Confissões!
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Quando Rony e Hermione voltaram ao escritório, logo após a morena ter ligado para os pais, encontraram Merina já de volta ao local e, inclusive, parecia contar uma história bem interessante e engraçada à Harry e Gina, pois o casal ria e parecia bem interessado nas palavras da loira.
- Estamos perdendo algo? – perguntou Hermione sentando no sofá juntamente com Rony.
- Merina estava nos contando um pouco sobre a história acadêmica da sobrinha dela em Beauxbatons. – Gina respondeu a pergunta.
- Sobrinha? Você não nos disse que tinha uma sobrinha. – a morena fitou a loira com uma expressão que lembrava a de alguém que acabara de ter uma agradável surpresa.
- Eu ainda não tinha tido oportunidade. Mas sim, tenho uma sobrinha. É a única filha de minha irmã Miranda. Ela se chama Kathy e estudou em Beauxbatons. – Merina informou com um sorriso jovial.
- Estudou? – questionou Rony parecendo intrigado – Não estuda mais?
- Não, Kathy já se formou. Ela tem 19 anos e já deve estar quase concluindo o curso de aurores lá. Falta apenas um ano para isso.
- Ela também quer ser auror? Harry e eu também pretendemos seguir essa carreira, não é, Harry? – Rony esperou a confirmação do amigo, que veio logo em seguida.
- Ah, que bom. Eu sempre disse a ela que é realmente uma bela carreira, apesar de ser bastante perigosa. Mas hoje em dia não acredito que ser auror represente tanto perigo pra vocês dois. – comentou Merina olhando para os dois rapazes com admiração – Não depois de tudo pelo qual já passaram, não é verdade? – a loira não esperou resposta dos dois – Na verdade, Kathy poderia escolher qualquer profissão que se daria bem com certeza. Ela é esplendorosamente inteligente e estudiosa. Poderia entrar facilmente em qualquer setor do departamento de mistérios, mas ela jamais iria para uma área assim.
- E por que não? – questionou Hermione começando a gostar da garota sem nem ao menos conhecê-la. Talvez tenha se identificado com as características dela, que foram descritas por Merina.
- Ela é uma moça muito inteligente sim, mas apesar de ter se formado com esplendor, ela não faz o gênero... ãnh, como posso dizer... – a loira procurava a palavra certa – comportada. – concluiu estalando os dedos e sorrindo.
Hermione deixou uma ruga de incompreensão se formar em sua testa, e Merina pareceu notar, pois se apressou a explicar.
- Minha sobrinha é uma garota agitada; gosta de uma boa dose de ação, sabe? Está entrando no último ano do treinamento para o corpo de aurores da França e, segundo meu avô, é a melhor aprendiz da academia. – falou parecendo orgulhosa – Pra falar a verdade, eu não consigo imaginar a Kathy sentada durante horas atrás de uma escrivaninha analisando papéis. Definitivamente não faz o estilo dela.
- Ela parece ser uma garota bem legal! – agora quem parecia se identificar com a garota era Gina.
- Temos muito orgulho dela. Tenho certeza que meu pai gritaria aos sete ventos que tinha a neta mais espetacular do mundo. – comentou Merina de maneira sonhadora – Bom, tenho certeza que ele faria isso... se pudesse, é claro.
Todos ali tinham a maior vontade de perguntar por que ele não poderia fazê-lo, mas a essa altura do campeonato, eles já haviam percebido que tudo na vida de Merina era extremamente delicado. A loira, no entanto, pegou isso no ar e riu com vontade do desconforto do quarteto.
- Tudo bem garotos. Podem me perguntar o que quiserem. – ela, não vendo reação deles, completou com uma piscadela – Prometo que não vou dar piti dessa vez, ok?
Como todos os jovens se limitaram a dar apenas um constrangido sorriso amarelo, a loira resolveu contar a história de uma vez.
- Meus pais morreram antes mesmo de eu ingressar em Hogwarts, mas não se preocupem, - emendou rápido ao ver as carinhas desoladas dos quatro – pois minha irmã e eu jamais ficamos sozinhas. Tivemos uma sorte que você não teve, Harry. – disse com um olhar bondoso em direção ao moreno – Sofremos, é claro, mas não podemos dizer que não fomos amadas e felizes após isso. Nosso avô e nossa madrinha Vanda sempre estiveram presentes conosco, nos dando amor e tentando compensar um pouco a falta deles. E garanto que eles desenvolveram muito bem esse papel. – esclareceu sorrindo – Tia Vanda cuidou muito bem de nós.
- Sua tia Vanda? Mas e seu avô? – perguntou Hermione.
- Ele bem que queria nos assumir, mas trabalhava na França e nós morávamos aqui. Miranda, inclusive, já iria cursar o quarto ano em Hogwarts e eu já estava às vésperas de ingressar. Eu poderia ter ido com meu avô e tentar ingressar em Beauxbatons, mas não quis deixar minha irmã e também sempre desejei estudar em Hogwarts. A única alternativa que meu avô encontrou foi nos confiar aos cuidados da tia Vanda, que era maravilhosa e de extrema confiança, apesar de ser trouxa.
- Sua madrinha era trouxa? – Harry perguntou um pouco sobressaltado.
- Sim, mas sempre soube tudo sobre o mundo bruxo. Trabalhou muitos anos neste hotel com meu pai, e, quando ele morreu, ela também assumiu o hotel. Bom, a questão é que mesmo morando em outro país, meu avô sempre passava os finais de semana conosco, seja vindo para cá, seja nos levando para lá.
- Então, você não é francesa? – questionou Hermione.
- Sim e não. – respondeu, e vendo as expressões confusas dos jovens, sorriu e explicou – Meus pais eram franceses. Mas o que nos trouxe realmente para cá foram dois motivos. Primeiro: minha mãe sempre foi apaixonada pela cultura deste país, ela amava a Inglaterra. Segundo: o fascínio do meu pai com relação a tudo que dissesse respeito aos trouxas. E no final isso acabou o matando.
- Como assim? – perguntou Rony um pouco afoito, parecendo repentinamente tão interessado no assunto que chegou a se empertigar mais em sua poltrona para prestar mais atenção em Merina. Gina também pareceu interessada.
