SSerpente
Oi pessoas! Mais um capítulo da tradução saindo do forno XDD Nem demorou tanto, né?
Como sempre, obrigada por lerem essa tradução... e um especial tks à Claudiomir José Canan, Tatily Lovegood, Ana Eulina (Ana, infelizmente a fic quase não tem romance. só nos últimos capítulos e não é a Gina. A história se baseia no livro 5 do HP, mesmo. E, viu? Eu finalmente postei!! XP), Black_Arkanus, Silvia Cecil, Kika.Cerridween e rhaorhao por alegrarem o meu dia ao comentarem sobre a fic e assim, renovarem a minha vontade de continuar esse trabalho.
Fiquem agora com a tradução do meu capítulo preferido da fic!
Boa leitura e não deixem de comentar,
Vanilla07
----
'Blah!' - língua de cobra; feitiços
O Mundo Sem Mim
Capítulo 20: Sserpente
Escuridão.
Sufocante.
Dor.
Solidão.
Medo.
Raiva.
Pura...
FÚRIA.
Harry acordou, ofegando e coberto de suor, sentando na cama. Ele imediatamente arrependeu-se da sua ação quando descobriu o quanto o seu corpo protestava por qualquer movimento que ele fizesse, por mais mínimo que ele fosse, e relutantemente apoiou-se na cama.
‘Que dor-de-cabeça de matar!’ ele mentalmente gemeu e colocou uma mão sobre a testa, somente para encontrá-la completamente enfaixada. ‘Estou na Enfermaria,’ ele deduziu, pois sua visão estava turva e o gosto remanescente de poções de cura não ajudou a melhorar o seu já presente mal humor.
Ele piscou algumas vezes para recuperar a sua visão, agradecendo ao Alastor do seu mundo por lhe dar lentes trouxas e enfeitiçá-las para que ele pudesse usá-las sempre. “Sirius? Remo?” ele chamou quando ambos os homem entraram no seu campo de visão.
Os Marotos rapidamente esqueceram sua incerteza e deram-lhe um abraço apertado. “Você está bem! Merlin, Harry, você quase nos matou de susto ontem!” Sirius exclamou.
Harry olhou ao seu redor e percebeu que a Enfermaria estava muito lotada. Madame Pomfrey balançava a cabeça por causa do comportamente de Sirius e Remo e estava provavelmente louca para fazer um completo check-up em Harry, Dumbledore parecia pensativo porém permanecia em silêncio e Amos Diggory aparentava estar tão traumatizando quanto ontem quando Harry caiu em seus braços; a maior parte da Ordem estava aqui, e mais Rosmerta e Hooch, que ainda estavam olhando furiosamente para Kingsley Shacklebolt e Moody.
McGonagall estava séria como sempre mas olhava Harry com um ar preocupado, enquanto Snape, finalmente acordado, estava em um canto parecendo bastante quieto e pensativo, e lançava ao garoto de olhos verdes alguns olhares estranhos.
Harry endureceu nos braços dos Marotos. “O que eles estão fazendo aqui?” Ele balançou a cabeça na direção dos membros da Ordem.
Remo suspirou e sentou-se em sua cadeira e Harry viu o quanto o Lobisomem estava exausto. Ele rapidamente esqueceu seu ressentimento para com os membros da Ordem da Fênix e voltou para Sirius e Remo toda a sua atenção. “Desculpe, Remo. Você deve estar tão cansado e eu só estou fazendo você se preocupar ainda mais. Hoje é a lua cheia, né?” o garoto perguntou, subitamente temeroso que eles falariam que ela já havia passado.
Remus colocou sua mão sobre a de Harry. “Sim, é hoje, Mas não se culpe, Harry; eu estou sempre cansado no dia da lua cheia. Na verdade, eu acho que a Poção Mata-Cão já ajudou. Normalmente eu estaria do seu lado em uma cama da Enfermaria.”
Harry sorriu suavemente e exalou. “É bom ouvir isso. Eu não quero perder.”
Molly Weasley parecia muito alarmada. “Você não pretende ir na Floresta Proibida com Black e Lupin, não é! Ou na Casa dos Gritos? É perigoso demais!”
Harry não olhou para ela. “Eu conheço o perigo, e essa é a razão pela qual nós iremos permanecer em Hogwarts esssa noite.”
Os olhos de Remo arregalaram enquanto exclamações de objeção ecoavam na Enfermaria. Harry os calou com um olhar furioso.
Dumbledore adiantou-se na frente dos professores queixosos e eles se afastaram. “Primeiro, não que eu duvide, mas mesmo você dizendo que a poção que Remo está tomando faria ele manter a razão durante a transformação, como pretende esconder um Lobisomem em uma escola repleta de crianças e adultos inquietos? Há um toque de recolher mas ainda é muito perigoso esconder um animal desses em qualquer sala-de-aula.”
