorregou um pouco o corpo pra cima pra beijá-lo melhor, mas ele ficou quieto, com as mãos paradas nas costas dela, apesar de dominar o beijo a fazendo se submeter às suas vontades como sempre fazia.
Depois de um tempo se beijando Gina começou a acariciar a perna dele com sua própria perna ao mesmo tempo em que suas mãos passavam pelo seu pescoço e peitoral, mas Draco quase não mexia suas próprias mãos, parecendo obrigá-las a ficar quietas, as apertando contra a pele da namorada.
De repente Draco quebrou o beijo, que estava se tornando cada vez mais lascivo, o tornando mais terno e lento até se separar com vários pequenos beijos. Gina começou a se sentir frustrada e rejeitada, mas o olhar completamente bobo dele olhando pra ela lhe deu certeza de que não existiam razões pra ela ficar insegura.
“Você ta com sono, né?” – perguntou Draco, olhando pra ela intensamente, como se procurasse descobrir se havia passado dos limites com aquele beijo ou não.
Sem entender que Draco estava apenas oferecendo uma saída para o caso dela estar sentindo que as coisas estavam acontecendo rápido demais, Gina concordou em dormir, pensando que era isso que ele queria, então virou pro seu lado esquerdo e sorriu um pouco ao sentir Draco abraçá-la por trás e cheirar seu cabelo.
“Boa noite, ruivinha cheirosa...”
“Boa noite..” – respondeu ela no mesmo tom e trazendo o braço dele ainda mais perto de si. E assim ela passou algum tempo antes de pegar no sono... pensando que Draco podia estar apaixonado por ela, mas a achava bobinha demais pra fazer alguma coisa interessante depois da reação dela naquela tarde.
Não sabia, entretanto, que o loiro passou mais ou menos o mesmo tempo acordado tendo o cuidado de deixar sua cintura longe dela, pois do contrário ela sentiria seu estado depois daquele beijo, então começou a pensar no professor Snape recitando poesias francesas pra fazer com que essa bendita reação desistisse de ficar firme e forte.. e depois de algum tempo começou até a rezar, porque só Deus sabe como ele ia agüentar essa noite até poder resolver o problema sem ser flagrado novamente.
Dia 31 de dezembro – área de spa do hotel.
Depois de uma partida de tênis em que seu professor Draco Malfoy a levantava no colo, a beijava ou fazia qualquer dessas coisas fofas toda vez que ela conseguia a tarefa incrível de acertar a bola que a máquina a jogava, Gina estava acompanhando o melhor amigo numa infusão de beleza enquanto desabafava algo que a estava preocupando desde o dia anterior. - “... beijei e tudo mais e ele ficou lá igual uma estátua. Ele me acha boba, Colin. Depois de ontem ele acha que eu sou uma boneca que ele não pode nem pegar que vai se quebrar.. ou pior, sair correndo e se esconder debaixo de um cobertor... Deus... Por que você me deixa fazer essa coisas, hein?” – perguntou pro amigo como se ele pudesse impedi-la de ser o que ela é.
“Miga, ele só ta te respeitando. Eu acho muito legal da parte dele.. e você mesma disse que vocês só estão namorando a alguns dias.”
“É, mas eu gostava quando ele ficava louco quando me beijava.”
“E quem disse que ele não fica, miga? Essas coisas não dá pra ligar e desligar não! Você acha que da noite pro dia ele ia parar de querer fazer e acontecer com você só porque você é doida? Aoonde!” – respondeu o loirinho ligeiramente exasperado pela teimosia da amiga e também porque não estava no melhor dos humores.
“Ai, Colin, desculpa.. você me chamou pra tomar banho de chocolate pra relaxar e eu fico te enchendo o saco...”
“Nada.. quando eu penso na sua situação com o Draco eu não estou pensando naquele francês maluco.”
“Ele ainda ta esquisito?”
“Esquisito? Ontem eu ouvi ele falando com o pai dele que queria voltar pra casa. Não entendi direito por que, mas dava pra saber que ele queria voltar.”
“Sério?? Mas o que será que aconteceu? Eu tentei conversar com ele hoje mas ele só falou coisas sem importância.”
“Eu também tentei falar com ele, mas parece que agora ele tem raiva de mim. Eu não to entendendo nada... esse final de ano ta sendo uma bosta, miga. O pior é que eu tenho certeza que não fiz nada de ruim pra ele.” – falou com o tom de voz bem triste, então se levantou da banheira em que estavam. – “Vamos lá pra piscina encontrar o pessoal? Lá tem mais gente e eu pretendo olhar todas as bundas que eu não olhei desde que cheguei aqui. Eu nem sei a cor das sungas do Harry e do Blaise, olha que absurdo!”
Em meia hora os dois já haviam tomado banho e estavam entrando a área da piscina, então começaram a andar a procura dos seus amigos, mas o que encontraram primeiro foi Chris na borda da piscina falando com ninguém mais ninguém menos que a câimbra silicone.
Colin olhou pra ele com tristeza, mas sabia que não tinha o direito de ter raiva, então continuou andando como se não o tivesse visto. Gina, todavia, olhou pra trás estranhando a atitude de Chris já que aquele não era o tipo de garota que Gina imaginava que o atrairia, então ficou com a expressão confusa ao ver que o amigo estava olhando pro Colin com arrependimento e tristeza. Uma suspeita passou pela cabeça de Gina então ela arregalou os olhos. – Eita, por essa eu não esperava!! Será??Não.. até parece, eu to ficando maluca... Mas será??
“Espera por mim, Colin!” – disse ela, correndo atrás do amigo então poucos minutos depois eles já estavam acomodados na mesa em que as coisas de Draco, Harry e Blaise estavam guardadas.
“Humm.. ambas sungas escuras e grandinhas dos lados.. Básico e de bom gosto como eu esperava..” – falava Colin pra si mesmo ao mesmo tempo em que retirava sua roupa, mas antes que pudesse tirar a calça uma voz o tirou da sua análise discreta das bundas ali presentes e disponíveis.
“Posso falarrr con você?”
Colin virou pra trás parecendo confuso, então olhou pra Gina como se perguntasse ‘o que é que ta acontecendo?’ e ela o respondeu com os ombros em um gesto que diz ‘não faço nem idéia’. O loiro voltou a olhar para Chris então pegou a blusa e o casaco que havia acabado de tirar. – “Pode ser.. achei que você que não queria papo com ninguém.”
“Non.. é que eu.. erm.. a gente pode irrr converrrsar em outrro lugar? No nosso chalé?”
Sentindo uma vontade inexplicável de sorrir ao ouvir o outro falar no chalé deles, Colin colocou a blusa então sorriu. – “Humrum.. vamos pra lá então. Miga, no almoço a gente se encontra, ta?”
“Ta, eu ligo pro quarto de vocês.” – respondeu ela acenando com um sorriso pro dois então continuou a tirar a roupa, sem perceber que Draco a olhava de onde estava na piscina.
Ao chegar na borda onde seus amigos estavam Gina sorriu pro namorado, que rapidamente veio pra onde ela estava e levantou seus braços em convite. Ela pulou na piscina e voltou a á superfície dando graças a Deus por eles estarem em uma parte em que os jogadores de basquete ficam facilmente, mas suas acompanhantes não podem fazer o mesmo se forem adeptas de oxigênio.
Tendo a desculpa pra se agarrar em Draco, Gina passou a mão no cabelo pra tirar alguns fios do rosto então sorriu pras duas novas pessoas do grupo ao mesmo tempo em que Draco beijava sua bochecha.
“Oi.”
Blaise, que estranhamente havia parado de tentar arranjar alguém pra Draco, se ocupou com as apresentações, dizendo que aquela era Gina Weasley, sem colocar o aposto que antes sempre fora obrigatório de ‘irmã do Draco”, e informando à amiga que aquela em seus braços era a aniversariante da noite anterior, Bruna Dugrey, e a sortuda que Harry havia acabado de afundar de brincadeira na piscina era Amber Dumont que, assim como Bruna, logo começou a conversar com Gina com uma expressão sincera de divertimento o que, convenhamos, não era muito comum naquele círculo de hóspedes, em sua maioria podres de ricos e convencidos de que são a última coca-cola do deserto.
