Aliança



Como prometido, aqui está o novo capítulo. Boa leitura! ........... "Blah!" - língua de cobra ................................................ O Mundo Sem Mim Capítulo 17: Aliança ....................................................... Como Harry havia previsto, a enfermaria estava lotada na manhã seguinte. Ele observou, entre uma multidão de estudantes curiosos, Madame Pomfrey caminhar energicamente sob os óbvios sintomas de ter tomado uma Poção Estimulante; aparentemente, ela estava ocupada desde o meio da noite. Os estudantes curiosos foram expulsos pela porta da enfermaria por um fatigado Alvo e Harry foi para o lado para evitar ser pisoteado. Ele virou seu olhar vazio para as crianças chorando deitadas nas camas e para os adultos feridos que estavam recontando o ataque para os vários aurores presentes. Ele sentiu o pesado olhar do diretor sobre si, quase esperando que Harry fizesse um comentário zombador, mas para a surpresa dele nenhum veio e o garoto simplesmente se afastou sem dizer uma palavra. Alvo achou essa nova atitude muito estranha mas a atribuiu ao fato dele provavelmente nunca ter visto tantas pessoas feridas, uma consequência da era de guerras em que eles viviam. Até parece! A verdade é que, ver Sirius e Remo deitados, dormindo mas ainda feridos, nas camas da enfermaria tinha feito ele se afastar: quanto menos ele expressasse sua fúria para todos ouvirem... e verem, melhor. ‘Dumbledore vai fazer eles se ferirem ou pior ainda, morrerem. Ele não está preparado o suficiente. Eu tenho que agir. Por favor, Edwiges, volte logo com uma resposta positiva!’ Harry mentalmente rezou enquanto caminhava em direção ao Salão Principal para comer um pouco. Ele ignorou o olhar suspeito de McGonagall, assim como o olhar penetrante de Snape, com facilidade. Ele escolheu agir o mais normal possível e sorriu levemente para Rony e os outros, que soltaram a respiração. “Então... você está bem, Harry? Você estava bastante... bravo, ontem,” o ruivo buscou cuidadosamente pelas palavras certas para usar com o garoto moreno. Harry deu de ombros e se serviu de um pouco de sopa. Uma sombra caiu sobre ele e ele quase gemeu de irritação; ele sabia muito bem quem estava às suas costas. “Senhor Potter, onde você estava ontem?” Harry se virou no seu lugar e olhou friamente para a vice-diretora. “Eu estava no meu quarto, por que?” McGonagall o observou atentamente com as suas mãos apoiadas na cintura. “O professor Flitwick bateu na sua porta várias vezes mas você não respondeu. Seu sistema de flú também estava inascessível,” ela afirmou, e Harry suspirou frustradamente e passou uma mão no cabelo, um hábito que parecia muito familiar para todos os professores que um dia conheceram Tiago Potter. “Ouça: eu estava irritado e cansado e queria ficar sozinho. Você quer saber o porquê de eu parecer tão ansioso para lutar? Está bem, essa é a sua resposta: eu estava muito envolvido com a luta no meu mundo. Eu sei como Tom age, eu sei como os seus Comensais da Morte pensam. Eu era um membro da Ordem, se você já se esqueceu. Vocês acreditavam em James Evans, então por que não em mim?” Ele sabia que tinha um ponto válido, um que Minerva teria problemas para responder. A mulher não sabia muito bem como replicar mas teimosa como era, ela não deixou o assunto esfriar. “Bem, você não está mais no seu mundo, não é? Aqui não há nenhuma razão para você se envolver. Além disso, você tem quantos anos? Dezessete? Nós não vamos nos rebaixar tanto a ponto de pedir para os alunos nos ajudarem. É cedo demais para serem mortos por Comensais da Morte,” a professora respondeu com uma carranca. “E você está sob a nossa responsabilidade,” ela adicionou como se tivesse acabado de pensar no assunto. Harry teve uma súbita vontade de rir, o que fez, fazendo aqueles à sua volta pularem um pouco de nervosismo. “Eu não serei morto por Comensais da Morte! Só Tom pode me pegar.” Essa resposta confundiu muitas pessoas mas Harry continuou sem dar uma explicação. “E quem disse que eu presto conta a vocês?” ele perguntou arrogantemente fazendo os olhos de Minerva se arregalarem e sua boca fechar com um estalo. “Eu sou um convidado, não um aluno, primeiramente. Além disso, eu também estou tecnicamente morto aqui então não tenho que prestar contas para ninguém. Meus pais morreram pelas mãos de Voldemort quando eu tinha apenas um ano de idade e todos que eu amava morreram, incluindo aqueles que eu considerava serem a minha única família, e eu não estou falando dos trouxas que me 'criaram', acredite. Petúnia Evans Dursley e a sua família me odiavam profundamente.” Minerva gelou. “Tiago e Lily também foram mortos?” ela perguntou trêmula. “Então, como você sobreviveu?” Harry sorriu desdenhoso. “Pergunte isso para a maldita cicatriz na minha testa. Pergunte isso para as pessoas que me chamam de o "Menino-Que-Sobreviveu".” Sua aura estava começando a ser sentido por aqueles que eram mais fortes magicamente. Minerva estava tão perturbada e procurando por respostas que nem parecia percebê-la. Ela estava prestes a fazer outra pergunta quando uma mão nos seus ombros a parou e a trouxe de volta a realidade. Ela piscou e olhou para Harry Potter, que não parecia nem um pouco contente. “Isso é o