Harry girou os olhos. Remo ainda estava muito preocupado, assim como Sirius. “Honestamente, Dumbledore, você realmente acha que eu deixaria Aluado, mesmo que ele esteja com sua razão completamente intacta, rondar pelo castelo ou simplesmente ser trancado em uma salinha? Eu conheço um lugar onde nós ficaremos completamente seguros e teremos todo o espaço que iremos precisar.”
Alvo ainda não tinha entendido então Harry suspirou exasperado.
“A Sala Precisa, Dumbledore.”
Os olhos do velho arregalaram em reconhecimento enquanto os professores deram-lhe olhadelas de curiosidade; contudo, ninguém ousou fazer perguntas. “Eu tinha esquecido desse lugar. Desde que você e eu somos os únicos que sabemos dele, eu o manterei em segredo. Agora, sobre o incidente de ontem...” Alvo deixou sua frase morrer quando achou-se sobre o olhar penetrante de Harry.
O garoto de olhos verdes tirou o curativo em sua testa, recebendo protestos de Pomfrey, e dedilhou a cicatriz, que ainda estava vermelha mas tinha parado de sangrar. “Eu não vejo como isso é da sua conta. Você já se esqueceu da nossa conversa?”
“Por favor, Harry!” Alvo implorou mas Sirius colocou-se na frente do seu afilhado protetivamente. O animago não podia evitar em também ficar preocupado com a sua cicatriz, entretanto, e olhou para Harry.
O garoto suspirou, reconhecendo o questionamento silencioso de Sirius. “Voldemort sabe quem eu sou.” Exclamações de medo ecoaram pelo aposento mas Harry as ignorou. “Foi Rabicho. Ele estava lá quando eu encarei os Dementadores e viu os meus Patronos. Ele informou Tom sobre eles e Tom descobriu. Ele não estava feliz, deixe-me garantir. Ele ainda está furioso mas eu sou capaz de lidar com a raiva dele agora com uma forte barreira de Occlumência.”
Sirius e Remo assentiram enquanto os outros o encararam desconfiados. “Como é que você sabe de tudo isso, Harry?” Rosmerta perguntou por todos eles.
Harry deu de ombros despreocupado e ficou de pé, com a intenção de deixar a lotada Enfermaria. “Voldemort, o meu Voldemort, me deu essa cicatriz quando eu tinha um ano de idade e desde então as nossas mentes ficam conectadas sempre que sentimos emoções profundas ou simplesmente quando queremos iritar um ao outro. O Voldemort daqui não sabe disso e gostaria que continuasse assim; já é difícil eu ter que sentir todas as malditas maldições que ele lança em suas vítimas. Não quero que ele tente entrar na minha mente. Algumas das minhas memórias são... bem, vocês entenderam.”
Ninguém sabia como assimilar a nova informação, então Harry usou o silêncio estoneado para se retirar, com seu padrinho e Remo correndo atrás dele.
“Aonde mesmo que nós estamos indo?”
Harry sorriu para o seu curioso padrinho que o observava caminhar para frente e para trás três vezes na frente de uma parede sem adornos. “Os Marotos sabiam de vários atalhos e passagens secretas mas eles não descobriram tudo. Esta-” Harry abriu a porta que apareceu magicamente “-é a Sala Precisa.”
Ele entrou e deixou seus amigos darem uma olhada. “Uau! Eu nunca pensei que houvesse uma sala como essa em Hogwarts!” Sirius exclamou enquanto Remo silenciosamentecontemplava o ambiente. Não parecia ser um aposento mas sim uma pequena floresta dentro de uma sala extensa. Havia ainda uma parede de pedra perto da porta com algumas correntes que poderiam ser necessárias para o Lobisomem, mas a área era uma réplica de uma parte da Floresta Proibida, incluindo um encantado céu noturno.
Harry riu do assombro infantil deles. “Ela não fica desse jeito, Sirius. É por isso que ela é chamada de Sala Precisa. Tudo o que você tem que fazer é caminhar três vezes na frente da parede enquanto pensa em que tipo de aposento você necessita e ele aparecerá, não importa se é só um lugar para relaxar, uma arena de duelos, uma sala de poções, uma biblioteca... basicamente, pode tornar-se qualquer lugar até os mínimos detalhes que você imaginar.”
Sirius assobiou. “Isso é incrível! Pena que nós nunca descobrimos esse lugar no nosso tempo de escola.”
Remo sentou-se cansado; mais duas horas e a lua estaria no alto do céu. Eles também tiveram que fugir de alguns desconfiados grifinórios e lufa-lufas no caminho para cá e, portanto, o lobisomem estava exausto. “Você tem certeza que ninguém entrará aqui enquanto eu estiver transformado. Não quero machucar alguém,” Remo disse preocupado.
