Capítulo 10




Capítulo 10



A visão que saudou James quando ele acordou, não poderia ter sido melhor, mesmo se ele desejasse. Lily estava sentada em uma cadeira, ao lado de sua cama, com a cabeça abaixada e os olhos fechados. A garota tinha passado a noite ao seu lado. Ele não poderia pensar em coisa melhor (a não ser que ela decidisse dormir ao seu lado, o que seria muito não-Lily).

Ainda sonolento, James caminhou até ela, encarando seu rosto furtivamente. Ela estava totalmente apagada. Foi para trás de Lily (o lugar mais seguro para acordá-la) e curvou-se a fim de sussurrar em sua orelha:

- Acorde, Lily.

Sua resposta foi algo murmurado, que para James soou como “vá embora”. Ele curvou-se um pouco mais, afastou os cabelos de Lily e deu um delicado beijo em seu pescoço.

- Abra seus olhos.

Lily murmurou outra coisa, que James interpretou como “mais cinco minutos”, e inclinou a cabeça para o lado. O rapaz tomou isso como um sinal para continuar o que estava fazendo, e então deu um beijo na orelha da garota e sussurrou:

- Por favor, acorde.

Lily inclinou a cabeça para trás, descansando-a no peito de James.

- Você está acordando? - James perguntou olhando para baixo, divertido. Ninguém era tão difícil de acordar pela manhã.

- Não - Lily respondeu sonolenta, ainda sem abrir os olhos.

- Então você não me deixa escolha - James retorquiu gravemente, esperando que ela abrisse os olhos e falasse alguma coisa, ou dissesse para ele deixá-la em paz. Lily não fez nenhum dos dois, apenas fechou os olhos mais firmemente.

James poderia quase rir dela. Se Lily estava acordada, deveria estar receosa por perceber que passara a noite ao lado da cama do rapaz. Neste caso, acordá-la seria uma má idéia. Portanto, ao invés disso, ele curvou-se mais ainda e pressionou seus lábios nos dela. Lily ainda estava grogue para reagir logo de cara, mas, logo ela agarrava a roupa de James e o puxava para mais perto.

Depois de alguns segundos, James se afastou e Lily abriu os olhos.

- Isso é algo que desperta - ela disse, ajeitando-se em sua cadeira.

- Você não está irritada? Isso é um alívio.

- Ainda está cedo. Deixe meu cérebro começar a funcionar perfeitamente que, aí, eu grito com você.

James sorriu com a resposta dela, que saíra em tom quase ameno, o que o fez lembrar do que ela lhe disse na noite anterior. Porém, deixá-la saber que ele a escutara, levaria à sua negação, e isso James não estava a fim de passar mais uma vez.

- Algum motivo que a levou a dormir aqui? - ele perguntou.

- Eu não dormi aqui, vim visitá-lo de manhã bem cedo e você estava dormindo, então, esperei. Acho que acabei caindo no sono.

- Oh... - James falou, desapontado. O pensamento de que Lily passara a noite ao seu lado o agradou.

A garota riu.

- Você realmente pensou que eu fiquei aqui a noite toda? Eu fui expulsa ontem, depois de dez minutos.

- Então você ficaria, caso pudesse. Sabia que gostava de mim - James disse sorrindo.

Lily rolou os olhos.

- Desculpe, mas, este tipo de devoção é limitado a garotos que eu gosto.

- E você gosta de mim. Por qual outro motivo você estaria aqui? - ele desafiou.

- Ainda está muito cedo pra isso, James - Lily gemeu; apoiou os braços nos joelhos e segurou a cabeça com as mãos.

- Você fica uma gracinha de manhã. Mesmo com seu cabelo todo espetado.

Lily ergueu os olhos e lançou um olhar irritado para James.

- Eu vou voltar pra cama - ela disse, levantando-se e indo para fora.

James abriu a boca para responder, mas, antes que falasse qualquer coisa, Lily disse rapidamente:

- Se você disser qualquer coisa que envolva eu, você e uma cama, quebrarei seu braço.

O rapaz fechou a boca e deixou-se cair em sua própria cama.

- Nós não temos aula hoje?

- Sim, temos. E isso pode te chocar, mas eles não cancelam as aulas por você ter sofrido algum dano.

James olhou-a rapidamente, ajeitando-se na cama.

- Você não é realmente uma pessoa matutina, não é?

Lily suspirou.

- Não, eu odeio manhãs.

- Eu também. Acha que posso ficar sem ir às aulas, pelo que me aconteceu?

- Você é monitor-chefe - Lily disse aborrecida.

- Então, isso não significa que consigo escapar mais facilmente das aulas?

