A copa mundial
Os dias se passaram e finalmente veio a Copa. Todos tiveram que acordar muito cedo, já que não podiam aparatar. Eles andariam até uma chave de portal e lá se encontrariam com um amigo do senhor Weasley e seu filho: Amos e Cedrico Diggory. As meninas estavam particularmente ansiosas para chegar. Cedrico era considerado o garoto mais bonito do colégio, além de ser muito simpático.
Rebecca era a única que já havia usado uma chave de portal, além dos adultos e de Cedrico, mas isso não a impediu de se estatelar no chão assim como os outros. Eles chegaram ao local onde ficariam durante a Copa. Nenhum deles jamais havia visto tantos bruxos juntos. Eram bruxos de todos os tipos, nacionalidades e idades...
Quando terminaram de se acomodar em sua barraca o senhor Weasley pediu para que eles fossem buscar água. Eles aproveitariam para ver como estava o movimento do lugar. Já tinham caminhado um pouco e visto muitas coisas engraçadas, como bruxos tentando se vestir como trouxas e ficando tremendamente ridículos. Estavam quase chegando ao seu destino quando ouviram alguém se aproximando.
_Rebecca?
Todos se viraram para ver de quem se tratava. Era Christian. Hermione deu uma risadinha, Gina pareceu extremamente animada com a chegada do garoto, Rony e Harry não fizeram caras muito boas...
_Oi Christian!
Ele cumprimentou as meninas com um beijo e os meninos com um aperto de mão. Logo o casal foi deixado para trás, muito a contragosto de Harry e Rony. Gina, entretanto parecia ter seu bom humor totalmente restaurado.
_E então, como foi de férias? Você recebeu meus cartões?
_Recebi sim, são lindos. Eu não viajei muito nas férias. Meus tios acharam melhor aproveitá-las para visitar os parentes mais próximos. Mas eu gostei. Essa última semana eu passei na casa dos Weasley! Eles são tão legais! Dá até vontade de pertencer a uma família tão grande.
_Que bom que você se divertiu! Eu senti sua falta... – ele olhava para ela esperando uma resposta.
Ela ficou sem graça e apenas sorriu.
_O casal aí pode andar mais rápido? – um dos gêmeos gritou engraçadinho para eles.
Os garotos na frente olharam para trás e o casal ficou mais sem graça ainda.
_Pode passar na nossa frente, Fred... ou Jorge, sei lá!
_Obrigado, senhorita... – e os dois passaram fazendo barulho.
Assim que os gêmeos se foram e o grupo da frente parecia não mais prestar atenção aos dois, Christian continuou:
_Eh... Então? Você quer dar uma volta por aí depois do almoço?
_Parece que eu não tenho escolha... Claro! Aonde vamos?
_Sei lá, damos uma volta por aí. Podemos conversar melhor, sem ninguém para interromper, se você não se importar. Não tem muito para onde ir por aqui...
_Por mim tudo bem!...
Quando terminaram de encher seus baldes com água o grupo voltou para o acampamento. Christian se ofereceu para carregar o balde de Rebecca e os dois voltaram conversando o caminho todo.
_Bom, vou indo então. Meus pais devem estar me esperando para almoçar. Tchau. – e deu um beijo nela. Com um aceno se despediu dos outros.
Rebecca logo sentiu um cutucão do lado do corpo. Era Hermione que olhava para ela sorridente. Rony e Harry já haviam entrado e ela pode ver que pela primeira vez Gina sorria para ela também. Ficou sem saber se ficava feliz com isso ou com raiva. Ela sabia que Gina estava contente por que achava que Rebecca não fosse mais uma concorrente e isso a deixava com um pouco de ciúmes.
_E então? Vocês vão sair? – perguntou Hermione animada.
_Sair para onde? Não tem para onde ir por aqui. – falou enquanto entrava. Sabia que na frente dos garotos Hermione não continuaria a conversa, ou ela ficaria realmente brava.
Na parte da tarde haveria o primeiro jogo e o grupo iria assistir. Nenhum time do Reino Unido estaria jogando, mas o que mais interessava era conhecer o quadribol profissional.
Os dias se passavam e eles assistiam à maioria dos jogos. Numa tarde ensolarada em que estavam todos conversando do lado de fora da barraca Rebecca viu Christian de longe fazendo sinal para ela.
_Já volto, galera! – ela se levantou e seguiu rapidamente em direção ao garoto. Não queria que os outros percebessem o motivo de sua saída.
Ela andou um pouco e logo chegou ao seu destino.
_Oi. – ele cumprimentou-a com mais um beijinho no rosto.
_Oi. – ela respondeu nem tão sem graça porque desta vez os amigos estavam longe.
_Você tem um tempinho para darmos uma volta agora?
_Oh Oh! Claro!
Os dois foram caminhando para um local mais afastado do acampamento onde só havia algumas árvores. Ficaram conversando um bom tempo, quer dizer, enrolando um bom tempo porque eles não tinham muito assunto, além disso Christian parecia realmente nervoso, como se quisesse fazer alguma coisa e não soubesse como.
_Ué? Cadê a Rebecca? – perguntou Harry olhando para os lados.
_Foi dar uma volta. – respondeu Hermione evasiva.
_Sozinha? – perguntou Rony desconfiado.
_Não! – disse Gina animada. – Foi com aquele menino que veio falar com ela no dia em que fomos buscar água. – ela olhava para Harry como que querendo estudar a reação dele.