Pela primeira vez na viagem, Draco soube que os amigos estavam com o mesmo predicado que ele, já que olhavam pras suas garotas com um mal disfarçado desejo e uma grande frustração ao ouvirem suas risadas ao conversarem umas com as outras, o que indicava que, aparentemente, elas tinham se dado super bem, o que dificultava proceder com as atividade debaixo d’água que cada um deles tinha em mente.
As três tinham rapidamente renunciado o colo de seus cavalheiros galantes pela oportunidade de fofocar os acontecimentos dos últimos dias apoiadas na borda da piscina a poucos metros dos meninos e Gina sentiu uma vontade enorme de contar que estava com Draco quando as outras duas começaram a trocar figurinhas sobre as atitudes de Harry e Blaise.
Os ditos cavalheiros a poucos metros dali continuavam a observá-las e participavam de meio sem vontade de uma conversa sobre o campeonato estadual do próximo semestre, até que Blaise não agüentou e falou em voz baixa. – “Gente, o que é essa aniversariantezinha? Eu nem tinha visto ela por aqui até ontem á noite. Onde que ela tava escondida??”
“Blaise, você já vai começar o ano estraçalhando corações? Ela é novinha...”
“Claro que não. Eu gostei dela... e ela me disse que já me conhecia de nome porque o pai dela é amigo do meu. Parece que ela não gosta muito de ir nas festas com o pai dela porque diz que é entediante. Nunca se sabe, ela pode até fazer de mim um homem sério.” – respondeu Blaise com um sorriso de canto de boca que indicava que ela poderia até fazer isso, mas ele tentaria até o fim continuar nada sério, então levantou sua taça de champanhe vazia na direção do garçom que estava rodeando por ali.
“A Amber ainda não ta bem na minha não. Mas ela ta me deixando maluco! Se o que a gente tiver fazendo na virada do ano for o que vai acontecer o resto do ano eu vou me preparar pra uma temporada boa de tentação e frustração sexual.” – disse Harry olhando pra nova dona de suas fantasias então fez uma cara de riso na direção de Draco que não passou despercebida por Blaise.
“E você, cara? Enjoou de mulher?” – brincou ele sabendo que essa possibilidade era nula. – “Já joguei tudo quanto é mulher pra você e nada. Não to te reconhecendo.” – continuou, mas se Draco e Harry não estivessem tão entretidos em olhar suas garotas iriam ver a expressão desconfiada de Blaise ao perceber a direção em que Draco fitava.
“Cara, eu namorei um tempo com a Pansy.” – disse fazendo uma cara exagerada pra dar ênfase ao que falava. – “Você ainda estranha que eu não queira nada com essas gurias que você fica me arrumando aqui? E eu tenho que cuidar da Gina depois de você colocar aqueles bombados atrás dela igual cachorro atrás de carne.”
“Deixa ela se divertir! Não precisa ficar com ela o tempo inteiro.”
“Mas eu quero ficar com ela o tempo inteiro agora que a gente parou de brigar.”
Blaise ficou olhando um tempo, então deu com os ombros e levantou sua taça pro garçom que havia acabado de se aproximar enche-la. – “É, vocês sempre foram muito próximos, né?”
“Humrum.” – respondeu Draco e Harry, sabendo que aquela conversa estava tomando rumos perigosos, resolveu juntar o útil ao agradável os chamando para reclamar suas garotas.
Eles voltaram a ser um grupo só por alguns instantes, mas rapidamente se separaram em casais sendo que dois deles procederam a agir como casais e um deles, Draco e Gina, continuaram parados, somente sentindo seus corpos se tocarem frustrantemente submersos na água quente.
Em minutos eles já estavam com a atmosfera confortável e divertida como sempre entre eles, mas Draco estava constantemente preocupado em conter suas reações ao imaginar o que poderia estar fazendo com o corpo quase desnudo de Gina enquanto ela olhava de vez em quando discretamente pra todos os casais ao seu redor, nos cantos da piscina ou nas mesas, percebendo que vários desses casais jovens se beijavam sensualmente, com as mãos rondando seus corpos no limite do moralmente aceitável em público.
Se sentindo cada vez mais boba e inexperiente Gina começou a tomar o suco que Draco havia pedido pra ela, lembrando do modo como Pansy o beijava com abandono quando eles estavam namorando.. e como ele parecia gostar, já que havia agüentado ficar tanto tempo com ela. O que ela não sabia é que estava causando quase delírios no namorado ao ficar chupando aquele canudinho enquanto enrolava alguns fios de cabelo nos dedos, como costumava fazer quando estava pensando em algo.
“Ahnn... Gina?” – disse Draco com a voz ligeiramente mais fina e depois engoliu em seco.
“Hum?”
“Vamos à sauna antes do almoço? Tipo... Agora?” – falou Draco com a face vermelha, mas Gina presumiu ser por causa da água quente.
“Bora.” – respondeu sorrindo então voltou a colocar a boca no canudinho, chupando de uma vez o resto do suco que estava ali e quase matando Draco no processo, então colocou o copo um pouco mais longe de si, apoiou-se na borda e se levantou com os braços, dando uma visão privilegiada ao loiro.
Ela deu alguns passos, distraída com seus pensamentos, então percebeu que Draco não estava ao seu lado e voltou a olhar pra trás se deparando com seu namorado boquiaberto ainda dentro da piscina. – “Ué, você não vai vir não?”
“Humrum.. dá pra você me levar a toalha ali na escada?” – perguntou o loiro ao lembrar que não estava a fim de deixar todos saberem que estava á ponto de rasgar sua sunga.
“Ta bom.” – respondeu ela com um sorriso distraído, sem se preocupar em pensar nas razões de Draco pra fazer esse pedido. Estava muito ocupada pensando que ele não a desejava porque a achava muito inocente...
Ao chegarem à sauna, todavia, Draco a encostou contra a parede assim que percebeu que estava vazia como ele havia presumido já que estava na hora do almoço. Pega de surpresa, mas nem um pouco insatisfeita com essa atitude, Gina respondeu o beijo com vigor, passando as mãos por suas costas, então quebrou o contato dos lábios ao deixar a cabeça cair pra trás no momento em que Draco puxou sua cintura para si e ela pode sentir o quanto ele a desejava, ao contrário do que ela pensava. – “Você ta me deixando louco naquela piscina.. chupando aquele canudinho com essa boca carnudinha. Você quer me matar desse jeito? – murmurou ele com a voz rouca ao mesmo tempo em que beijava seu pescoço.
Sentir Draco a pressionando entre a parede e a rigidez entre suas pernas, murmurando aquelas coisas, fez Gina sentir reações inexplicáveis no estômago e ao mesmo tempo ficar nervosa sem saber como agir, não percebendo o fato de que quando não pensava e agia por instinto ela o satisfazia mais do que Pansy ou Mandy ou qualquer outra garota. Infelizmente sua reação foi observada pelo loiro no segundo em que ela hesitou com suas mãos, então ele se obrigou a parar e se afastar um pouco.
“Desculpa, eu não agüentei depois de ficar tanto tempo na piscina com você assim e..” – começou ele falando rápido, como se quisesse se justificar antes que ela pudesse brigar com ele.
“Não, Draco, não precisa se desculpar não, eu gostei do que você fez.” – falou Gina o interrompendo, não querendo que ele começasse a ter medo de tocá-la. Que merda, eu tenho que me resolver logo, senão quando eu quiser fazer alguma coisa ele não vai querer ou então o.. dracão vai estará quebrado ou sei lá...