bastante, Minerva. Pare de interrogar ele! Nós todos temos segredos, deixe-o manter os dele! Pessoalmente eu não sei o porquê de vocês subitamente terem mudado a maneira de tratá-lo de quando ele era James Evans; ele ainda é o mesmo garoto nos meus olhos.” Harry ficou surpreso em ouvir isso da boca de Rosmerta e lançou a ela um olhar agradecido. Ele se levantou, subitamente sem fome. “Ouça, se vocês não querem a minha ajuda, é problema de vocês. Eu posso não lhes contar tudo sobre o meu passado mas isso não é razão para me evitar e não me dar uma chance. Aqueles que quiserem lutar devem ter a chance, crianças ou não. No meu mundo, isso fez uma diferença. Eu quero lutar e não há nada que você possa fazer que irá me deter.” “Por mais esclarecedora que seja essa conversa, eu ainda não vejo por que nós deveríamos deixá-lo lutar conosco. Até você dizer como o Lord das Trevas do seu mundo foi destruído, eu não irei tolerar a sua presença na Ordem,” Severo Snape falou com um olhar predador. Harry sentiu Snape tentando invadir a sua mente, então ele solidificou as suas barreiras mentais, para a surpresa oculta do Mestre de Poções. “Não se intrometa na minha cabeça, Snape,” Harry sibilou perigosamente, “Eu sou um habilidoso Oclumente e Legilimente, então não faça nada que você não gostaria que eu fizesse com você. Defesa contra as Artes das Trevas não era a minha melhor matéria por nada.” “O que você quer dizer, Harry?” Rony perguntou timidamente, ganhando para si um olhar penetrante de Snape. O garoto moreno girou os olhos. “Pergunte isso para a Trelawney. Foi ela quem realmente profetizou algo verdadeiro pela primeira vez na vida e, com isso, me condenou no processo. Agora, se vocês não se importam, eu tenho outras coisas para fazer. Rosmerta, obrigado por me defender. Eu estou feliz em ver que está bem.” A dona do Três Vassouras assentiu com um pequeno e paciente sorriso e Harry pegou a sua deixa para se afastar. Minerva observou ele ir e, tão logo que ele estava longe o suficiente, ela deu um olhar feroz para Rosmerta mesmo que a parte sobre a profecia lembrasse algo vagamente na sua mente. “Você não ajudou! Não o encoraje!” ela sibilou furiosamente. Rosmerta, geralmente uma mulher gentil e paciente, surpreendeu a todos ao dar um olhar furioso para a professora. “Por que eu deveria? O nome dele pode não ser mais James Evans mas ele ainda é o mesmo garoto. Vocês foram os que mudaram, não ele. Só dêem a ele uma pequena chance, ele pode surpreende-los; eu sei que ele fez isso comigo,” ela disse com finalidade. McGonagall parecia confusa. “Mas ele é o filho do Tiago e da Lily...” ela falou fracamente. Rosmerta bufou rudemente. “Grande diferença! Você ouviu tão bem quanto eu que os pais dele morreram assim como os daqui. Ele pode parecer com Tiago mas a semelhança pára aí. Talvez vocês devessem tentar conhecê-lo melhor ao invés de pressioná-lo por respostas; ele pode ser mais cooperativo dessa maneira.” “Talvez nós deveríamos ouvir a Madame Rosmerta,” Alvo interrompeu desgastado. Ambas as mulheres pularam e cumprimentaram o diretor, ajudando-o a se sentar na sua cadeira à mesa dos professores. “Alvo, você realmente está considerando pedir ajudar ao jovem sr. Potter?” Minerva perguntou com preocupação. “A Ordem pode se virar sozinha.” Rosmerta lhe deu um olhar incrédulo. “Ah claro, é por isso que metade dela e aqueles que eles deveriam resgatar estão na Enfermaria,” ela disse sarcasticamente, ganhando para si ainda outro olhar feroz de Minerva. Alvo riu fracamente e pôs uma Gota de Limão na boca. “Acalmem-se, garotas. Eu disse que iria considerar a idéia; eu gostaria de saber o que ele tem para nos oferecer para ajudar nesta guerra. Eu tenho uma idéia do quê, mas...” ele parou momentaneamente e seus olhos azuis enevoaram-se em pensamentos. ‘Se ele realmente é o da profecia.... ele teria que estar marcado em algum lugar...’ Ele suspirou e ignorou o olhar questionador que Severo lhe enviou. “Eu não acho que Harry goste muito de mim então deixarei que Sirius e Remo cuidem dele. Eu não sei o porquê mas o garoto tem um estranho brilho esperançoso no olhar cada vez que ele vê eles... deve ser algo a ver com o seu passado.” .................... Harry caminhou rapidamente pelos corredores vazios da escola que agora havia se tornado o quartel-general dos bruxos da Luz. Ele checou o Mapa do Maroto para ter certeza de que ninguém estaria no andar mais alto onde o escritório de Dumbledore se localizava e colocou-o no seu bolso com um sorriso satisfeito quando não viu ninguém; também, Filch e Madame Norra estavam no primeiro andar ocupados em assustar quem Harry deduziu que fossem alguns dos alunos mais novos de Hogwarts. Eles não iriam atrapalhar. Quando ele parou em frente à gárgula que guardava a entrada do escritório do ancião, ele recitou cada senha de doce que podia pensar, sem sucesso. Droga, até mesmo "Gota de Limão" não funcionou, então ele começou a ficar impaciente e mandou um olhar feroz para o objeto imóvel. “Ouça aqui, seu grande pedação de pedra! Deixe-me passar agora ou vai se arrepender!” ele rosnou ameaçadoramente. A Gárgula começou a se mover, para somente soltar uma risadinha zombeteira e fumaça do seu nariz. Harry estava começando a ficar