Lily revirou os olhos.

- Se eu soubesse que você cabularia aulas hoje, não teria acordado tão cedo pra te visitar. Eu poderia ter vindo durante o período livre e dormiria uma hora a mais!

James deslizou um pouco na cama e bateu a mão no colchão.

- Se você quiser dormir mais um pouco, o que eu espero, te acordo quando for a hora de você ir pra aula.

Os olhos de Lily se arregalaram e ela o olhou, horrorizada.

- Eu não posso dormir aí!

- Hum... Por que não?

- Porque é ao seu lado, e seria inapropriado.

- Lily, é apenas um cochilo rápido.

A garota o olhou sombriamente. James suspirou e desceu da cama.

- Ótimo! Você pode dormir na cama, eu fico com a cadeira.

Lily mordeu o lábio, considerando.

- Você vai me acordar, certo? E realmente não se importa?

- Se me importasse, não teria oferecido. Vai lá que eu te acordo!

Ela ainda considerou um outro segundo, então, foi até a cama.

- Apenas alguns minutos. E não tente nada engraçadinho enquanto eu durmo. Especialmente aquela coisa de creme de barbear e coceira no nariz. E não fique me encarando também, isso me deixa louca.

- Lily...

- Certo, certo. Obrigada.

Uma hora depois.

Lily deslizou em seu assento, ao lado de Alice.

- Onde você estava que quase não chega a tempo?

- Eu fui visitar o James antes das aulas e acabei caindo no sono.

- Como ele está? - Alice perguntou. Ela e Frank tinham ficado preocupados. Foi muito bom que Remus e Frank soubessem feitiços necessários para ajudar na hora que James caíra da vassoura, senão, a situação poderia ter sido pior.

- Está bem. E até já tentou me levar pra cama com ele.

- O quê? - esganiçou Alice, fazendo com que a classe inteira olhasse para ela.

- Eu compreendo que vinte e cinco centímetros de pergaminho seja muito para o fim de semana, já que terá visita a Hogsmeade, contudo, não vejo a necessidade dos gritos - o professor disse com desprezo.

- Ela apenas ficou excitada. Não acontecerá de novo - Lily disse rapidamente.

- Vejo que não.

Lily respirou aliviada, e olhou com raiva para Alice:

- Belo trabalho, você quase nos encrencou.

- A culpa é sua. Você não devia dizer uma coisa dessas e não esperar reação alguma.

- Eu não disse isso que você pensou. Eu tinha dormido na enfermaria, quando fui visitá-lo, então, ele falou pra eu tirar um cochilo.

- Você devia ter dito isso, então - Alice sibilou.

- Eu só estava brincando - Lily se defendeu.

- E desde quando você faz brincadeiras envolvendo James Potter?

Isso, Lily pensou, era uma boa pergunta. Ela deu de ombros, indiferente, esperando que Alice deixasse isso passar despercebido.

- Onde está o Frank? – Lily perguntou. – Ele nunca perde as aulas.

- Ah, eu não te contei? Eu fui acordá-lo esta manhã, já que Frank não estava no salão comunal, e quando entrei no quarto, ele estava deitado na cama, pálido como o Pirraça, e muito quente. Acho que ele está com gripe. Isso, ou ele decidiu beber uma das poções dele.

- Pobre Frank, temos que visitá-lo. Vou fazer uma cópia das minhas anotações pra ele - Lily falou.

- Ele não foi ver ninguém. Teimoso - Alice disse desgostosa. Lily poderia dizer que estava preocupada, mas veria o estado do amigo quando fosse visitá-lo mais tarde.

- Típico de homens. Podemos forçá-lo mais tarde, se quisermos.

Alice pensou no assunto, então, as garotas combinaram de visitá-lo durante o período livre.

Frank estava tão mal quanto Alice dissera, mas a febre havia baixado, e após alguns minutos observando o amigo, Lily concluiu que não era nada grave.

- Isso parece uma gripe ou uma virose, para mim. Provavelmente aqueles vírus de vinte e quatro horas, ou coisa parecida. Mágica pode ajudar, mas medicamentos trouxas também ajudam bastante. Vai demorar alguns dias para se curar, se ele recusar-se em procurar ajuda.

Frank balançou a cabeça, ainda recusando a ajuda. Alice olhou para Lily, preocupada.

- Eu acho que ele não quer ajuda, porque não quer sair da cama.

- Nós podemos levantá-lo - Lily sugeriu.

- Não sozinhas - Alice retorquiu, então, animou-se. - Nós podemos chamar o James para ajudar.

