Então... Férias!



Capítulo um
Então... Férias!


  As aulas de História da Magia não costumavam ser tão agitadas como naquele dia. Os alunos, em sua maioria, não se esforçavam para disfarçar o fato de que estavam conversando, sem prestar ou ligar a mínima atenção. Havia sido assim o dia inteiro. Na verdade, aquela semana tinha sido assim. Sempre antes das férias os alunos ficavam naquele estado – embora também fosse um ótimo pretexto para não prestar atenção à aula de História da Magia.
  Depois de um período confuso em que se misturavam diversos sons (a voz monótona do professor, cochichos, livros sendo guardados e algumas poucas penas riscando os pergaminhos), o sinal tocou anunciando o fim das aulas do dia. Aquilo significava que, no dia seguinte, estariam regressando para as suas casas; significava o fim do período letivo.

– ESTAMOS DE FÉRIAS! – berrava o escandaloso Tiago, quando Lily entrava na sala comunal com as amigas.
– Tinha que ser o Trasgo Potter. – revirou os olhos, aborrecida, ocupando o lugar ao lado do rapaz, em um sofá próximo à janela.
– Lily, estamos oficialmente de férias, pra que tanto mau-humor? – Sirius sorriu, sentando-se no braço do sofá, ao lado da ruiva e passando o braço pelos os ombros dela.
– Acho que é uma reação alérgica à voz do Potter. – suspirou. – E tire esse braço daqui!
– Concordo com a parte do “tire essa pata pulguenta de perto da minha ruivinha”.
– Nos seus sonhos, Potter! – riu irônica.
– Nos meus, nos teus... Você sabe que me ama, Lily.
– Patético.
– Linda.
– Idiota.
– Sexy.
– Infantil!
Oh Evans, por favor... – Fellipe riu da raiva da amiga. – Todos sabemos muito bem o motivo de tanto ódio.
– Vocês são um bando de infantis, é tudo que eu sei.
– Então posso saber o que uma pessoa tão madura faz sentada ao lado desses imaturos abomináveis? – arqueou a sobrancelha, dando um sorriso de canto.
– Eu não sei, Potter. – ela o olhou profundamente. – Eu realmente não sei porque ainda fico perto de você.

  A ruiva se levantou, indo em direção as escadas e Liane a seguiu.
  Os outros olharam para Tiago, que afundara, infeliz.

– Ela me odeia de verdade, não é? – suspirou.

...

– Lil? – Liane entrou no quarto, vendo a amiga sentada no parapeito da janela.
– Estou bem, Lia.
– Não está não, Lily. Eu te conheço melhor que isso. – sentou-se na cama, olhando para a amiga. – Esperava que me contasse, mas terei que perguntar... O que está havendo?
– Nada, Lia. – tentou sorrir. – Que seja... Algum tempo atrás, eu me aproximei do Tiago. O Sev...
– Ah, é claro que ele está na história! – revirou os olhos. – Não me diga que foi por causa...
– Vai me deixar falar? – arqueou a sobrancelha, sorrindo e Liane se calou. – Bom, o Sev veio me falar coisas ruins sobre ele. Não que eu não soubesse. O Tiago é um galinha, tem brincadeiras idiotas... Mas o Sev percebeu algo que eu não queria admitir em voz alta.
– Você estava começando a se interessar pelo Tiago. – concluiu.
– Sim. – olhou novamente para fora da janela. – O Tiago e o Severo nunca se deram bem, então o Sev veio me dizer que se eu continuasse andando com os garotos... Para que esquecesse que um dia fui amiga dele. – Liane viu uma lágrima solitária rolar pelo reflexo de Lily. – Eu disse que ele estava sendo idiota. Que o Tiago não era tão monstruoso assim, a ponto de eu ter de escolher... Fiquei sem falar com o Sev durante algumas semanas, o que não me ajudou muito a estudar para os N.O.M.’s, aí...
– Aí, no dia da prova, o Tiago fez aquela brincadeira estúpida.
– Sim. – concordou com desanimo.
– E por isso você voltou a ser amiga do Snape? E tratar o Potter como...
– Como ele merece. O que ele fez foi terrível e desnecessário, Lia. Ele humilhou o pobre garoto!
– Eu sei que foi errado, até injusto. Mas, Lil, o Snape não é santo.
– O que quer dizer?
– Você sabe o que eu quero dizer. Ele é quieto, metido com as Artes das Trevas... Sem contar aqueles coleguinhas comensais juniores!
– Alguém ser quieto, não significa que esteja entrando para o lado errado.
– Não é prova do contrário tampouco. Eu acho que se tiver uma chance, ele vira um Comensal da Morte.
– Não diga isso...
– Vamos torcer para eu estar errada, então.
– Hei menina! – Louise colocou a cabeça para dentro do quarto. – Que tal uma partida de xadrez antes da festa de encerramento?

...

  No salão principal, o barulho era mais alto que de costume. O fim do ano letivo parecia dar ânimo a todos. Tiago, Sirius e Fellipe foram os últimos a chegar, o que poderia indicar problema.