irritado e fechou a mão em um punho apertado; uma metálica luz azulada começou a brilhar ao redor da sua mão mas quando ele estava prestes a lançá-la na guardiã de olhos arregalados, Fawkes apareceu do nada na frente dele, emitindo uma melodia alegre. Harry ergueu uma sobrancelha e compreendeu o que a Fênix iria fazer: deixa-lo entrar no escritório de Dumbledore aparatando em estilo de fênix. A luz azul retrocedeu e ele olhou para a desapontada e resmungante gárgula zombadamente antes de acenar para ela e tocar as penas de Fawkes. Um jato de flamas quase o queimou vivo quando Fawkes e ele desapareceram, deixando o eco de uma risada brincalhona ressoando no corredor deserto. Quando eles reapareceram, Harry riu uma última vez às custas da Gárgula e agradeceu a Fênix com um sorriso e algumas carícias nas suas costas. O escritório de Dumbledore parecia-se muito com o outro do seu velho mundo, com a exceção de alguns aparelhos aqui e ali que Harry tinha certeza que seriam úteis para a guerra próxima. “Ora, ora, o que temos aqui?” uma voz grave e alegra cheia de curiosidade soou às suas costas. Nem dois segundos depois, um retrato estava na mira de ma varinha. Harry, vendo quem era no retrato, guardou a varinha e olhou o homem com uma mirada tranquila. “Fineus Nigellus Black. Que ‘prazer’ em vê-lo de novo,” ele falou arrastadamente, e então endureceu a sua expressão. “Se você está aqui para me incomodar ou me denunciar, então simplesmente fique quieto ou vá embora se não quiser que a sua linda moldura seja enfeitiçada.” Fineus Nigellus, bem o seu retrato, pelo menos, riu levemente. “Você tem nervo, garoto. Você deve ser o garoto Potter de que eu vivo ouvindo falar. Os membros da Ordem estão toda hora ‘Potter-isso, Potter-aquilo’, nos últimos dias.” O velho diretor de Hogwarts girou os olhos e bufou irritado. Harry entrecerrou os olhos. “Os membros da Ordem? Eles estão tendo reuniões aqui além daquelas no Salão Principal?” ele perguntou com um tom de voz perigoso. Fineus deu de ombros. “Sim. Parece que o mundo mágico está mais enrascado do que todo mundo acha, mas a Ordem não quer informar as pessoas: eles acham que podem fazer tudo sozinhos. Que monte de bosta, se você me perguntar! Mas de qualquer jeito, você não veio aqui para falar comigo, não é, garoto? Eu me pergunto o que está se passando na sua cabeça,” ele disse furtivamente. “E se tem a ver com fazer algo contra os atual liderança de Dumbledore, eu estou dentro.” Harry deu um sorrisinho. “Só você pode estar no escritório de Dumbledore, dizer isso e se safar. Eu te conheço, Nigellus. Mas você está certo; eu estou aqui por que preciso de algo que me pertence, em primeiro lugar. Você sabe onde o Chapéu Seletor possa estar?” Fineus parecia surpreso. “O Chapéu Seletor pertence a você? Mas que merda você quer fazer com aquela coisa velha!” Harry bufou e tentou não dar rir. O Chapéu não me pertence; não diga algo tão estúpido assim. Você sabe muito bem que ele foi criado por Godrico Gryffindor para selecionar os alunos de Hogwarts, então ele pertence à escola. Mas há algo que eu quero dele.” Fineus deu de ombros despreocupado e apontou para trás da mesa de Dumbledore. “Lá em cima na prateleira mais alta. Ele está dormindo porque não é o começo do ano letivo mas como eu às vezes ouço o velho falar com ele eu sei que ele acordará de alguma maneira.” Harry assentiu e caminhou para a escadinha atrás da mesa, alcançando assim a prateleira de livros. “Hum, com licença, Chapéu Seletor?” ele chamou suavemente, e então repetiu um pouco mais alo quando a única resposta que recebeu foi um alto ronco. Quando a segunda tentativa não funcionou, ele empunhou a varinha e murmurou um feitiço que com certeza iria acordar a maldita coisa. “Acerbus Sonitus!” Um barulho ensurdecedor, parecido com o de uma orquestra de instrumentos desafinados, ressoou pelo ar. “AHH! O QUE ESTÁ ACONTECENDO!” O Chapéu Seletor acordou com um pulo e caiu nas mãos estendidas de Harry. “Quem é você! Como ousa me acordar desse jeito!” Harry girou os olhos e esperou que ele parasse de reclamar. “Já terminou? Eu tenho que falar com você.” O Chapéu se calou e o olhou receoso antes de assentir lentamente. “Ótimo,” Harry murmurou e o colocou; ele permaneceu na sua cabeça ao invés de cair na frente dos seus olhos grotescamente. Ele estremeceu quando sentiu o chapéu tentando ver seus pensamentos protegidos e decidiu que era melhor não esconder nada dele. Tão logo que a barreira de Oclumência foi derrubada, ele ouviu a exclamação de choque e um palavrão vindo do Chapéu Seletor, o que surpreendeu e divertiu Harry; ele nunca tinha o ouvido o chapéu xingar antes e era engraçado. Depois dessa particular exibição de espanto, o aposento ficou em silêncio e Harry permaneceu de pé e deixou o chapéu vasculhar a sua mente e as memórias do seu passado. “Você tem um conjunto bastante perturbador de memórias, meu jovem. Um grande conhecimento para a sua idade, e você valoriza amizades do fundo do seu coração; Rowena e Helga ficariam orgulhosas disso. Mas você é uma completa contradição, meu garoto! Você possui uma ilimitada quantidade de coragem e lealdade, mas ainda é tão astuto quanto um sonserino pode ser. Você é poderoso mas ainda não deseja por