O silêncio do loiro foi o suficiente pra ela perceber que ele não havia acreditado no que ela falava então ela continuou. – “Eu juro, Draco. É só que pode chegar alguém e ninguém pode ver a gente, lembra?” Vai.. mente pra ele, sua besta. Porque eu não consigo falar que fico insegura e sem saber o que fazer? Ele já disse que quer ficar comigo... ele não ia rir nem nada. – pensou a ruiva, sabendo o que deveria fazer, mas sem ter coragem, pois uma parte de si ainda tinha medo de deixá-lo entediado e ele querer outra pessoa.
“Vamos almoçar então?” – ofereceu ele com um sorriso que dizia que estava tudo bem e Gina se viu grata pela paciência que ele estava tendo então pegou na mão que ele estava oferecendo, mas antes de começar a andar ele voltou a falar. – “Eu não quero que você se sinta pressionada nunca, ta? Eu vou ter essas reações porque eu gosto de você e não me canso de te tocar, mas eu não espero que a gente faça nada agora. A gente começou a namorar a menos de um mês e eu sei que a nossa situação é complicada, então não vai ficar se preocupando com isso. Promete?”
“Prometo.” – respondeu ela, mesmo não tendo muita certeza de que seria capaz de fazer isso, mas ao ver Draco a olhando com um meio sorriso ela percebeu que ele já sabia disso mas só o fato de que ela ia tentar já era o suficiente.
“Então vamos comer, porque eu já to morto de fome. E olha que legal...” – parou, deu um beijo no nariz dela e começou a rir.
“O que?”
“Agora você vai ter que tomar banho frio antes de sair daqui também.”
Depois do banho frio de antes de sair da sauna pro almoço Draco pareceu acalmar seus demônios da luxúria e pôde apreciar a tarde inteira de aconchego, troca de carinhos e risadas com a namorada, como lembrava que não poderia fazer em casa, e não conseguia conter o sorriso de felicidade no rosto, sem saber que, apesar de ter prometido que não se preocuparia, Gina não conseguiu parar de pensar que ele estava daquele jeito por acha-la bobinha demais pra tentar algo como o que havia acontecido na sauna ou quando Blaise havia dormido no quarto deles.
Ela sabia que queria e estava pronta pra ter mais intimidade com ele uma vez que, como Colin havia apontado, ela o conhecia a vida inteira e estava verdadeiramente apaixonada, mas precisava que as coisas evoluíssem de pouquinho em pouquinho e não que parassem nesse ponto totalmente inocente de só deitar de conchinha vendo filme ou fazer cócegas um no outro.
O problema era: Como falar isso pra ele? Ela não sabia e não tinha coragem.. e talvez fosse até melhor, porque toda vez que Draco ia um pouco mais além ela ficava sem saber o que fazer, demonstrando sua total falta de experiência...
Mal sabia ela que seu amigo álcool tomaria as providências para a resolução desse problema...
Às oito e quarenta da noite em ponto o salão de reuniões informais árabe do resort, iluminado por pontos de meia luz nos cantos, foi testemunha de Draco vestido casualmente passar pela entrada principal e sorrir ao avistar sua ruivinha sentada juntos com seus amigos.
O grupo estava em uma das várias partes reservadas, separadas dos outros sofás e mesas por várias camadas de tecido fino que saiam do teto elegantemente como tudo mais na decoração de qualquer lugar daquele resort de inverno, e conversava em volta de uma mesa redonda baixa, sentados em almofadas grandes de seda e linho de várias cores, ornamentadas com linhas e enfeites dourados, se deliciando com a cozinha árabe típica á sua disposição na mesa e Draco, depois de entregar seu sobretudo e casaco ao chapeleiro, foi de encontro aos amigos.
Todos haviam combinado em ter uma noite mais calma hoje ao invés de ir à festa no outro salão, planejando chutar o balde na festa de virada de ano que aconteceria no dia seguinte, mas Draco sabia que Blaise e Harry só haviam concordado porque tinham ao seu lado as garotas que queriam.
E assim a noite se passou com fartura de comida, bebida e boa conversa até que Blaise deu a idéia de brincar de ‘eu nunca’ de modo a obrigar todos a se soltarem ainda mais, senão pelo divertimento da brincadeira, pelo álcool que todos iriam tomando no decorrem do tempo pois cada vez que alguém tivesse feito alguma coisa beberia um gole do que tivesse na mão.
“ahn.. eu nunca..” – falou Gina com a taça de champanhe levantada e meio insegura por ter que começar a brincadeira já que havia sido escolhida por todos. – “Colei numa prova.”
Todos começaram a rir, pensando que ela estava brincando então, ao notar a vermelhidão do rosto dela, Colin abraçou a amiga. – “Mas passa cola que é uma beleza!! Não pára de estudar não, porque senão eu não passo mais de ano, miga!” – disse o loirinho aliviando a tensão da amiga, então todos procederam a tomar das suas bebidas já que todos haviam colado ao menos uma vez na vida, até que Draco percebeu que a bebida de Blaise permaneceu intocada.
“Ei, Blaise, não vale mentir não!”
“Mas eu nunca colei.” – disse Blaise olhando pra todos na mesa, sendo que até as duas pessoas novas do grupo pareciam duvidar que logo ele nunca tivesse colado.
“Bom saber que meus amigos têm tanta fé na minha honestidade.” – brincou ele com dramaticidade então continuou depois de piscar pra Gina. – “Mentes superiores não precisam desses artifícios de baixo calão.”
Todos riram exageradamente, demonstrando que independentemente da brincadeira todos já estava alegres com o que haviam bebido antes, então um por um falou sua frase de ‘eu nunca’ e a brincadeira, que por algum tempo ficou inocente e divertida, rapidamente se transformou numa massa de perguntas direcionadas pelos hormônios de um grupo de adolescentes de dezesseis e dezessete anos se conhecendo.
Bruna levantou o copo então falou. – “Eu nunca beijei uma mulher.” Todos os homens da mesa levaram os copos a boca e, surpreendentemente, Amber também.
Colin, percebendo os olhares na sua direção, sem notar que na verdade eram pra Amber que estava ao seu lado, falou. – “Eu tive que provar pra ter certeza que não gostava, né?” – mas então parou quando Chris pegou na sua mão acenando na direção de Amber.
“Me agarraram.” – disse Amber dando com os ombros, não vendo razão pela comoção que aquilo havia causado, então sorriu pra Harry, que a fitava com os olhos escuros de luxúria.
“Erm...” – começou Chris um pouco vermelho por ainda estar segurando na mão de Colin. – “Eu nunca me agarrrrei no banheirrro da escola.
Somente ele e Gina não tomaram sua bebida.
“Eu nunca passei da terceira base no cinema.” – disse Colin. Somente ele, Gina, Bruna e Amber não beberam, então esta última se ajeitou onde estava sentada então falou. – “Eu nunca fiquei com alguém bem mais velho.”
“Quanto mais velho?” – pergunta Bruna, ganhando um olhar de curiosidade de Blaise.
“Sei lá.. a partir de dez anos mais velho.”
E pasmem... Gina e alguns outros não beberam, mas Draco e seus amigos logicamente que sim.
Após tomar de sua bebida, Harry deu um sorriso de canto de boca. – “Eu nunca peguei a irmã de um conhecido meu.” – falou usando a palavra conhecido pra não deixar nada óbvio.
Draco foi o único a tomar um gole do seu copo então Blaise começou a rir.
“Quem foi que você pegou?”
“Você sabe que eu não saio falando essas coisas.”
“Foi a irmã do Nott?” – perguntou o outro, deixando óbvio que ele já havia pensado nessa possibilidade, e Gina sorriu por saber que ela era a irmã que Draco havia ficado.
“Se eu confirmar seria estar contando, não?” – perguntou Draco, querendo sair do assunto, sem saber que com essa resposta havia colocado a dúvida também na cabeça de Gina, então continuou a brincadeira. - “Eu nunca beijei um cara.” – falou Draco com um sorriso de canto de boca, pois sabia que tinha que jogar pra não beber e ao mesmo tempo fazer o máximo de pessoas beber, então Harry caiu na risada olhando pra Blaise
Gina pegou o copo tendo que se conter pra não gritar ‘finalmente’ então sorriu ao ouvir Colin falando baixinho ‘por enquanto’ e Chris responder com um sorriso tímido, mas quando engoliu sua bebida quase se engasgou ao ver Blaise pegar o copo olhando pra Draco com um jeito indignado.