- Ele quebrou o braço, não acho que seja a melhor opção para o trabalho - Lily protestou.

- Nós podemos pedir aos amigos dele. Eles farão isso, se você pedir ao James.

Lily olhou para Alice:

- O que eles são, ajudantes?

Alice a olhou com desaprovação.

- Não, acho que não.

Frank enviou um olhar irritado, da cama.

- Ah, cale a boca, Frank!

- Mas ele não disse nada! - Lily falou.

- Eu conheço aquele olhar. Ele está adorando que nós o amamos o bastante para arrastá-lo até a enfermaria contra sua vontade.

Lily revirou os olhos e puxou a amiga para fora do quarto.

- Estamos indo visitar o James? - Alice perguntou, deixando-se ser guiada pela amiga.

- Isso fará com que você pare de atormentar o Frank?

- Claro que sim. Você não o viu antes de Frank e Remus conseguirem ajudá-lo. Foi horrível. Preciso ver se James está realmente bem para eu tirar aquela imagem da minha cabeça.

Aquela era uma imagem que Lily nem sequer queria imaginar. Ela estava agradecida por não tê-lo visto antes.

- Anda, vamos logo.

James não estava em sua cama, na enfermaria, quando as duas foram vê-lo. Não havia nada para mantê-lo lá, então, provavelmente ele havia saído sem mais nem menos. Lily olhou no primeiro lugar que ela esperava encontrá-lo: o campo de quadribol.

Depois de não terem encontrado ele por lá, foram até o salão comunal, depois à cozinha e por fim ao salão principal.

Finalmente, elas resolveram desistir e ir até a biblioteca fazer seus deveres de casa. Como era cedo, o lugar estava mais ou menos vazio, com exceção de alguns primeiranistas e alguns alunos da Ravenclaw.

- Eu me pergunto se o James poderia estar aqui - Lily falou em voz alta. A biblioteca não era o tipo de local preferido de James. Ela sabia, porque fora por esse motivo que a biblioteca se tornou o seu lugar preferido.

- Vamos procurar por ele. Você pode dar aquelas anotações que fiz você pegar pra ele – Alice falou.

Lily suspirou e caminhou para fora das estantes, sabendo que a amiga não lhe daria descanso até que fizesse o que ela pedia. Alice estava achando que ela e James eram destinados um para o outro, nos últimos dias.

Ela andou pela biblioteca até o fim, pensando que, se James estivesse lá, estaria num lugar onde ninguém pudesse vê-lo. E isso a fez chegar num lugar que não era esperada. Tão logo virou uma das esquinas de estantes, dois corpos se afastaram num pulo, virando-se para ela.

- Oi, Lily.

Lily rolou os olhos, não poderia esperar menos.

- Olá, Sirius. Estou procurando por James, você o viu?

Lily olhou na direção da garota. Ela sabia seu nome, se ao menos pudesse se lembrar... Ele começava com A... Ariel? Adora? Anna? Amanda? O último pareceu-lhe soar corretamente.

- Amanda, certo?

- Oh, sim. Oi. Acho que posso ir, estávamos apenas...hum...

- Eu realmente não quero saber – Lily disse rapidamente.

Amanda saiu de lá rapidamente, e Lily olhou para Sirius:

- Então, você sabe onde ele está ou não?

- Você realmente sabe como arruinar um bom momento – ele respondeu, apoiando-se na estante. E, mesmo tendo aparecido sem avisar, Lily estava imaginando que bom momento seria esse que ela interrompera, exatamente.

- Você terá outra chance.

- James está por aí, procurando por você. Apenas fique aqui que ele te encontra.

- Como ele vai me encontrar? Eu não fico sempre aqui.

- Ele tem seus meios.

Lily suspirou e voltou a andar, quase correndo de encontro a Alice.

- Por que você demorou tanto? Encontrou ele? Eu vi uma garota toda agitada, saindo daqui, e parecia muito embaraçada.

- Deveria. Eu a encontrei com Sirius.

- Oh... Bem, isso explica.

Alice e Lily voltaram a andar, até que esta parou.

- Sirius, tem alguma razão pra você andar com a gente?

- Eu preciso conversar sobre uma coisa com o James, e sei que ele vai encontrar você.

- Você não tinha que estar procurando por sua namorada? Ela parecia perturbada.

- Ela não é minha namorada. Eu não tenho namoradas, tenho companhias femininas.

- Galinha... – Alice disse por sobre o ombro.

- Sabe, eu lembro que você tinha uma queda por mim, no segundo ano – Sirius se defendeu.

- Eu não tinha. Eu gostava de um garoto da Hufflepuff.