Harry e Hermione entreolharam-se e atribuíram esse súbito interesse pelo fato do Sr. Weasley também se encaixar no quadro dos amantes de trouxas.
- Ok, vou tentar contar tudo bem rápido. – Merina tomou fôlego e começou a despejar informações – Meus pais se conheceram na França, casaram e tiveram duas filhas, Miranda e eu. Sempre vínhamos à Inglaterra para visitarmos alguns amigos trouxas do meu pai. Na realidade, a família era trouxa, mas tinha um bruxo: Vilmor, irmão da tia Vanda. Ele estudava em Hogwarts e conheceu meu pai durante um torneio bruxo na França e, desde então, tornaram-se amigos. Sempre vínhamos visitá-los ou eles iam até a França. Minha mãe sempre quis vir morar aqui, mas não podia pedir para o meu pai abandonar o trabalho e vir para cá; até que a oportunidade apareceu. Soubemos que a família de uma amiga da tia Vanda estava vendendo um hotel em Godric’s Hollow, e meus pais não pensaram duas vezes e o compraram.Então passamos a morar aqui.
- E por que você disse que o fascínio do seu pai por trouxas o matou? – quis saber Rony, parecendo ainda bastante preocupado com essa questão.
- Bom, é que um dia meu pai teve a brilhante idéia de comprar um carro. Certa vez saiu com a minha mãe para irem a Londres fazer algumas compras e acabaram sofrendo um acidente.
Fez-se um rápido e constrangido silêncio; apenas o suficiente para que os presentes digerissem a informação. Harry não conseguiu impedir que uma lembrança surgisse em sua mente. “Um acidente de carro matou Lílian e James Potter?”, a voz de Hagrid ressoava em sua cabeça com a lembrança do dia em que soube que era bruxo.
- Mas felizmente, nesse dia, minha irmã e eu ficamos com a tia Vanda. – continuou Merina em tom descontraído.
- E sua madrinha não trabalha mais no hotel? – a voz de Hermione saiu perceptivelmente tremula e hesitante. A morena achava que não suportaria saber que até a madrinha de Merina já tinha morrido.
- Não, hoje ela mora na França com Miranda. – Hermione se permitiu respirar aliviada – Alguns anos após se formar em Hogwarts, minha irmã foi fazer um curso de aprimoramento no preparo de poções na França e lá conheceu Sérgio, um brasileiro que estudava na mesma sala que ela. Os dois acabaram casando e permanecerem residindo lá. Ele é um renomado pesquisador dos efeitos de ervas em poções e ela se tornou curandeira, mas adora trabalhar com pesquisa. – Merina sorriu – Acho que é um hábito de família. Mas continuando... ah, quando minha irmã deu a luz à Kathy, meu filho Jake já tinha um ano. Depois daquela tragédia, – a voz da loira saiu um pouco pesada – Miranda e tia Vanda largaram tudo para ficarem comigo no Saint Mungus até que eu me recuperasse. Assim que saí do hospital e soube da morte de Lílian e James, fiquei arrasada e chorei por dias seguidos. Minha irmã acabou por trazer Kathy para cá e passaram algumas semanas comigo e só não passaram mais tempo por que eu não permiti. Miranda precisava voltar para o trabalho e para o marido. Tanto ela como meu avô tentaram de todas as formas me convencer a ir morar na França também, mas eu não sei por que não aceitei. Alguma coisa me prendia aqui. Tia Vanda acabou se apegando tanto à Kathy que eu mesma sugeri que ela fosse com Miranda para a França e eu fiquei tomando conta do hotel. Nila foi a próxima a entrar na briga. Vinha aqui todos os dias para tentar me arrastar de volta ao trabalho no ministério, argumentando que essa seria uma boa forma de me distrair, e não ficando sozinha cuidando de um hotel. Ela acabou me convencendo, e isso foi a melhor coisa que poderia ter acontecido, pois eu realmente amava meu trabalho e isso me deu um novo animo e me permitia esquecer por alguns instantes todas as coisas horríveis que tinham acontecido durante aquela guerra. – ela suspirou – Isso, durante alguns anos, me permitiu retomar a minha vida. Minha irmã e meu cunhado passavam alguns fins de semana aqui e isso fez com que Kathy se apegasse muito a mim. Meu avô também sempre aparecia. Eu trabalhava no ministério e tomava conta do hotel também. Alguns anos depois tudo parecia estar entrando nos eixos, mas aí, Nila morreu e eu definitivamente larguei o ministério e me dediquei exclusivamente ao hotel, pois queria me afastar de tudo que dissesse respeito ao mundo bruxo. Fiquei em frangalhos. Mas isso trouxe uma coisa muito boa: minha irmã e meu avô passaram a vir com mais freqüência até aqui, e pude ter mais contato com eles e com a minha sobrinha, que já tinha quase 13 anos e estava no segundo ano de estudos em magia em Beauxbatons.
- Merina estava nos contando as coisas que ela aprontava na escola. Se tudo for verdade, ela deve ter colecionado mais detenções que Rony e eu juntos. – disse Harry divertido.
- Sua sobrinha deve ser realmente muito inteligente Merina, principalmente se levarmos em consideração a família que tem. – elogiou Gina.
- Obrigada Gina, mas eu acredito que muitas outras coisas a tenham beneficiado, como por exemplo, o fato dela ter um pai brasileiro. Ela aprendeu muito com ele. Vir sempre por aqui me visitar também trouxe benefícios que vão além da nossa relação. O resultado é que minha sobrinha domina várias línguas. Fala inglês e português tão bem quanto o Francês, que é sua língua de origem.
- Minha nossa! Essa garota deve ser mais assustadora que a Hermione. – exclamou Rony assombrado, quase não acreditando que pudesse existir alguém tão inteligente quanto à namorada.
- O que você quer dizer com isso Ronald? – os olhos de Hermione faiscavam perigosamente na direção do ruivo.
Harry, Gina e Merina riram, mas a loira resolveu interromper o que seria mais uma discussão entre os dois.
- É Rony, minha sobrinha é um pouco assustadora, mas também é encantadora. Porém é uma garota de ação, e se quer um bom conselho, jamais duele com ela. – piscou para o ruivo e em seguida se voltou para Hermione – Vocês duas dariam uma bela dupla.