grandiosidade. Eu nunca pensei que eu um dia eu sentaria na cabeça de um herdeiro de Godrico Gryffindor tão sonserino. Onde colocá-lo?” “EI! Eu não vim aqui para ser sorteado!” Harry falou rispidamente. O Chapéu Seletor deu a impressão de corar furiosamente e murmurou um pedido de perdão. “Desculpa, é um hábito meu, sabe... De qualquer maneira, você quer algo que eu tenho guardado por centenas de anos e que nem mesmo o diretor conhece a sua presença. Mas você é merecedor, pois o meu outro 'eu' a deu tão abertamente para você na famosa Câmara Secreta. De um inimigo você criou um aliado, um poderoso; eu lhe desejo toda a sorte na sua busca. Eu manterei esse nosso encontro em segredo. Adeus, Harry Potter.” O Chapéu Seletor se tornou estranhamente silencioso e Harry o tirou; os olhos e a boca tinham desaparecido completamente, significando que o chapéu tinha voltado a dormir. O garoto colocou sua mão no chapéu e, depois de procurar por alguns minutos, ele sorriu e segurou algo sólido. “Ah, aqui está.” Fineus Nigellus estava olhando na sua direção com um interesse infantil e murmurou em contemplação quando Harry tirou, pela bainha, uma espada coberta por gemas vermelhas. “Hmm, então essa é a famosa espada de Gryffindor. Eu ouvi rumores sobre ela mas nunca pensei que iria vê-la.” Harry deu uma olhadela para Nigellus e segurou o chapéu adormecido com a mão livre. “Vingardium Leviosa.” O Chapéu Seletor foi facilmente colocado no seu lugar e Fawkes se juntou a Harry que estava agora na frente de um interessado retrato. “Essa espada é fascinante. Você poderia levitá-la para eu poder dar uma melhor olhada nela?” Harry deu de ombros e a levitou até parar no nível dos olhos de Nigellus. “Hummm, muito intrigante. Eu ouvi uma vez um boato que essa espada possuia um poder oculto. Me pergunto se é verdade...” Harry ergueu uma sobrancelha. “Oh? É verdade? Eu nunca ouvi esse boato. No meu mundo, a única vez que a sei foi para matar o basilisco da Câmara Secreta, o que eu fiz um pouco grosseiramente com a espada.” “Eu nem vou perguntar,” Fineus falou quando Harry guardou a sua possessão. Fawkes soou uma melodia e o garoto de olhos verdes se virou. “Edwiges!” De fato, sua companheira havia voltado e estava esperando por ele, pousada na mesa de Dumbledore. Harry excitadamente aceitou a carta que ela estava carregando e acariciou a coruja branca, prometendo bastante comida tanto para ela como para Nagini, que provavelmente estava voltando ou esperando por ele em algum lugar perto da cabana do Hagrid. “Uma carta de um aliado?” Fineus perguntou curiosamente. Harry deu de ombros e sorriu. “Talvez. Mas pode ser traiçoeiro.” Fineus também sorriu. “Você tem uma boa cabeça nesses ombros; acredito que possa fazer qualquer coisa que realmente deseje. Quem você está tentando recrutar, se não for muito perguntar?” “Os centauros, por agora; como eu disse, pode ser traiçoeiro. Mas eu terei que falar com as outras criaturas da Floresta Proibida depois.” O velho diretor assobiou assombrado. “Grande plano que você tem aí. Boa sorte.” Harry assentiu silenciosamente e saiu do escritório, deixando nenhum vestígio que esteve ali. Ele agora tinha mais dois aliados, o Chapéu Seletor, que tinha prometido guardar os seus segredos, e Fineus Nigellus, que podia lhe contar sobre o que a Ordem discutia privadamente no escritório de Dumbledore pois ele podia andar pelos retratos e encontrá-lo em qualquer lugar de Hogwarts. Edwiges voltou para o Corujal, Fawkes ficou para trás no seu poleiro no escritório e ele agora estava indo para fora para buscar Nagini, que merecia um bom descanso. Ele não ousava ler a carta agora no caso de alguém, particularmente um certo Mestre de Poções ou um guardião, o surpreendessem e pedissem para dá-la para eles. “Espero que eles tenham dito sim...” Harry sussurou para si mesmo, seus olhos verdes cheios de esperança. ................................... Tudo estava misteriosamente silencioso quando Harry finalmente foi capaz de sair de Hogwarts – depois de reduzir a sua nova arma - sozinho e esperar ao lado da cabana de Hagrid. Ele entrecerrou os olhos desconfiado mas continuou a chamar Nagini pelo que Salazar se referia a “ligação” entre eles. Seus braços estavam cobertos mas ele não precisava tocar o símbolo no seu antebraço esquerdo para senti-lo esquentar. Era um pouco estranho, mas não desagradável, como a Marca Negra seria. Ele sentiu que Nagini estava por perto e se virou na direção da Floresta Proibida quando ouviu um farfalhar de folhas. “Nagi-!” Harry xingou alto quando um jato rubro de magia ofensiva passou por ele perigosamente e num instante tinha sua varinha em mão. ‘Bastardo! Um Comensal da Morte? Ele está se escondendo na Floresta Proibida!’ Ele estava prestes a lançar um amplo feitiço de desarmar quando ouviu uma voz exclamar e gemer em agonia, antes de um corpo encapuzado ser jogado para fora da floresta e aterrissar com força no chão à sua frente; era o Comensal da Morte que tinha tentado atacá-lo e ele parecia ter apanhado e estar atordoado. “Você abaixou a sua guarda.” Harry se virou e preparou um ataque mas rapidamente se segurou quando Firenze veio do meio da Floresta Negra para encará-lo com a sua usual expressão misteriosa. “Eu senti Nagini pela ligação que temos; pensei que era ela quem estava perto,” ele ofereceu como uma simples explicação. Firenze baixou o olhar para a figura ainda esparamada no chão com uma expressão furiosa mas logo desviou sua atenção para o mistério que era o garoto à sua frente. Ele ergueu uma pata e Harry finalmente percebeu algo enrolado ao redor do braço muscular do centauro. “Nagini!” A única surpresa que Firenze demonstrou ao ouvi-lo falar em língua de cobra foi uma única piscadela quando ele deixou a cobra de três metros se desenrolar dele para ir até o seu mestre. “Ahhh, homem sserpente! Minha misssão esstá completa, eu realmente precisso de uma ssoneca.” Harry sorriu e tirou uma de suas luvas. “Você fez um grande trabalho; esstou orgulhosso de você. Desscansse agora, querida Nagini.” O adorável animal sibilou em contentamento e tocou a marca no antebraço esquerdo que lhe permitiu voltar para debaixo da pele dele como uma tatuagem que se movia. Firenze piscou novamente mas não comentou sobre esse diferente método de ligação... no momento. Ele observou silenciosamente quando aquele que se denominava como Harry Potter caminhar até o caído e trêmulo Comensal da Morte e agarrar o homem adulto pela gola da sua capa. “Agora, vamos ver com quem nós temos o prazer de estarmos lidando.” Harry tirou a máscara branca e rosnou alto, fazendo Firenze se perguntar se ele tinha sido criado por cachorros ou lobos para soar daquela maneira, o que não estava muito longe da verdade pois Harry havia passado a maioria do seu tempo com Lupin depois de Sirius ser morto; ele tinha adquirido algumas características do Lobisomem Maroto. “Você conhece esse homem?” Firenze perguntou com uma curiosidade disfarçada. Harry olhou furioso para a figura flácida e assentiu. “Magnus Manx. Com certeza você deve ter ouvido falar nele. Ele estava disfarçado como o professor de Trato das Criaturas Mágicas. Um completo bastardo também...” Firenze estava curioso ao ver o garoto largar as vestes do homem e se levantar, mas o choque se mostrou agora na sua face quando Harry murmurou a segunda Imperdoável sem nenhuma emoção mostrando no seu rosto. “Silencio. Crucio!” A boca de Manx abriu-se em um silencioso grito de agonia e ele se contorceu no chão brevemente antes de perder a consciência. “Eu deveria ter cautela com você?” Firenze perguntou suavemente, mas não se afastou. “Eu deveria estar preocupado com a restrição de idade e com o fato de que o Ministério saberá que você acabou de usar uma maldição proibida?” Harry balançou a cabeça e bufou, guardando a sua varinha depois de colocar um forte feitiço para prender o servo das trevas. “Não. Eu estou morto nesse mundo, lembra? Eu não tenho nenhum arquivo no Ministério e a minha varinha não está registrada. E de qualquer jeito,” Harry bufou de novo, “não há mais nenhum Ministério, não acha?” Firenze ergueu uma sobrancelha e fez um som de concordância. “Eu acho que você está correto. Você vai deixar o homem aqui? Nós temos que ir para a Floresta Proibida agora; os outros já estão esperando por nós.” O centauro não esperou por uma resposta e simplesmente deu a meia volta e foi para dentro da floresta, sabendo que o garoto iria seguí-lo sem mesmo olhar para ele. Harry rapidamente o seguiu mas deu a Firenze um olhar confuso antes de ir caminhar lado-a-lado com o centauro. “Agora? Quem são os outros? Eu nunca pensei que as coisas iriam ir tão rápido.” Firenze olhou para ele solenemente. “Você não leu a carta que Bane lhe enviou? Tudo estava escrito nela.” Harry deu de ombros sem graça. “Eu não tive nenhum tempo para lê-la. Eu só estava esperando por Nagini quando você apareceu, mas não me importo de fazer isso agora mesmo. O que fez Bane reagir tão rápido?” Firenze suspirou. “Ele nunca admitirá, mas ele estava muito surpreso em receber uma carta de um humano. Talvez foi a mistura de seriedade da carta, do conhecimento e do fato de você não agir como Dumbledore que o fizeram pensar sobre o assunto. Mas acho que a mente dele se fez quando ele surpreendeu quatro Comensais da Morte que estavam espreitando o nosso território; não é preciso dizer que eles não sobreviveram ao encontro. Foi um erro de Voldemort deixar os seus Comensais da Morte vagarem em uma terra com dono que não lhes pertence; ele agiu imprudentemente e isso fez Bane mudar de idéia em relação a neutralidade, eu acho.” Harry assentiu em compreensão, ele tinha endereçado Bane com todo o respeito que ele merecia, então agora ele tinha a chance de ser respeitado por Bane. “Vão ter muitos centauros? Eu também gostaria que Aragog e Mosag se juntassem a nós, contudo esse plano pode ser traiçoeiro.” Firenze sorriu fracamente. “Se você tiver sucesso em criar esta aliança, nós talvez poderemos ajudá-lo com isso. Por agora, você terá que falar com o Conselho. Ele é composto por vinte de nós, de cinco clãs separados, todos residentes em diferentes partes desta vasta floresta. Contudo, o resto dos clãs também estão aqui, então no momento você terá que permanecer comigo. Alguns centauros são mais velhos que Bane e ainda mais habituados na velha tradição de odiar os humanos, por mais impossível que isso possa soar. Mas você não tem que se preocupar; eu faço parte do Conselho