Bruna estava com os olhos arregalados então Blaise falou depois de engolir sua bebida. – Eu não sabia que aquela mulher era um traveco!! O Draco mesmo achou que ela era gata também!”
“Pior que é... o traveco era igual uma mulher, a gente só soube quando outra vítima dela veio avisar pra gente.” – disse o loiro querendo limpar a barra do amigo, mas quando ele caiu na risada o loiro viu que, como ele havia previsto, Blaise não havia ficado com raiva já que foi sua escolha beber nesse instante.
Blaise então virou para Bruna com o sorriso mais cara de pau da face da terra então disse. – “se eu tivesse virado a casaca nesse dia eu voltava atrás só por sua causa.”
Como toda mulher sob a atenção dele, Bruna só pôde ter uma reação: ficar vermelha.
Ele a beijou com vontade então se afastou a deixando meio zonza e falou. – “Eu nunca peguei duas mulheres ao mesmo tempo.”
“Define ‘pegar’” – disse Harry, sorrindo com a mesma cara de pau de Blaise na direção de Amber.
“Só pegar eu já peguei, né, cara. To falando de ir pra cama.” – respondeu Blaise parecendo ligeiramente indignado por não ter feito isso ainda.
Draco e Harry pegaram suas bebidas, as levantaram em brinde, então beberam e começaram a rir da cara emburrada de Blaise. Dessa vez o olhar com desejo estava no rosto de Amber.. Por que mulheres sempre gostam desses displays de ‘eu não presto’ dos homens??
Algum tempo se passou e a brincadeira finalmente perdeu sua graça e todos se levantaram meio cambaleantes e sorridentes, decididos a ir á festa no outro salão...
Quer dizer.. não foram todos que se levantaram sorridentes e cambaleantes, pois Gina estava com suas funções motoras completamente em ordem já que, Surpresa! Surpresa!, ela não havia bebido em quase nenhuma rodada de eu nunca.
Antes de largar sua taça na mesa ela falou pra si mesma. – “Eu nunca fiz nada.” – então rapidamente virou todo o conteúdo ali presente.
“Miga, eu acho melhor você dar um tempo sem beber.” – falou Colin ao sentar do lado da amiga.
“Nah! É que nem o Blaise fala: Vamo beber, que é pra quando a peia bater não doer!”– respondeu ela com a voz ligeiramente embargada então procurando com os olhos pelo seu amigo francês. - Cadê o Chris?”
“Foi ao banheiro.” – respondeu ele, então pegou a taça da mão da amiga e acenou negativamente pro garçom que já estava vindo pra enchê-la novamente. – “Miga, você já tá ficando bêbada. Não é melhor dar uma paradinha não? Vamos dançar comigo e o Chris como a gente fez ontem?”
“Não! Eu nunca zou livre pra fazer nada e nunca faço nada de interessante! Amanhã se a gente jogar eu nunca eu pretendo ter feito muita coisa com o Draco hoje!” – disse ela virando no sofá à procura do garçom que Colin rudemente, na opinião da ruiva, tinha mandado embora.
“Ah.. então é isso que ta te deixando chateada. O jogo do eu nunca.”
“Lóggico Colin... Dezcubri que sou mais santa que a madre Terezza de Calcutá” – respondeu ela com a voz mais bêbada a cada segundo.
“Gina não tem nada a ver, foi só coincidência que você não fez nada do que a gente falou. Você era apaixonada pelo Draco, porque você ia ficar fazendo e acontecendo com outros caras?”
“Mas ele tava.. com a irmã zé alguém, com zente mais velha, com duas mulheeerez.. Ele pegou duas gêmeas zem elas zaberem!!”
“Gina, ele não sabia e...” – começou Colin, disposto a começar o discurso pró-Draco de sempre, mas a ruiva se levantou de uma vez.
“Vamo dançar.” – disse ela parecendo decidida, então soltou seu cabelo que até então estava preso, tirou sua blusa de manga cumprida, ficando apenas com a de alcinha de seda que usava embaixo, que complementava estranhamente bem a calça um pouco baixa que ela usava, então foi andando pro meio do salão onde várias pessoas dançavam.
Draco havia finalmente conseguido pegar seus casacos na chapelaria e voltava na direção do sofá em que havia deixado Gina com toda a intenção de leva-la pro quarto antes que ela se embriagasse como parecia querer.
“Merda de ara incompetente. Qual é a dificuldade de pegar um casaco?” – murmurava pra si, irritado de te-la deixado sozinha por uns quinze minutos então gelou ao notar o sofá ocupado por dois casais e graças a Deus que nenhum deles tinha a ruiva no meio. Já estava pegando o celular pra ligar pra ela quando uma pessoa na posta de dança lhe chamou a atenção.
Gina dançava livremente, mas não como havia feito com Colin na noite anterior. Seus movimentos, lentos e sensuais que somente por sorte combinavam com a música que estava tocando demonstravam que a ruiva estava num mundo próprio (Apologize do Timbaland feat One republic) e Draco ficou estático, somente olhando e sendo transportado pra um dos momentos que o fizeram enxergar que desejava a irmã de criação.
O colant preto desenhado para ensaios de dança se apegava despudoradamente ao seu corpo marcando as curvas que Draco nunca imaginara que sua irmã de criação havia desenvolvido. Sua figura deslizava pelo chão em movimentos amplos e belos cuja perfeição somente era complementada pela sombra de seu próprio corpo feita pela meia luz que a ruiva havia deixado em somente um canto da sala.
Ao olhá-la dançar agora alheia aos comentários maldosos de algumas garotas que a reconheceram como a garota do dia anterior, Draco amaldiçoou tudo que o obrigava a ficar ali só assistindo, então começou a andar na direção dela antes mesmo de tomar uma decisão consciente do que iria fazer.
Os olhos acinzentados viajaram por sua expressão mesclada em êxtase e concentração... pelos fios ruivos que se desprendiam do rabo de cavalo tocando sua face e ocultando por vezes seu olhar... pela boca levemente aberta e extremamente vermelha... a camada fina de suor que fazia seu corpo brilhar diante daquela meia luz lhe dando um ar quase etéreo.
Colin sorriu ao ver Draco se aproximando, então lhe entregou as roupas da amiga e saiu a procura de seu frances.
Ao sentir o toque no seu braço, Gina lembrou na sua embriagues onde estava. – “Draco...me leva daqui” – disse com a voz lenta.
Sabendo que não poderia dançar com ela como queria e surpreendentemente mais feliz com a proposta de Gina, Draco a levou pra saída e, antes que saíssem no frio insuportável que estava lá fora, a vestiu pacientemente com o casaco e sobretudo.
No meio do caminho o champanhe que Gina havia tomado um atrás do outro resolveu derruba-la de uma vez, obrigando Draco a carregá-la por alguns metros até o chalé deles. Não que ele se importasse muito com isso... dava uma certa dramaticidade pro final daquele dia.
Ao colocá-la na cama e começar a tirar suas roupas, Draco sorriu ao vê-la tão obediente levantar os braços pra ele tirar sua blusa de cima e não pode deixar de pensar que gostaria que isso acontecesse em outra situação.
“Gina? Gina, se você não fizer nada sozinha você vai dormir com essa blusa e de calça.”
“Hum...” – se espreguiçou na cama então abriu um olho. – “Por que você não tira?”
“Porque amanhã você vai me matar se souber que eu tirei sua roupa toda.” – respondeu ele pegando seu pé direito pra lhe tirar a bota.
“Porque eu zou a Madre Terezza de Calcutá que nunca faz nada.” – resmungou ele colocando o outro pé na altura do rosto de Draco pra ele poder tirar sua outra bota.