Harry e Sirius sentaram-se ao seu lado. “Não se preocupe. Eu lançei um feitiço silenciador e um de ilusão na porta.”
Remo acalmou-se e cochilou. Harry ficou de pé, acenando para que Sirius permanecesse sentado. “Já vou voltar, eu acabei de lembrar de algo. Cuida do Remo?”
Sirius assentiu e compreendeu quando uma janela apareceu onde Harry parou; sua vista dava exatamente na torre da prisão. Harry abriu-a e pulou para fora como se isso fosse completamente normal.
Segundos depois o animago conseguiu ouvir poderosos movimentos de asas e ver um corpo negro voando para a torre mais alta do castelo.
Harry quase bufou quando aterissou silenciosamente e transformou-se. Mundungo Fletcher, ou Dunga, estava “guardando” o prisioneiro... o que queria dizer que ele estava dormindo apoiado nas barras da cela de boca aberta, às vezes murmurando sobre um negócio ou um caldeirão. Harry girou os olhos; Dunga era ainda Dunga e nada iria mudar isso.
“Estupefaça,” ele sussurrou, apontando sua varinha na direção do homem desacordado. Mundungo apenas endureceu com a sua boca escancarada e nem mesmo acordou.
Agora que ele tinha certeza que ninguém iria incomodá-lo, ele apoiou-se nas barras e encarou o prisioneirp que nela estava: Magnus Manx. “Então, você finalmente acordou? Firenze realmente acabou com você.”
Manx fez uma careta do seu lugar mas não se levantou; ele sabia que o garoto não poderia ser subestimado. “O quê você quer de mim? Eu disse àqueles bastardos que não falaria nada que possa comprometer o meu Mestre! Ele virá para mim!”
Harry riu do homem. “Eu acho que não! Já faz um tempo então você está atrasado: o Lorde das Trevas agora tem outras prioridades sem ser libertá-lo. Se você não está no Círculo dos mais fiéis, vocês, Comensais, são descartáveis. De qualquer maneira, não acho que você saberia de qualquer informação nova.”
Manx rosnou para Harry mas a expressão parecia ser mais temerosa que zangada. “Ele- ele virá para mim!” Agora o homem não soava tão confiante.
Harry girou os olhos. “Claro.”
Os olhos de Manx estreitaram-se. “Por que você veio aqui? Certamente não só para me iritar!”
Harry sorriu ameaçadoramente, seus olhos brilhando na quieta noite. “Na verdade, eu vim aqui só para me certificar que você não tentará escapar.”
“E como você planeja fazer isso?” o homem perguntou incerto.
Harry tinha a vantagem no momento e Manx sabia disso. O garoto procurou o ainda desacordado Mundungo e sorriu quando achou o que procurava. Os olhos do Manx arregalaram-se quando viu que Harry dedilhava a sua varinha. “Não... não...”
“Sabe, Manx, eu não sou tão legal e tolerante quanto os ‘bastardos’, como você os chamou tão carinhosamente. Por exemplo, eu aprendi, no meu velho mundo, a ser tão impiedoso para com os meus inimigos quanto eles seriam para mim.” Harry segurou ambas as extremidades do pedaço de madeira e aplicou um pouco de pressão, suficiente somente para fazer o traidor suar.
“Eu descobri que se eu não fizer isso. que é considerada uma das piores ofensas no Mundo Mágico, meus adversários podem um dia recuperá-la e virem atrás de mim.” Harry partiu a varinha do homem ao meio e Manx gemeu miseravelmente quando sua varinha quebrada caiu no chão com um baque, ambas extremidas rolando para longe das barras da cela.
Harry pegou a deixa e petrificou Manx depois de ter apagado as memórias desses últimos minutos; tudo o que o espião lembraria era que a sua varinha não podia ser mais usada mas não lembraria quem a quebrou.
Harry retirou o feitiço de Dunga –o homem ainda continuou dormindo- e quando ele ergueu o olhar, a lua já estava começando a brilhar no céu. ‘É melhor eu ir agora.’
Ele sse transformou e voou para a Sala Precisa a tempo de ver Remo começar a ter convulsões, mas menos do que o usual.
Sirius já tinha se transformado em Almofadinhas e o cachorro negro latiu uma saudação antes de voltar sua atenção novamente para o lobisomem. Harry voltou à forma humana e esperou pacientemente.
Almofadinhas choramingou, como se quisesse que Harry permanecesse como um animal, para garantir, mas Harry o ignorou e caminhou na direção do agora transformado, porém confuso, lobisomem. “Oi, Aluado,” o menino disse suavemente enquanto oferecia sua mão para o lobo cheirá-la. “Não lute contra a poção. Você pode me ouvir e me entender, não é?”