- Não, eu lembro porque o James gostava da Lily, e ele me disse que a garota que andava com ela gostava de mim. Eu poderia chamá-la pra sair e, assim, James teria uma desculpa para ver a Lily mais frequentemente.

- E a Alice é a única quem anda comigo? Havia outras amigas.

- Quem? – Sirius perguntou, não demonstrando interesse.

- Talvez fosse o Frank – Alice respondeu, antes que Lily o fizesse.

- Que engraçado.

Lily e Alice riram, ignorando Sirius.

- O que você quer conversar com o James, de qualquer maneira? Nada que vá metê-lo em problemas, certo? – Lily perguntou.

- Problemas? Não. Só se formos pegos.

Lily estreitou os olhos, encarando Sirius:

- Me diga o que é.

- Não posso.

- Sabe, eu posso convencer o James a me contar tudo isso, então, você deveria contar também – Lily argumentou.

- É verdade. Eu acho que ela pode convencê-lo a contar qualquer coisa – Alice adicionou.

- Então você saberá logo.

Aquilo foi tudo que as garotas conseguiram tirar de Sirius, já que James se aproximava e ele foi na direção do amigo.

- O que você acha que esses dois estão aprontando?

- Eu acho que são quatro. Se envolvem James e Sirius, envolvem Remus e Peter também.

- Então estamos brincando de detetives? – Alice perguntou.

- Estamos, definitivamente, brincando de detetives.

Ambas pararam de falar assim que James se aproximou:

- Oi, Lily. Oi, Alice.

Alice acenou e voltou a andar. Lily a segurou e a puxou de volta.

- Sobre o que você e o Sirius estavam conversando?

- Nada demais – James disse, passando a mão pelos cabelos. – O que você vai fazer para o Halloween?

- Nada, estamos presos na escola, o que eu poderia fazer? – Lily retorquiu.

- E se houvesse algo para fazer? Hipoteticamente falando?

- Você conhece palavras como hipoteticamente?

- Lily...

- Se houvesse algo para se fazer, hipoteticamente falando, eu perguntaria o quê, onde e quantas regras estaríamos quebrando – ela respondeu.

- Falou a garota das regras.

Lily olhou Alice por sobre o ombro. James a imitou, então voltou seu olhar para a ruiva.

- Certo – ele falou. – Eu tenho que ir, te vejo à noite, Lily.

- Hei, espere, eu quero saber o que você vai fazer – Lily resmungou.

- Não tenho tempo, tenho que ir. Te amo, tchau – James disse, segurando-a e depositando um breve beijo nos lábios da garota, antes de afastar-se rapidamente.

- O quê? – Lily disse pra si mesma, vendo-o ir embora. – Esse beijo não conta! – ela gritou, percebendo o que ele havia feito.

- Qualquer coisa que você queira – ele gritou de volta.

Lily o assistiu ir embora. Alguma coisa, definitivamente, estava para acontecer.




NB: Ah, adorei esse capítulo! Ele teve uma dose muito boa de humor. As piadinhas da Lily e da Alice foram ótimas! James consegue ser tão fofo, com atitudes tão simples! *.* Não consigo não falar do Sirius...ele é um cachorro, não é mesmo?! rsrs Liv, adorei! Te amo amiga. Beijooo.

NT: O James é muito fofo! Se eu já não fosse apaixonada pelo Sirius, ele seria minha segunda opção..muito embora ele fosse um páreo duro para o Remus..rsrsrs... Espero que todos tenham gostado do capítulo! Vou ficar sem responder as reviews separadamente, pois estou completamente atolada no tempo! (Se alguém tiver um vira-tempo sobrando aí, agradeceria!) Faculdade, trabalho, curso de inglês e mãe me tendo como enfermeira, não é vida fácil!

Entretanto, espero reviews desse capítulo também! E prometo fazer de tudo para respondê-las devidamente no próximo capítulo, o qual também farei de tudo para vir em no máximo duas semanas!

Contudo, também tenho uma condição!!! Leiam a fanfic “O Mistério de Starta”, a qual escrevo em conjunto com Pamela Black! Tenho certeza que vocês não vão se arrepender, embora o ship não seja J/L, e sim Draco/PO! Mas também tem H/G e R/H! E um Gui Weasley “tudibom”! Não me decepcionem, amores! Apareçam lá, sim!

LINK: http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=21448

Beijos especiais e cheios de agradecimentos para:

Carla Ligia Ferreira, Lua Potter, Kelly, Michy, All Star, gleiciara cabrera barboxza, Lú Wells, Nandinhah Evans Potter, Séf, Fran Delacour.

Sem mais,

Livinha.

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