“Não, porque você vai querer me matar de provocação antes de eu poder ver alguma coisa.”
“Pfff... provocar.. só se for risada, eu não sei fazer nada.” – disse colocando o pé só com a meia na barriga dele, sem saber que só com isso e o jeito preguiçoso que estava deitada já estava fazendo exatamente isso: o provocando.
Estranhando as palavras de Gina e se sentindo confuso como todas as vezes que ela parecia começar a falar em código que só ela entendia, Draco respirou fundo. – “O que que foi, Gina? Eu falei alguma coisa no ‘eu nunca’ que você não gostou? Tudo aquilo aconteceu antes da gente ficar junto.”
“Eu zei...Zeu galinhão!! Mas fico achando que não zei fazer nada ou que vou fazer alguma besteira muito grande se eu te ver pelado de novo.” – choramingou por estar falando de seu novo problema existencial. – “E vozê viu até zêmeas peladonas.. e eu só zou eu! E ainda zou doida..”
“Gina...” – disse ela rindo um pouco e achando aquele beicinho o ápice da fofureza.
“Não ri de mim, Draco!” – disse ela se levantando com um beicinho ainda maior do que estava a alguns segundos e completamente descabelada. – “Você não zabe o que é se zentir inzegura, sem saber o guê fazer. É difícil gostar de alguém que zá fez aquilo zudo enquanto eu tenho medo de apertar demais o.. o zeu.. o dracão ou.. ou enzão apertar de menos e.. e eu zó penso em apertar ele dezde de ontem!” – disse a ruiva indignada por fazer o namorado rir quando está no auge da sua angústia. – “Ai.. eu não quero mais zer Gina inozente... quero a ser a Gina sexyleideee” – disse com um sorriso bêbado e um olhar perdido, como se estivesse imaginando o que faria com todo aquele poder de sexylady.
Draco a abraçou, engolindo o riso, então a apertou até ela ficar sem ar e reclamar baixinho. – “Aimm Dracooo.”
“Eu amo você.”
“Eu zabém te amo, Draco.” – falou em um tom de segredo olhando pros lados. – “mas ninguém pode zaber. Só a Mione, o Colin, o Harry e o Chris e a gente zem um plano pra fazer vozê goztar de mim. Shhhh” – fez um sinal de silêncio com o dedo então sorriu. – “Eu acho q’ quero vomitar.” – disse meio gemendo e olhando pra ele com um pedido de ajuda.
Draco a levou pro banheiro admirado com o quanto estava apaixonado por aquela bebinha ruiva pra achar aquilo tudo fofo e então, depois de alguns minutos Gina decidiu que não queria mais vomitar não, porque isso não tinha nem um pingo de glamour e se ela fizesse algo assim estaria quebrando o pacto que fez com Colin de que ‘sem glamour nem morta’.
Sem entender muito bem as maluquices de Gina, mas dando graças a Deus por ela dar sinais de sobriedade depois de tomar um banho rápido, Draco quase engoliu a própria língua quando a ruiva colocou uma calcinha ainda enrolada na toalha e depois simplesmente a deixou cair, sem saber se deveria fechar os olhos por respeito ou olhar a camisola de seda escorregar pelo corpo dela como ele só podia sonhar em fazer.
A segunda opção ganhou por que convenhamos, tudo tem limites. Depois disso o loiro tirou sua própria roupa e colocou só a calça de seu pijama então começou a retirar os vários travesseiros que tinha na cama tentando não pensar no fato de que havia visto a curva dos seios da namorada e não poderia fazer nada a respeito disto.
“Você não vai vir?” – perguntou ele, levantando a coberta e esperando a resposta, desesperado por pelo menos algum contato com ela.
“Você gostou de me olhar trocar de roupa?” – perguntou a ruiva com a voz baixa e dançando pra uma música lenta que só tocava em sua imaginação. (n/a: pra quem interesse, na minha imaginação é a música Join me in death, versão acústica da banda H.I.M. mas só a melodia, viu? A letra não tem nada a ver.)
“Que?” – perguntou Draco, engolindo em seco frente à cena que Gina fazia se movendo lentamente daquele jeito e sentindo a atmosfera do quarto mudar completamente.
“Você gostou de me ver trocar de roupa?” – perguntou ela, então, diante do silêncio de Draco, que estava estático diante dessa atitude completamente alien dela, Gina começou a andar lentamente pra ponta da cama olhando pra ele.
Quem diria que álcool poderia ter esse efeito? Mas o fato é que Gina pareceu naquele instante mesclar todas suas vontades e pensamentos ‘pecaminosos-com-voz-de-Colin’ com uma auto-confiança que não lhe é característica.
“Eu queria que você olhasse.” – disse colocando um joelho na cama então abaixou até suas mãos tocarem a cama, deixando o tecido da camisola se afastar do seu busto e sorrindo de canto de boca ao ver os olhos viajarem nesta direção instantaneamente.
“...”
Ela engatinhou sobre a cama até chegar nele, então o empurrou o obrigando a se deitar e pela primeira vez tomou a iniciativa do beijo, já que Draco parecia ter perdido a capacidade de pensar. – “O que você tava pensando ontem? Antes de eu entrar no banheiro?” – murmurou contra a boca dele e isso foi o limite de Draco, que a pegou e inverteu suas posições com um movimento só.
“Você.. eu só penso eu você.. e essa boca.. esses..” – olhou pros seios de Gina, sem conseguir falar então voltou a beija-la com firmeza, pressionando uma perna entre as dela, completamente enlouquecido com a situação, mas justamente esse movimento fez Gina voltar mais ou menos a si e dar um gritinho de excitação.
“Draco! Ele ta aqui!” – falou ela o afastando de si um pouco, com a boca aberta em surpresa.
“Ele.. ele quem, Gina?” – perguntou Draco frustrado, a ponto de sair batendo o pé no chão, fazendo birra e perguntar pra todos os santos o que ele havia feito pra merecer esse tipo de tortura.
“O dracão, Draco!” – respondeu ela como se fosse óbvio, então levantou sua perna um pouco, encostando exatamente no dito cujo, de modo a demonstrar de quem ela estava falando.
“Ginaa...” – murmurou ao sentir a pressão torturante contra suas jóias (n/a: jóias!! Heieuheieuhieuehei). – “O que que tem ele?”
“Tem gue eu quero ver!” – respondeu ela como se estivesse falando de uma roupa ou qualquer outra coisa.
Ele olhou incrédulo pra ela, tendo a certeza de que ela ainda estava completamente bêbada e percebendo com muito sofrimento que não poderia continuar como estava, já que ela não estava no controle racional de suas atitudes. Ele saiu completamente da cama. – “Você não sabe o que ta fazendo, ruivinha. Vamos dormir, que amanhã você vai ter uma ressaca do cão.” – disse indo em duração do frigobar pra pegar água pra ela.
“Não, Draco! Eu quero ver o Dracão. Vozê é meu namorado e devia fazer o que eu peço.” – disse ela emburrada, total e completamente cheia da razão.
“Se você quiser ver quando estiver sóbria eu deixo.” – respondeu colocando a água no copo em um tom de pai mandando a filha ia dormir, sem acreditar que ainda não estava rindo do absurdo daquela situação.
“Eu quero ver agora. Agora, Draco. Eu não zo bêbada não, ó.. vou fazer o quatro.” –respondeu ela tentando fazer o que se propôs mas falhando vergonhosamente então voltou a sentar na cama. – “vem caaaá... zó uma olhadinha, eu to curiosa! Sacanagem, você já viu um monte de coisa de menina por aí e eu nunca vi. Humpf.. eu nunca... eu nunca bebo nada no eu nunca porque nunca fiz nada.” – resmungou emburrada, então aceitou a água e os comprimidos que Draco lhe oferecia.
