Oi diário.

Minha terapeuta me disse que eu deveria concentrar minha raiva em um diário. Sabe, a sorte é que, escrevendo aqui eu não preciso dizer a ela que eu a odeio. E que eu não estou com raiva, é que, simplesmente, o mundo resolveu ser idiota comigo. O mundo e ela. Ela, principalmente.
Depois que minha mãe morreu e que a família Garbo me adotou eu sou obrigada a vê-la uma vez por semana, Elen Mary Grant Myer, minha terapeuta. Ta, admito que só não gosto dela porque ela me faz pensar em coisas que eu não gosto de pensar. Como minha mãe. É, ela tinha razão (por mais que eu odeio admitir), escrever é mais fácil que falar. De fato, por pior que seja eu tenho que dizer que sinto falta dela e que tenho que aceitar que mesmo que minha mãe não fosse lá muito presente na minha vida eu preciso de uma mãe. E é por isso e pelo fato das minhas despesas serem pagas que eu chamo a Senhora Garbo de mãe. Parece frio da minha parte, e é, mas eu tenho 10 anos. Sei que não parece que eu tenho 10 anos pelo jeito que eu escrevo, mas me falaram que eu sou uma criança muito “madura”. Aham, tente viver praticamente sozinha e você será bem madura aos 10 anos. Apesar de minha mãe ser uma ótima mãe, acho que ela não sabia o que era ser mãe de verdade. Ela era mais minha amiga do que mãe. Não que me importasse, acho bom, gosto de como sou, de quem eu sou.
Se você me acha estranha, imagina quando eu te contar que... Ahá, eu sou uma bruxa! Não bruxa do tipo feia, com uma vassoura e com uma coruja no ombro. Mas bruxa do tipo moderna, que vai para a escola de Magia Branca aqui na Califórnia e que é bem bonitinha. Legal né?!
Bem, eu tenho que ir, meu irmão, o Carry Garbo está chegando aqui na minha escola. O Carry é meu irmão adotivo e estuda em Hogwarts, que é outra escola para bruxos, mas joga Basquete Bruxo para a minha escola. Ele também faz alguns cursos aqui, já que ele é considerado um daqueles “Bruxos Prodígios” e coisa e tal. Ele chegou, tenho que ir.

Tchau, Lyla.

Ps: eu não sei como se termina um “capítulo” de um diário, então, se acostume com a minha falta de educação/tato.

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