e estarei do seu lado desde o começo das negociações. Elas provavelmente também não durarão muito, no máximo algumas horas humanas; nós temos outras coisas para fazer, como punir os Comensais que estupidamente vagarem pelas redondezas e atacar quaisquer animais que eles entrem em contato para nos divertimos,” Firenze disse com convicção, e Harry estava agradecido por ter um amigo e aliado tão bom. Harry logo ouviu um grande número de conversas e discussões e Firenze desacelerou e tomou uma postura protetiva, mas ainda assim honrada. “É melhor você ainda não falar com nenhum dos membros dos clãs, só por precaução, até falar com o Conselho,” o centauro aconselhou, e Harry seguiu a recomendação sabiamente. E ele fez bem em ouvir Firenze pois eles pararam em uma clareira muito bem guardada. Os centauros fortemente armados o observaram desconfiados quando Firenze passou por eles, com corpos tensos e preparados para atacar a qualquer momento; a perspectiva de ter um humano no seu ninho era provavelmente horrorosa para eles. Harry assentiu respeitosamente para eles e seguiu o seu amigo, perdendo os olhos surpresos que eles deram para às suas costas. “Um humano educado e sábio. Agora eu já vi de tudo. Mas ele é tão jovem, como ele fez o líder Bane chamar uma reunião do Conselho?” um dos guardas perguntou asperamente. Os outros quatro deram de ombros antes de ficarem tensos novamente e voltarem para as suas posições. Harry ficou estoneado pelo número de centauros presentes na clareira e tinha certeza que havia mais deles nas sombras das florestas. Obviamente, ele era agora o centro da atenção ou do desgosto, dependendo da filosofia de cada um deles sobre os humanos. Devia haver pelo menos uma centena deles que ele pudesse ver e estava prestes a comentar sobre o seu grande número mas lembrou do conselho de Firenze e ficou de boca fechada. Alguns clãs eram diferentes e facilmente distinguíveis; alguns centauros tinham uma cor mais avermelhada, alguns eram mais para o loiro, outros tinham corpos negros. Harry achou isso fascinante e ainda mais pelo fato que pareciam haver alguns centauros jovens meio escondidos por trás de seus pais mas olhando para ele com uma admiração e curiosidade que só uma criança poderia ter. Alguns claramente queriam se aproximar dele, provavelmente nunca tendo visto um humano antes, mas eles estavam sendo segurados por membros mais velhos dos seus clãs. Harry mesmo estava se sentindo infantil no momento, por mais que isso soasse como uma loucura, e mandou um sorriso largo para os jovens centauros de olhos arregalados e então para Firenze, que não evitar em soltar uma risada. Os mais velhos olharam para ele perplexos e quase largaram os seus filhos. Alguns riram, para o horror dos pais e alguns não esconderam o fato de estarem abertamente o estudando com interesse; Harry tinha certeza que iria tentar falar com eles se essa reunião acabasse bem. Por agora, ele deixou Firenze o guiar e assentiu respeitosamente para eles antes de seguir o seu amigo. .............................. Harry se mexeu desconfortavelmente sob os olhares inquisitores mas logo se acostumou a eles e sentou-se mais confortavelmente na rocha reta que eles haviam lhe providenciado. Firenze era o único que estava ao seu lado e os outros membros do Conselho estavam espalhados em semi-círculo na frente deles. “Você está atrasado,” um deles afirmou gravemente e Firenze inclinou sua cabeça para o centauro mais velho de cor de bronze. “Minhas desculpas. O garoto foi atacado por um dos servos do Maligno que estava se escondendo na nossa floresta; nós cuidamos dele.” O Conselho soltou exclamações furiosas e bateram suas patas furiosamente no chão. Bane ergueu uma mão e o silêncio retornou, apesar de que a atmosfera agora estava repleta de tensão. “Voldemort realmente está começando a ficar mais ousado e desrespeitoso dos nossos costumes. É principalmente pelo futuro das nossas crianças que eu mudei de opinião e decidi dar a você uma chance. Contudo, eu não posso dizer que a carta que me enviou, ou melhor, a maneira que você a enviou, me deixou indiferente. Você terá que dizer somente a verdade, garoto, pois essa será a sua primeira e última chance de falar com o Conselho se ousar mentir.” Harry assentiu e tomou a deixa para começar a falar. “Obrigado, Bane, por esta chance que você e os seus companheiros estão me dando. É uma honra. Acho que começarei do começo, contando a história da minha vida. Bane assentiu gravemente e Harry falou e falou; coisas que eram difíceis para se falar assim como memórias felizes. Ele incluiu o Salazar de agora e o basilisco da sua Câmara Secreta, como Nagini veio a ficar com ele quando a desse mundo ainda obedecia a Voldemort, Império ou não. Como ele conseguiu as suas tatuagens e até mesmo liberou Nagini e falou com ela em língua de cobra; isso não foi uma surpresa porque ele tinha acabado de contar para eles sobre o seu segundo ano e como ele tinha se tornado um herdeiro de Salazar Slytherin assim com o de Grifinória. Mas eles não se importavam com estes detalhes. “Então você diz que o derrotou no seu mundo.” Harry olhou para um centauro de pelos rubros que tinha uma barba grisalha e assentiu. “Sim. Ele é tão mortal como nós e