Primeiramente, Aluado rosnou confuso e deu alguns passos ameaçadores na direção de Harry, porém, uma vez que ele sentiu o cheiro do garoto, ele acalmou-se e lambeu a sua mão. Harry acariciou a cabeça do lobisomem e sorriu quando Almofadinhas latiu entusiasticamente e rodeou o agora excitado lobisomem.
Harry riu e transformou-se de novo na sua forma animaga sob excitados olhares dourados e azuis. Os três animais correrram para a floresta rapidamente e não saíram de lá até que a lua desse lugar ao sol.
Todos os professores sabiam o que a Poção Mata-Cão devia fazer devido à explicação de Harry; contudo, ainda foi um choque ver Remo de pé na manhã seguinte, parecendo somente um pouco cansado. “Bom dia à todos!” o lobisomem cumprimentou alegremente enquanto sentava-se na mesa dos professores.
Sirius tinha o mesmo sorriso alegre no rosto, o que fez os lábios de Harry curvarem-se.
“Isso quer dizer que a poção funcionou?” Alvo questionou, seus olhos azuis brilhando fortemente.
Remo e Sirius trocaram um olhar antes de rirem. “Funcionou certinho. Eu quase não sinto os efeitos colaterais e mantive minha sanidade o tempo todo! Tudo graças ao Harry aqui!” O homem de olhos dourados embaraçou o cabelo de Harry ainda mais até o garoto afastar a mão, brincalhão.
Uma cadeira roçou o chão quando foi empurrada para trás e os professores observaram Severo Snape sair do cômodo com uma expressão que beirava refexão e frustração.
Uma vez que o Mestre de Poções estava fora de vista, Madame Pomfrey virou-se para Harry. “Posso perguntar o que você fez com Severo no outro dia, senhor Potter? Ele não foi mais o mesmo desde o incidente.”
Harry deu de ombros. “Eu fiz um ataque forçado de Legilimência Reversa nele. Acho que o ataque foi demais para ele. Quanto ao seu presente comportamento, talvez ele só está com ciúmes por não ter sido quem inventou a Poção Mata-Cão.” Havia um brilho estranho nos olhos de Harry quando ele disse aquilo, o qual fez Remo perguntar-se quem realmente havia inventado a poção. Harry somente havia dito que ele tinha aperfeiçoado a versão original da Mata-Cão, não a criado.
“O que é Legilimência Reversa?” Hooch perguntou curiosamente enquanto Alvo franzia para Harry por usar uma arte negra em um de seus professores anteriormente, mesmo que tal professor tivesse agido como um idiota na maior parte do tempo.
Harry piscou. “Só algo que eu pensei para fazer Snape calar a boca e talvez até mesmo perceber o quanto ele tem sido um idiota desde que eu revelei quem eu sou. Legilimência permite ao bruxo penetrar na mente de alguém e invadir suas memórias. Eu só fiz o contrário; somente amontoei as minhas memórias e as joguei dentro da mente dele. O impacto deve ter sido demais para ele. Ele deve estar muito confuso agora porque nenhuma das memórias que eu lhe enviei estava completa ou completamente compreensível. Tudo o que ele deve estar conseguindo ver e ouvir são fragmentos e imagens do meu passado.”
“Boa sorte para ele,” Sirius murmurou baixinho. Ninguém o ouviu.
“Tem algo que eu possa fazer por você, senhorita Granger? Senhor Weasley?” Minerva perguntou quando ambos os alunos aproximaram-se da mesa incertos.
“Hum.. nós só queríamos saber se o Harry está melhor. Nós ouvimos pelos outros alunos que ele estava doente...” Hermione começou timidamente e cutucou Rony com força quando ele murmurou “Você quer dizer gritou até ficar rouco e desabou nos braços do senhor Diggory… AI! ‘Mione!”
“Ronald Weasley, você nâo tem o mínimo de tato,” a garota girou os olhos exasperada, o que fez Harry rir.
“Eu posso lhe assegurar que estou perfeitamente bem, Rony, Hermione. Obrigado pela sua preocupação. É como se fossem os velhos tempos. Não, Voldemort obteve algumas informações que o irritaram e eu não consegi bloquear a minha mente contra essa mudança de humor.”
Quando ele viu as expressões perdidas nas suas faces, Harry soube que tinha que se explicar. “Vê essa cicatriz?” Ele afastou um pouco do cabelo para revelar a famosa cicatriz em forma de raio. “Ela me foi dada por Voldemort quando eu tinha um ano devido a... uma maldição das trevas que ele queria me lançar que deu errado espetacularmente. Naquela noite, ele me deu um pouco da sua herança e de seus poderes, mas também uma conexão. Antes de eu aprender a proteger corretamente a minha mente no meu sexto ano, eu senti cada emoção forte que Voldemort sentiu e tinha incontroláveis visões com ele. Eu tive que aprender Occlumência quando ele finalmente percebeu a conexão que nós tinhamos e começou a me mandar falsas visões e até mesmo... me possuir.”