– Verde é uma cor tão “argh” – Sirius fez careta, sentando-se com os amigos.
– Qualquer casa poderia ganhar, menos a Sonserina – Lauren concordou, infeliz. – Se continuar assim, será impossível agüentá-los!
– E quando foi suportável agüentá-los, Lauren? – Fellipe deitou a cabeça na mesa. – Me sinto deprimido.
– Isso a Liane pode curar. – riu Sirius, marotamente, fazendo os dois ficarem desconcertados.
– Tiago, você está ok? – Luiza que, sentada entre Remo e Tiago, começava a se preocupar com o colega.
– Não se preocupe, Lulu. – tentou sorrir.
– Ainda é por causa da Lily? – persistiu, ainda falando baixo.
– A Sonseria vai levar o troféu e a Lily me odeia... Não era assim que eu planejava.
– Hei, acalme-se, ainda temos as férias. – ela sorriu de forma doce. – Muitas coisas podem mudar em um verão, certo?

  Após a festa, que ocorreu normalmente, os alunos, agora sonolentos, se retiraram para suas salas comunais.
  As garotas estavam sentadas em sofás, conversando sobre os planos para as férias.
 
– Pretendo passar algum tempo com o Remo. – Luiza declarou.
– Como se vocês não fossem o casal mais chiclete da escola! – Lauren riu.
– Bom, mas por aqui sempre tem muita gente...
– Uh, precisa de privacidade, loirinha? – provocou, deixando a amiga corada.
– Você vai pra minha casa, não vai, Lily? – Liane, deitada no colo da ruiva, sorriu. – Precisamos fazer uma festa do pijama!
– Sim, pode ser. Não tenho muitos planos para...
– Você viu a cara dele? – Sirius passou pelo buraco do retrato gargalhando.
– Ah, ele mereceu! – Fellipe estava vermelho de tanto rir. – Ninguém mandou ficar perturbando...
– Lá vem... – Lily levantou irritada, indo até os dois. – Posso saber o que vocês estão fazendo?
– O que fizemos, minha flor de lírio. – Sirius corrigiu.
– Se embebedaram? – sugeriu Lauren, vendo a situação do amigo.
– Sim... Me ajuda a tomar banho e ir pra cama? – lançando um olhar maroto para ela.
– Pervertido! – revirou os olhos.
– O que vocês aprontaram?! – tornou a ruiva, irritando-se.
– Qual é, Lily! A festa acabou, assim como o ano letivo, então você não pode nos dar detenção, sabe... – Fellipe abraçou-a de lado, conduzindo-a de volta para o sofá, sentando-se entre Liane e ela. – Além do que, foi auto-defesa. Estavam nos agredindo verbalmente e...
– Muito engraçado, Granvajè. – estreitou os olhos. – Aposto que foi idéia do seu amiguinho, o Potter.
– Não, não foi. – Sirius replicou ficando sério.
– Lily, você o está machucando. – Fellipe olhou-a intensamente.
– Ah, jura?
– Sim. Ele... por algum motivo, ele se importa com você. Quando ele quer uma garota, ele quer e pronto. Você, não. Ele já desistiu por bem menos, já cansou bem mais fácil. Ou ele consegue, ou desiste. Mas há algo em você que ele realmente gosta.
– Não me importa. – desviou os olhos. – Ele age de forma imatura, isso é errado. Você viu o que ele causou ao Sev?
– Oh, por Merlin! – Sirius revirou os olhos. – Não me diga que tudo isso ainda é por causa do seboso?
Severo Snape. E sim, ainda é por isso. Ele é meu amigo, droga! Se o Potter quiser ser meu amigo, terá que aturar os meus amigos, da mesma forma que eu aturo vocês!
– Obrigado, Evans. – Remo desceu do quarto, juntando-se aos amigos. – Sempre um prazer servi-la.
– Você... – ela suspirou. – Você ainda é o mais fácil de agüentar, pra ser sincera.
– Hei! – Fellipe e Sirius resmungaram em uníssono.
– Vocês causam confusão e incentivam o Potter a ser como é... Por falar nisso, onde ele está?
– Preocupada?
– Até você, Remo? – indignada. – Retiro o que disse. Você é tão ruim quanto eles!
– Boa noite... – Tiago passou pelo buraco do retrato, indo até o grupo de amigos.
– Por onde andou, bonitão? Senti saudade! – Fellipe fez voz afetada, piscando e jogando beijinhos no ar, arrancando risadas dos outros.
– Por aí...
– Você perdeu! Precisava ver o feitiço que jogamos no Avery e Mulciber! Foi demais...
– Espera aí, o Sev estava junto?
– Não, Evans. O seboso não estava. – Sirius fez careta.
– Ele tem sorte. – Tiago suspirou, olhando para Lily, obviamente sem se referir aos acontecimentos que os amigos contaram. – Muita sorte...

 ...

  O céu do grande salão mostrava um céu limpo, naquela manhã quando os alunos tomavam café, antes de partirem. Quando terminaram de tomar café, ainda entre conversas animadas, foram terminar de arrumar as malas e descerem-nas. Lá fora, o dia estava morno e agradável, com um sol que brilhava timidamente.
  O trem estava prestes a sair, mas Tiago ainda não aprecera.
  Onde ele se metera?



N/A:
2007, a criação. 2008, a tentativa. 2009, a continuação. 2010, o abandono. 2011, agora vai... espero!
Basicamente, como pode ser notado, a fic passou por anos complicados onde minha falta de dedicação acabou compromentendo o futuro da história. Por que eu decidi voltar? Porque eu ainda amo Harry Potter, é claro. E porque, desde a época em que comecei a escrever, nunca mais parei. Atualmente posto fics com os ex-integrantes de RBD, em uma comunidade do orkut. No começo não deu certo, mas agora as coisas estão se encaminhando, então pensei que o mesmo pudesse acontecer aqui... Quem sabe?
Besitos!

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