“Eu sei que você ficou sem graça por não ter bebido nada, mas eu fiquei aliviado toda vez que você não pegou no copo durante a brincadeira. Fico louco de ciúmes só de imaginar você fazendo qualquer coisa com outra pessoa, então não fica se sentindo insegura porque não tem muita experiência... Nós vamos descobrir tudo juntos, ta bom?” – disse ele ao mesmo tempo em que retirava alguns fios de cabelo do rosto dela, enquanto ela o olhava séria e pensativa, pois ele falara exatamente o que ela precisava ouvir, até que ela voltou a sorrir.
“Ta bom.” – respondeu, ganhando um sorriso do namorado, mas então lhe devolveu o copo continuou a falar. – “mas não penza que me enganou não, cadê o Dracão, hã?”
“Gina, eu não vou te mostrar nada e nem fazer nada com você bêbada.” – respondeu ele, lembrando que havia prometido pro pai que a protegeria. E aparentemente teria que protegê-la até de si, já que sua cabeça já se enchia de possíveis cenários em que ele fazia tudo que Gina estivesse pedindo, bêbada ou não.
“Ah, vai zim. Vai zim, porque vozê ainda não mereceu que eu te perdoasse por ter me magoado todos ezzes anos e depois ainda me chamar de puta e é isso que eu quero. Quero ver o Dracão agooora.” – respondeu ela com o olhar ébrio, mas muito cheia de razão.
Draco levou as mãos pro rosto, meio que rindo da namorada, e falou pra si mesmo. – “Gina, Gina.. você ainda vai me deixar louco de verdade.” – então sentiu aquelas mãozinhas pequenas alcançarem seu braço e começar a puxá-lo. E ele foi sem oferecer muita resistência, mas quem poderia culpá-lo? Então quando ficou em pé em frente à ruiva, ele olhou pra baixo, sentindo seu estômago contrair ao ver as imagens que estava pensando quando ela mesma o flagrara com a realidade. – “Se eu deixar você ver você promete que depois a gente vai dormir?”
“prometo.” – respondeu ela concordando exageradamente com a cabeça.
“E você promete que não vai sair correndo?” – perguntou Draco, mais uma vez se deparando com o lado cômico daquilo tudo. Nunca em sua vida achou que teria que fazer uma pergunta dessas pra namorada.
“Prometo.” – respondeu ela, do mesmo jeito, mas com a promessa extra proporcionada por beijar seus dedos cruzados um na frente do outro
“Mas.. erm.. ‘ele’ ta daquele jeito que..ahn.. daquele jeito que você viu quando saiu correndo.” – falou o óbvio pra ganhar tempo, pois realmente não sabia direito o que fazer.
“Ta. Mooostra.”
“Ta...” – murmurou ele, então lentamente empurrou a frente de sua calça pra baixo com uma mão ao mesmo tempo em que com a outra pegava sua ereção, que já começava a doer de tão consistente, e, depois de respirar fundo por esperar uma reação maluca de Gina, a tirou de seu confinamento e a deixou exposta ao olhar curioso de Gina.
Ela não desmaiou ou gritou como ele mais ou menos esperava, mas apenas ficou observando cada detalhe do que estava à sua frente e por um segundo Draco pensou que ela fosse tocá-lo (e como torceu pra que isso acontecesse) ao vê-la levantar a mão, mas ela pareceu desistir do que quer que tenha pensado em fazer. Segundos se passaram e com a proximidade do rosto de Gina bem ali várias fantasias tomavam parte do pensamento do loiro enquanto a outra parte o fazia se sentir completamente ridículo, em pé, apontando pro céu, em frente à namorada, até o momento em que ela fez algo ainda mais inesperado que qualquer das idéias que ele teve até aquele instante.
Ela deitou na cama e fechou os olhos, parecendo pegar no sono instantaneamente com um sorriso satisfeitíssimo na boca.
Confuso entre rir e sentir sua virilidade insultada, Draco voltou a guardar o ‘Dracão’ e virou na direção do banheiro pra cuidar mais uma vez de seus problemas quando ouviu Gina murmurar. – “Sabia que era rosa.. baballoo de tutti-frutti...”
Aí sim Draco caiu na risada, pensando de novo no quanto amava uma pessoa totalmente figura, e prometeu nunca, NUNCA, falar dessa noite pra Blaise Zabine.
“Huuummm” – Gina se espreguiçou sem dar atenção ao fato de que estava praticamente em cima do namorado, até que a voz dele a tirou do ritual matinal.
“Eeeeê cachaça...!” – falou a voz brincalhona, então Gina abriu um só olho na sua direção.
“Oncôtô?” – perguntou ela fechando o olho novamente e abrindo e fechando a boca, constatando que yep.. o gosto de guarda chuva ta aqui.
“Que?” – perguntou rindo e a abraçando.
“Onde que eu to.” – respondeu o que havia perguntado. – “Mas não precisa dizer não que eu já lembrei. Como que eu não to com ressaca?” – perguntou intrigada por lembrar de virar várias taças de champanhe na noite anterior.
“Eu te dei remédio pro fígado e pra dor de cabeça ontem... e te fiz beber muita água. O fato de você ter vomitado durante a madrugada antes de tomar mais água também deve ter ajudado.” – respondeu Draco com um sorriso de canto de boca por saber que a namorada ficaria sem graça com tudo aquilo. Principalmente por não parecer lembrar de nada.
“Gente, eu não lembro de nada.” – resmungou se virando pra enfiar a cara do travesseiro quando um flashback rápido e peculiar, que só poderia ser mentira, passou pela sua mente, então ela levantou a cabeça de uma vez.
“Draco, o que eu fiz ontem quando tava bêbada?”
“na frente de todo mundo? Nada além de dançar.”
“E... e na sua? Eu... eu te pedi alguma coisa?
“Alguma coisa? Tipo o que?” – perguntou o loiro com um tom falsamente confuso.
“Ai não... eu não fiz isso não. Não fiz.” – disse pra si mesma por ter certeza agora que o flashback dela pedindo pra ver o Dracão era a mais pura verdade.
“O que?”
“Nada.. eu não fiz nada e você não vai me contar nada também, porque o que eu não lembro eu não fiz.” – falou se sentando com o travesseiro no colo e olhando pro loiro com a expressão risonha, como se pedisse pra ele contar com os olhos mas não tivesse muita certeza se quer saber ou não.
Ele começou a rir, então pegou no braço dela e a puxou para si. – “Então você não me pediu pra olhar dentro das minhas calças e ainda falou que eu sou rosa e pareço um babaloo de tutti-frutti não?” – continuou rindo quando ela começou a tentar empurra-lo.
“Pára de falar!! Pára! Isso não aconteceu não, porque já diz o sábio do álcool que o que a gente não lembra depois de um porre a gente não fez!!” – disse então conseguiu se soltar dele e correu pro banheiro. – “Só por que você fez isso eu não vou te chamar pra tomar banho comigo, tá!” – falou ainda rindo, se sentindo estranhamente mais confiante e livre perto do namorado. Não lembrava bem o que tinha acontecido na noite anterior, mas soube que com certeza muitas de suas inseguranças em relação a ele haviam acabado. Sua inexperiência, por exemplo, antes vista como um defeito por ela, agora parecia algo pra ser explorado aos poucos e com carinho com o homem que amava e ela estava feliz por ser assim.
E foi nesse clima que a véspera de ano novo se passou para o casal. Os dois se descobrindo entre as refeições feitas ali mesmo e os momentos de silêncio forçado de brincadeira quando seus amigos batiam na porta atrás deles dois, já que ambos tinham certeza que Harry e Colin poderiam convencer Blaise de que eles dois estavam fazendo alguma coisa dentre as inúmeras possibilidades de lazer daquele resort.
Foi somente depois do sorvete enorme que Gina lanchou no final da tarde, todavia, que o glorioso momento de satisfação não solitária de ‘dracão’ finalmente chegou.