Sirius e Remo que estavam sentados em cada lado dele, automaticamente aproximaram-se de Harry. Alvo, os professores e os membros da Ordem estavam todos refletindo sobre o que Harry havia dito com expressões graves e calculistas.
Rony congelou e pareceu enjoado enquanto Hermione juntava as peças do quebra-cabeça e engolia em seco. “Que... tipo de ... herança e poderes?” ela perguntou nervosamente.
Ron parecia igualmente nervoso. “Não faça perguntas idiotas, Hermione. Harry é um Potter, então ele é um completo grifinório! Nenhum Potter poderia ser um bruxo das trevas.”
Ambos os estudantes e alguns professores riram incertos mas pararam imediatamente quando Harry nem mesmo pareceu sorrir.
“Infelizmente, caro Rony, eu SOU um bruxo das trevas. Maligno como Tom? Não. Das trevas? Sim. Eu luto pelo lado da Luz mas o meu imenso conhecimento de arte das trevas me coloca nessa categoria. Eu aprendei a aceitar esse fato quando percebi que entre o branco e o negro há uma outra cor: o cinza.”
Rony não sabia bem como reagir às notícias e deu um passo para trás; contudo, ele não disse nada. Harry sabia que Rony agiria dessa maneira então não se sentiu nem um pouco insultado.
“M-mas!” Rony começou a protestar fracamente e Harry ergueu uma sobrancelha, lançlando ao ruivo um sorriso melancólico, porém conformado.
“Eu não me sentirei ofendido ou pensarei menos de você se achar que isso é inaceitável, Rony. Eu sei que a sua família é completamente imersa no lado da Luz e também sei que Grifinórios possuem muito preconceito em relação às casas. Eles realmente pensam e reagem bruscamente e sem analisar a siuação, o que é uma característica da Corvinal, analisar a situação, sabe.”
Hermione corou um pouco enquanto Minerva parecia totalmente insultada e mortificada pelo que Harry tinha acabado de dizer. “Você não pode estar falando sério!” Alguns professores provavelmente estavam pensando o mesmo porque eles também estavam o enarando apreensivamente.
Sirius estava prestes a abrir a boca mas Remo lhe deu uma cotovelada e mandou-lhe um olhar de advertência; ‘Essa não é a hora de fazer uma das suas piadas toscas com o seu nome!’ Ele queria dizer.
“Você fala como se nem mesmo fosse um Grifinório!” McGonagall continuou transtornada. Ela provavelmente estava pensando que Harry queria manchar o nome de um dos que fora um de seus estudantes favoritos: Tiago Potter.
“Eu nunca disse que não era um Grifinório.” Harry franziu a testa mas sua expressão voltou a ser calma. “Entretanto, eu nunca contei a vocês que o Chapéu Seletor queria me colocar na Sonserina na minha seleção, né? Isso é algo que eu guardei para mim mesmo até mesmo no meu mundo.”
Minerva respirou profundamente, assim como a maioria das pessoas ao seu redor e caiu sentada, para o visível divertimento de Harry. “Por Merlin!” ela sussurou consternada e piscou quando Harry teve a coragem de rir dela.
“Mas, sendo jovem e facilmente influensiável, eu acreditei quando as pessoas me disseram que todos os Sonserinos eram malignos e estavam no lado de Voldemort. Na verdade, eu tive que argumentar com o Chapéu por um bom tempo até que ele, contrariado, aceitasse me colocar na Grifinória...”
Harry parou e uma expressão sombria cruzou o seu rosto. “Talvez as coisas teriam sido diferentes se eu tivesse aceitado a primeira opção... mas eu não posso voltar atrás agora, não é?” Uma grande tristeza e melancolia voava da boca de Harry com cada palavra que ele dizia. “De qualquer maneira, no meu sexto ano eu coloquei o Chapéu novamente só para experimentar enquanto Dumbledore não estava no escritório dele. Lembro claramente que não queria vê-lo na época...”
“Por que será?,” Sirius murmurou sombrio, mandando um olhar irritada para Alvo que não sabia bem o que dizer. Ele não sabia como Sirius tinha morrido lá ou o quê o outro Dumbledore havia feito para fazer Harry odiá-lo tanto.
“Bem, o chapéu me contou que continuava com a primeira opção mas que a Grifinória também era muito proeminente em mim. Ele disse ‘Seu coração sempre pertencerá à Grifinória, mas sua mente pertence à Sonserina.’” Harry bufou. “Não é irônico? O herdeiro de Grifinória na Sonserina.”