Mas Hermione nem ouviu direito, ainda pensava em qual seria a azaração mais dolorosa que poderia lançar no ruivo ao seu lado. Foi retirada da intimidade de seus pensamentos homicidas pela voz do dito ruivo.
- Então era uma das peraltices dela que você estava contando quando a Mione e eu chegamos?
- Na verdade sim, eu estava contando sobre o primeiro dia de aula dela em Beauxbatons, e também a primeira detenção. – Merina sorria saudosa – É muito engraçado relembrar essas coisas. Sabem, Kathy não demorou a se adaptar em Beauxbatons, porque ela nunca se adaptou. Aquela escola era muito rigorosa para o jeitinho estabanado e descontraído dela. Ela é uma pessoa muito doce e amiga, mas tem personalidade forte. Mas, apesar disso, minha sobrinha se formou com as notas mais altas da escola. Um verdadeiro orgulho para a reputação de Beauxbatons.
- Tenho certeza que iríamos nos dar muito bem. – Gina disse de forma convicta.
Merina sorriu e olhou no relógio. O sorriso morreu na mesma hora.
- Céus, já é muito tarde. É melhor irmos jantar!
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Um programa musical muito interessante que passava na TV tentava roubar a atenção das duas garotas que estavam dentro do confortável quarto. Ele tentava, pois não parecia estar tendo muito sucesso com uma ruiva ansiosa, que lançou o milésimo olhar de esguelha para sua amiga morena, essa sim parecia absorta na programação, tanto que ela acompanhava a batida da música que tocava com os pés.
Gina hesitou uma, duas, três vezes... na quarta se irritou consigo mesma, ela não era garota de indecisões. Mandou sua hesitação tomar um banho gelado e sentou de uma vez em sua cama.
- Resolveu falar o que está te deixando tão inquieta? – Hermione perguntou calmamente sem tirar os olhos da TV.
Gina riu.
- Você é uma dissimulada Srta. Granger. – brincou jogando uma almofada na morena.
Hermione sentou também e abraçou a almofada que Gina havia jogado nela.
- Pode começar a despejar tudo. – disse gesticulando com a mão.
- Hum... – Gina lançou um olhar cético à morena, que achou aquele olhar perigoso demais. – Tem certeza?
Hermione teve certeza que coisa boa não vinha pela frente assim que constatou o sorriso travesso da ruiva. Não dava para associar aquele sorriso à coisas muito boas.
- Gina, o que você está tramando? – perguntou com um olhar desconfiado.
- Mione, você promete que não vai dar chilique?
Hermione estremeceu.
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- Cheque-mate! – bradou Rony solenemente pela segunda vez aquela noite.
- Eu não posso morrer antes de te derrotar pelo menos uma vez! – Harry disse deprimido, olhando o tabuleiro de xadrez bruxo.
- Eu tinha que ser melhor que você em alguma coisa. – brincou Rony com um sorriso zombeteiro, mas parou de sorrir ao ver a cara do amigo – Ei, eu tava só brincando Harry!
- Você sabe que eu detesto essas brincadeiras Rony! Você é melhor que eu em muitas coisas e...
- Relaxa aí, cara! – disse o ruivo sorrindo novamente – Eu sei que sou melhor que você em muitas coisas... au! – exclamou ao sentir o controle remoto da TV bater de encontro em sua nuca.
- Acho que você tem razão. – disse Harry guardando a varinha que tinha usado para fazer levitar o controle da TV – Você tinha que ser bom em alguma coisa. Nem numa simples guerra de travesseiros você me vence. – desdenhou e se jogou na cama – E olha que você é bem maior que eu! Mas sabe, acho que posso deixar você me vencer mais uma vez no xadrez, pois estou completamente sem sono.
Rony apenas sacudiu a cabeça rindo e começou a arrumar as peças no tabuleiro. Uma cabeça apareceu na porta.
- Olá! – disse a ruiva sorridente, dessa vez com o corpo todo já dentro do quarto e caminhando em direção ao seu alvo. Jogou-se em cima dele.
- Au, Gi! Você está se acostumando a fazer isso, né? – resmungou Harry, mas sorria.
- Você já não deveria estar dormindo mocinha? – Rony evitou olhar para a cena e continuava a arrumar as peças de xadrez.
- Ron, você está aqui? – provocou a ruiva, fazendo o irmão lhe lançar um olhar irritado – Mas é bom que esteja, pois era com você mesmo que eu queria falar.
- Ah, é mesmo? – Harry pareceu um pouco decepcionado.
- É sim! – afirmou a ruiva – A Hermione me pediu pra te avisar que gostaria muito de falar com você.
Rony pareceu um pouco preocupado.
- Por que ela não veio com você?
- Acho que é particular. Pode ir lá no quarto que eu espero aqui!
O ruivo nem pestanejou. Pulou da cama e saiu apressado do quarto batendo a porta atrás de si.
Gina se voltou ao moreno com um sorriso malicioso.
- Você só veio mesmo pra falar com o Rony? – perguntou manhoso, fazendo a ruiva sorrir internamente.
- Sim. – reafirmou e aproximou-se mais de Harry quando viu o olhar triste dele. Aproximou-se do ouvido dele e sussurrou – Com você eu não desejo falar muito. – e o beijou com vontade.
Harry mal teve tempo de sentir arrepios.
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- Hermione?
A morena sorriu ao ouvir seu nome ser pronunciado por aquela voz, mas ao mesmo tempo lembrou-se do plano louco de Gina e sentiu-se nervosa. Não sabia como tinha deixado àquela ruiva a convencer dessa loucura. Não que ela não tivesse gostado da idéia, mas a achou no mínimo perigosa.
Realmente seria um martírio ficar perto daquele ruivo e ter de se controlar. Teve certeza disso ao sentir o perfume dele, denunciando sua proximidade.
- Mione? O que houve?
Ela sentiu a cama afundar; Rony havia sentado ao seu lado. Ela virou-se de frente para ele e sorriu. Passou a mão no rosto dele carinhosamente. Uma mistura de sensações a fez esquecer o nervosismo e o plano, fazendo-a ter noção apenas daquele ambiente, daquele homem a sua frente... sim, Rony já era um homem, a forma com que ele a olhava fazia com que ela sentisse que tinha um homem ao seu lado e ao mesmo tempo a fazia sentir-se mulher. Sentiu-se feliz. Sorriu.