“Seu chato.. ainda bem que não pegou no meu cabelo.” – reclamou Gina só de manha enquanto lavava o rosto retirando o sorvete que Draco havia passado ali só pra irritá-la quando o loiro se aproximou dela por trás e a abraçou beijando seu pescoço, aproveitando da intimidade que sentiam desde que haviam acordado.
“Eu disse que ia limpar, você que não deixou.”
“Você ia me dar uma lambida!!” – brincou ela, sorrindo e o olhando pelo espelho então fechou os olhos e sentiu seu corpo se arrepiar ao ver o olhar de Draco se escurecer no momento em que ele mordeu seu pescoço e escorregou a mão pela barriga dela.
“Mas eu prometo que você ia gostar.” – murmurou ele com a voz rouca, a apertando contra ele e olhando avidamente as reações que estava provocando na namorada até que a virou de frente pra ele e, antes que ela falasse qualquer coisa, voltou a tomar sua boca em um beijo intenso e lento.
(n/a: Quem não gostar de ler esse tipo de cena pode pular pra próxima parte em que eu marco de negrito. Trilha sonora que inspirou: Southern Girl – Incubus)
Sem qualquer insegurança, Gina o beijou com um abandono somente possível naqueles completamente apaixonados, se deixando tocar como havia aprendido apenas poucas horas atrás então quando sentiu Draco apertá-la pela cintura fez exatamente o que ele queria ao se deixar ser colocada em cima da pia e enlaçar a cintura do loiro com suas pernas.
Draco se inclinou um pouco pra frente, a obrigando a fazer o mesmo pra trás, sentindo o calor entre as pernas dela, então passou a beijar-lhe o pescoço com o desejo de um homem quase desesperado ao mesmo tempo em que descia a alça de sua blusa à procura de seu seio róseo e tocava suas coxas sofregamente, deixando as marcas de sua paixão tatuadas de vermelho na pele alva.
Quando seu apoio finalmente se tornou um empecilho indesejado pra Draco alcançar o destino que suas mãos procuravam ao acariciar as pernas de Gina, ele voltou a pegar na cintura dela e a beijar-lhe a boca ao mesmo tempo em que a levantou e saiu do banheiro com a ruiva no colo, com seu vestido embolado na sua cintura.
Ao colocá-la na cama, e sem a barreira que a pia proporcionava quando a ruiva estava em cima dela, Draco se insinuou ainda mais contra a namorada, pressionando seu membro intumescido contra ela, passando as mãos em todo seu corpo enquanto a beijava com intensidade crescente na medida em que ela soltou as pernas de suas costas e as abriu com os joelhos ainda flexionados, se oferecendo como em sacrifício pra ele.
A ruiva, que até então aceitava as carícias novas livremente e aprendia a se entregar pra ele, o empurrou pra afastá-lo somente um pouco, então, respirando com a boca entreaberta e sem afastar seu olhar do dele, ela deixou sua mão deslizar do pescoço dele pelo seu peitoral e barriga deixando um rastro vermelho pela doce tortura que suas unhas proporcionavam e Draco teve que se esforçar pra não fechar os olhos, até que a pequena mão alcançou o volume preso na calça do loiro que até aquele momento nunca havia sido tocado por ela.
“Ahnn, Gina...” – murmurou ele, finalmente sucumbindo à tentação de fechar os olhos, então voltou a abri-los em expectativa, ao mesmo tempo em que tentava normalizar ao menos um pouco sua respiração e tomar controle de suas reações, o que estava muito perto de acontecer depois de passar tanta frustração, principalmente no momento em que Gina o apertou por fora da calça. – “Ahhh, meu Deus, você vai me matar.”
Encorajada com o estado em que Draco estava Gina levantou o rosto para beijá-lo no mesmo momento em que tirou sua mão de onde estava, causando frustração em Draco que logo se tornou em expectativa assim que o loiro percebeu que ela tentava agora abrir o botão da calça. – “Me ajuda?” – murmurou contra a boca dele, quase começando a rir ao ver o desespero dele pra abrir a bendita calça sem querer sair de onde estava.
Estranhamente Gina se sentiu como se ela que fosse a experiente ali, diante de um garoto ansioso por seu toque maduro, mas quando Draco pegou sua mão a levando novamente de encontro com o que até então lhe pressionava a pélvis, com um movimento seguro e firme, a ruiva se lembrou que era uma noviça diante dele.
Se apoiando no braço esquerdo com facilidade, Draco continuou a segurar a mão de Gina com a mão direita, a obrigando a envolver seu pênis e movimentá-lo do jeito que ele gostava sem por um segundo parar de olhá-la como se fosse parte do prazer saber que finalmente a estava submetendo ao seu desejo, então voltou a beijá-la enquanto pressionava sua perna entre as dela, lhe roubando gemidos baixos de prazer cada vez que estocava sua cintura contra a dela a fazendo se contorcer contra o colchão da cama.
Deste momento em diante somente respirações ofegantes e pequenos gemidos de prazer de Gina podiam ser ouvidos, entre os beijos e palavras de paixão que diziam um para o outro disconexamente. Draco penetrava o túnel que a mão de Gina fazia, imaginando estar dentro dela, ao mesmo tempo em que lhe proporcionava o mesmo prazer com os dedos mergulhados em sua intimidade a ponto de quase causar dor de tanto prazer, até que já não conseguia mais segurar a pressão que sentia no abdome e, ao sentir os espasmos de Gina nos seus dedos e ver a expressão de êxtase no rosto da mulher que amava, seu rosto se contorceu entre prazer e agonia, então estocou seu membro mais três vezes contra aquele calor desejado e atingiu a complexão.
“.. nhg.. Gina...” – murmurou com a respiração entrecortada e desabou em cima dela, sem acreditar que isso havia acontecido e em como fora mais intenso do que tudo que já sentira até aquele momento então após alguns segundos saiu de cima dela e se deitou na cama a trazendo pra cima de si com um sorriso satisfeito no rosto, sem se importar com o fato de que estavam deitados ao lado da completa bagunça que um homem deixa nessas ocasiões. (n/a: pra quem não leu a cena inteira, só pra esclarecer: eles não fizeram amor não, só se conheceram melhor.. erm.. bem melhor)
Só algumas horas depois de muita conchinha e conversa sobre o que Gina estava sentindo sobre tudo aquilo é que eles concordaram que tinham que voltar ao mundo real, apesar de ambos concordarem que preferiam passar o ano ali, juntinhos como estavam.
Mais uma vez o lugar onde estavam se superou na decoração do salão principal em que a virada do ano seria comemorada por todos os hospedes, já que nessa festa se presumiu que pais e filhos gostariam de ficar juntos.
Todas as mulheres, com apenas poucas exceções, rodeavam o locam ostentando seus vestidos longos e jóias condizentes com a atmosfera de cassino de Las Vegas, que foi o tema escolhido esse ano. Vários dos homens participavam das jogatinas ou simplesmente observavam com desejo desinteressado as dançarinas vestidas suntuosamente por plumas e jóias e maquiadas com o exagero ideal pra ocasião e sua função.
Era a perfeição em termos materiais...
Mas infelizmente a perfeição material não era o suficiente pra encurtar a distância entre Draco e Gina naquele instante, condenados a apenas se olhar de longe por segundos roubados e rezar pra não aparecer ninguém interessado em um parceiro pro beijo da virada. Nem mesmo podia querer a companhia dos amigos já que, assim com ela e Draco, Colin e Chris haviam passado a tarde inteira descobrindo como agir diante dos seus novos sentimentos, além dos problemas que Chris estava tendo depois de descobrir sua verdadeira opção sexual, e no momento não conseguiam se desgrudar. Não que Gina fosse capaz de pedir isso deles.
Harry conversava naquele instante com Draco e um grupo de senhores simpáticos, e aparentemente dispostos a escutar as idéias da ‘nova geração’, enquanto esperava por Amber, que tinha que ficar um pouco com o pai, e Blaise não estava à vista em nenhum lugar, mas qualquer um presumiria que ele estava em algum lugar com Bruna, já que não a havia largado desde que se conheceram a duas noites atrás.