A cabeça de Alvo voltou-se para Harry num piscar de olhos e Rony boquiabriu-se. “Você- você é o herdeiro de Godrico Grifinória!”
“Então você sabia?” o diretor perguntou, ignorando a explosão de Rony.
Harry assentiu e pegou algo no bolso, murmurando um feitiço Enlargador no minúsculo objeto. Os olhos de Alvo arregalaram-se. “Como você conseguiu isso? Ninguém sabe onde ela estava escondida por todos esses séculos!”
Minerva se esforçou para ver o objeto, que provou ser uma espada. “Alvo? Que espada é essa?”
“Essa espada pertencia ao próprio Godrico Grifinória; seu nome está gravado nela. Mas nós nunca fomos capazes de descobrir onde Godrico a escondeu.”
Harry gargalhou e enfeitiçou novamente a espada. “Tanto Grifinória quanto Sonserina deixaram coisas para trás. Vocês normalmente usam uma das coisas de Grifinória todos os anos. Contudo, com Salazar, é um pouco mais complicado.”
“Todos os anos? Nós vemos algo de Godrico Grifinória todos os anos?” Rony perguntou, arregalado.
Hermione deu um tapa na testa. “É claro! O Chapéu Seletor!”
“Deixe para Hermione ser a primeira a descobrir.” Harry falou e Hermione corou.
“Esquecerei o fato de que você provavelmente entrou na minha sala enquanto eu não estava lá-” Alvo deu um olhar penetrante a Harry, que meramente sorriu satisfeito, “-para obter aquela espada e lhe perguntarei o quê você queria dizer com uma mente de um Sonserino.”
Harry abriu a boca para dizer que isso não era da conta dele quando sentiu uma sensação quente correr o seu coberto braço direito. Ele sorriu enquanto esfregava o dito braço.
Alvo entrecerrou os olhos consideravelmente; esse gesto era muito familiar mas só se vindo de Severo Snape. “Você está escondendo algo, Harry?” ele perguntou, calculista.
O punho de Sirius bateu na mesa e Remo rosnou. “O quê você está insinuando, Dumbledore!”
“Sirius Black, acalme-se!” Minerva disparou.
O Animago rugiu. Eles estavam começando a causar uma cena e o barulho no Salão Principal estava começando a diminuir. Rony e Hermione afastaram-se, não querendo ser parte de um disputa com o facilmente irritável Professor Black.
Parvati Patil observou toda a confusão a frente como todo mundo, até que percebeu algo se movendo perto das portas do aposento. Ela olhou atrás de si mas não havia nada... até que olhou para o chão. “AHHHHHHHHH!”
Todos pularam e viraram-se a tempo de vê-la pular na mesa e apontar para o chão. “UMA COBRA! UMA COBRA! FAÇAM ELA IR EMBORA!”
Todas as crianças começaram a gritar e fugir do réptil e algumas pessoas corajosas apontaram a varinha para ela. “VIPERA EVANESCA!”
Mas, para a surpresa geral o feitiço ricocheteou na serpente raivosa sem nem mesmo feri-la. Harry entrecerrou os olhos quando ouviu Nagini soltar comentários furiosos e insultos para os humanos.
“Humanoss nojentoss! Eu vou morder vocêss! Vou envenenar vocês! Vou matar todoss vocêss! Todoss essse deliciossoss sanguess-ruins, mass não! Messtre quer que eu encontre e esspie um misserável e pequeno humano! Mas talvez eu possa dar uma mordidinha? Ou paralizá-lo com o meu veneno até que ele lentamente morra em agonia?” Nagini deu um longo silvo quando ergueu seu corpo para atacar quem estivesse perto demais.
Foi aí que Harry compreendeu que ele quase tinha sido enganado: essa era a Nagini de Voldemort.
Harry empunhou sua varinha e a apontou para a serpente, lenta mas precisamente, aproximando-se dela com uma expressão cautelosa.
“Harry? O que você está fazendo?” Sirius perguntou curiosamente. ‘Por que ele está apontando a varinha para a sua própria cobra?’ ele estava se questionando mas rapidamente percebeu que algo estava muito errado com Nagini quando a cobra enrolou-se ameaçadoramente com cada passo que Harry dava.
“Ninguém se mexe!” Harry falou suavemente enquanto olhava para os olhos traiçoeiros da serpente. “Ela pertence a Voldemort e está pronta para atacar por qualquer movimento em falso.”
Simas engoliu em seco. “Mas nós estamos a metros dela... Ela não conseguiria nos alcançar!” ele disse trêmulo.
“Sinto em decepcioná-lo, Simas, mas olhe para o tamanho de Nagini. Se ela quiser atacá-lo, irá te alcançar em segundos; você nem a verá vindo.”