- Eu te amo!
Ela sentiu ainda mais felicidade ao vê-lo arregalar aqueles lindos olhos azuis com a surpresa.
- Mi... Mione...eu...
- Ron, não precisa ficar assim!
Rony ainda sentia seu coração querer rasgar sua garganta com o que tinha ouvido. Jamais esperou ouvir aquilo, não naquela noite. Mas adorou... não...amou! Ele era o homem mais feliz do mundo naquele momento.
- Eu não esperava por isso. – confessou tentando sorrir, mas estava tão feliz que não conseguia.
- Eu também não! – respondeu Hermione, sentando-se na cama e o abraçando. – Mas é a verdade. E eu não acho que seja precipitado, pois estamos namorando há pouco tempo, mas meu sentimento já existe há muitos anos e...
Rony calou-a com um beijo. Ele não precisava ouvir mais nada. Ele já sabia de tudo aquilo. O que realmente era importante ouvir ela já havia dito, agora ele só precisava sentir. O beijo foi breve, mas foi o suficiente.
Quando Rony o interrompeu, enfim conseguiu sorrir. Enterrou o rosto no pescoço da morena e soltou o ar dos pulmões com força, ainda sorrindo.
- Eu também te amo!
Hermione o abraçou mais forte. A respiração dele em seu pescoço, somada à proximidade dos corpos e o que tinha acabado de ouvir, faziam seu corpo vibrar. Ela levantou a cabeça para olhá-lo. Ambos sorriram.
- Fica um pouco aqui comigo? – ela perguntou.
Ele apenas a trouxe pra mais perto e a fez deitar a cabeça em seu peito. Permitiu-se acariciar aqueles cabelos cacheados que ele tanto amava e sentir aquelas mãos acariciando seu peito.
Os dois não precisavam de mais nada, apenas estar perto um do outro. Passaram muitos minutos daquela forma, apenas fazendo carinho um no outro, até que o sono começou a se fazer presente. Rony adormeceu primeiro, mas Hermione ainda conseguiu fazer uma nota para agradecer à Gina por ter planos tão convenientes. Sorriu e permitiu-se ser carregada para o outro plano.
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Depois daquele beijo, Harry duvidava muito que permitiria que Gina saísse dali. Ele gostaria muito de poder abrir só mais um botão daquela blusa amarela que escondia o corpo da ruiva, mas jamais faria isso agora, única e exclusivamente por receio de que Rony entrasse a qualquer momento no quarto. Sentiu Gina afastar-se de repente dele.
- Acho que meu plano deu certo. – falou a ruiva olhando para a porta do quarto.
Harry deu um sorriso inclinado. Ele deveria ter suspeitado.
- Então você armou toda essa história? A Mione não queria falar nada com o Rony?
- Depois você me agradece, tá? – brincou a ruiva dando um beijo rápido nele – Mas o melhor é que eu acho que a Mione realmente tinha algo para falar pro meu irmão, pois o combinado era que ela o entretece apenas tempo suficiente para eu te desejar “boa noite”. – e sorriu brincalhona – Mas acho que eles também estavam precisando das uns “boas noites”...
Os dois riram.
- Você tem cada idéia, hein? – falou Harry.
Gina deu um sorriso misterioso. Harry achou que Gina poderia conversar apenas por seus sorrisos. Ela tinha milhares, um mais lindo que o outro, e todos pareciam falar algo diferente.
A ruiva teve uma intuição e sem receio nenhum se levantou da cama de Harry. Virou-se de frente para ele, mas dessa vez não sorriu, apenas levantou as sobrancelhas sugestivamente.
Harry viu Gina levantar-se e olhá-lo com uma expressão altamente sedutora. Era incrível a capacidade que ela tinha de mexer com tamanha violência dentro dele fazendo tão pouco. Acompanhou-a com os olhos e a viu fazer sinal em direção à porta.
- Eu gostaria de fazer isso, mas não posso ainda. Você poderia? – ela perguntou com a voz sussurrada e Harry não precisou perguntar do que ela estava falando, ele entendeu muito bem. Engoliu em seco, começando a ficar nervoso.
- Gina, eu acho melhor nós...
- Ah, meu amor... não vejo mal nenhum que você faça isso! É pela nossa segurança.
Harry pegou a varinha hesitante, sabia que ela o estava provocando. Mas mesmo assim a atendeu e trancou a porta com um feitiço. Ele pensou um pouco e resolveu entrar no jogo e ver até onde ela iria chegar. Faria o que ela dissesse e agiria na hora certa.
Gina olhou para o teto e resolveu não pedir esse favor a ele, pois isso ela poderia fazer. Caminhou até o interruptor e diminuiu a luz do ambiente. Pegou o controle da TV e a sintonizou no canal de música que estava vendo com Hermione. Tocava uma música nem agitada e nem lenta, mas bastante agradável. Deixou em volume baixo. Voltou a se aproximar de Harry, deliciando-se com o embaraço que estava causando nele. Ela se achou muito má nesse momento. Riu internamente.
Harry a viu se aproximar e por mais que quisesse se controlar, era muito difícil não se sentir nervoso. Tudo ali era muito sugestivo, e aquele botãozinho na blusa dela pedindo para ser aberto não estava ajudando em nada.
- Acho que agora está perfeito. – disse Gina enquanto deitava ao lado de Harry. Ela já ia dizer que eles poderiam dormir tranqüilos quando ouviu a voz dele interromper seus pensamentos.
- Concordo plenamente. – falou o moreno, e achando que esse era o momento de agir, capturou com volúpia os lábios da ruiva e agilmente se virou por cima dela na cama.
No momento que os lábios dela tocaram os seus, Harry esqueceu qualquer jogo. Toda sua lucidez parecia estar lhe escapando na surdina, pois ele nem percebia que ela o abandonava; o contato com aquele corpo estava lhe tomando toda a atenção. Esqueceu completamente que Rony estava logo no quarto ao lado e que poderia surgir pela porta a qualquer momento.