Precisando de um ar puro por estar com dificuldade de ficar longe do namorado depois da tarde que tiveram, Gina pediu licença pro grupo de mulheres que tentavam em vão incluí-la na conversa e foi pra sacada mais distante do salão levando consigo meia garrafa de champanhe, sendo surpresa por uma companhia inesperada, mas nem por isso indesejada.
“Blaise? O que você ta fazendo aqui sozinho? Cadê a Bruna?” – perguntou ela se aproximando do amigo e se debruçando casualmente no parapeito como ele fazia.
“Foi embora...O pai dela ficou puto quando ela chegou bêbada no chalé ontem e aparentemente ele sabe mais que o meu nome, porque disse que não vai deixar a filha inocente dele solta ‘com um rapaz como eu’ nesse resort ‘enorme cheio de cantinhos escuros propícios pra fornicação clandestina’” – falou fazendo sinal de ‘entre-aspas’ pra demonstrar que estava repetindo as palavras do pai do seu novo amor impossível. – “Humpf... como se eu não tivesse o meu chalé particular depois de uma só ligação.”
“Ai, Blaise, você não dá sorte..”
“Deve ser praga da Sabrina ingrata.” – falou brincando, então bebeu da taça que tinha na mão.
“Ou então reza braba de todas as mulheres solteiras que ainda não tiveram o prazer da sua companhia.” – disse Gina sorrindo em um tom brincalhão.
“Você tem razão. Eu estava egoisticamente querendo ficar só com aquela lolita...”
“Como se você fosse muito velho pra chamar alguém de lolita.”
“Quando todas essas outras mulheres precisam de mim.” – continuou sem dar bola pro que a ruiva apontara.. – “É isso! Vou só terminar essa taça aqui e vou me esforçar pra fazer esse bem maior.”
Gina riu um pouco então encheu novamente a taça dele e depois a dela. – “Mas fica um pouquinho aqui comigo.”
“Ahá! Sabia que algum dia você ia sucumbir ao meu charme. Você é uma dessas mulheres e ta querendo cortar a fila me embebedando.” – falou ele brincando, por saber que a relação deles era quase fraternal e que o que ele estava falando estava longe de ser verdade.
“Blaise você não precisa de ajuda nenhuma pra se embebedar.” – respondeu a ruiva, sabendo que o amigo não falava aquilo sério.
“Mas sério, Gina... Você só quer ficar sozinha mesmo? Porque esse ano você fez essa mudança toda, ficou gata e até popular no colégio, mudou de atitude.. e tudo isso pra que? Ficar sozinha?”
“Eu não to sozinha.. eu gosto de ficar com os meus amigos.”
“Humrum, mas agora se eu não estivesse aqui porque me lasquei de novo você estaria sozinha. E não quis ficar com nenhum dos caras que eu arrumei pra você”
Com isso Gina começou a rir, pois sabia que o amigo tinha sido bem intencionado, mas não pôde deixar de falar. – “Blaise, você tem sorte que não é gay, porque você tem um gosto péssimo em homens.” – falou deixando claro que se referia ao caralho-véi e seus capangas.
“Eu só ouvi eles falando depois que já era tarde.”
“Humrum... sobre isso tudo bem, mas ... bombados, Blaise? E aquele outro alto, estranho e esquelético?”
“Você não tinha gostado dos bombados!” – exclamou rindo, vendo muito lógica em ter escolhido o extremo oposto dos bombados que Gina claramente tinha detestado. – “Me disseram que aquele cara tem o QI elevadíssimo.”
“Você nunca ouviu falar em meio termo não?”
“Hummm.. meio termo?” – perguntou como se estivesse realmente intrigado, então sorriu. – “Vou levar isso em consideração na minha próxima escolha pra você.”
Gina o abraçou sorrindo, se sentindo feliz por ter estreitado sua amizade com uma pessoa tão legal, então levantou sua taça em brinde e a bateu de leve na taça de Blaise. Ambos beberam depois de brindar já que Blaise lembrou sabiamente que brindar sem beber é dez anos sem fuder. A ruiva quase se engasgou assim que ele falou isso, pois já estava com o líquido descendo por sua garganta então deu um tapa de leve na cabeça dele. – “Blaise! Deixa de ser podi!” – falou rindo, então foi virada de uma vez e se viu sendo beijada intensamente.
Draco passou o olhar pelo salão se sentindo instantaneamente mais só ao perceber a ausência de sua ruivinha embelezando ainda mais o lugar, então após mais alguns poucos minutos de sorrisos amarelos e comentários sem importância somente pra demonstrar que estava prestando atenção no que estava sendo dito, o loiro pediu licença e saiu à procura dela.
Após alguns minutos de busca o loiro avistou sua namorada conversando com Blaise em uma das sacadas, que na verdade não era bem ao ar livre, pois todas as sacadas dali somente davam a ilusão de o serem na medida em que, assim como vários dos jardins, são também encobertas contra o frio sendo parte de um grande jardim de inverno o que possibilitava à ruiva estar ali confortavelmente em seu vestido longo dourado.
Sabia que não tinha motivos de ficar com ciúmes, pois tinha confiança absoluta na fidelidade de Gina e lealdade de Blaise... Mas Blaise não sabia que eles estavam juntos, sabia? E é somente por isso que o loiro observou com receio o amigo sorrir e brincar com sua namorada ao mesmo tempo em que caminhava na direção deles, então sentiu seu estômago congelar ao vê-los se abraçando e começou a andar mais rápido, rezando pro amigo estar sóbrio e não fazer nenhuma besteira, pois sabia que se isso acontecesse sua amizade nunca mais seria a mesma apesar de Blaise não saber que Gina era sua namorada.
Malfoys são conhecidos por sua possessividade. Draco, felizmente ou infelizmente, não foi exceção a essa regra e foi por isso que ele entrou na sacada rapidamente, em uma atitude que depois seria motivo de zoação de Blaise, e pegou a namorada subitamente, a beijando com toda a saudade e desespero que havia sentido em apenas um minuto longe dela.
“EU SABIA!!” – semi-gritou Blaise, então levantou sua taça em um brinde solitário olhando pro casal à sua frente e bebeu todo o champanhe ali contido. – “Eu vou te dar um murro depois por não ter confiado em mim apesar de eu desconfiar o porquê de você ter ficado com medo de me contar.” – falou o jogador, batendo de leve nas costas do amigo, que nem assim parou de beijar Gina depois do susto que havia passado.
Ele a segurava pela cintura, com uma das mãos acariciando seu rosto e mais uma vez o casal perdeu a noção do tempo nos braços um do outro. Somente se separaram novamente no momento em que a contagem de final de ano começou, quando se olharam felizes, tirando força um do outro pra enfrentar os problemas que teriam durante esse ano e o resto de suas vidas então quando a cor, luz e a vida dos fogos de artifício enfeitaram ainda mais a noite que já era bela, o casal mais uma vez se perdeu um no outro, sem saber onde um começava e o outro terminava ali naquela sacada.
Não longe dali, à meia noite e meia de primeiro de janeiro de 2008, uma garota bonita, se não fosse a cara de nojo do mundo, estava segurando o celular no mesmo braço em que sua câmera fotográfica estava pendurada e fumava um cigarro com a outra mão, então deu um sorriso venenoso e satisfeito ao ser atendida. – “Prima... você não sabe o que eu acabei de ver...” – abriu a boca pra continuar falando quando a porta da varanda se abriu dando espaço pra um dos garçons de smoking entrar e ficar cabisbaixo à espera de sua atenção. Vendo que ele não sairia dali antes de falar a que veio ela deu um trago no cigarro então soltou a fumaça de seus pulmões e revirou os olhos. – “Só um instante, prima.” – falou sem paciência então olhou pro garçom com o nariz empinado e uma sobrancelha levantada. – “Fala.”
“Senhorita Parkinson, o vinho que a senhora requisitou já está sendo retirado da adega particular do senhor Mortinsen...
Continua??
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