“Como é que você sabe o nome da serpente, Harry? O que você planeja fazer? Essa cobra não é mágica e, portanto, não pode desaparecer com um feitiço. O Lord das Trevas provavelmente também colocou nela fortes feitiços protetores.”
O diretor caminhava lentamente até Harry mas foi interrompido por Rosmerta quando a mulher percebeu que a cada passo que o velho dava, a cobra sibilava cada vez mais alto e balançava perigosamente para os lados.
Harry franziu a testa mas não desviou seu olhar do da cobra. “Eu já encontrei Nagini antes.”
‘Mas por que a marca no meu braço queimou? Essa Nagini não está conectada comigo. A não ser que a minha esteja vindo e isso foi só um mal-entendido. Ainda que um terrível.’ Harry pensou severamente.
A dita cobra começou a avançar devagar e Harry reagiu imediatamente, movendo discretamente sua varinha para não assustar o animal do inimigo. “Finite Incantatum!” O feitiço voou na direção do réptil e acertou sua cabeça. Harry esperou.
“O que aquele humano patético penssa que esstá fazendo?”
Harry suspirou frustrado. “Isso vai ficar feio. Ela não está sob os efeitos da Império... ” Mas ele teve o azar de desviar sua atenção por um segundo e a cobra deu o bote. Harry xingou quando Nagini enrolou-se firmemente ao redor do seu corpo e começou a sufocá-lo enquanto preparava-se para morder o garoto.
Outro grito ecoou pelo salão mas desta vez ninguém ousou se mover quando outra cobra deslizou rapidamente pelas mesas, sibilando igualmente ameaçadora... por diferentes razões.
“Diretor! Outra serpente! O Lord das Trevas está atacando! Elas são idênticas!” Hagrid berrou com a sua voz grave. Ele amava animais perigosos mas cobras vindo de Voldemort...
“Sseguidora nojenta! Consspiradora do mal! Traidora! Ssaia! SSAIA! Meu humano! MEU HUMANO! Eu vou te matar!” A 'boa' Nagini sibilou tão alto que ela surpreendeu a 'má', fazendo-a afrouxar seu corpo ao redor de Harry e deslizar no chão na frente da outra.
“Que magia é esssa! Não pode sser!” a Nagini má disparou perigosamente enquanto olhava a sua gêmea cautelosa.
Harry arfou e tentou normalizar sua respiração, e então sorriu.
Sem piedade para o lado das Trevas.
“NAGINI! MATE ELA! Mate quem me atacou tão malignamente! Ela tem que morrer antes que conte algo para o sseu messtre!”
Sirius desejou ter uma câmera nesse instante quando os rostos das pessoas mudaram quando o seu afilhado falou em língua-de-cobra.
Elas mudaram de incredulidade para medo e puro horror. A boca de Dumbledore poderia ter chegado no chão mas ninguém teria visto exceto o animago, que, mesmo sabendo da seriedadde da situação, estava rindo baixinho às custas do velho. “Um presente de Voldemort...” o ancião sussurou admirado.
Quando Nagini ouviu a ordem de Harry ela não perdeu tempo e lançou-se contra a gêmea do mal, que reagiu com a mesma intensidade. Ambas as serpentes rondaram uma à outra e tentaram morder e sufocar a outra.
Harry manteve a sua companheira à vista para ter certeza que ela estava ganhando e não o contrário. Depois de alguns minutos de ataques e silvos –xingamentos para os ouvidos de Harry- o garoto de olhos verdes viu sua chance e pisou com força na cauda da cobra maligna.
A Nagini má sibilou um palavrão obseno e quando ela se virou para Harry já era tarde demais: a boa Nagini tinha usado esse momento de desatenção e se enrolado ao redor da serva do Lord das Trevas. Ela mordeu brutalmente a cabeça da outra e sufocou a serva até a morte.
Harry exalou alto e sentou-se no chão quando tudo acabou. “Nunca mais quero fazer isso.”
“Messtre? Messtre, você esstá bem? Eu ssabia que deveria ter ficado com você! Eu ssenti!” Nagini enrolou-se ao redor dos braços de Harry e lambeu a bochecha dele para confortá-lo.
Harry acariciou a cabeça dela e se levantou. “Você fez um bom trabalho, Nagini. Por que você demorou tanto para voltar? Foi difícil achar Ssalazar?”
“Não, maus humanoss esstão na floressta. Humanoss masscaradoss, malvadoss. A Ashwinder teve que incendiar um pouco da floressta. As criaturass-cavalo esstavão furiosass. Oss mascarados continuavam atacando. Eu tive problemass para voltar. Ssalazar já tinha ido longe demais para caçar; ele dissse que voltaria daqui a doiss diass, no máximo.”