Hermione olhou brava para Gina, sabia exatamente o que ela estava fazendo. Harry tentou parecer desinteressado fazendo apenas uma cara de quem estava satisfeito com a resposta. Gina pareceu se convencer, pois se podia ver um leve sorrisinho no rosto dela.
De volta ao bosque, Rebecca e Christian haviam se sentado em baixo de uma árvore e continuavam conversando.
_Poxa! Você conheceu realmente um monte de lugares bacanas. Desses que você visitou eu só conheço a França e a Espanha...
Mas o garoto não parecia estar prestando atenção. Ele olhava para ela fixamente e de vez em quando Rebecca podia flagrá-lo olhando para seus lábios. Ele apenas sorria como se o simples som da voz dela fosse o suficiente para ele, mas não era. Rebecca sentiu que aos poucos ele se aproximava mais e mais do seu rosto. O coração da garota acelerou, sabia o que ele queria fazer, só não sabia se ela também queria.
O rosto dele estava bem próximo ao dela e suas bocas quase se tocando quando uma gritaria foi ouvida. Eles se assustaram e se afastaram. Rebecca olhou para o lado do barulho tentando não encará-lo.
_Acho que está começando outro jogo. Que tal voltarmos para o acampamento? Eu não avisei o senhor Weasley e não quero deixá-lo preocupado... – ela estava sem graça e ele desapontado.
_Claro, vamos. – os dois se levantaram e ele pegou na mão dela.
Rebecca se assustou, mas ficou sem jeito de soltá-lo. Os dois caminharam em silêncio até próximo do acampamento. Ela decidiu que se separariam ali, não queria nem pensar na cara que Hermione faria se os vissem chegando juntos e de mãos dadas. Ela parou para se despedir, já esperava que ele fosse dar-lhe um beijo, mas foi pega de surpresa: houve um beijo, mas não no rosto, quando ela ia se aproximar para beijá-lo ele virou o rosto e os dois acabaram dando um selinho. Christian apenas sorriu e foi embora sem falar nada deixando uma Rebecca extremamente vermelha e espantada. Demorou um pouco para ela sair do lugar... Quando ela realmente se deu conta do que tinha acontecido levou as mãos ao rosto e começou a rir e finalmente começou a se dirigir para o acampamento. Quando pode avistar o grupo de longe resolveu disfarçar, se tivesse que comentar alguma coisa com alguém não o faria ali.
Apesar de muito perguntar Hermione e Gina não receberam nenhuma resposta conclusiva. Rebecca negava veementemente que algo tivesse acontecido.
_E não aconteceu mesmo... – pensava. – Afinal foi só um selinho! Não foi nada de mais! – mas ela não conseguia conter um sorriso quando pensava nisso.
_Olha você rindo sozinha de novo! É claro que aconteceu alguma coisa! Conta o que foi Rebecca! – Hermione suplicava.
_Não aconteceu nada, Hermione! – ela tentava, mas não conseguia ficar séria.
_Deixa, Mione! Quando sairmos para ver a final certamente vamos encontrar o Christian. Se ele estiver com uma cara mais feliz que o normal saberemos que rolou alguma coisa! – Gina sorria abertamente. – Agora é melhor irmos ou o Rony vai tentar invadir a tenda e nos tirar daqui a força, afinal, ele não pode deixar de ver o grande Vitor Krum! – as três saíram rindo do comentário da amiga.
O jogo foi vencido pela Irlanda, mas durante a comemoração houve um ataque de comensais. Eles jamais haviam visto algo daquele tipo. Rebecca ficou revoltada ao se lembrar que seu avô estava por trás daquilo. As pessoas corriam por todos os lados apavoradas. Alguém trombou em Rebecca com tanta força que ela quase caiu. No caminho eles encontraram Malfoy que assistia a tudo tranqüilamente. Numa coisa ele tinha razão: Hermione corria perigo, afinal era nascida trouxa. Rebecca também estava receosa, sabia que havia desafiado Voldemort no semestre passado e agora poderia ser uma presa também.
Quando as coisas haviam se acalmado um pouco uma Marca Negra surgiu no céu. Harry e Rebecca não sabiam do que se tratava, Hermione tratou de explicar. Harry sentiu uma dor na cicatriz e Rebecca um aperto no coração. Os quatro quase foram estuporados por bruxos do ministério.
_O que vocês fazem aqui! – Bartô Crouch perguntava raivoso. – Isso é de algum de vocês? – e mostrou uma varinha.
Só então Rebecca percebeu que estava sem a varinha. Sentiu seu coração gelar. Sabia que aquilo não era um bom sinal.
_ É minha. – disse incerta. – Deve ter caído quando aquele homem esbarrou em mim.
_Prendam-na! - os bruxos do ministério ficaram sem ação.
_Bartô! Por Merlim! É uma criança! – argumentou Arthur Weasley.
_E também é neta dele! – argumentou apontontando para a marca. – Eu disse a Dumbledore que não seria seguro deixá-la aprender magia!
_Espera aí! Eu posso ser neta daquele louco, mas também sou vítima dele! E do que estou sendo acusada afinal?! Não pedi para nascer nessa família! – disse malcriada.
_Sua varinha foi utilizada para conjurar a Marca Negra!
_Novidades: não tenho nem idéia de como se faz isso!
Bartô estava ficando nervoso com a insolência da garota.
_Rebecca acalme-se! – ponderou Arthur. – Bartô, é só uma criança. A marca não pode ser conjurada por um bruxo qualquer, muito menos por uma bruxa de 14 anos!
_Tudo bem. Por um lado você tem razão! Mas o ministério vai continuar de olho nela! – ele a encarava desconfiado.
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