“Não! Definitivamente não! Isso não estava nos planos!”, pensava Gina. Era ela quem deveria estar no comando daquele jogo. Mas a brincadeira de Harry parecia tão mais interessante e gostosa do que a sua... mas e agora? Como fazer aquilo parar? Se pelo menos ela quisesse parar, talvez assim fosse bem mais fácil. Mas ela sabia que tinha de interromper aquilo, ou de outro modo as coisas poderiam se complicar bastante. Ela estava reunindo forças para dar um basta naquela situação maravilhosa, mas quando sentiu os lábios de Harry sugando seu pescoço e o corpo dele dominando o seu, suas forças vacilaram.
Quando Harry parou para buscar um pouco de ar, sentiu seu rosto esquentar ao perceber que estava sem a camisa. Deu um sorriso que mesclava travessura e timidez.
- Que horas você fez isso? – ele perguntou pra uma ruiva descabelada que estava imprensada embaixo dele.
- No mesmo momento em que você desabotoou a minha blusa. – respondeu com um sorriso provocante.
Harry desviou o olhar para baixo no mesmo instante, e com um sobressalto notou a blusa amarela com todos os botões abertos, deixando à mostra a barriga alva, com algumas poucas sardas espalhadas ali, e o sutiã também amarelo, que escondia os seios da garota. Algumas sardas também eram visíveis pelo colo e ombros que estavam à mostra. O moreno achou que esses detalhes compunham um cenário extremamente belo. Olhou para a ruiva novamente e disse sorrindo:
- Você é linda!
Gina apenas o puxou para um breve beijo e deixou que ele recostasse a cabeça próxima a seus seios. Ela inalava o cheiro dos cabelos dele, já sofrendo por saber que teria de sair dali.
- Harry, preciso ir! – disse a contragosto.
- Eu sei. – respondeu ele, mas se aconchegou melhor a ela, a fazendo sorrir.
- E que tal se você facilitasse um pouco mais as coisas pra mim, hein? – brincou a ruiva, arranhando de leve as costas dele, que pareceu arrepiar-se. – Com você me abraçando desse jeito eu nunca mais vou querer sair daqui.
- E o que você acha que eu estou tentando fazer? – disse ele começando a distribuir beijinhos pelo colo dela.
Gina respirou fundo. Por Mérlin, como aquilo era bom... atos tão simples, mas que significavam tanto. Sentiu os beijos dele subirem por seu pescoço, queixo, até sua boca.
- É melhor você ir! – despejou o moreno se afastando bruscamente de Gina e sentando na cama. A ruiva sorriu e sentou também, o abraçando por trás e deitando o rosto nas costas desnudas dele.
- Você lembra uma coisa que a Merina nos disse? – ela perguntou.
- O que? – quis saber o moreno enquanto acariciava as mãos dela que estavam em seu peito.
- Que as coisas sempre acontecem no momento certo, e que só nos resta ter paciência para esperar esse momento chegar. – Gina apertou ainda mais o abraço.
Harry entendeu o recado e concordou plenamente com a ruiva. Levou uma das mãos dela aos lábios e depositou um longo beijo ali.
- Nosso momento vai chegar, meu amor. E nós dois vamos saber quando ele chegar.
Tendo dito isso, Harry se virou de frente para Gina e começou, sem pressa nenhuma, a abotoar os botões da blusa dela, que acompanhou o ato dele com atenção. Assim que concluiu a tarefa, ele levou as mãos ao rosto dela e acariciou suas bochechas com os polegares.
- Eu nunca havia me sentindo tão feliz, sabia? – disse com um sorriso sincero lhe emoldurando o rosto.
Gina apenas devolveu o sorriso e o beijou de leve, se afastando em seguida.
- Até amanhã, meu amor. – disse ela já caminhando em direção à porta.
Quando ela já estava quase saindo, ouviu seu nome.
- Gi!
Ela virou-se para Harry.
- Obrigado por ter me aceitado de volta. Não sei se merecia.
- Se você não merecesse de verdade, eu não teria te aceitado. – respondeu a ruiva com simplicidade. E, jogando um beijo pra Harry, saiu do quarto.
Assim que Harry viu a porta do quarto se fechar, se jogou na cama, fechou os olhos e passou as mãos pelos cabelos, se perguntando por que novamente não conseguiu dizer o que há algum tempo queria dizer.
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Gina sentiu dó! Uma pena sem tamanho do que teria de fazer. Se tivesse outra opção a escolheria, pois desfazer aquela cena era quase um sacrilégio. E amaldiçoando a si própria, se aproximou da cama de Hermione.
- Rony! Rony acorda! – sussurrava enquanto sacudia de leve seu irmão, numa atitude inútil de acordá-lo sem despertar Hermione. A morena logo abriu os olhos e saltou da cama com tanta rapidez, que isso foi bem mais eficiente em acordar Rony. Bom, talvez fosse por que ele a abraçava e o movimento brusco da morena deve ter quase lhe arrancado o braço.
- Gina! O que foi? – perguntou a morena assustada, e corou assim que se recuperou do susto e se deu conta de como a ruiva a tinha encontrado.
- Nada demais, só que eu esperei o Rony voltar e como ele não apareceu, resolvi vir chamar.
- Nós dormimos! – explicou a morena constrangida, fazendo Gina revirar os olhos com a resposta óbvia.
Rony já estava acordado, mas parecia tão sonolento que sequer prestava atenção na conversa das garotas, apenas se espreguiçava na cama. Hermione levantou-se e foi puxando o ruivo com certo esforço em direção à porta.
- Vamos Ron, deixe de manha. Eu sei que você está já está bem acordado! – disse a morena um pouco ríspida.
- Bem acordado é um pouco de exagero. – resmungou o ruivo, mas caminhou até a porta e antes de sair, cochichou algo no ouvido de Hermione que a fez enrubescer um pouco mais.
Gina apenas ergueu uma sobrancelha e resolveu desviar o olhar dali, e preocupou-se em se jogar em sua cama. Um sorriso teimando em lhe brotar dos lábios.
Hermione, assim que fechou a porta, caminhou até sua cama e sentou. Procurou o olhar da amiga e quando o encontrou, percebeu que ela não era a única que parecia ter visto um passarinho verde. Deitou na cama.
