O primeiro bilhete
Dias depois daquele desagradável acontecimento as aulas em Hogwarts recomeçaram. Rebecca ainda estava chateada pelo julgamento precipitado que recebera de Bartô Crouch, mas procurava não pensar no assunto. Havia coisas melhores no que pensar, como no Torneio Tribuxo que aconteceria na escola aquele ano. Todos os alunos estavam entusiasmados com a idéia e curiosos para conhecer os visitantes que chegariam ao castelo. Rebecca também estava, para espanto dela mesma, ansiosa para rever Christian, só não sabia por que.
Ela andava pelo castelo olhando para todos os lados e o fato não passou despercebido por Hermione. Quando as duas chegaram ao dormitório para guardar suas coisas Hermione comentou sorridente:
_Estava procurando alguem lá em baixo? – disse enquanto depositava suas coisas ao lado da cama.
_Não, por quê?- Rebecca respondeu enquanto se sentava em seu leito.
_Não seja cínica! Você estava procurando pelo Christian! Achei que você não gostasse dele!
_Eu gosto... – Hermione olhou-a espantada. – Não do jeito que você está pensando... – ela respondeu rapidamente.
_Tem certeza?- Hermione estava de pé com as mãos na cintura olhando para a amiga.
Silêncio...
_Mas e o Harry?
_O que tem ele? – ela baixou a cabeça.
_Rebecca!- Hermione bateu o pé impaciente.
_OK, OK! Eu não sei, ta legal? To confusa! – Ela se levantou rapidamente e algo caiu no chão.
_Oh duvida cruel! – Hermione levou a mão a testa dramaticamente. – Harry ou Christian?... Christian ou Harry?...
_Vai brincando! Quando eu resolver te encher o saco por causa de um certo cara você vai ver só...- Hermione ficou séria e ela ria agora.
_Ei! O que foi isso que caiu da sua cama? – perguntou Hermione se abaixando para pegar um envelope no chão.
_Não sei. Parece uma carta. Tem remetente?
_Não, mas estava na sua cama, deve ser para você! De repente um admirador secreto... – Hermione sorria estendendo a carta para Rebecca.
Ela pegou a carta e se sentou na cama para lê-la. Mas não era bem um carta, havia apenas duas palavras escritas nela:
“EU SEI...”
_Estranho...
_Melhor lacrar de novo. De repente nem era para você.
_Pois é. Vou deixar por aí...Vamos descer, não quero perder as apresentações.
Os alunos estavam todos acomodados no Salão Principal aguardando a chegada dos alunos das outras escolas. Rebecca estava sentada ao lado de Harry de frente para a mesa da Corvinal, mas de costas para o corredor. Ela estava procurando por Christian e finalmente o achou. Cumprimentou-o com um aceno animado, mas desanimou quando viu quem estava a seu lado: Cho Chang. Ficou pior ainda quando viu que ela saudava Harry de longe e este retribuía todo prosa. Não houve tempo para solucionar a dúvida que se fazia dentro dela, logo as comitivas das outras escolas chegaram.
Primeiro um mar azul de meninos e meninas muito bonitos: eram os alunos de Boubeaxton. Rony ficou particularmente empolgado com uma moça que ele tinha certeza que se tratava de um veela.
Em seguida um batalhão de uniformes avermelhados: os alunos de Durmstrang. O que mais se destacava era Vitor Krum. Ele passava impassível pelos alunos quando pareceu ter sido distraído por alguém. Rebecca percebeu que a distração dele era Hermione. Os olhares das duas se cruzaram e Hermione se fez de desentendida.
As apresentações foram feitas e o cálice mostrado. Logo os alunos poderiam se candidatar ao posto de Campeão. O castelo nunca esteve tão animado. Rony parecia aquele que estava mais feliz, não parava de falar no seu querido ídolo Krum. Todos no castelo estavam eufóricos, vários grupos haviam se formado pela escola: grupos apenas de meninas e grupos apenas de meninos. Todos queriam comentar sobre os rostos bonitos que tinham surgido em Hogwarts. Mesmo Christian parecia ter se esquecido um pouco de Rebecca. Ela o havia visto várias vezes conversando com amigos e apontando para um grupinho de alunas da escola francesa.
O dia da seleção finalmente chegou. Todos os campeões foram escolhidos e entre eles estava Harry. Rebecca, assim como os outros não pode deixar de achar a situação estranha, mas além de tudo havia um mau pressentimento. Rony também não gostou da escolha de Harry e parou de falar com o garoto. Agora Hermione e Rebecca precisavam se dividir entre os dois.
_Pára de bobagem Rony! – tentava Hermione. – Você não percebeu que o Harry não conseguiria enganar o cálice e colocar o nome dele ali?
_O que eu percebi foi que ele não se contenta em ser o Menino-que-Sobreviveu. Ele tem necessidade de aparecer! – ele estava realmente zangado.
Hermione fechou o livro que tinha nas mãos e com o qual tentava ensinar História da Magia para o garoto. Levantou-se nervosa e saiu.
Num outro canto do salão comunal estavam Rebecca e Harry, também tentando estudar.
_Não adianta! – Hermione chegou de repente assustando os dois. – Ele é muito cabeça dura! Eu não agüento mais tentar convencê-lo. Desisti antes que acabasse dando com esse livro na cabeça dele. – e levantou o pesado livro para mostrar aos amigos.
_Deixa pra lá Mione! Uma hora ele vai se convencer de que eu não fiz de propósito e aí ele vai ver só!
_Ele ficou lá sozinho, Mione? – perguntou Rebecca.
_Ficou.
_Mas e a redação, ele terminou?
_Não. Eu perdi a paciência e saí! – Hermione ainda não havia se conformado.
_Então eu vou até lá, se não o humor dele vai ficar pior e vai acabar sobrando para nós duas também. – ela se levantou e pegou seu material. – Não faça essa cara Harry! Ele pode estar injustamente bravo com você, mas ainda é meu amigo... – e saiu.
_Precisando de ajuda? – Rebecca se sentou ao lado do amigo.
_Pensei que você preferisse ajudar o Campeão de Hogwarts! – ele destacou as últimas palavras sem olhar para a garota.
_Hermione o está ajudando e, eu sou sua última opção, portanto é melhor não despejar sua raiva infundada em mim! – disse descontraída.
_Você também acredita nele?!
_Claro! Harry nunca faz nada sem nos contar antes, e eu vi que ele ficou tão surpreso quanto todos nós. Rony, ele é seu melhor amigo, não deixe essa amizade acabar por causa de uma besteira dessas!
_Não é fácil ser amigo de Harry Potter sabia?
_Sabia! Principalmente porque quem sabe da minha história, alem de vocês, sempre acha que eu vou pular no pescoço dele!
_E não vai? – Rony ria desta vez.
_Você me entendeu Ronald! – ela disse sem graça. – Não sei de onde vocês tiraram essa idéia absurda...
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