eu tenho a vantagem aqui mesmo que ele não tenha desaparecido temporariamente em 1981.” “E porque isso?” outro centauro, este chamado Alta, perguntou como se estivesse testando o garoto. “Ele tem que ser mais poderoso aqui pois, como você mesmo disse, ele nunca foi temporariamente eliminado.” Harry pensou sobre isso. “Verdade, eu posso não ser tão poderoso quanto ele é aqui, mas ele não me conhece como eu o conheço. Ele provavelmente descobrirá a minha real identidade mas ele não sabe o meu verdadeiro potencial. Além disso, eu estou trazendo muitos dos seus aliados para o nosso lado; Salazar será uma grande perda para às suas forças e a minha Nagini cuidará da dele. Eu posso entrar na mente dele sem ser detectado e saber quais são os seus planos antes dele os pôr em ação. Também dominei completamente o feitiço do Patrono, para repelir Dementadores.” Firenze estava em silêncio ao seu lado e, depois de pensar em alguma coisa, ele perguntou a Harry a sua opinião. “E sobre aquela proteção de sangue concedida a você pela sua mãe que se ativou no seu primeiro ano contra o professor demente?” Harry deixou um um som de surpresa escapar. “Eu nunca pensei nisso! Voldemort obteve o meu sangue no meu quarto ano e assim ele cancelou os efeitos mas ela ainda pode funcionar aqui. Boa idéia, Firenze.” Quando ele virou a cabeça para olhar de volta para o Conselho sua respiração quase parou na sua garganta; um dos anciãos estava parado bem na sua frente e o encarava como se o estudasse e procurasse por algo na sua alma. Ele nem tinha ouvido ele se aproximar! Mesmo assim, Harry encontrou o olhar sem piscar ou estremecer, apesar de mentalmente se perguntar por que ele estava sendo de repente tão examinado. O ancião de pelagem azulada na sua frente foi o primeiro a piscar e se afastar. Harry não sabia o porquê mas Firenze soltou um suspiro quase inauditível de alívio depois da troca de olhares. “Ele é digno.” Harry fechou a boca depois do ancião falar com os seus companheiros. Bane franziu a testa. “Você não pode tomar essa decisão sozinho, Stratos. Todo o conselho deve concordar.” Aquele chamado de Stratos assentiu benignamente e endereçou Harry. “Nós agora chegaremos numa decisão. Por quê você não vai agora caminhar por aí? Os mais jovens estavam bastante curiosos sobre você, então talvez você possa falar com eles. Não se preocupe, nenhum dano se cairá sobre você.” Harry assentiu agradecido para Stratos e disse adeus para Firenze. ...................... Harry ainda estava sendo observado cautelosamente por alguns membros de clãs, principalmente pelos machos, mas as fêmeas, que ele nunca tinha visto antes, lhe davam olhares confiantes. Os jovens, mais corajosos, galoparam vertiginosamente até ele e o cercaram; a maioria deles era mais alta que ele e seus corpos eram quase tão impressionantes quanto os dos adultos. “Olá! Então você foi o que foi chamado para uma reunião do Conselho? Um humano?” um macho perguntou curiosamente e Harry sabia que ele não tinha desejado insultá-lo então ele sorriu. “Sim. Alguém tem que evitar que Voldemort domine o mundo, não é?” As crianças gargalharam. “Eu tenho certeza que o mestre Firenze poderia derrotar esse homem horrível sem problemas!” uma voz se elevou às risadas e elas pararam. Eles todos olharam para uma jovem, agora corada, fêmea de pelagem loira. Os machos riram da sua expressão quando ela percebeu que todos tinham a ouvido. Harry não entendeu porque eles estavam tirando sarro dela então ele perguntou. Um dos machos, que se apresentou como Orion, respondeu a pergunta silenciosa escrita no rosto de Harry. “Essa é Vega. Ela tem uma quedinha pelo mestre Firenze. Né, Vega?” ele zombou de novo quando ela corou ainda mais. “Pare de tirar sarro de mim, Orion!” ela lamuriou, e quando Orion começou a rir das custas dela ela rosnou e o chutou com força no quadril com as suas pernas traseiras. “AI!” Harry estremeceu quando todos eles começaram a rir juntos, percebendo que ele sempre deveria ficar do lado deles; eles eram muito mais fortes que ele. “Vega, não é?” A jovem fêmea parou de rir e assentiu. “Firenze sabe como você se sente?” Harry não pode deixar de perguntar. Como era impossível que ela ficasse ainda mais vermelha, ela respondeu: “Mestre Firenze provavelmente sabe pois é muito sábio. Contudo, eu não acho que ele fará alguma coisa sobre isso. Eu sou jovem demais para ele,” ela murmurou abatida. Harry ergueu uma sobrancelha. “Jovem demais? Quantos anos você tem? E Firenze?” Os machos pareciam admirados por Harry ter chamado Firenze pelo nome sem o título de mestre; “Oh, Mestre Firenze tem cento e trinta um anos de idade. Ele é um dos membros mais novos do conselho, se não o mais,” Vega falou, admiração contida na sua voz. “Eu só tenho cinquenta e seis.” Ambas as sobrancelhas de Harry ergueram-se em surpresa. “Cinquenta e seis! Isso é velho para os padrões humanos..” Era a vez das crianças ficarem surpresas. “É?” Orion perguntou pelo grupo. “Sim. Humanos atingem a idade adulta aos dezoito anos. Eu tenho desessete, mas desde que eu contei a todos a minha verdadeira identidade, todos eles parecem me tratar como se eu fosse uma criança. Eu odeio isso. De qualquer jeito, a maioria de nós não chega nos cem, mas há