As duas deram um suspiro ao mesmo tempo e em seguida soltaram uma risadinha típica de adolescentes apaixonadas. Ambas se cobriram e resolveram não comentar nada uma com a outra por enquanto. Uma coisa elas tinham certeza: o que estava acontecendo com elas talvez representasse um pouco mais do que uma simples paixonite juvenil.
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- RONALD BILLIUS WEASLEY! É A ÚLTIMA VEZ QUE EU CHAMO VOCE COM EDUCAÇÃO! NÃO ME FAÇA APELAR! – esbravejou Hermione já começando a perder sua sensível paciência, pois já era a milésima vez que ela chamava Rony, que não parecia nem um pouco disposto a abrir os olhos, apenas resmungava e se mexia por baixo das cobertas.
- Hum, tá Mi! Eu já ouvi! Já vou levantar, ok? – uma voz rouca e preguiçosa saiu por debaixo do edredom.
A morena estreitou os olhos, deu um bufo e se sentou na cama de Harry, ao lado deste e de Gina. Harry estava terminando de amarrar os cadarços do tênis.
- Eu estou tentando acordá-lo faz tempo Mione. Desde muito antes de vocês entrarem aqui. – justificou-se o moreno dando um laço em seus cadarços, no mesmo momento em que Gina se levantava e caminhava em direção a um grande espelho localizado logo ao lado do guarda-roupa. A ruiva começou a conferir seu visual.
- Merina veio conversar com você sobre o passeio de hoje? – perguntou a ruiva ao namorado.
- Sim, me acordou um pouco cedo para isso!
- Então ela lhe disse sobre o cemitério? – perguntou Hermione olhando para o amigo logo ao seu lado.
Harry suspirou e, tendo terminado de calçar os sapatos, passou a encarar a amiga.
- É, ela me disse que gostaria de ir lá! Mas não sei se quero voltar lá agora.
- Ah, Harry, vamos! Você precisa superar essas dificuldades. Vai ser uma barra sofrer dessa forma toda vez que tiver vontade de visitar o túmulo de seus pais! – tentou incentivar a morena.
- Você diz isso por que tem seus pais vivos. Você não sabe o que é ter de visitar apenas os restos mortais deles. – respondeu Harry exaltado, e pareceu se arrepender na mesma hora de ter falado dessa forma com a amiga.
Gina esqueceu de sua roupa e virou rapidamente de frente para Harry. Se ela não tivesse escutado com seus próprios ouvidos, não teria acreditado que aquelas palavras tinham saído da boca dele. Hermione sentiu-se profundamente ofendida, pensou em calar-se, pois conhecia o temperamento explosivo do amigo, mas também achava que já estava na hora de lhe dizer umas verdades.
- Hermione, me desculpe! – disse Harry envergonhado.
- Mas é claro, Harry! Eu desculpo. – começou a morena de forma compreensiva – Mas saiba que eu só estava tentando ajudar. Será que você não percebeu ainda que fugir das coisas só as dificultam mais? - a voz foi alteando algumas oitavas a cada sílaba – Eu só achava que se você encarasse tudo isso mais abertamente seria bem mais fácil de lidar com isso! Eu só me preocupo com você! – terminou um pouco alterada.
Harry sabia disso e sentiu-se envergonhado, mas não pôde deixar de sorrir ao notar o carinho protetor que Hermione lhe dispensava.
- E não adianta vir com esse sorrisinho pro meu lado não, Potter! Você já conseguiu me tirar do sério! – disse Hermione, tentando conter um sorriso ao ouvir o amigo rir de seu comentário.
- Desde quando você me chama de Potter? – perguntou com um sorriso maroto.
- Ah, não enche, Harry! – Hermione sorriu e jogou um travesseiro no amigo, que desviou. – Mas agora eu vou cuidar do nosso amiguinho aqui! – completou levantando e pegando sua varinha.
Harry e Gina chegarama achar, por um momento fugaz de loucura, que Hermione poderia lançar um cruciatus em Rony, de tão maquiavélica que estava a expressão dela, mas ao invés de gritos de dor, o que eles ouviram foram um grito de susto. Gina não conseguiu segurar a risada e Harry ficou pasmo, não acreditando que a amiga tinha realmente feito aquilo, justo ela que o criticou tanto. Rony estava suspenso no ar de cabeça para baixo, parecendo sustentado pelo tornozelo por um gancho invisível; a camisa lhe cobria o rosto e ele se debatia tanto que parecia um peixe fora d’água.
- Eu pedi com delicadeza, mas você não me ouviu, então tive que apelar um pouquinho! – disse Hermione maldosamente, guardando displicentemente a varinha dentro das vestes.
- Her... Hermione!! Por que você fez isso? – Rony parecia assustado e irritado, tentado se livrar da camisa que lhe cobria o rosto. Acabou arrancando camisa afora e só então puderam ver o rosto assustado, possesso e vermelho do ruivo.
- Harry já te acordou assim uma vez, não foi? Pareceu ser bem mais eficaz que despertadores! – falava a morena sem se abalar e voltando a sentar na cama de Harry.
- Tudo bem, acabou a brincadeira! Agora você pode me descer daqui? – Rony estava realmente enfurecido, se debatendo no ar.
- Ah, eu não posso querido! – respondeu a morena despreocupadamente.
- Dá pra calar a boca Gina! – berrou o ruivo vendo a irmã se dobrando de rir – E como assim não pode, Hermione? Você tá de brincadeira, né? ME DESCE DAQUI AGORA! – Rony parecia tão lívido de ódio que até mesmo Gina maneirou um pouco nas risadas. Harry não sabia o que fazer; mas Hermione pareceu nem se importar.
- Não, não! Eu realmente falei sério. Realmente não posso te tirar daí.
- E por quê? –perguntou o ruivo entredentes e socando o ar.
- Simples. Por que eu não sei o contra-feitiço. – Hermione cruzou as pernas e passou a estudar suas unhas das mãos – Nossa, preciso de uma manicure – e conjurou uma lixa de unha.
O ruivo rosnava de raiva. Harry viu que o rosto do amigo estava passando do vermelho para o roxo e achou que já estava na hora de tirá-lo da constrangedora situação. Pegou sua varinha, mas antes deu uma última olhada em Hermione, que lixava as unhas distraidamente. Apontou a varinha em direção ao amigo e mentalizou “liberacorpus”. Na mesma hora Rony estatelou-se sobre a cama, desvencilhou-se um pouco desajeitado dos lençóis, vestiu a camisa tentando recuperar um pouco de dignidade e saiu pisando forte na direção de Hermione; estava furioso.