Harry completamente ignorou os tremores de medo que corriam pelo aposento e concentrou-se na sua companheira. Seu corpo tinha ficado tão tenso que Sirius e Remo temiam que as notícias, quaisquer que elas fossem, fossem ruins.
“Oss Comenssais da Morte esstão atacando os Centauross? Ashwinder esstá bem? Quem ganhou a batalha?”
“Ashwinder esstá bem, só um pouco abalada. As criaturass-cavalo consseguiram expulsar oss humanoss mauss mas acho que eless voltarão.”
Harry suspirou e assentiu. Nagini sibilou e balançou a língua antes de descer pelos ombros de Harry. Harry descobriu o braço - ele não precisaria mais fazer isso- e, para a surpresa de todos, a cobra deslizou para dentro da sua pele até que seu corpo inteiro não estivesse mais à vista.
O menino de olhos verdes sorriu quando Nagini parou totalmente de se mover e adormeceu; ela merecia.
“Isto é fantástico!” Albus murmurou quando Harry andou até a cobra morta, que ainda estava no chão, como se a coisa no seu braço não lhe incomodasse nem um pouco. Os jovens e os adultos deram para Harry espaço quando ele pegou a desfalecida Nagini e olhou para ela desdenhoso.
“Hum, Harry, querido, o que você planeja fazer com a cobra?” A senhora Weasley perguntou enquanto fazia uma careta ao olhar para o réptil morto.
O garoto deu de ombros. “Eu a darei para Snape. Ele poderá usar o veneno e a pele dela para as suas poções. Essa é a única coisa boa para que Nagini serve, sabe.” Harry sentiu uma pontada no braço e adicionou rápido: “É claro, eu estou falando da má, não da minha Nagini.”
Ele lançou um olhar irritado para a sua companheira que, pelo seu braço, estava olhando para ele de modo desaprovador.“Não me olhe dessse jeito, Nagini! Você também foi maligna, ssabe! Não sse essqueça que fazia da minha vida um inferno antigamente!”
“Mass eu esstava sob um feitiço, menino-sserpente!”
Harry riu da réplica dela e olhou para Remo e seu padrinho. “Almofadinhas, Aluado. vocês podem explicar o meu relacionamento com Nagini para todos? Eu não gostaria que ninguém confundisse quem é inimigo e quem não é,” Harry murmurrou sombriamente.
Os Marotos assentiram. “Claro que sim, Esmeralda. Você vai ver o Snape?” O animago perguntou curioso.
Harry confirmou e afastou-se.
Sirius virou-se para Remo. “Eu queria poder ir com ele. A cara de Snape vai ser hilária quando perceber a tatuagem de Harry e ainda mais quando vir a falecida serva réptil do seu ex-mestre.”
Remo girou os olhos.
Alvo limpou a garganta. “Agora, cavalheiros, não poderiam dar uma explicação para o porquê ou como, em nome de Merlin, o herdeiro de Godrico Grifinória é um falante da língua das cobras e tem a cobra do Lorde das Trevas como serva?”
Remo deu de ombros. “Nagini não é a serva dele, para falar a verdade. Ela é como uma segunda companheira, sendo a primeira a coruja dele, Edwiges. E a respeito de ser o herdeiro de Grifinória... sim, mas ele não é mais somente o herdeiro de Grifinória...”
“Então, vocês falharam na conquista da Floresta Proibida? Como todos vocês são fracos. CRUCIO!”
Os Comensais da Morte gritaram em agonia até que Riddle decidiu quebrar a maldição. “M-Mestre! Por uma razão que não compreendemos, os Centauros estavam todos reunidos em um só lugar! Nosso ataque-surpresa causou algum dano mas nós nâo éramos numerosos o suficiente para pará-los! E havia uma Ashwinder, Mestre! Ela ficava incendiando a floresta, e assim nos fazendo recuar! Nós não podiamosr fazer nada” Nott disparou, tentando salvar-se de outra maldição.
Voldemort rosnou e mandou eles embora. “Que servos patéticos e incompetentes! Mas isso é desconcertante... Uma cobra, contra os servos de Lord Voldemort? Por que eu sinto que o garoto tem algo a ver com isso? Rabicho!”
Pettigrew grasnou e pulou antes de se ajoelhar na frente do seu senhor. “Mestre?”
“Rabicho, você dirá ao grupo para atacar novamente. Deixe eles utilizarem todos que acharem necessários. Então, eu quero que você se transforme e vá para Hogwarts. Espie-os.”
“He, he, hi, hi, ha, ha! Sim, meu Senhor!” foi a réplica insana.
-- E aí? Gostaram tanto quanto eu? hehe Comentem!!
Próx. Capítulo: Um Perambulante Roedor
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!