algumas exceções. Bruxos vivem mais do que trouxas; Alvo Dumbledore tem um pouco mais de cem anos, apesar de não ser tão velho quanto Firenze, com certeza, e Nicholas Flamel, o Bruxo Alquimista, tem mais de seiscentos e trinta anos e ainda está firme e forte por causa da sua Pedra Filosofal.” Harry explicou a história de Flamel e os centauros entenderam. “Hum, nós não temos uma pedra dessas. Eu acho que o mais velho, Mestre Heracles, tem por volta de oitocentos anos. Nós vivemos bastante se não estivermos envolvidos em guerras ou tivermos ferimentos impossíveis de serem curados. Essa é a razão de preferirmos a neutralidade,” um chamado Mathias respondeu. “Sério? Eu nunca pensei-” “Harry Potter.” O bruxo pulou levemente, assim como os jovens centauros. “Firenze! Eu juro, essa sua mania de me surpreender ainda vai me matar.” Firenze olhou para ele divertido, o que admirou as crianças e fez Vega suspirar. “Eu peço desculpas mas tenho que lhe contar que o Conselho concordou em criar um aliança. A notícia está se espalhando então você poderá caminhar livremente pela floresta.” Harry estava extasiado. “Que ótimo! Agradeça o Conselho por mim, tá?” Firenze sorriu e fez os jovens centauros se afastarem, para a grande frustração deles. Harry não perdeu o olhar que Vega mandou para o mestre antes de galopar para longe e riu. Firenze meramente piscou e se afastou do garoto. “Vamos voltar para Hogwarts agora. Já se foram três horas e os seus amigos irão se perguntar onde é que você está.” Harry sabiamente decidiu não comentar e mudou de assunto. “Entãooo... você sabe da atração que Vega tem por você?” Harry riu da expressão perturbada de Firenze. “É claro que sim; não pode ser mais óbvio. Mas ela é jovem demais, apesar de que quando ela crescer ela vai ser uma estoneante fêmea.” Harry bufou. “Idade não conta quando há amor. Em alguns continentes, garotas frequentemente casam com homens mais velhos como seus professores, por exemplo. Eu não estou dizendo para vocês começarem a namorar nesse instante; pode ser um compromisso para daqui a alguns anos, quando ela for mais velha.” Firenze não respondeu então Harry sabia que tinha pego em cheio o centauro. A criatura metade-besta, metade-humana, pingarrentou quando eles chegaram na borda da floresta perto da cabana do Hagrid; o Comensal da Morte não estava mais lá. “Você poderá se comunicar conosco com a sua coruja ou a sua cobra, à sua escolha. Nós perguntaremos ás corujas da floresta se elas querem colaborar. E outra coisa, não se preocupe com Aragog e Mosag. O Conselho disse que eles iriam cuidar desse assunto pessoalmente.” Harry estava claramente agradecido e acenou seu adeus ao amigo antes de sair da Floresta Proibida e correr para a passagem secreta mais próxima que o fizesse entrar no castelo. Quando Harry teve certeza que estava no andar dos seus aposentos ele empurrou o retrato alguns centímetros e segurou a respiração quando as McGonagall e Flitwick, que estava quase correndo para alcançá-la, caminharam pelo corredor. Harry ouviu um pouco da conversa deles e teve que sorrir. “Então ele está sendo mantido prisioneiro pelos Aurores numa das torres? Eu ainda me pergunto como ele acabou todo machucado e amarrado do jeito que ele estava quando eles o acharam perto da cabana de Hagrid!” Flitwick exclamou. Minerva parou por um segundo e Harry fechou um pouco mais a porta secreta. “Eu não sei. Quase deu ao pobre Hagrid um ataque do coração, porém, quando ele avistou Manx. Mas ele estava muito bem amarrado; foram precisos três Aurores para descobrir como se cancelava o feitiço. Contudo, o traidor ainda está inconsciente.” Flitwick fez um sinal de concordância e eles continuaram a caminhar. “Por outro lado, você sabe se Alvo conseguiu falar com o jovem Harry?” o professor de feitiços perguntou com curiosidade. “Não. Alvo não consegue ir pela rede de flú aos aposentos do garoto por alguma razão. Nós achamos que ele está se escondendo lá dentro. Já faz algumas horas agora; eu juro que aquele garoto é tão teimoso quanto o pai dele era.” “E se nós entrássemos lá dentro pela entrada do retrato?” A conversa estava começando a desaparecer. “Isso é algo que está frustrando Alvo. Harry mudou a senha e não contou para ninguém qual é. Parece que nem a pintura consegue decifrá-la...” Eles viraram uma esquina e Harry pôde finalmente dar uma risadinha antes de dar uma olhadela no corredor; não havia mais ninguém e ele rapidamente saiu da passagem secreta e caminhou na direção da pintura que guardava os seus aposentos. Ele estava prestes a proferir a senha quando- “Harry…” Os olhos do garoto arregalaram-se momentaneamente e ele se virou. “Sirius.. Remo...” Eles estavam o olhando fatigados, provavelmente tendo acabado de sair da enfermaria. Eles também aparentavam ter estado muito preocupados com ele e Harry foi tomado por um grande sentimento de culpa. ‘A única família que me resta...’ ele pensou tristemente, e então levantou a cabeça e deu a eles um olhar esmeralda suave mas penetrante. “Sirius, Remo, eu acho que é hora de nós conversarmos.” ................................................. Mais um capítulo completo! O que acharam? Próximo capítulo: Os Protetores

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