Harry realmente teve medo do que viria a seguir e empunhando sua varinha, preparou-se para conjurar um escudo entre eles se necessário. Gina já não ria e pensava a mesma coisa que Harry. Mas o que ambos presenciaram fez seus queixos caírem.
Rony se colocou em frente à Hermione e literalmente arrancou a lixa da mão da garota.
- O que você pensa que fez? – gritou descontrolado.
Hermione olhou pra ele, ficou de pé e deixou desabrochar o sorriso mais lindo, meigo e inocente que todos ali já tinham visto.
- Ron, meu amor! Bom dia! Você está tão lindo! – disse passando a mão no rosto do ruivo que, assim como Harry e Gina, estava paralisado de surpresa. – Acho melhor você se arrumar, pois precisamos descer para tomar café. Aliás, acho que vou verificar se já está servido, ok? – e deu um selinho no ruivo, que estava em choque – Eu te amo, sabia? – sussurrou no ouvido dele e sorriu.
Em seguida saiu do quarto, deixando para trás uma ruiva boquiaberta, um rapaz moreno impressionado com a capacidade das mulheres de virar o jogo a seu favor, e um ruivo arrepiado e indignado por, de repente, não estar mais com raiva dela.
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Cinco pessoas estavam paradas em frente ao pequeno portão naquele aconchegante e tranqüilo entardecer de domingo, mas apenas três delas já conheciam o lugar, e para elas, o pequeno portão do cemitério paroquial já não era novidade.
Merina foi a primeira a passar pelo portão. Harry, no mesmo instante, procurou os olhos de Hermione, que sorriu para ele. Os dois pareciam sentir que essa visita bem mais agradável que a anterior. Hermione puxou Rony pela mão e seguiu com ele pela estreita passagem.
- Você está bem? - a voz de Gina chegou aos ouvidos de Harry tão doce quanto uma melodia.
Ele olhou para ela, que o fitava séria. Ele sabia que quando ela o olhava dessa forma era porque tentava buscar algo em sua feição que pudesse denunciar o que ele estava sentindo ou em que estava pensando. Era quase como se o radiografasse, quase legilimência, mas não tinha nada a ver com magia. O que realmente o surpreendia era que quase sempre ela acertava.
Harry procurou entender o que estava sentindo. Sabia que novamente aquela sensação de ter sido violentamente roubado estava presente, mas apesar disso, não sentia mais aquele doloroso aperto no peito. Sorriu para Gina.
- Estou bem, Gi!
A ruiva apenas aproximou-se mais dele e o abraçou com carinho.
- Eu sei que você está! Mas agora eu estou do seu lado.
Harry ouviu essas palavras e procurou absorver e compreender todos os significados que elas pudessem ter. Deu um rápido beijo em Gina antes de abrir espaço para que ela pudesse entrar primeiro.
Caminharam lentamente por entre as lápides antigas. Rony estava agachado em frente à uma bem antiga delas, parecendo bastante interessado nela. Harry puxou Gina até lá.
- É ele, não é? – Rony perguntou sem tirar os olhos da velha lápide.
- É! – foi a curta e satisfatória resposta de Harry.
Gina aproximou-se do irmão e analisou, com certa dificuldade pelo péssimo estado da pedra, os dizeres gravados ali. Só então entendeu sobre o que eles falavam.
A voz de Hermione chegou aos ouvidos deles vinda a algumas fileiras de distância. Os três deram as costas ao túmulo de Ignoto Peverell e foram de encontro à amiga, que estava ao lado de Merina.
Ninguém disse nada, apenas direcionaram suas atenções às lápides que as duas observavam. Leram com atenção a frase gravada na pedra polida:
“A luz do olhar de vocês sempre brilhará enquanto houver vida no meu”
- Derick Slamvic.
* Nascido em: 23 de fevereiro de 1956.
* Falecido em: 31 de outubro de 1981.
- Jacob Pierre Slamvic.
* Nascido em: 10 de novembro de 1978.
* Falecido em: 31 de outubro de1981.
Merina conjurou uma linda rosa branca e a levou aos lábios. Agachou-se próxima à lápide que escondia os despojos daqueles a quem ela mais amou na vida e pôs a rosa ali.
- Eu sempre amarei vocês. – sussurrou – Mas vocês sabem disso, não é? – piscou marota, sorriu e levantou – Venham, Lílian e James já devem estar com ciúmes. – brincou, fazendo os outros sorrirem.
Harry foi o primeiro a se aproximar do túmulo dos pais, mas Gina acabou indo junto, pois o moreno segurava a mão dela com tamanha força que pareceu esquecer que poderia deslocar as articulações dos dedos dela. Mas a ruiva nem pensou em se queixar. Harry achou a sensação em seu peito bem mais agradável se comparada à da outra vez, mas mesmo assim, seu coração batia com tanta força que era possível ver o tecido de sua camisa se agitar com as suas fortes contrações cardíacas.
O casal se agachou mais próximo. Gina ergueu a varinha, mas Harry segurou seu braço, a impedindo de prosseguir com o feitiço.
- Você não pode, lembra?- disse ele.
- Ah, é! Esqueci!
Harry se encarregou de conjurar uma coroa de flores e colocar ali. Merina também se aproximou e tinha nas mãos uma rosa igual a que havia deixado sobre o outro túmulo.
- Viram só quem eu trouxe? – disse a loira sorrindo e se dirigindo às lápides, conversando com ela de maneira descontraída enquanto depositava ali a rosa branca – Jay, ele é tão bonito, muito parecido com você! Mas os olhos e a personalidade são heranças sua, Lilly. Agora eu vou poder ficar de olho nele pra vocês por aqui, assim como vocês devem estar de olho no Dick e no J.P por aí, não é? Estamos quites. – falou com ar divertido, parecendo esquecida de que quatro pessoas a ouviam – Ah, a namorada dele é linda, ruiva como você, Lil’. Harry herdou o bom gosto do pai. Mas os melhores amigos dele me lembram muito vocês dois, sabem? Brigam o tempo todo. – e riu saudosa – Eh, mas agora eu preciso ir. Volto assim que puder.
Quando Merina levantou e se virou, quase se assustou por encontrar quatro pessoas atrás dela. Ao ver os rostos corados dos quatro jovens, lembrando-se do que havia dito, não segurou um sorriso divertido.
- Vamos, Molly já deve estar se descabelando com a demora de vocês.
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Livros, pergaminhos e tinteiros. Companheiros constantes e quase inseparáveis do trio que havia permanecido n’A Toca. Desde que haviam retornado de Godric’s Hollow que Gina, Harry e Rony dificilmente se ocupavam com outro afazer senão os estudos. Hermione, que tinha voltado para casa no dia seguinte que haviam retornado da casa de Merina, não foi embora sem antes recitar meticulosamente um enfadante monólogo sobre a importância de se aproveitar as semanas que lhes restavam antes do início do ano letivo para mergulharem de cabeça nos estudos e lembrou-lhes com tanto afinco que este ano prestariam os NIEM’s que Harry, sempre que começava a querer cochilar, era grotescamente despertado de seu estado semi-inconsciente pela vozinha histérica da amiga gritando em sua cabeça.
Gina pareceu levar muito a sério as palavras da amiga, pois mal estava se alimentando (fato que estava deixando a Sra. Weasley aflita) para poder dar conta das toneladas de matérias que precisava revisar e, ainda por cima, aprender as que haviam perdido nas semanas de aula que perdeu; neste último caso, Rony e Harry estavam sendo de grande ajuda.
Harry, porém, ainda tinha um outro assunto para lhe roubar o sono: o caso dos Malfoy. Na verdade, o que realmente o preocupava não era ter de depor a favor deles, e sim de ter que fazer isso na presença deles. Apesar dos recentes acontecimentos, ele tinha uma ligeira intuição de que, ainda assim, o clima entre eles não seria dos mais agradáveis.
E como, em casos dessa natureza, o tempo não costuma ser muito amigável, eis que a sexta-feira chegou mais rápida que balaço em final de campeonato de quadribol.
- Você vem conosco, Harry? – perguntou o Sr. Weasley levantando da mesa onde tinha acabado de tomar o desjejum.
Harry apenas acenou positivamente e também se pôs de pé, juntamente com Percy e Jorge. Os três acompanharam o Sr. Weasley para fora da casa. A Sra. Weasley, Gina e Rony os seguiram até o jardim.
- Eu realmente queria ir com você. – desabafou Gina abraçando o namorado.
- Eu sei disso! – afirmou Harry retribuindo o abraço.
- Mas a mocinha aí sabe muito bem que ainda não pode aparatar, não é mesmo? – lembrou a Sra. Weasley em tom de alerta – Ainda é menor de idade.
- Mas eu poderia ir pela lareira sem problem...
- Você não tem uma pá de matérias pra estudar ainda? – Jorge a interrompeu.
Gina fuzilou o irmão com os olhos. Agora ela não teria mais como argumentar.
- Isso não é justo! É a Gina que tem de prestar exames, e não eu. Não é justo mesmo eu ter de ficar aqui estudando com ela. – Rony reclamou indignado.
- Você irá ficar para ajudar a sua irmã, Ronald Weasley! – A Sra. Weasley colocou as mãos nos quadris e olhou de forma ameaçadora para o filho, que se encolheu um pouco sob o olhar severo da mãe. – E não ouse reclamar mais.
Assim que Molly deu as costas, Rony deixou escapar um bufo malcriado. Gina sentiu-se mais feliz com isso, parecendo imensamente satisfeita por não ser a única amargurada ali. Virou-se para Harry e deu-lhe, despudoradamente, um belo beijo na boca.
Percy fingiu não ter visto nada e apenas amarrou melhor sua capa contra o pescoço. Rony apenas desviou os olhos. Jorge abriu e fechou a boca várias vezes, mas sem pronunciar nada. As lembranças daquele almoço ainda pipocavam muito vívidas em sua mente.
- Vai dar tudo certo. – a ruiva encorajou o namorado.
- Muito bem, chega de despedidas. É melhor irmos logo se não quisermos chegar atrasados. – informou o Sr. Weasley.
- Jorge, você virá almoçar em casa? – perguntou Molly enquanto abraçava o filho.
- Não sei mãe. Veremos! – disse, e deu um beijo na fronte da mãe – O papo tá muito produtivo, mas agora preciso garantir o leite das crianças. Até mais.
E com um CRACK, desaparatou.
- Eu digo o mesmo. Encontro vocês no ministério. – disse Percy olhando para o pai e Harry; em seguida, com um rodopio de sua capa também sumiu.
Rony desejou boa sorte ao amigo e Molly ainda lhe deu um beijo estalado na bochecha antes dele, juntamente com o Sr. Weasley, sumirem com um estalido.
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N.A:
Olá pessoal...Ufa! Trabalhei a beça pra postar essa capítulo ainda hoje. Fui madrugada a dentro, mas enfim...estoy aqui com mais um pedacinho de história pra voces, espero realmente que gostem!
Olhem, e realmente estou amando os comentários de voces... sério! Eu queria muito ter agradecido a todos, mas realmente não deu tempo, mas se voce quiserem, eu posso agradecer e postar depois, o que acham? Aguardo as sugestões de voces, pois eu adoro responder aos coments!
E o capítulo, gente? O que acharam? Também espero saber a opinião de voces nos comentários depois!
Gente, gostaria de agradecer muito mesmo pelos elogios, críticas, sugestões e etc! Mas tem uma pessoa que eu gostaria de falar:
Feholy: é, voce mesmo! Adorei a idéia de montar a capa...acho que a fic merece, né! E então, posso mesmo contar com voce? Olha lá, hein...firmar compromisso comigo tem que cumprir...hehehe! Aguardo sua resposta, ok? ?
É isso...
Até a próxima então meu povo amado...
FUI!
CRACK!!
Comentários (2)
Obrigada!!! Continue acompanhando e comentando, ok?? bjs.
2011-09-02realmente tenho que te dar os parabééns.. vc escreve MUITO beeem... to amaaaaando!! bjs
2011-08-23